Comum do Mercosul (NCM), que classifica os produtos somente a oito dígitos.

Documentos relacionados
Escaladas tarifárias representam barreiras ao comércio agrícola entre Brasil e União Europeia

Picos tarifários difi cultam a entrada de bens agropecuários brasileiros na China

ANEXO. Proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Agosto/2017

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Julho/2013

Parceiros Comerciais do RS no período de

Parceiros Comerciais do RS no período de

Parceiros Comerciais do RS no período de

Importações no período acumulado de janeiro até novembro de 2015.

ANEXO. Proposta de Decisão do Conselho

TABELA 1 EXPORTAÇÕES DO RS JULHO DE 2016 VS JULHO 2017

Saldo da balança comercial brasileira registra maior valor da série histórica

Parceiros Comerciais do RS no período de

Workshop de Inteligência Comercial. 21 de junho de 2017 Pedro Henriques Pereira Superintendência de Relações Internacionais

Total das exportações do Rio Grande do Sul. Exportações no período acumulado de janeiro a fevereiro de 2016.

Parceiros Comerciais do RS no período de

ANEXO I ANEXO AO ARTIGO 3º DO ACORDO

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Maio/2017

TABELA 1 EXPORTAÇÕES DO RS JULHO DE 2017 VS JULHO 2018

TABELA 1 EXPORTAÇÕES DO RS JANEIRO DE 2017 VS JANEIRO DE 2018

Comparação do mês de março de 2018 com abril de 2018.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio

Comparação do mês de dezembro de

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Agosto/2018

Comércio Exterior de Mato Grosso do Sul / Desempenho Industrial Dezembro 2016

Comércio Exterior de Mato Grosso do Sul / Desempenho Industrial Julho 2016

Parceiros Comerciais do RS no período de

Exportações no período acumulado de janeiro a setembro de Total das exportações do Rio Grande do Sul.

Parceiros Comerciais do RS no período de. Comparação do mês de maio de 2017

TABELA 1 EXPORTAÇÕES DO RS JANEIRO DE 2016 VS JANEIRO DE 2017

Parceiros Comerciais do RS no período de. Comparação do mês de fevereiro de 2017

Exportações no período acumulado de

Parceiros Comerciais do RS no período de

Importações no período acumulado de janeiro até dezembro de 2015.

Comércio Exterior de Mato Grosso do Sul / Desempenho Industrial Julho 2017

Parceiros Comerciais do RS no período de

Parceiros Comerciais do RS no período de

com US$ 165 milhões, com aumento 12% no faturamento e 24% no volume.

TABELA 1 EXPORTAÇÕES DO RS JUNHO DE 2017 VS JUNHO 2018

Comércio Exterior de Mato Grosso do Sul / Desempenho Industrial Outubro 2017

Parceiros Comerciais do RS no período de

Comércio Exterior de Mato Grosso do Sul / Desempenho Industrial Junho 2017

com setembro de 2015.

Comércio Exterior de Mato Grosso do Sul / Desempenho Industrial Setembro 2017

Suspensão da COFINS e do PIS e crédito presumido de COFINS e PIS: Base legal: Lei / art. 54 a 57 - alterada pela Lei 12.

Parceiros Comerciais do RS no período de. janeiro a abril de 2016.

RELATÓRIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO GAÚCHO

TABELA 1 EXPORTAÇÕES DO RS JANEIRO DE 2018 VS JANEIRO DE 2019

Exportações no período acumulado de janeiro até julho de Total das exportações do Rio Grande do Sul.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Comércio e Relações Internacionais. Balança Comercial do Agronegócio Abril/2019

Comércio Internacional

TABELA 1 EXPORTAÇÕES DO RS MARÇO DE 2016 VS MARÇO 2017

Florestais apresentou um crescimento de 54,2%, totalizando US$ 68 milhões.

RELATÓRIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO GAÚCHO

Parceiros Comerciais do RS no período de. Comparação do mês de dezembro de

Exportações no período acumulado de janeiro até maio de Total das exportações do Rio Grande do Sul.

