As Mulheres nos Mercados de Trabalho Metropolitanos

Documentos relacionados
As Mulheres nos Mercados de Trabalho Metropolitanos

REDUÇÃO DO DESEMPREGO NÃO DIMINUIU DESIGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

OS NEGROS NOS MERCADOS DE TRABALHO METROPOLITANOS NOVEMBRO DE 2015

Melhoria no mercado de trabalho não foi suficiente para garantir uma inserção menos desigual às mulheres

A inserção das mulheres no mercado de trabalho do Distrito Federal

Melhoria no mercado de trabalho não garantiu igualdade de condições às mulheres

A INSERÇÃO DOS NEGROS NOS MERCADOS DE TRABALHO METROPOLITANOS

O TRABALHO DAS MULHERES NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO EM 2013: MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS

A população negra ainda convive com patamares de desemprego mais elevado

A presença feminina no mercado de trabalho do Distrito Federal 2016

A inserção das mulheres no mercado de trabalho do Distrito Federal

A inserção das mulheres no mercado de trabalho urbano brasileiro em um contexto expansionista e estruturador

A PRESENÇA FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO NAREGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 2015

SETEMBRO DE LIGEIRO RECUO DA TAXA DE DESEMPREGO

A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA

Taxa de desemprego se eleva pelo segundo mês consecutivo

MULHERES SOFREM MAIS COM O DESEMPREGO E GANHAM MENOS QUE OS HOMENS NA RMBH

Taxa de desemprego registra comportamento de relativa estabilidade em todas as regiões

MERCADO DE TRABALHO NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE EM 2012

Abril de A Emenda Constitucional nº 72, de abril de 2013, estende aos Empregados Domésticos, direitos já consagrados aos demais trabalhadores.

REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA Especial 8 de Março Dia Internacional da Mulher

Taxa de desemprego continua ascendente em três regiões

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO DO ABC 1. Taxa de desemprego se eleva

Taxa de desemprego registra comportamento diverso entre as regiões

A PRESENÇA FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO NA REGIÃO DO ABC EM 2015

A DESIGUALDADE ENTRE NEGROS E NÃO-NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO, NO PERÍODO

DIA INTERNACIONAL DA MULHER 08 DE MARÇO 2016

MERCADO DE TRABALHO NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE EM 2013

Taxa de desemprego mantém-se relativamente estável

MAIO DE Deteriora-se a situação do mercado de trabalho da RMPA

ABRIL DE Taxa de desemprego mantém-se praticamente estável

A inserção do negro no mercado de trabalho no Distrito Federal

VOLATILIDADE NOS INDICADORES DO MERCADO DE TRABALHO ABRIL DE 2017

MERCADOS DE TRABALHO METROPOLITANOS. Taxa de desemprego relativamente estável em duas regiões Junho de 2017

A INSERÇÃO PRODUTIVA DOS NEGROS NOS

DESEMPENHO DO MERCADO DE TRABALHO DE PORTO ALEGRE EM

A inserção feminina no mercado de trabalho da RMPA

Taxa de desemprego aumenta pelo quarto mês consecutivo

Desempenho do mercado de trabalho ampliou a formalização do emprego feminino em 2013

A inserção da população negra no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Belo Horizonte

MELHORA DO MERCADO DE TRABALHO PROSSEGUE EM 2007 DETERMINANDO A MENOR TAXA DE DESEMPREGO DOS ÚLTIMOS 11 ANOS

O MERCADO DE TRABALHO EM 2011

Boletim Especial ABRIL MARÇO Emprego Doméstico no Distrito Federal, em 2016

ABC 1 Maio 2. Taxa de desemprego cresce pelo terceiro mês consecutivo

MENOR TAXA DE DESEMPREGO DA SÉRIE HISTÓRICA DA PESQUISA

A INSERÇÃO DOS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO EM 2012

FEVEREIRO DE 2014 * Aumenta a taxa de desemprego

Desempenho do mercado de trabalho em 2014 interrompe processo de formalização do emprego feminino

