SUMÁRIO: LEVANTAMENTO. PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO PRONATEC. DETERMINAÇÃO À SEGECEX. ARQUIVAMENTO.

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2. DAS ATRIBUIÇÕES São atribuições dos bolsistas selecionados para os cursos constantes no Anexo I:

ANEXO I ORIENTAÇÃO NORMATIVA CAEX DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DE AÇÕES DE EXTENSÃO

Transcrição:

GRUPO I CLASSE V PLENÁRIO TC 008.089/2015-9. Natureza: Levantamento. Unidade: Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Setec/MEC. Interessada: Secretaria de Controle Externo da Educação, da Cultura e do Desporto SecexEducação. Representação legal: não há. SUMÁRIO: LEVANTAMENTO. PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO PRONATEC. DETERMINAÇÃO À SEGECEX. ARQUIVAMENTO. RELATÓRIO Adoto como relatório a manifestação da equipe de fiscalização da Secretaria de Controle Externo da Educação, da Cultura e do Desporto SecexEducação, com a qual se puseram de acordo os dirigentes daquela unidade (peças 39-41): 1. Introdução 1. O presente levantamento, elaborado com fundamento nos incisos I e II do art. 238 do RI/TCU, é decorrente de deliberação constante em Despacho de 14/04/2015 da Min. ANA ARRAES prolatado no TC 007.490/2015-1. O propósito do trabalho foi aprofundar o conhecimento das ações relacionadas ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e as principais ações governamentais de capacitação profissional para, entre outros pontos, identificar fragilidades e riscos operacionais e de conformidade que possam comprometer o alcance de seus objetivos específicos. Buscou-se ainda identificar eventos de risco que possam comprometer o alcance de seus objetivos específicos. Por fim, objetivou-se verificar a viabilidade de empreender avaliação do impacto dos resultados do programa no público beneficiário, a ser realizada no início de 2016. 2. Os eventos de risco devem ser entendidos como situações cuja probabilidade de ocorrência e impacto têm potencial de comprometer o resultado pretendido pela ação governamental. Não se trata, portanto, de situações comprovadas pela equipe em campo, mas de hipóteses que orientaram a escolha de temas de fiscalização deste Tribunal, levando-se em conta o controle executado pelo órgão para monitorar o risco. Quanto maior a deficiência do controle, maior é a possibilidade de ocorrência do evento indesejado. 3. A metodologia utilizada neste levantamento consistiu na aplicação das técnicas de Análise de Risco para Escolha de Temas de Fiscalização, no detalhamento de macroprocessos associados aos principais produtos do programa, aplicação da matriz SWOT e Diagrama de Verificação de Risco (DVR), buscando identificar as principais atividades desenvolvidas para o cumprimento dos objetivos dos programas e das ações selecionados, os eventos de risco que possam comprometer o alcance de tais objetivos e os controles existentes. 4. O levantamento incluiu todas as cinco iniciativas que constituem o Pronatec: a Expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, a Rede E-Tec Brasil, a Bolsa-Formação, O Brasil Profissionalizado e o Acordo de Gratuidade. 5. As informações constantes deste relatório foram produzidas a partir das seguintes fontes de informação: a) entrevistas; b) documentos obtidos junto aos órgãos visitados; c) relatórios de gestão da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC/MEC) e outras instituições envolvidas no programa; d) trabalhos técnicos de especialistas; e) pesquisa à Internet; e f) notícias veiculadas na imprensa. 6. Durante o levantamento foram entrevistados gestores da SETEC/MEC, e da Diretoria de Tecnologia da Informação (DTI/MEC). Foram feitas visitas com realização de entrevistas, observação direta e coleta de dados no Centro de Educação Profissional de Saúde de Planaltina, pertencente a Secretaria de 1

Educação do Distrito Federal (Seduc-DF), no Instituto Federal de Brasília (IFB), e no Departamento Nacional do SENAI. A escolha do SENAI se deu em função de sua materialidade (número de matrículas), e de apresentar projeto de avaliação e acompanhamento de egressos e um mapeamento da necessidade de mão de obra do setor industrial no Brasil. 7. Cabe ressaltar que os exames sofreram limitações em decorrência da dificuldade de acesso ao Sistec, sistema que contém as informações operacionais e os resultados das ações, em especial da iniciativa Bolsa-Formação. Houve também informações divergentes fornecidas pela SETEC a respeito da execução orçamentária do programa. Apesar disso, o levantamento conseguiu descrever o funcionamento das cinco iniciativas e identificar os riscos associados a cada uma delas. 2. Visão Geral 2.1 O que é o Pronatec 8. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) foi criado pelo Governo Federal, em 2011, por meio da Lei 11.513/2011, com o objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica no país, além de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio público. 9. O Pronatec busca ampliar as oportunidades educacionais e de formação profissional qualificada aos jovens, trabalhadores e beneficiários de programas de transferência de renda. 10. Os cursos, financiados pelo Governo Federal, são ofertados de forma gratuita por instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e das redes estaduais, distritais e municipais de educação profissional e tecnológica. São também ofertantes as instituições do Sistema S, como o SENAI, SENAT, SENAC e SENAR. A partir de 2013, as instituições privadas, devidamente habilitadas pelo Ministério da Educação, também passaram a ser ofertantes dos cursos do Programa. 11. De 2011 a 2014, por meio do Pronatec, segundo dados disponíveis no Sistec foram realizadas mais de 8 milhões de matrículas, entre cursos técnicos e de formação inicial e continuada. 2.2 Objetivos e iniciativas do Pronatec 12. 15. Os objetivos do Pronatec, definidos na Lei 11.513/2011, são: - expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional técnica de nível médio e de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional presencial e a distância; - construir, reformar e ampliar as escolas que ofertam educação profissional e tecnológica nas redes estaduais; - aumentar as oportunidades educacionais aos trabalhadores por meio de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; - aumentar a quantidade de recursos pedagógicos para apoiar a oferta de educação profissional e tecnológica; - melhorar a qualidade do ensino médio. 2.3 Iniciativas 13. O Pronatec é constituído por cinco iniciativas, que em conjunto buscam incrementar a capacidade instalada de instrumentos voltados para o ensino técnico e profissional no médio e longo prazo, bem como ampliar o acesso imediato aos cursos. As iniciativas são: 1) Expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, processo iniciado em 2003, e que levou a forte processo de interiorização das instituições federais. 2) Programa Brasil Profissionalizado, destinado à ampliação da oferta e ao fortalecimento da educação profissional e tecnológica integrada ao ensino médio nas redes estaduais, em parceria com o Governo Federal. 3) Rede e-tec Brasil, que objetiva oferecer gratuitamente cursos técnicos e de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional, na modalidade a distância. São responsáveis pela oferta de cursos da Rede e- Tec: a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica; as unidades de ensino dos serviços nacionais de aprendizagem (SENAI, SENAC, SENAR e SENAT); e as redes de educação profissional estaduais. 2