Boletim informativo Balança comercial. Janeiro/2018. Daiane Leal

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

Proposta de REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

Comércio Exterior de Mato Grosso do Sul / Desempenho Industrial Junho 2019

BALANÇOS Novas oportunidades e aumento nas exportações

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA SÃO PAULO E DISTRITO FEDERAL. Produtos Alimentícios. Vigência a partir de ANEXO ÚNICO

TABELA 1 EXPORTAÇÕES DO RS JULHO DE 2015 VS JULHO 2016

2º Seminário sobre Comércio Internacional CNI-IBRAC

ANÁLISE CONJUNTURAL DO MERCOSUL

Parceiros Comerciais do RS no período de

Regimes aplicáveis à importação pela União Europeia (UE) de produtos agrícolas sensíveis originários do Reino de Marrocos

ANEXO XVII PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

RELATÓRIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO GAÚCHO

IV WORKSHOP DO INFOSUCRO / IE-UFRJ MESA 3: COMÉRCIO INTERNACIONAL, BARREIRAS E POLÍTICAS MARTA LEMME (IE-UFRJ) NOVEMBRO/2011

Indicadores de Exportação e Importação. Dados de Comércio de Importação e Exportação de Biscoitos e outros derivados.

TABELA 1 EXPORTAÇÕES DO RS JUNHO DE 2015 VS JUNHO 2016

Agronegócio. Internacional. Soja Campeã. Boletim do. Recordistas de vendas no valor exportado total Jan-Mai 2014/2013. Edição 01 - Junho de 2014

ANEXO. Proposta de Decisão do Conselho. relativa à celebração do Acordo de Comércio Livre entre a União Europeia e a República de Singapura

As importações de produtos do agronegócio, por sua vez, subiram de US$ 1,08 bilhão em maio de 2018 para US$ 1,18 bilhão em maio de 2019.

GUINÉ-BISSAU Comércio Exterior

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Comércio e Relações Internacionais. Balança Comercial do Agronegócio Março/2019

AGRICULTURA, PECUÁRIA E INDÚSTRIA TRANSFORMADORA RELATÓRIO DE CONJUNTURA

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Comércio e Relações Internacionais. Balança Comercial do Agronegócio Fevereiro/2019

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

Análisis Prospectivo del Comercio Agroalimentario Internacional. Prof. Dra. Susan E. Martins Cesar de Oliveira (Universidade de Brasília - UnB)

Painel II: A Força do Agronegócio Brasileiro no Mercado Internacional. Comércio Exterior Agrícola

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio

V AVISULAT Porto Alegre/RS

VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DEVE AUMENTAR 2,99% EM 2018

Agroexportações. agronegócio e cooperativismo

Coordenação-Geral de Tributação

% MVA - INTERNA ALIQ. INTERNA

Saldo BC Exportações Importações Importações s/gás

I - CHOCOLATES MVA AJUSTADO % - 12% MVA Original % ITEM DESCRIÇÃO ,29 50,56 52,41 64,24 66,27 1.2

ANEXO 1 AO COMUNICADO: ACORDOS DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA SÃO PAULO E RIO GRANDE DO SUL

2ª Edição, Volume I, Nº 7, Ano V. Primeiro Trimestre de 2010

CHINA. desafios para o. do agro. Oportunidades e. comércio bilateral. Pedro Henriques Pereira 15/10/2018

ITEM DESCRIÇÃO NCM IVA-ST SP PRESENTE NOS ACORDOS

SP: Novo IVA-ST para produtos da Indústria Alimentícia, válido a partir de 1º de Junho

RELATÓRIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO GAÚCHO

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Julho/2017

TOTAL DAS EXPORTAÇÕES DA BAHIA EM AGOSTO: EXPORTAÇÕES ACUMULADAS JAN-AGO/2017: COMPARAÇÃO DE AGOSTO/2018 COM AGOSTO/2017:

Boletim informativo Balança comercial. Outubro/2017 Daiane Leal

Transcrição:

n. 3 - Nov/2014 Picos tarifários na União Europeia são entraves às exportações agrícolas brasileiras As tarifas de importação são a forma mais direta de proteção dos mercados internos em relação à entrada de produtos originários de outros países. Determinados produtos apresentam tarifas de importação mais elevadas que outros. Em algumas situações, a tarifa de importação aplicada é tão elevada que passa a constituir barreira ao acesso de certos produtos. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou estudo que avalia os entraves para a entrada de alguns produtos agrícolas brasileiros no mercado da União Europeia (UE) em razão dos picos tarifários - quando as tarifas de importação são muito elevadas, acima da média. Na UE, as tarifas de importação são defini- Análise de produtos selecionados A lista dos produtos agrícolas mais protegidos é composta por aqueles com tarifas de importação iguais ou superiores a 75%. Foram acrescentados à lista, ainda, determinados produtos que, embora apresentem tarifas de importação ou ad valorem 1 (EAV) inferiores a 75%, são considerados emblemáticos para as exportações brasileiras. Carne de frango No agrupamento carne de frango está a carne de frango em pedaços e outras preparações e conservas. Produto Carne de frango em pedaços e outras preparações e conservas Nomenclatura combinada da União Europeia (NC) Grupo A Grupo B das de acordo com a classificação de cada produto na Nomenclatura Combinada (NC). A NC europeia classifica os produtos a dez dígitos, dos quais os seis primeiros se baseiam na nomenclatura do Sistema Harmonizado (SH). Este sistema difere da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que classifica os produtos somente a oito dígitos. Das 2.180 linhas tarifárias correspondentes aos produtos do setor agrícola, a seis dígitos, um terço apresenta tarifa de importação superior a 20% e menos de um décimo apresenta tarifa superior a 75%. No entanto, vários produtos brasileiros encontram-se enquadrados neste último percentual. 16023211 1602323010 A União Europeia é um dos principais mercados para o agronegócio brasileiro. Em 2013, teve 22% de participação nas receitas de exportação do setor e uma receita de US$ 21,9 bilhões. Nos primeiros dez meses de 2014, segundo o estudo, o desempenho foi repetido e as exportações brasileiras atingiram US$ 18,3 bilhões. Para informações sobre a metodologia e o resultado detalhado deste estudo, entre em contato com a Superintendência de Relações Internacionais (SRI) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Telefone: +55 61 2109 4885 E-mail: internacional@cna.org.br EAV Quota especifica de 2.765 /1000kg / 1 A tarifa ad valorem é um percentual cobrado sobre o valor do bem importado, e não sobre a quantidade. 2 Erga omnes é a terminologia utilizada pela União Europeia para indicar o tratamento (direito e obrigações) aplicável a todos os países. Corresponde ao tratamento de Nação Mais Favorecida (NMF) da OMC. 88% 15,8 mil toneladas 62,9 mil toneladas 630 /1000kg 10,90% 1602329010 295 toneladas 10,90% 2071410 2071470 especifica de 102,4 /100kg especifica de 100,80 /100kg 81,97% 80,69% Erga omnes 2 de 2,3 mil toneladas com tarifa específica de 795 /1000kg/ líquido Específica para o Brasil de 11,9 mil toneladas com tarifa ad valorem de 0%