PRESSÃO NO MERCADO DE TRABALHO CAUSA PEQUENA ELEVAÇÃO NO DESEMPREGO

A INSERÇÃO DOS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO EM 2012

Taxa de desemprego permanece estável

Mercado de Trabalho nas Regiões Metropolitanas em 2016

MERCADO DE TRABALHO NA REGIÃO DO ABC EM 2013 *

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NO DISTRITO FEDERAL JANEIRO DE 2007

MENOR NÍVEL DE DESEMPREGO

SÌNTESE DE RESULTADOS APURADOS EM 2016 SPED (Abril/2017)

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NO DISTRITO FEDERAL ABRIL DE Ocupação cresce ligeiramente e taxa de desemprego permanece praticamente estável

DESEMPREGO MANTÉM-SE ESTÁVEL

Taxa de Desemprego Diminui

A inserção feminina no mercado de trabalho na região do ABC em 2013

Seminário Nacional das Trabalhadoras Domésticas para ampliar direitos e promover a igualdade no mundo do Trabalho

Taxa de desemprego cresce nas cinco regiões

Compreende os municípios de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.

DESEMPENHO DO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE EM 2016

MERCADO DE TRABALHO NA REGIÃO DO ABC EM

DESIGUALDADE MARCA A PRESENÇA DE NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO

Boletim Especial ABRIL MARÇO Emprego Doméstico no Distrito Federal, em 2015

Outubro de 2014 * ELEVAÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO

AGOSTO 1 DE 2007 Ocupação mantém-se em crescimento

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NO DISTRITO FEDERAL MARÇO DE Em comportamento típico para o período, taxa de desemprego assinala aumento

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO OUTUBRO Desemprego diminui pelo segundo mês consecutivo

Seminário SINTETEL Conversa entre Mulheres

CRISE ECONÔMICA TEM FORTE IMPACTO SOBRE OS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO NA RMS

MERCADO DE TRABALHO NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA EM 2011

SISTEMA PÚBLICO DE EMPREGO, TRABALHO E RENDA. Mercado de Trabalho

PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO. Crescimento da ocupação reduz desemprego

PED-RMPA O EMPREGO DOMÉSTICO NA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE (RMPA) 2009

OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DE DIADEMA

Desemprego mantém relativa estabilidade na maioria das regiões

MERCADO DE TRABALHO NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

INSERÇÃO DAS MULHERES COM ESCOLARIDADE SUPERIOR NO MERCADO DE TRABALHO

MERCADO DE TRABALHO METROPOLITANO 1

MERCADO DE TRABALHO NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

Taxa de desemprego diminui pelo segundo mês consecutivo

Taxa de desemprego mantem-se relativamente estável

Projeto DIEESE/OIT SC/BRA/006/200 1

Ligeiro crescimento da taxa de desemprego

Janeiro de 2016 * RELATIVA ESTABILIDADE DA TAXA DE DESEMPREGO

DESEMPREGO CRESCE PELO SEGUNDO MÊS CONSECUTIVO

DESEMPREGO ESTÁVEL NA RMF

A INSERÇÃO DO NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA

AGOSTO DE LIGEIRA REDUÇÃO DA TAXA DE DESEMPREGO

CONSTRUÇÃO. boletim. Trabalho e APESAR DO DESAQUECIMENTO DA ECONOMIA, GERAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL MANTÉM CRESCIMENTO

A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA

RMF REGISTRA A MENOR TAXA DE DESEMPREGO

MERCADO DE TRABALHO NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

PED ABC. Maio 2 DE Pequeno crescimento da taxa de desemprego PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO DO ABC 1. N o 25

Taxa de desemprego em relativa estabilidade

PED ABC. Novembro 2 DE Taxa de desemprego em relativa estabilidade PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO DO ABC 1.