4) Acordo de Gratuidade com os Serviços Nacionais de Aprendizagem, cuja finalidade é garantir a oferta gratuita cursos técnicos e de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional, por meio dos recursos do SENAI, do SENAC, do SESC e do SESI, recebidos da contribuição compulsória prevista em lei. 5) Bolsa-Formação, que visa permitir o acesso gratuito aos cursos técnicos e de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, ofertados por atores públicos e provados, com financiamento do MEC. 2.4 Disposições Legais relacionadas ao Pronatec 14. O Pronatec, instituído pela Lei 12.513/2011, tem como objetivo central democratizar o acesso da população brasileira à Educação Profissional e Tecnológica de qualidade. 15. Das iniciativas que compõem o Pronatec apenas a Bolsa-Formação iniciou em 2011, com a Lei 12.513/2011. A expansão da Rede Federal começou em 2003, tendo sido legalmente instituída pela Lei 11.195/2005. A Rede e-tec Brasil e o Brasil Profissionalizado em 2007 (Decreto 6.301 modificado pelo Decreto 7.589 de 2011 e Decreto 6.094, respectivamente) e o Acordo de Gratuidade com o Sistema S em 2008 (Decreto 6.635). 16. A lei que criou o Pronatec tem importante interface com a lei que regula o Programa do Seguro- Desemprego (Lei 7.998/1990), estabelecendo, nos casos de reincidência, restrições e condições ao recebimento desse benefício. 17. A lei que aprovou o Plano Nacional de Educação PNE (Lei 13.005/2014), tem as metas 10 e 11 diretamente relacionadas ao Pronatec, quais sejam: Meta 10 - oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional; e, Meta 11 - triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público. 18. Outra norma aplicável a várias iniciativas do Pronatec é a Resolução CD FNDE 2/2012, que dispõe sobre a utilização obrigatória a partir de 2012 do Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SiGPC), tendo em vista que em quatro das cinco iniciativas do Programa a análise financeira das prestações de contas é realizada pelo FNDE. 2.5 Trabalhos realizados pelo TCU e CGU 19. Inicialmente, registre-se que ainda não foram feitas fiscalizações específicas pelo TCU no âmbito do Pronatec. Os trabalhos realizados até aqui referem-se aos processos de contas da SETEC relativos aos exercícios de 2011 e 2013 (TC 043.633/2012-9 e TC 023.0172/2014-7). Até o momento, não houve deliberação do Tribunal nesses processos. 20. No processo de prestação de contas da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC/MEC) relativas ao exercício de 2011, analisada no TC 043.633/2012-9, ano de instituição do Pronatec, a CGU não efetuou análises relativas à execução do Programa, apresentando em seu Relatório de Auditoria de Gestão (RAG 201203040) apenas informações relativas à importância da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica em virtude da instituição, via Pronatec, de cursos técnicos para estudantes de ensino médio e cursos de formação inicial e continuada para trabalhadores. 21. Quanto ao Relatório de Auditoria de Gestão relativo ao exercício de 2013 (RAG 201406282), tratado no TC 023.172/2014-7, a CGU efetuou análises em conformidade com o escopo definido pela SecexEducação em conjunto com a Diretoria de Auditoria da Área Social da CGU. No que se refere ao Pronatec, as análises abrangeram: Avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos da Ação 20RW Apoio à Formação Profissional e Tecnológica Pronatec Bolsa-Formação; indicadores instituídos para monitoramento e avaliação do Pronatec Bolsa-Formação; gestão de pessoas contemplando, em especial a adequabilidade da força de trabalho da unidade responsável pelo Pronatec Bolsa-Formação; e, controles internos aplicados ao Pronatec Bolsa-Formação. 22. Os aspectos avaliados pela CGU em relação à Ação 20RW foram: estrutura de governança utilizada para o funcionamento do ambiente de controle da Bolsa-Formação; forma de distribuição de vagas em relação à demanda e a oferta de cursos; coerência entre a finalidade da Bolsa-Formação, a forma de contratação das redes de ensino e a sistemática de aplicação dos recursos; custo da bolsa-formação em relação aos preços praticados pelas redes de ensino em cursos próprios; e o grau de confiabilidade do Sistec, 3

principal fonte de informação do Ministério da Educação para monitoramento, avaliação e análise da prestação de contas no âmbito dessa ação. 23. Na auditoria de gestão realizada, as principais impropriedades identificadas pela CGU foram: ausência de isonomia no mecanismo de cálculo do custo da bolsa-formação da rede privada em relação ao das demais redes; ausência de definição detalhada acerca de como se dá a análise das prestações de contas para garantir a aplicação dos recursos e o cumprimento das bolsas-formação; ausência, nos Termos de Adesão/Cooperação das redes de ensino, de cláusulas que detalhem metas, prazos, garantias, padrões de qualidade e especificação dos cursos; ausência de metas e indicadores que demonstrem a situação futura desejada com a execução da ação; e, problemas de operacionalização do Sistec impactando na aferição do alcance dos resultados quantitativos da Bolsa-Formação. 24. O TC 023.172/2014-7 está em instrução na SecexEducação e analisará os aspectos citados. 25. Outro trabalho do TCU que traz informações sobre o Pronatec é o Relatório de Produção de Conhecimento (TC 032.641/2014-1), que trata de possíveis ações de fiscalização na Função Educação na Região Sul. Não há informações especifias acerca do Pronatec que devam ser destacas neste trabalho, constando apenas informações gerais sobre o Programa. 2.6 Atores relevantes ao funcionamento do Pronatec 26. Dada a complexidade e dimensão do Pronatec, o rol de atores envolvidos na sua implementação é bastante extenso. No quadro abaixo, encontra-se a relação dos principais atores envolvidos. Ao longo dos capítulos referentes à descrição detalhada das iniciativas, a atuação e responsabilidade de cada ator será abordada. Tabela 1 Atores envolvidos na implantação do Pronatec. Ator Papel Interesse Normatizar, planejar, coordenar, avaliar e desenvolver a implementação, execução e prestação de contas relacionadas ao Programa. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica - SETEC/MEC Garantir que os objetivos do Programa sejam atingidos. FNDE/MEC Conselho Deliberativo de Formação e Qualificação Profissional (constituído pelos ministérios signatários da lei que instituiu o Programa e pelo) Fórum Nacional de Apoio à Formação e Qualificação Profissional Repassar recursos e proceder à análise financeira das prestações de contas. Promover a articulação e a avaliação dos programas voltados à formação e qualificação profissional no âmbito da administração pública federal, conforme Decreto 7.855/2012. O Fórum, por sua vez, visa subsidiar a atuação do Conselho Deliberativo no cumprimento de suas competências e estimular a instituição de fóruns estaduais e Garantir que os recursos sejam repassados regularmente e que as prestações de contas sejam adequadas e tempestivas. Garantir a condução integrada das ações de EPT, especialmente em relação aos cursos de qualificação demandados pelos ministérios e suas contrapartes estaduais executoras de programas e projetos da União, para viabilizar o alcance dos objetivos de programas federais prioritários. 4