2 Para melhor entendimento, os produtos foram divididos em dois grupos, como mostra a tabela. A tarifa de importação mais elevada cabe aos produtos do grupo A, segundo mostra a tabela acima. Estas linhas tarifárias beneficiam-se de uma quota equivalente a 15,8 mil toneladas, 62,9 mil toneladas e 295 toneladas, respectivamente. Os produtos do grupo A registraram exportações de 93,7 mil toneladas, das quais 64,1 mil toneladas (68,4%) foram exportadas para a UE em 2013. Já os produtos do grupo B registraram exportações de 113,2 mil toneladas para a UE, representando aproximadamente 5,6% de 2 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no mesmo período. Observa-se, portanto, que as tarifas elevadas afetam as exportações brasileiras de produtos não contemplados pela quota. Carne bovina Do agrupamento de carne bovina, foram analisadas carne bovina desossada, carne bovina congelada e miudezas. Abaixo seguem duas tabelas: uma referente às tarifas e outra referente às quotas. Produto Grupo Nomenclatura combinada da União Europeia (NC) combinada EAV Carne bovina desossada 2013000 12,8% + 303,40 /100kg 72,97% A 0202309050, 0202309055, 0202309060, 0202309065 12,8% + 304,10 /100kg 121,61% B 0202209010, 0202209090 12.8% + 265.30 /100kg 109.99% Carne bovina congelada C 0202301010, 0202301093, 0202301095, 0202301097, 0202301099, 0202305010, 12,8% + 221,10 /100kg 91,91% 0202305093, 0202305095, 0202305097, 0202305099 D 0202201010, 0202201090 12,80% + 176,80 /100kg 77,57% Miudezas comestíveis de animais das espécies bovina, frescas, refrigeradas ou congeladas E 0206299110, 0206299120, 0206299132, 0206299134, 0206299136, 0206299139, 12,8% + 304,10 /100kg 214% 0206299150, 0206299160, 0206299170, 0206299199 F 0206109510, 0206109590 12,80% + 303,40 /100kg 98,49% Produto Carne bovina desossada Carne bovina congelada Miudezas comestíveis de animais das espécies bovina, frescas, refrigeradas ou congeladas Nomenclatura combinada da União Europeia (NC) 2013000 0202309050, 0202309055, 0202309060, 0202309065 0202209010, 0202209090 0202301010, 0202301093, 0202301095, 0202301097, 0202301099, 0202305010, 0202305093, 0202305095, 0202305097, 0202305099 0202201010, 0202201090 0206109510, 0206109590, 0206299110, 0206299120 0206299132, 0206299134, 0206299150, 0206299160, 0206299199 2 Quotas e contingentes tarifários Quota Hilton, 10 mil toneladas, tarifa específica de 20% Erga omnes de 53 mil toneladas com tarifa ad valorem de 20% Quota específica para o Brasil de 10 mil toneladas com tarifa ad valorem de 20% Erga omnes de 53 mil toneladas com tarifa ad valorem de 20% Erga omnes de 63,7 mil toneladas com tarifas variáveis entre 20% e 20% + 2138,4 / 1000 kg/ líquido, 0206299136, 0206299139 Erga omnes de 800 toneladas com tarifa ad valorem de 4% 206299170