Transcrição:

As Mulheres nos Mercados de Trabalho Metropolitanos Taxa de participação feminina tem comportamento diverso nas regiões E ntre 2014 e 2015, a proporção de mulheres com dez anos ou mais inseridas no mercado de trabalho, na situação de ocupadas ou desempregadas taxa de participação feminina, decresceu em Fortaleza e Salvador, registrou crescimento em Porto Alegre e pequena oscilação positiva em São Paulo. GRÁFICO 1 Taxas de Participação Regiões Metropolitanas 2010-2015 Fonte: Convênio DIEESE SEADE, MTE/FAT e Convênios Regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED)

Taxa de desemprego aumenta em menor intensidade para as mulheres em todas as regiões A taxa de desemprego total aumentou para homens e mulheres em todas as regiões pesquisadas pelo Sistema PED 1, todavia, os acréscimos nas taxas de desemprego das mulheres ocorreram em intensidade bastante inferior que os dos homens. Para ambos os sexos, a maior elevação relativa ocorreu em Porto Alegre, seguida de São Paulo; e a menor, em Salvador. Em todas as regiões, onde é possível a comparação com o ano de 2014, as elevações nas taxas de desemprego refletiram a queda no nível ocupacional. Diferente do que ocorreu na última década, em que a redução da taxa de desemprego esteve associada ao crescimento da atividade econômica e, por conseguinte, ao aumento da ocupação. Muito embora tenha ocorrido uma relativa aproximação das taxas de desemprego entre mulheres e homens nos últimos anos e, considerando os efeitos menos perversos da desaceleração econômica entre as mulheres se comparado à dos homens em 2015, ainda persistem as diferenças entre as taxas de desemprego feminina e masculina. As mulheres continuam a apresentar taxas mais elevadas, ainda que elas exerçam uma menor pressão sobre o mercado de trabalho. Contudo, essa diferença reduziu em todas as regiões no período 2014-2015. No ano em análise, as maiores distâncias entre as taxas de desemprego de homens e mulheres foram observadas no Distrito Federal e nas duas regiões do Nordeste, e a menor diferença ocorreu em Porto Alegre. 1 As informações para o ano de 2015 são relativas às regiões metropolitanas de Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e São Paulo e para o Distrito Federal. Para esta última região, no entanto, não há informação para o ano de 2014.

TABELA 1 Taxas de desemprego por sexo Regiões Metropolitanas 2009-2014-2015 Regiões Metropolitanas MULHERES 2009 2014 2015 Total Aberto Oculto Total Aberto Oculto Total Aberto Oculto Taxa de Desemprego Total Variação Relativa 2015/2014 (%) Distrito Federal 18,8 13,3 5,5 - - - 16,1 13,4 2,8 Fortaleza 12,9 8,0 5,0 8,7 6,8 1,8 9,5 7,7 1,8 9,2 Porto Alegre 13,5 10,9 2,6 6,6 5,9 (1) 9,1 8,3 0,8 37,9 Salvador 23,2 15,2 8,0 20,2 15,9 4,3 20,5 16,5 4,0 1,5 São Paulo 16,2 12,4 3,8 12,2 10,4 1,8 14,3 12,4 1,9 17,2 Regiões Metropolitanas HOMENS 2009 2014 2015 Total Aberto Oculto Total Aberto Oculto Total Aberto Oculto Taxa de Desemprego Total Variação Relativa 2015/2014 (%) Distrito Federal 13,0 7,9 5,1 - - - 12,7 9,3 3,4 Fortaleza 10,0 6,0 4,0 6,7 5,2 1,5 7,8 6,4 1,4 16,4 Porto Alegre 9,1 6,7 2,4 5,4 4,6 0,8 8,4 6,9 1,5 55,6 Salvador 15,9 9,1 6,7 14,9 9,5 5,4 17,0 11,1 5,9 14,1 São Paulo 11,6 7,7 3,9 9,6 7,5 2,1 12,2 9,7 2,5 27,1 Fonte: Convênio DIEESE SEADE, MTE/FAT e Convênios Regionais. PED Pesquisa de Emprego e Desemprego Cresce o emprego assalariado com carteira de trabalho assinada no setor privado para as mulheres A participação da mulher na atividade econômica ampliou-se nos últimos anos num contexto de relativa melhora do mercado de trabalho. A recuperação do mercado de trabalho favoreceu a continuidade do aumento da participação feminina, bem como ajudou na consolidação de sua presença mais plena na atividade econômica, o que se manifesta na aproximação dos perfis das participações masculina e feminina nos mercados de trabalho. Ainda que o nível de ocupação tenha se reduzido em 2015, as mulheres ampliaram a sua participação no emprego assalariado, especialmente no que tange a formalização no setor privado. Em 2015 a maior proporção de mulheres no assalariamento ocorreu em Porto Alegre (71,1%) e no Distrito Federal (70,4%). Na região Nordeste observou-se os menores níveis de assalariamento: Fortaleza (56,9%) e Salvador (64,6%). A proporção de mulheres autônomas foi mais elevada nas regiões do Nordeste variando de 14,9%, em Salvador, a 25,1%, em Fortaleza. A menor proporção de trabalhadoras autônomas foi observada em Porto Alegre (9,4%). O emprego doméstico, forma de inserção