MDS, MTE, MTUR, MDA, MD, MC, MDIC, MJ, MPS, MinC, MPA, MAPA, MMA, SEP, SDH/PR, Secretarias estaduais de educação e do DF Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica* Serviços Nacionais de Aprendizagem (Sistema S) Instituições privadas de ensino superior e de educação técnica de nível médio e Fundações Públicas Rede Estadual de Escolas Técnicas Beneficiários (alunos) distrital de apoio à formação e qualificação profissional, conforme Portaria MEC 471/2013. Articular e induzir oferta de Educação Profissional e Tecnológica (Demandantes), mediante elaboração de diagnóstico das necessidades de profissionais qualificados levando em consideração o público alvo, os cursos, a área geográfica e outros elementos delimitadores de seu segmento específico. Atuam nas modalidades de demanda: exclusiva, compartilhada e prioritária. Identificam as demandas, mobilizam os potenciais beneficiários, realizam o processo de seleção e de prématrícula. Ofertante Ofertante Ofertante Ofertante Realizar os cursos ofertados. Inserir trabalhadores de sua clientela no Programa com vistas ao atendimento de demandas específicas de seu setor. Contribuir para que os objetivos do Programa sejam atingidos. Qualificar trabalhadores com vistas à alocação de mão de obra no mercado de trabalho. Obter recursos públicos na oferta de EPT. Desenvolver as redes estaduais de EPT. Qualificar trabalhadores com vistas à alocação de mão de obra no mercado de trabalho regional. Qualificação profissional para inserção/reinserção no mercado de trabalho. Fonte: Equipe de auditoria. * A Rede Federal é composta por 39 Institutos Federais, 2 Cefets, 25 escolas vinculadas a universidades e 1 universidade tecnológica. 5

2.7 Contexto Orçamentário do Pronatec 27. A operacionalização orçamentária e financeira do Pronatec está inserida no Programa 2031 Educação Profissional e Tecnológica, no Objetivo 0582, sob a Iniciativa 02A5 do PPA 2012-2015, conforme descrito no Anexo II, que substituiu o Programa 1060 Desenvolvimento da Educação Profissional e Tecnológica do PPA 2008-2011. 28. Diversas ações orçamentárias compõem as iniciativas do Pronatec desde seu início. Umas são recorrentes, no entanto outras aparecem apenas em alguns exercícios (Tabela 2). A Bolsa-Formação vem sendo executada exclusivamente na ação 20RW. O Brasil Profissionalizado utiliza comumente a ação 8652, porém, em 2012, movimentou recursos na ação 0509 e em 2014, na 20RP, todas com planos internos específicos. Para a Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, além da ação 20RG e despesas de capital da ação 20RL, também foram utilizados recursos alocados em planos internos específicos na ação 6380 nos anos de 2012 e 2013. Na execução da iniciativa Rede e-tec também são utilizados planos internos específicos em todas as ações. Além da ação 8252 movimentada desde o início do Programa, em 2011 receberam recursos as ações 0509 e 0A30, em 2012 e 2013, 20RH e 20RO, já em 2014, ocorreram movimentações nas ações 00O0 e 20RH (as ações, iniciativas, programas e objetivo orçamentários relacionados ao Pronatec estão relacionadas no Anexo II). Tabela 2 Ações orçamentárias das iniciativas do Pronatec. Iniciativa 2011 2012 2013 2014 Bolsa-Formação 20RW 20RW 20RW 20RW Brasil Profissionalizado 8652 8652 0509 8652 8652 20RP Expansão da Rede Federal 20RG 20RL 20RG 20RL 6380 20RG 20RL 6380 20RG 20RL Rede e-tec 8252 0509 0A30 8252 20RH 20RO 8252 20RH 20RO 8252 00O0 20RH Fonte: SETEC. 29. O investimento acumulado no Pronatec, desde seu início, que se deu no final do exercício de 2011, até 2014, foi da ordem de R$ 10,25 bilhões (valores liquidados), nas quatro iniciativas que envolvem repasse de recursos, conforme pode ser visto na Tabela 3. Cabe ressaltar que o Acordo de Gratuidade com o Sistema S não recebe aporte de recursos orçamentários. Tabela 3 Execuções orçamentária e financeira acumuladas das iniciativas do Pronatec 2011 a 2014. Iniciativa Valor Autorizado Valor Empenhado Valor Executado (liquidado) Fonte: Siga Brasil, em 7/7/2015 e SETEC (arquivos extraídos do SIAFI Gerencial). R$ milhões Nota: Execução orçamentária = Valor executado/valor autorizado; Execução Financeira = Valor pago/valor autorizado. Valor Pago Execução Orçamentária Execução Financeira Bolsa-Formação 8.438 8.289 8.011 7.736 95% 92% Expansão da Rede Federal 7.240 5.200 1.520 1.374 21% 19% Brasil Profissionalizado 1.357 1.122 341 327 25% 24% Rede e-tec 652 557 379 368 58% 56% Total 17.687 15.167 10.251 9.805 58% 55% 6