3 À carne bovina desossada é aplicada uma tarifa combinada de 12,8% + 303,40 /100kg e um EAV de 72,97%. Esta linha tarifária, contudo, está incluída na quota estabelecida para o Brasil, conhecida como Quota Hilton. Esta quota disponibiliza 10 mil toneladas e uma tarifa ad valorem intra-quota de 20%. A tarifa ad valorem é um percentual cobrado sobre o valor do bem importado. E não sobre a quantidade. As exportações brasileiras deste produto atingiram 143,2 mil toneladas, das quais 25,7 mil toneladas foram exportadas para a UE, equivalentes a 18% do volume total exportado. Apesar de o total destinado à UE ser maior do que o volume incluído no contingente tarifário, os montantes são relativamente pequenos, indicando que o pico tarifário representa um entrave às exportações brasileiras. Já em relação à carne bovina congelada, 18 linhas tarifárias foram selecionadas e distribuídas em grupos - de A a D -, para melhor entendimento. A estas linhas tarifárias são aplicadas quatro diferentes tarifas (ver tabela). Os produtos compreendidos nos grupos A e C registraram exportações de um milhão de toneladas. Deste montante, 45,5 mil toneladas, ou seja, 4% do volume total, foram destinadas à UE. Já os produtos dos grupos B e D tiveram exportações de 7,7 mil toneladas, das quais apenas 7,9 toneladas foram exportadas para o mercado da UE (volume menor que 1% do total). Neste contexto, os pequenos volumes de carnes exportados pelo Brasil para a UE demonstram com clareza o efeito negativo do pico tarifário sobre o fluxo de comércio. Verifica-se que a receita obtida com as vendas externas das carnes bovinas congeladas mencionadas acima (US$ 4,4 bilhões) corresponde a 7% do valor total das exportações de produtos agrícolas pelo Brasil no mesmo período (US$ 63,8 bilhões) em 2013 3. As miudezas comestíveis de animais das espécies bovina frescas, refrigeradas ou congeladas também foram dispostas em grupos - E e F - para facilitar o entendimento. As linhas tarifárias contidas no grupo E totalizaram 114,8 mil toneladas. Apenas 153 toneladas foram destinadas à União Europeia (equivalente a 0,001%), enquanto os produtos contidos no grupo F representaram um volume total de 2,9 mil toneladas. Não houve, contudo, registro de exportações para a UE. Neste cenário, o volume irrisório de carne exportado para a UE demonstra o efeito do pico tarifário sobre o fluxo de comércio. Leite e laticínios No agrupamento leite e laticínios estão duas categorias de produtos. O primeiro reúne nata não concentrada nem adicionada de açúcar ou de outros edulcorantes. No segundo estão leite e nata concentrados ou adicionados de açúcar ou de outros edulcorantes. Categoria de produto Nata não concentrada nem adicionada de açúcar ou de outros edulcorantes e leite e nata Leite e nata concentrados ou adicionados de açúcar ou de outros edulcorantes Nomenclatura combinada da União Europeia (NC) 0401509110 0401509910 0401503110 0401503910 04029931 04029939 183,70 /100kg 182,80 /100kg 110 /100kg 109,10 /100kg combinada de 1,08 /kg/matéria láctea + 19,40 /100kg combinada de 1,08 /kg/matéria láctea + 18,50 /100kg EAV 109,96% 109,43% 65,85% 65,31% 185,18% 183,87% Em 2013, as exportações brasileiras de nata não concentrada nem adicionada de açúcar chegaram a 6,6 mil toneladas. No entanto, não há registros de exportações brasileiras destes produtos para a UE. Isto pode ser ocasionado, dentre outros fatores, pelas elevadas tarifas de importação aplicadas a estes produtos. No âmbito do leite e nata concentrados ou adicionados de açúcar, os produtos selecionados alcançaram exportações de 24,3 mil toneladas em 2013. Mas não há registro de exportações destes produtos para a UE. 3 Foram consideradas somente as seguintes linhas tarifarias: os capítulos de 01 a 24, exceto o capítulo 03, mais as subposições 290543 e 290544, e as posições 3301, 3501 a 3505, 380910, 382360, 4101 a 4103, 4301, 5001 a 5003, 5101, 5102, 5103, conforme a definição da OMC. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) adota uma metodologia diferente da OMC para o cálculo das exportações do agronegócio, razão pela qual apresenta valor total diferente do apresentado acima. 3