tradicionalmente feminina, apareceu como segunda inserção de maior importância na estrutura ocupacional das mulheres em quase todas as regiões, a exceção ocorreu em Fortaleza. Constataram-se as maiores proporções de mulheres inseridas no emprego doméstico nas regiões do Nordeste Salvador, 16,2%, e Fortaleza, 13,7%. A menor proporção foi observada em Porto Alegre (10,8%) (Gráfico 2). GRÁFICO 2 Distribuição das mulheres ocupadas segundo formas de inserção Regiões Metropolitanas 2015 Fonte: Convênio DIEESE SEADE, MTE/FAT e Convênios Regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) Entre 2014 e 2015 os dados da PED mostraram que, independente da região analisada, o declínio no nível ocupacional atingiu mulheres e, com maior intensidade, os homens. Apesar disso, as mulheres ampliaram sua presença no emprego assalariado no setor privado com carteira de trabalho assinada, em todas as regiões com dados comparáveis: Fortaleza (4,6%), Porto Alegre (2,4%), Salvador (1,9%) e, em menor proporção, São Paulo (0,4%). Ao contrário do que ocorreu com os homens nessa posição, em que houve declínio nas quatro regiões. A ocupação no setor privado sem carteira assinada decresceu tanto para homens quanto para mulheres. O emprego assalariado no setor público declinou entre as mulheres, em todas as regiões. Já, para os homens, houve crescimento em Salvador e São Paulo. O trabalho autônomo diminuiu para as mulheres em praticamente todas as regiões, exceto em São Paulo. Para os homens houve redução do trabalho autônomo na maioria das regiões analisadas, com estabilidade em Salvador (Gráfico 3).

GRÁFICO 3 Variação anual da ocupação segundo formas de inserção e sexo Regiões Metropolitanas 2014 2015 Fonte: Convênio DIEESE SEADE, MTE/FAT e Convênios Regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) Mesmo que o emprego assalariado tenha elevado a sua importância relativa na estrutura ocupacional das mulheres em 2015, permanece o quadro de menor participação feminina no emprego assalariado em relação aos homens, apenas em