30. Observa-se que as execuções orçamentária e financeira tanto da Expansão da Rede Federal (21% e 19%, respectivamente) como do Brasil Profissionalizado (25% e 24%, respectivamente) foram relativamente baixas comparadas à Bolsa-Formação, que teve execução orçamentária de 95% e financeira de 92%. 31. De 2011 a 2014, houve um incremento acentuado nos gastos (valores liquidados) do Pronatec de aproximadamente 145%. Merece destaque a Bolsa-Formação que, no mesmo período, teve um aumento de 218%, sendo, atualmente, responsável por 78% dos recursos totais aplicados no programa, conforme representado no Gráfico 1. Gráfico 1 Percentual aplicação de recursos das iniciativas do Pronatec 2011 a 2014. 4% 3% 15% Bolsa-Formação Expansão da Rede Federal Rede e-tec 78% Brasil Profissionalizado Fonte: Siga Brasil, em 7/7/2015 e SETEC. Nota: Valores liquidados. 32. A dotação orçamentária para o Pronatec em 2015, contemplando as quatro iniciativas, segundo gestores da SETEC foi de R$ 5,8 bilhões. Informaram, ainda, que as ações da Expansão da Rede Federal (20RG e 20RL) sofreram contingenciamento de cerca de 46% em suas despesas de capital como parte da contribuição do MEC para a meta de ajuste fiscal. Significa dizer que não haverá investimento na Expansão da Rede Federal no ano corrente. Ademais, embora o Brasil Profissionalizado, ação 8652, e a Rede e-tec Brasil, ação 8252, não terem recebido dotação orçamentária para este exercício, essas iniciativas serão executadas, porém em ações orçamentárias ainda não definidas. 33. Em virtude de sua capilaridade e capacidade de interiorização no país, aliado às estruturas físicas existentes e metodologia pedagógica consolidada aplicada aos cursos oferecidos, os Serviços Nacionais de Aprendizagem (SNA) vem sendo os maiores executores da Bolsa-Formação desde sua criação. O montante de recursos financeiros repassados ao SENAI, que soma cerca de R$ 3,5 bilhões, desde o início do Programa. Ao Senac foram transferidos R$ 1,9 bilhão, e ao SENAT e ao SENAR as transferências totalizam aproximadamente R$ 427 milhões, conforme Gráfico 2 abaixo. Gráfico 2 Execução financeira (despesas pagas) dos Serviços Nacionais de Aprendizagem 2011 a 2014. R$ milhões 7

261 4% 166 3% 1.922 33% 3.522 60% Senai Senac Senat Senar Fonte: Siga Brasil, em 7/7/2015 e SETEC. 34. A Rede federal executora do Bolsa-Formação, composta principalmente pelos Institutos Federais teve pouco mais que R$ 610 milhões em despesas pagas, de acordo com os dados extraídos do Siga Brasil em julho de 2015. Entre as instituições com maior aplicação de recursos no Programa, sobressaíram, entre os anos de 2011 a 2014, o Instituto Federal da Bahia (R$ 55 milhões), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (R$ 46 milhões), o Instituto Federal do Maranhão (R$ 30 milhões), o Instituto Federal de Minas Gerais (R$ 25 milhões) e o Instituto Federal Goiano (R$ 23 milhões). 35. Segundo Relatório de Gestão da SETEC de 2013 e dados repassados por esta Secretaria, no que se refere aos exercícios de 2013 e 2014, foram aportados, pela Bolsa-Formação, R$ 764 milhões a entidades da rede privada. 3. A Bolsa-Formação 36. A Bolsa-Formação é a principal ação do objetivo estratégico da SETEC que consiste na expansão a oferta de vagas em cursos de educação profissional e tecnológica, para ampliar oportunidades de inclusão social e produtiva a estudantes e trabalhadores. Esse objetivo está alinhado ao Objetivo 0582 do PPA 2012-2015, bem como a sua iniciativa 02A5 (ver Anexo II). 37. A execução orçamentária da Bolsa-Formação é realizada por meio da ação 20RW Apoio Formação Profissional, Científica e Tecnológica, sendo caracterizada como ação exclusiva de custeio. Desde seu início em 2011 até o final do exercício de 2014, a ação teve aumentos progressivos nos investimentos, totalizando 8 bilhões em valores liquidados (Tabela 4). O valor corresponde a 78% das despesas do Pronatec, que alcançou, no mesmo período, o montante de R$ 10,25 bilhões. Tabela 4 Execução financeira e orçamentária do Bolsa-Formação 2011 a 2014. R$ 1.000 Bolsa-Formação Autorizado Empenhado Liquidado Pago Execução Execução Orçamentária Financeira 2011 460.530 459.603 442.603 208.716 96% 45% 2012 1.251.774 1.239.515 1.187.097 1.180.721 95% 94% 2013 2.889.485 2.753.474 2.611.594 2.596.559 90% 90% 2014 3.836.100 3.836.100 3.769.241 3.750.364 98% 98% Total 8.437.889 8.288.692 8.010.536 7.736.360 95% 92% Fonte: Siga Brasil, em 7/7/2015 e SETEC (arquivos extraídos do SIAFI Gerencial). Nota: Execução orçamentária = Valor executado/valor autorizado; Execução Financeira = Valor pago/valor autorizado. 38. Regulamentada principalmente pela Portaria MEC 168/2013, a Bolsa-Formação visa possibilitar a ampliação do acesso gratuito à educação profissional e tecnológica (ETP) em instituições públicas e privadas, utilizando a capacidade ociosa das estruturas já existentes nessas redes, a partir da oferta de vagas em cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional (FIC), cursos de curta duração que capacitam, aperfeiçoam e atualizam o aluno para exercer determinado ofício, e em cursos técnicos de nível médio, todos obrigatoriamente na modalidade presencial, de modo a contribuir para formação de mão-deobra qualificada. 8