4 Açúcares de cana ou de beterraba e sacarose quimicamente pura, no estado sólido No agrupamento de açúcares de cana ou de beterraba e sacarose quimicamente pura, no estado sólido, estão as seguintes categorias de produtos: açúcar de cana em bruto e açúcares refinados. Categoria de produto Nomenclatura combinada da União Europeia (NC) EAV Quota 17011390 e 17011490 41,90 /100kg 75,21% Açúcar de cana em bruto 17011310 e 17011410 33,90 /100kg (qualidade standard) 60,85% Quota CXL 98 /1000kg/líquido 334 mil toneladas) erga omnes (253.977 toneladas) Açúcares refinados 1701991020, 1701991080 e 17019990 41,90 /100kg 76,06% As tarifas de importação fora da quota para açúcares de cana em bruto são bem elevadas. No entanto, o acesso ao mercado europeu do açúcar de cana em bruto destinado à refinação é realizado por meio de quotas tarifárias, as quais podem ser específicas por país, como é o caso do Brasil, Austrália e Cuba. Os produtos abrangidos pelas linhas tarifárias 17011310 e 17011390 registraram que foram 15 mil toneladas exportadas pelo Brasil, das quais 399 toneladas destinaram-se ao mercado da UE. Este total representou 3% das exportações brasileiras destes produtos em 2013. Por sua vez, os produtos abrangidos pelas linhas tarifárias 17011410 e 17011490 apresentaram exportações totais de 21,5 milhões de toneladas em 2013, das quais 1,2 milhão de toneladas foram destinadas à UE, equivalendo a 6% das exportações brasileiras destes produtos naquele período. Observa-se que as exportações brasileiras destes produtos equivaleram a US$ 9,1 bilhões em 2013, ou seja, 14% do valor total das exportações de produtos agrícolas pelo Brasil no mesmo período (US$ 63,8 bilhões). Na categoria açúcares refinados, as exportações brasileiras foram de 5,6 milhões toneladas, sendo 97,6 mil toneladas exportadas para a UE, 2% do volume total das exportações brasileiras naquele período. Em 2013, o valor total das vendas externas do país - de açúcares refinados - correspondeu a US$ 2,6 bilhões, equivalente a 4% de toda a exportação brasileira de produtos agrícolas. Cereais e produtos transformados à base de cereais No agrupamento de cereais e produtos transformados à base de cereais encontram-se o trigo e a mistura de trigo com centeio, o arroz com casca não estufado, além dos produtos transformados à base de cereais. Na categoria trigo e mistura de trigo com centeio, foram selecionadas quatro linhas tarifárias que se beneficiam de uma quota erga omnes, conforme a tabela abaixo. As exportações brasileiras destes produtos foram de 1,1 milhão de toneladas em 2013. Do total, 353,8 mil toneladas foram destinadas à UE, correspondendo a 31% do volume total das exportações brasileiras destes produtos. Na categoria de arroz com casca não estufado, foram selecionadas quatro linhas tarifárias. O total das exportações brasileiras dos produtos compreendidos nas linhas tarifárias selecionadas correspondeu a 280,7 mil toneladas, em 2013. Apesar do volume exportado e ainda da existência de quota, não há registros de quaisquer exportações destinadas à UE. Tal fato pode estar associado às elevadas tarifas de importação aplicáveis a estes produtos. 4