Porto Alegre essa participação é mais equânime. O mesmo ocorreu com a inserção autônoma, na qual a participação feminina foi inferior à masculina, com exceção apenas de Fortaleza. Também o setor público apresentou menor participação relativa na estrutura ocupacional das mulheres em relação aos homens, com exceção do Distrito Federal (Tabela 2). TABELA 2 Distribuição dos ocupados, segundo posição na ocupação Regiões Metropolitanas 2015 (%) Posição na Ocupação Sexo e Regiões Total Total Total Assalariados (1) Setor Privado Com Carteira Assinada Sem Carteira Assinada Setor Público (2) Autônomos Empregados Domésticos Total Mensalista Diarista Demais (3) Mulheres Distrito Federal 100,0 70,4 49,3 42,8 6,5 21,1 9,9 12,8 8,8 4,0 6,9 Fortaleza 100,0 56,9 48,2 39,6 8,6 8,7 25,1 13,7 9,0 4,7 4,3 Porto Alegre 100,0 71,1 56,0 51,8 4,2 15,1 9,4 10,8 7,3 3,5 8,7 Salvador 100,0 64,6 53,4 46,3 7,1 11,3 14,9 16,2 13,4 2,9 4,3 São Paulo 100,0 68,9 58,3 51,7 6,6 10,6 12,3 13,1 7,9 5,2 5,7 Homens Distrito Federal 100,0 75,9 54,4 46,2 8,1 21,5 13,8 (4) (4) (4) 9,8 Fortaleza 100,0 68,9 62,0 50,6 11,4 6,9 25,3 (4) (4) (4) 4,9 Porto Alegre 100,0 71,9 62,3 56,4 5,9 9,6 16,3 (4) (4) (4) 11,5 Salvador 100,0 72,7 63,9 57,3 6,7 8,7 21,4 (4) (4) (4) 5,4 São Paulo 100,0 72,6 66,6 57,7 8,9 5,9 18,8 (4) (4) (4) 8,2 A jornada de trabalho (reflete o tempo) das mulheres (para o trabalho) O exame da jornada de trabalho é fundamental para identificar o peso que as responsabilidades familiares têm para as mulheres. Isso fica explícito na maior presença das mulheres em atividades de tempo parcial, e na sua inserção em determinados tipos de postos de trabalho e setor de atividade. Para os homens, em média, as jornadas de trabalho são bem mais extensas do que para as mulheres, em todas as regiões pesquisadas. Não há diferença significativa de uma região para outra com relação ao tempo dedicado ao trabalho pelas mulheres. Em Salvador e São Paulo foram observadas as menores jornadas de trabalho, 38 horas semanais. Em Fortaleza (40 horas semanais), seguida do Distrito Federal (39 horas) e de Porto Alegre (39 horas) (Tabela 3). Esse dado revela que os cuidados com a família e o lar, atribuições histórica e socialmente reservadas às mulheres, e que refletem na sua menor disponibilidade para exercer

jornada integral de trabalho. As limitações impostas pelas responsabilidades familiares limitam a inserção e dedicação das mulheres às atividades produtivas desenvolvidas no mercado de trabalho, interferindo nas possibilidades de investimento e crescimento profissional. TABELA 3 Jornada média semanal dos ocupados, no trabalho principal, segundo sexo Regiões Metropolitanas 2015 (em horas) Regiões Metropolitanas Jornada Média Semanal Total Mulheres Homens Distrito Federal 40 39 41 Fortaleza 42 40 44 Porto Alegre 41 39 43 Salvador 41 38 42 São Paulo 41 38 43 Fonte: Convênio Dieese Seade; MTE FAT e convênios regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) Obs.: Exclusive os ocupados que não trabalharam na semana O trabalho em jornadas inferiores ao padrão estabelecido pela legislação trabalhista, certamente, permite às mulheres conciliarem a participação no mercado de trabalho e as responsabilidades familiares. Entretanto, trabalhar jornadas parciais implica em menores rendimentos. As mulheres continuam auferindo rendimentos menores que os homens A participação da mulher tem-se ampliado no mercado de trabalho junto ao aumento das oportunidades de emprego e às melhoras nas formas de inserção. Todavia, as diferenças de renda entre os sexos permanecem muito grandes, dado que elas continuam segregadas em ocupações de menor renda. Essa situação se mantém, ainda que, em anos anteriores a 2015, tenham ocorrido constantes ganhos de rendimentos para as mulheres, inclusive em proporções superiores às variações observadas entre os homens. Em 2015, o decréscimo no rendimento médio real das mulheres ocupadas foi menor que o dos homens. As mulheres auferem menores remunerações em todas as posições ocupacionais, tanto no emprego formal como no trabalho autônomo.