39. De acordo com o art. 3º da Portaria MEC 168/2013, são públicos prioritários, porém não exclusivos da Bolsa-Formação: estudantes do ensino médio da rede pública, inclusive da educação de jovens e adultos; trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores; beneficiários titulares e dependentes dos programas federais de transferência de renda entre outros que atenderem a critérios especificados no âmbito do Plano Brasil sem Miséria; pessoas com deficiência; povos indígenas, comunidades quilombolas e outras comunidades tradicionais; adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas; públicos prioritários dos programas do governo federal que se associem à Bolsa-Formação; e estudantes que tenham cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral. 40. A Bolsa-Formação Estudante é destinada a oferta de cursos de educação profissional técnica de nível médio na forma concomitante, integrada e subsequente. Conforme disciplinado nos arts. 36-B e C Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a forma concomitante será oferecida a quem ingresse no ensino médio ou estejam cursando, com matrículas distintas para cada curso, na mesma instituição ou em instituição distinta. A forma integrada destina-se a quem já tenha concluído o ensino fundamental, observando matrícula única na mesma instituição de ensino. A forma subsequente é destinada a quem tenha concluído o ensino médio. 41. Para os alunos com idade igual ou superior a dezoito anos e que estejam cursando o ensino médio, são ofertados cursos técnicos, nas formas concomitante ou integrada, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). 42. Os cursos técnicos na forma concomitante e integrada só podem ser ofertados por instituições das redes públicas de ETP e dos serviços nacionais de aprendizagem (SNA). Os cursos subsequentes, podem ser ofertados por instituições das redes públicas, dos SNA e também instituições privadas. 43. Os cursos técnicos na forma subsequente, são destinados aos beneficiários portadores de certificado de conclusão de ensino médio, prioritariamente em escolas públicas ou em instituições privadas na condição de bolsista integral. 44. Os cursos técnicos têm duração mínima de 800 horas e seus projetos pedagógicos devem estar em conformidade com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, previsto na Resolução CNE/CEB 4, de 6 de junho de 2012, instituído e mantido pelo Ministério da Educação. 45. A Bolsa-Formação Trabalhador conta com a oferta de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional (FIC) a trabalhadores de diferentes perfis. Nesse caso, os cursos devem ter carga horária mínima de 160 horas com previsão no Guia Pronatec de Cursos FIC, disponível no sítio do Pronatec (http://pronatec.mec.gov.br/fic/), atualizado periodicamente pelo MEC, objetivando o desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva e social, além de considerar possíveis itinerários formativos e continuidade de estudos. 46. A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), no âmbito da Bolsa-Formação, tem por competência, dentre outras, o planejamento, a formulação, a coordenação e a avalição da ação. Dentre as principais atribuições do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) estão o repasse de recursos do Programa, bem como a análise de conformidade e financeira das prestações de contas dos recursos transferidos às redes estaduais, distrital e municipais e aos SNA, dentre outras atribuições. 47. São, ainda, agentes da política, em regime de colaboração, instituições privadas e públicas da União, Estados, Municípios e Distrito Federal de educação profissional e tecnológica e de ensino superior, além dos SNA, devidamente habilitados, nos termos da Lei 12.513/2011. Esses agentes, que por meio de termo de adesão se tornam parceiros ofertantes, são responsáveis pela oferta educacional, pela assistência estudantil e pela certificação dos alunos, sem prescindir do acesso pleno à infraestrutura educativa, recreativa, esportiva ou de outra, especialmente bibliotecas, laboratórios de informática e quadras esportivas. 9

48. Por outro lado, os parceiros demandantes, após firmarem termo de compromisso, são responsáveis por identificar cursos de qualificação profissional alinhados aos objetivos estratégicos de suas ações governamentais. Devem, ainda, a mobilizar, captar, selecionar e pré-matricular o público alvo que será beneficiário do programa. 49. Os parceiros demandantes devem atuar em conjunto com os ofertantes e com a SETEC no planejamento, desenvolvimento e acompanhamento das ações da Bolsa-Formação. Atualmente, segundo informações dos gestores da SETEC, existem 42 parceiros demandantes, sendo 27 secretárias estaduais e do DF e 15 Ministérios. Entre eles merecem ser destacados os Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). 50. A iniciativa da Bolsa-Formação conta com 41 modalidades de oferta, que são subagrupamentos de ofertas do Programa, criadas com o fito de atender público específico em função das suas características em comum, como é o caso do Pronatec Brasil sem Miséria que busca promover a inserção profissional de beneficiários do Bolsa Família constantes do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). O Pronatec Mulheres Mil, outro exemplo, visa oferecer acesso à educação profissional, emprego e renda a mulheres em situação de vulnerabilidade social. 51. Os cursos pactuados podem ser ofertados em três tipos modalidades de demanda: exclusiva, cuja principal característica é a realização de turmas fechadas, atendendo tão somente as pactuadas para a unidade demandante, a exemplo das turmas destinadas aos apenados; compartilhada, com oferta aberta aos públicos de todas unidades demandantes com vagas pactuadas para o curso; ou prioritária, onde, inicialmente, a oferta de vagas será restrita ao público da unidade demandante. 3.1 O Processo de Pactuação 52. A pactuação é o processo pelo qual os agentes de implementação do Bolsa-Formação equalizam a oferta e a demanda de vagas de cursos FIC e técnicos, nas formas integrada ou concomitante, considerando o perfil socioeconômico do público a que se destinam e as oportunidades de trabalho em cada setor de atividade econômica ou segmento profissional. A pactuação deve contribuir para ampliar as oportunidades do público prioritário do Programa e aumentar a produtividade e as perspectivas ocupacionais dos egressos dos cursos oferecidos. As instituições privadas não atuam como ofertantes nesse processo. 53. Primeiramente, o mapa de demanda identificada é elaborado com as informações de cada demandante a partir do diagnóstico local da necessidade por profissionais qualificados. A partir daí, os ofertantes elaboram suas propostas contendo os cursos e o número de vagas a serem ofertados, baseados em fatores como capacidade ociosa, expertise, pessoal e projeto estratégico de suas unidades. Por último, considera-se o montante de recursos orçamentários disponíveis pelo MEC para a execução da ação. Dessa forma, a SETEC, juntamente como os demais atores, define e homologa os cursos, a quantidade de vagas para cada ofertante, bem como as municipalidades contempladas. 1 Fluxo simplificado do processo pactuação da Bolsa-Formação. Elaboração do Mapa da Demanda Identificada Elaboração de propostas de cursos e vagas pelos ofertantes Aprovação de vagas pelos demandantes e Setec Publicação das turmas pelas instituições ofertantes Fonte: SETEC, elaboração própria. 54. Cabe ressaltar que existe articulação prévia informal entre demandantes e ofertantes para alinhamento dos interesses desses atores, com o intuito de que os cursos atendam a real necessidade de qualificação profissional dos públicos identificados como beneficiários do programa, em cada localidade. 10