5 Categoria de produto Trigo e mistura de trigo com centeio Arroz com casca, não estufado Produtos transformados à base de cereais Grumos e sêmolas de milho Outros grãos trabalhados de milho Nomenclatura combinada da União Europeia (NC) 1001990020, 1001990030, 1001990092 e 1001990094 10061092, 10061094, 10061096 e 10061098 11031310 11042340 Fécula de mandioca 110814 Amido de milho 110812 Bolachas e biscoitos, revestidos ou recobertos com chocolate ou outras preparações que contenham cacau Outras preparações à base de cereais, farinhas, amidos, féculas ou leite e produtos de pastelaria (excluindo o extrato de malte). 190531 19019099 Farinha de milho 11022010 EAV Quota 95 /1000kg 211 /1000kg 173 /1000kg 152 /1000kg 166 /1000kg 166 /1000kg de 9% + componente agrícola de 24,2% + taxa reduzida de direito adicional sobre o açúcar de 7,6% + componente agrícola 173 /1000kg 41,24% 39,05% 42,25% 37,12% 35,47% 34,93% Aproximado de ± 33,20% Estimado superior a 33% 31,49% Erga omnes de 2,5 milhões de toneladas, com tarifa específica aplicada de 12 /1000kg Erga omnes de sete toneladas com tarifa ad valorem de 15% Erga omnes de 10,5 mil toneladas, com tarifa específica de 66 /1000kg Erga omnes de 191 toneladas, com tarifa ad valorem de 33%; No âmbito dos produtos transformados à base de cereais, foram selecionadas sete linhas tarifárias que constituem um grupo bastante heterogêneo de produtos. O destaque é a linha tarifária para grumos e sêmolas de milho que detém a tarifa de importação mais elevada. Em 2013, o volume total das exportações destes produtos foi de 7,6 mil toneladas. No entanto, o volume das exportações brasileiras para a UE foi de apenas 321 toneladas, equivalente a 4% do total. Outros grãos trabalhados de milho tiveram exportações de 17 mil toneladas, das quais 381,5 toneladas com destino à UE (2% do volume total). Fécula de mandioca registrou exportações de 6,2 mil toneladas, das quais 711,5 toneladas com destino à UE (11% do volume total), considerando a quota erga omnes. Amido de milho obteve exportações de 8,4 mil toneladas, das quais 460,8 toneladas com destino à UE (5% do volume total). Bolachas e biscoitos revestidos ou recobertos com chocolate ou outras preparações que contenham cacau registraram um volume total de exportação de 24,8 mil toneladas, das quais 556,4 toneladas com destino à UE (2% do total). Outras preparações à base de cereais, farinhas, amidos, féculas ou leite e produtos de pastelaria (excluindo o extrato de malte) registraram volume total de exportação de 2 mil toneladas, das quais 140,4 toneladas com destino à UE (7% do volume total), apesar da quota erga omnes. Finalmente, a farinha de milho registrou exportação de 99,3 mil toneladas, das quais 59 toneladas com destino à UE (equivalente 0% do volume total). 5

6 Outros produtos Produto Nomenclatura combinada da União Europeia (NC) EAV Quota 23099039 e 23099070 948 /1000kg 97,69% Alimentos para cães ou gatos e outras preparações dos tipos utilizados na alimentação de animais 23099049 23091039 888 /1000kg 888 /1000kg 91,51% 76,58% Erga omnes de 2 mil toneladas e tarifa ad valorem aplicada de 7% 23099035 e 23099059 730 /1000kg 75,23% O último agrupamento consiste de linhas tarifárias referentes aos alimentos para cães ou gatos e outras preparações dos tipos utilizados na alimentação de animais. Nesta categoria foram selecionadas seis linhas tarifárias. As exportações brasileiras dos produtos compreendidos nestas linhas tarifárias, exceto 23091039 que se beneficia de uma quota erga omnes, corresponderam a 125 mil toneladas em 2013. Deste volume, 2,9 mil toneladas foram exportadas para a UE, representando 2% do volume total das exportações destes produtos naquele período. Já em relação ao produto abrangido pela linha tarifária 23091039, que se beneficia de uma quota erga omnes de duas mil toneladas e tarifa ad valorem aplicada de 7%, o volume total das exportações brasileiras foi de 19 mil toneladas em 2013, das quais 1,4 mil toneladas tiveram como destino a UE (11% do volume total). Conclusão Após o levantamento dos dados e a análise efetuada, constata-se que os picos tarifários representam barreira significativa ao comércio entre o Brasil e a UE, na medida em que determinados produtos analisados apresentaram volumes de exportação bastante irrisórios ou até mesmo inexistentes para este bloco em 2013. Em alguns casos, o volume total de exportações destes mesmos produtos para o restante do mundo é considerável. É possível afirmar que nem todos os picos tarifários constituem entrave ao comércio de determinados produtos entre o Brasil e a União Europeia. Isto porque, em alguns casos, não há qualquer registro de exportações brasileiras em geral e, em outros, existem fluxos comerciais apesar das elevadas tarifas. INFORMATIVO UNIÃO EUROPEIA é elaborado mensalmente pelo Escritório de Representação da CNA em Bruxelas, Bélgica. Reprodução permitida desde que citada a fonte. 6 CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL SGAN - Quadra 601 - Módulo K CEP: 70.830-021 Brasília/DF (61) 2109-1419 cna.comunicacao@cna.org.br