Em 2015, apenas Salvador (+0,1%) manteve relativa estabilidade nos rendimentos médios reais auferidos pelas mulheres. Nas demais regiões, os rendimentos médios declinaram entre elas: São Paulo (-6,0%), Porto Alegre (-1,9%) e, em menor intensidade, Fortaleza (-0,5%). O rendimento médio masculino registrou reduções em todas as regiões em proporções superiores às das mulheres. Desta forma, no ano em análise, a proporção do rendimento das mulheres ocupadas em relação aos homens aumentou em todas as regiões. Estas proporções variaram de 74,3%, em São Paulo, a 79,8%, em Porto Alegre. No emprego assalariado também diminuiu a distância entre os rendimentos de mulheres e homens. No trabalho autônomo, as distâncias entre os rendimentos de homens e mulheres reduziram no período, porém, essa posição permanece como a mais desigual (Tabela 4). Regiões TABELA 4 Rendimento médio real dos ocupados, assalariados e autônomos no trabalho principal segundo sexo Regiões Metropolitanas 2015 Ocupados (1) Mulheres Assalariados (2) Rendimento Médio Real Autônomos Ocupados (1) Homens Assalariados (2) Autônomos em reais de novembro de 2015 Proporção dos Rendimentos das Mulheres em relação aos Homens Ocupados (1) (em %) Assalariados (2) Autônomos Distrito Federal 2.467 2.762 1.430 3.295 3.229 2.129 74,9 85,5 67,2 Fortaleza 1.050 1.193 734 1.384 1.360 1.172 75,9 87,7 62,6 Porto Alegre 1.705 1.743 1.334 2.136 1.994 1.934 79,8 87,4 69,0 Salvador 1.175 1.336 801 1.495 1.490 1.238 78,6 89,7 64,7 São Paulo 1.667 1.786 1.125 2.245 2.168 1.875 74,3 82,4 60,0 Fonte: Convênio DIEESE SEADE, MTE/FAT e Convênios Regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) Nota: (1) Excluem os assalariados e os empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familiares sem remuneração salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício (2) Excluem os assalariados que não tiveram remuneração no mês (3) Inflatores utilizados: INPC-RMF/IBGE; IPC-IEPE/RS; INPC-RMR/IBGE/PE; IPC-SEI/BA; ICV-DIEESE/SP Uma medida da desigualdade de rendimento mais apropriada para efeito de comparabilidade é o rendimento médio real por hora trabalhada, pois esse indicador permite eliminar as distorções ocasionadas pelas diferentes jornadas de trabalho de homens e mulheres. Em 2015, o rendimento médio real por hora feminino em relação ao masculino registrou a maior diferença no Distrito Federal, onde o valor médio auferido pelas mulheres alcançou somente 78,7% do rendimento masculino. A menor diferença foi observada em Porto Alegre, 87,9% (Gráfico 4). Cabe ressaltar que os maiores rendimentos médios reais por hora, dentre as regiões pesquisadas, tanto para homens quanto para mulheres, foram pagos no Distrito Federal e em São Paulo. Por outro lado, os menores rendimentos auferidos por ambos ocorreram em Fortaleza e Salvador.

GRÁFICO 4 Proporção dos rendimentos médios reais por hora (1) das mulheres ocupadas (2) em relação aos rendimentos médios reais por hora dos homens Regiões Metropolitanas 2009 2015 Fonte: Convênio DIEESE, SEADE, MTE/FAT e instituições regionais. Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED)[ Nota: (1) Inflatores utilizados: INPC-RMF/IBGE; IPC-IEPE/RS; INPC-RMR/IBGE/PE; IPC-SEI/BA; ICV-DIEESE/SP. Valores em reais de novembro de 2015 (2) Exclusive os assalariados e os empregados domésticos mensalistas que não tiveram remuneração no mês, os trabalhadores familiares sem remuneração salarial e os empregados que receberam exclusivamente em espécie ou benefício. Exclusive os que não trabalharam na semana.