55. Todo o processo de pactuação é realizado por meio do Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec). Registra-se nesse sistema, desde o cadastramento das unidades dos parceiros ofertantes e demandantes, até a oferta de vagas dos cursos pactuados. 3.2 O Repasse de Recursos 56. Cabe ao FNDE o repasse de recursos às entidades ofertantes de cursos do Bolsa-Formação. Com base em solicitações encaminhadas pela SETEC, o FNDE transfere recursos aos SNA e à rede estadual, distrital e municipal de educação, em conta específica, por ordem bancária. Além disso, o Fundo descentraliza créditos orçamentários às instituições da rede federal, na forma de provisão, via SIAFI e efetua o pagamento das mensalidades dos estudantes dos cursos técnicos subsequentes ofertados por instituições privadas. 59. Consoante ao art. 6º, 3º, da Lei 12.513/2011, o montante anual dos recursos repassados, no âmbito do Bolsa-Formação, se dá em função do número de vagas pactuadas com as instituições ofertantes, convertidas em horas-aluno de sessenta minutos, com posterior confirmação das devidas matrículas no Sistec, sem prescindir a obrigatoriedade de devolução em caso de vagas não ocupadas. 57. O Manual de Gestão da Bolsa-Formação prevê que as autorizações de repasse de recursos referente às vagas pactuadas são realizadas, levando em consideração o número de meses restantes até o final do ano do repasse, o histórico e execução financeira de cada instituição e, ainda, a disponibilidade orçamentária do MEC. 58. De acordo com o art. 16, inciso XXIV, da Portaria MEC 168/2013 a rede pública de EPT e os SNA tem a responsabilidade de reconfirmar as matrículas dos estudantes. Essa confirmação deve se dar passados 20% da carga horária do curso e antes de completar 25%. É um procedimento de controle com vistas restringir o repasse de recursos, o qual permite somente o cômputo dos valores referentes àqueles alunos que estejam frequentando efetivamente as aulas. 59. Caso haja desistências de alunos até os limites previstos, as vagas podem ser substituídas por outros estudantes. É entendimento dos gestores do Programa que, no limite desses prazos, não há prejuízos pedagógicos para o ingresso de novos alunos, sendo possível a recuperação do aprendizado dos assuntos abordados nas aulas iniciais. Aliado a isso, faça-se necessária a oportunidade de substituição de alunos com o intuito de minimizar o prejuízo da instituição ofertante com os custos fixos do curso em andamento, principalmente em casos de alto índice de desistência. De qualquer forma, uma vez iniciado o curso, fica o ofertante obrigado a cumprir a totalidade da carga horária pactuada, independentemente da quantidade de alunos presentes. 60. Ainda visando a sustentabilidade dos cursos, nos casos de desistência após o período de substituição, o repasse dos recursos pelo MEC correspondente ao restante do curso continuará a ser feito, segundo o Manual de Gestão da Bolsa-Formação, 2ª edição. 61. Em seu art. 4º, a Lei 12.513/2011 dispõe que os valores das bolsas correspondem ao custo total por estudante, incluídos mensalidades, encargos educacionais e custeio de transporte e alimentação dos beneficiários, vedada a cobrança de quaisquer taxas. Dessa forma, cabe a instituição ofertante fornecer aos alunos uniformes, materiais didáticos gerais e específicos a depender das particularidades de cada curso. O valor da Bolsa-Formação pago por hora-aluno é de R$ 10,00, conforme definição dada pelo 4º, art. 6º da Resolução FNDE 4/2012, alterada pela Resolução FNDE 6/2013. 62. Segundo apontamento da CGU no Relatório de Auditoria Anual de Contas da SETEC, o valor de R$ 10,00 hora-aula não leva em consideração as especificidades de cada curso, como eixo tecnológico, modalidade do curso, carga horária e complexidade da infraestrutura necessária para a oferta dos cursos, o que afronta o art. 6º, 5º da Lei 12.513/2011. O relatório destaca que o valor atual da Bolsa-Formação foi calculado por meio da média dos custos aplicados pelo SENAI, Senac e rede federal de EPT, com base em planilhas de preços genéricos, agregadas por Estado, sem detalhamento de custos unitários. 63. Em resposta à própria CGU sobre esse questionamento, a SETEC se comprometeu em realizar estudos para definir uma metodologia de cálculo do valor da hora-aula dos cursos ofertados no Bolsa- Formação, em consonância com o dispositivo da Lei 12.513/2011 que regulamenta o tema. No entanto, até a data deste levantamento, a SETEC ainda não havia apresentado o referido estudo. A questão está sendo acompanhada nas contas da SETEC de 2013, TC 023.017/2014-7. 11

64. Fica a Cargo da SETEC a comparação entre os recursos repassados pelas vagas pactuadas e os recursos aos quais a instituição faz jus em virtude das vagas efetivamente ocupadas, a ser realizada no processo de prestação de contas. 3.3 Assistência Estudantil 65. A assistência estudantil, prevista no art. 6º, 4º da Lei 12.513, de 26 de outubro de 2011, e regulamentada pela Resolução/FNDE 62 de 11 de novembro de 2011, em seu art. 8º, é direito dos beneficiários da Bolsa-Formação, a fim de subsidiar alimentação e transporte, que poderá ser prestada diretamente ou em forma pecuniária. Não recebem o benefício aqueles que residirem próximo ao local de realização das turmas, que tiverem acesso a transporte gratuito e que fizerem renúncia formal. 66. Recebem o auxílio alunos matriculados nos cursos FIC e nos cursos técnicos nas redes públicas de ensino profissional técnico ou nos serviços nacionais de aprendizagem. Os alunos dos cursos técnicos na forma subsequente ofertados pelas instituições privadas não fazem jus ao recurso de assistência estudantil, conforme previsão do art. 67, 3º da Portaria MEC 168, de 7 de março de 2013. 67. Não existem normativos que regulamentem o valor destinado a esse auxílio, entretanto, diversos ofertantes, e os próprios gestores da SETEC, usam como referência a quantia de R$ 2,00 hora-aula para custear as despesas previstas. Isso foi constatado, em entrevistas com SENAI Nacional, SENAI DF, Instituto Federal de Brasília e Escola Técnica de Saúde, em Planaltina, vinculada à Secretaria de Educação do Distrito Federal. Os gestores dessas entidades afirmaram, em entrevistas, utilizar esse parâmetro, em forma de pecúnia, repassada diretamente ao aluno. 68. No caso do SENAI, existe orientação do departamento nacional para que a assistência estudantil seja repassada em dinheiro. Contudo, são levadas em considerações localidades com situações peculiares, onde a prestação se dá pelo fornecimento de alimentação e transporte, sem nenhum prejuízo aos beneficiários. 69. Existem localidades que a prefeitura municipal oferece o transporte gratuito a estudantes, extensivo inclusive aos beneficiários da Bolsa-Formação. Isso acaba por desonerar a instituição do repasse relativo ao transporte do aluno. 70. Cabe ressaltar que as instituições recebem integralmente o valor de R$ 10 referente aos alunos desistentes após o término do prazo limite de substituição desses beneficiários, conforme descrito acima. Contudo, segundo os gestores da SETEC, não há abatimento da parcela da assistência estudantil nesse repasse. De fato, um dos impeditivos para que esse valor seja descontado é o fato de não haver valor fixado nos normativos que regulam a assistência estudantil. A ausência de tal procedimento acarreta distorções na operacionalização do Programa, tendo em vista a apropriação indevida, pelos ofertantes, de parte dos valores da assistência estudantil não destinada a beneficiários. 71. A questão que foi suscitada, em entrevista a gestores e especialistas, sobre a assistência estudantil, é que o auxílio é fator relevante quando se trata de redução da evasão no Programa. O pagamento do auxílio, possivelmente, garante maior permanência dos alunos nos cursos matriculados. Isso porque o recebimento desse valor se torna, muitas das vezes, complemento de renda para a família do beneficiário, no período de duração do curso. 72. A falta de regulamentação e o número de denúncias veiculadas na mídia a respeito do atraso e não fornecimento da assistência estudantil, associado a sua relevância e materialidade, sugerem que a questão merece uma análise mais profundada, que identifique todas as formas de prestação do serviço, lacunas nos normativos e omissões na prestação de contas. A questão será tratada na auditoria de conformidade em cursos no Pronatec (TC 024.329/2015-0). 3.4 Oferta de Curso e Vagas 73. Os parceiros demandantes são responsáveis pelo processo de preenchimento das vagas ofertadas para os cursos FIC e técnicos, nas formas concomitante e integrada da Bolsa-Formação. Tal processo é realizado, a partir da divulgação das ofertas, coleta das inscrições, seleção dos candidatos e realização do procedimento de pré-matrícula dos beneficiários selecionados, por meio do Sistec, respeitando os princípios constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. De acordo com o Manual de Gestão da Bolsa-Formação, a cada curso, podem ser pré-matriculados até duas vezes o número de candidatos em relação a quantidade de vagas originalmente previstas, como lista de espera. 12

74. Fica a cargo das unidades ofertantes a confirmação da matrícula dos candidatos pré-matriculados em primeira chamada que se apresentarem, portando a devida documentação, inclusive o Cadastro de Pessoa Física (CPF), dentro do prazo estabelecido em edital. Os beneficiários matriculados firmam termo de compromisso emitido pelo Sistec. 75. Está previsto no art. 57 da Portaria 168/2013 que esgotados os prazos da primeira chamada definidos em edital, e uma vez não preenchido o total de vagas na turma, os ofertantes poderão ocupar vagas remanescentes em turmas da Bolsa-Formação matriculando candidatos que efetuarem o procedimento de inscrição on-line, no sítio eletrônico do Pronatec, desde que apresentem perfil compatível com o Programa. 76. Cada beneficiário terá direito a até três matrículas por ano em cursos ofertados no âmbito da Bolsa- Formação, sendo, no máximo, uma em curso técnico, respeitando o limite de uma matrícula ativa por vez, conforme disposição dos artigos 52 e 53 da Portaria 168/2013. 77. O registro da frequência e do desempenho acadêmico dos beneficiários de cursos FIC deverá ser atualizada no Sistec, pelo ofertante, até um mês após a realização da aula. Em relação aos cursos técnicos esse prazo é bimestral. Como procedimento de controle e cômputo de horas-aulas ofertadas, a frequência registrada pela unidade ofertante deverá ser validada pelo aluno, também via sistema. 78. A unidade ofertante emite certificado para os alunos que concluíram adequadamente o curso, verificando, nos casos de cursos técnicos, a conclusão do ensino médio realizado em concomitância pelos beneficiários. Após essa etapa, os ofertantes deverão, ainda, encaminhar os concluintes ao Sistema Nacional de Emprego (SINE) ou outra entidade parceira para continuidade do processo de inclusão no mercado de trabalho. 79. Encerrado o curso, cabe ao MEC realizar a conciliação de vagas e cômputo das horas. Utilizando os dados mantidos no Sistec, o Ministério calcula o número de horas-aluno oferecidas por cada parceiro ofertante, comparando esse total com o valor transferido ou descentralizado às instituições, a fim de determinar a existência de saldo credor ou devedor em relação a cada um dos parceiros. 3.5 O processo de Matrículas 80. Desde de 2011 até 2014, com base em dados do Simec, foram matriculados 4.348.632 alunos no âmbito da Bolsa-Formação, evidenciando predominância de registros em cursos FIC, com 78% (3.384.728), e 22% (963.904) em cursos técnicos. Essas matrículas estão distribuídas regionalmente conforme pode ser visto no Gráfico 3, com destaque para as regiões Nordeste e Sudeste. Cabe ressaltar que os cursos ofertados em 2014 abrangeram 4.003 municípios em todo o país. Gráfico 3 Matrículas do Bolsa-Formação por região 2011 a 2014. 12% 13% 16% 32% Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Norte 27% Fonte: Simec, acesso em 27/7/2015. 81. No que tange à quantidade de matrículas por ofertante, observa-se que os SNA são responsáveis por 68% dessas matrículas, sobressaindo o SENAI e o Senac, que representam, respectivamente, cerca de 37% e 24% do total das matrículas da Bolsa-Formação como mostra o gráfico 4. 13

Gráfico 4 Matrículas por entidades ofertantes 2011 a 2014. 128.070 196.031 3% 219.146 5% 5% 525.928 12% 628.482 14% 1.586.389 37% SENAI SENAC Rede Federal Rede Privada Redes Estaduais SENAT SENAR 1.058.355 24% Fonte: Simec, acesso em 27/7/2015. 82. Considerando ainda os dados apresentados no Gráfico 4, nota-se que apesar de a rede privada ter ingressado no Programa somente ao final 2013, para ofertar vagas nos cursos técnicos subsequentes, sua participação já alcança 12% do total de matrículas realizadas na Bolsa-Formação. 83. Cerca de 78% das matrículas realizadas por meio da Bolsa-Formação são de cursos FIC. O SENAR e o SENAT praticamente só ofertam cursos FIC. As redes estaduais apresentaram a maior proporção de matrículas em cursos técnicos, cerca de 32%, seguidas pelo SENAI, que oferece quase 14% das matrículas em cursos técnicos. No Senac, apenas 6% das matrículas foram em cursos técnicos. As matrículas por tipo de curso por ofertantes estão distribuídas conforme demonstrado no Gráfico 5. Gráfico 5 Matrículas por tipo de curso e por ofertante 2011 a 2014. 220.428 105.610 1.365.961 952.745 39.796 588.686 525.928 - SENAI SENAC Rede Federal Instituições privadas 69.710 440 149.436 195.591-128.070 Redes Estaduais SENAT SENAR FIC Técnicos Fonte: Simec, acesso em 27/7/2015. 84. Os cursos ofertados pela Bolsa-Formação atualmente estão distribuídos em 13 eixos tecnológicos: Ambiente e Saúde; Controle e Processos Industriais; Desenvolvimento Educacional e Social; Gestão e Negócios; Informação e Comunicação; Infraestrutura; Militar; Produção Alimentícia; Produção Cultural e Design; Produção Industrial; Recursos Naturais; Segurança; Turismo; e Hospitalidade e Lazer. Os cursos do eixo de Gestão e Negócios são os que têm maior quantidade de matrículas, tanto em cursos FIC como em cursos técnicos. 85. O MEC não dispõe de informações precisas sobre evasão, aprovação e inserção dos egressos no mercado de trabalho. Há forte ênfase no acesso ao ensino profissional, por meio das vagas ofertadas e matriculas realizadas, mas pouca ênfase é dada aos resultados. Contudo, para os objetivos do programa, não 14

basta que os alunos sejam matriculados. É preciso que os mesmos concluam os cursos, que estes tenham qualidade e preparem adequadamente os beneficiários em competências requeridas pelo mercado, e que ainda seja oferecido acesso ao mercado de trabalho. Faz-se necessário, portanto, avaliar ainda em que medida esses aspectos estão sendo considerados na implantação da política. 3.6 Sisutec 86. O Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec), instituído pela Portaria MEC 671/2013, tem por finalidade o acesso de estudantes egressos do ensino médio a vagas gratuitas em cursos técnicos, na forma subsequente. O processo de seleção tem por base os resultados obtidos pelos estudantes no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). 87. Em que pese a previsão da destinação das vagas a alunos que cursaram o ensino médio na rede pública, conforme disposto no art. 34 da Portaria MEC 168/2013, também podem se inscrever no processo seletivo candidatos que concluíram o ensino médio em escolas particulares com bolsa de estudo integral. Vale ressaltar a previsão de vagas reservadas a negros, pardos e indígenas. O processo seletivo, geralmente, acontece duas vezes por ano. 88. A Lei 12.816/2013, que alterou a Lei 12.513/11, dispõem sobre a inclusão das instituições privadas de ensino superior e de ensino profissional técnica de nível médio como parceiros ofertantes, por meio de assinatura de termo de adesão ao Pronatec e habilitação pelo MEC, atendendo aos requisitos previsto no art. 6º-A, 2º da Lei 12.816/2013, a saber: a) atuação em curso de graduação em áreas de conhecimento correlatas à do curso técnico a ser ofertado ou aos eixos tecnológicos previstos no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos; b) excelência na oferta educativa comprovada por meio de índices satisfatórios de qualidade; e c) promoção de condições de acessibilidade e de práticas educacionais inclusivas. 89. A habilitação das entidades privadas ainda está condicionada ao resultado da avaliação pela SETEC, considerando critérios e procedimentos fixados, incluindo visitas in loco. Além das instituições privadas, participam como ofertantes instituições das redes públicas e SNA. 90. Segundo o Manual de Gestão do Bolsa-Formação, as vagas que serão ofertadas nos cursos técnicos subsequentes, são selecionadas pela SETEC a partir das propostas apresentadas pelas instituições ofertantes, levando-se em consideração critérios de distribuição regional das vagas, distribuição das propostas por turno, valor de hora-aluno para cada oferta de curso, entre outros critérios constantes em edital. As propostas devem conter ainda a carga horária e os requisitos de idade mínima dos candidatos. 91. Uma vez selecionadas as instituições e cursos a serem ofertados, é lançado edital ofertando as vagas. As inscrições para participação do processo de seleção são realizadas no site do próprio Sisutec, somente para os estudantes que fizeram o Enem no ano anterior. A nota do exame será utilizada como critério de classificação dos candidatos. Observam-se, ainda, o percentual de vagas destinadas às cotas legalmente estabelecidas. 92. O estudante faz a inscrição em dois cursos por ordem de preferência. As matrículas no Sisutec são realizadas em duas chamadas. Havendo vagas remanescentes, a oferta será disponibilizada a alunos que não realizaram o Enem, que poderão ser preenchidas por meio de processo de seleção realizado pelas secretarias estaduais e distrital de educação ou por inscrição on-line, conforme disposto no 1º e alíneas, art. 50, da Portaria 168/2013. Concluído o processo de matrículas, os dados são registrados no Sistec. 93. A sistemática de repasse de recursos para as entidades privadas é diferenciada em relação ao procedimento utilizado na Bolsa-Formação. Conforme dispõe o art. 67 e 69, da Portaria MEC 168/2013, a Bolsa-Formação ofertada pelas instituições privadas será concedida na forma de bolsa de estudo integral, repassada diretamente às entidades mantenedoras, e corresponderá ao pagamento das mensalidades, incluído todos os encargos educacionais, mediante matrícula e registro mensal de frequência do beneficiário mantidos no Sistec por essas unidades. É necessário que o beneficiário da Bolsa-Formação confirme no sistema a permanência da matrícula no curso para que não seja interrompida a liberação das parcelas para a instituição de ensino ofertante. 94. Na última edição, em 2015, segundo informações fornecidas pelos gestores do programa, em entrevista, 1.089 unidades de ensino ofertaram aproximadamente 100 mil vagas, em 612 municípios. 15