REQUERIMENTO Nº, de 2009 (Do Sr. Hugo Leal) Requer o envio de Indicação ao Ministério das Cidades, sugerindo que o Departamento Nacional de Trânsito DENATRAN e o seu representante no Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, proponham a flexibilização das normas constantes do art. 1 da Portaria N 25, de 31 de março de 2006 e do caput do art. 40 da Resolução n. 168, de 14 de dezembro de 2004, do CONTRAN. Senhor Presidente, Nos termos do art. 113, inciso I e 1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, requeiro a V. Exª. Seja encaminhada ao Poder Executivo a Indicação, em anexo, sugerindo que o Departamento Nacional de Trânsito DENATRAN e o seu representante no Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, proponham a flexibilização da norma constante do art. 1 da Portaria N 25, de 31 de março de 2006, do DENATRAN, e do caput do art. 40 da Resolução n 168, de 14 de dezembro de 2004, do CONTRAN, que Estabelece Normas e Procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores e elétricos, a realização dos exames, a expedição de documentos de habilitação, os cursos de formação, especializados, de reciclagem e dá outras providências.
Sala das Sessões, em 04 de novembro de 2009. Deputado HUGO LEAL PSC/RJ
INDICAÇÃO LEGISLATIVA Nº, DE 2009 (Do Sr. HUGO LEAL) Sugere ao Exmo Senhor Ministro das Cidades que o Departamento Nacional de Trânsito DENATRAN e o seu representante no Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, proponham a flexibilização das normas constantes do art. 1 da Portaria N 25, de 31 de março de 2006 e do caput do art. 40 da Resolução n. 168, de 14 de dezembro de 2004, do CONTRAN. Excelentíssimo Senhor Ministro das Cidades, A permissão Internacional para dirigir, equivocadamente chamada de Carteira Internacional de Habilitação, consiste em um documento que repete o mesmo conteúdo de uma Carteira de Habilitação Nacional regular, traduzindo-o em 8 línguas, para que o portador possa demonstrar à autoridade do país recipiente no exterior que ele é possuidor de uma Carteira de Habilitação no seu país de origem, conforme a original que deverá estar juntada. Sob a vigência do Código Nacional de Trânsito de 1966, quando já estava em vigor a Convenção de Viena de 1968, o CONTRAN, conforme Resolução 491, de 19/03/1975, contemplou o Automóvel Clube do Brasil, associação automobilística, com o direito de emitir documentos internacionais, inclusive a permissão Internacional para dirigir.
De fato, nos termos do art. 41 e Anexo 7 da Convenção sobre Trânsito Viário, promulgada nos termos do Decreto n 86.714, de 10/12/1981: Artigo 41 - Validez das habilitações para dirigir 1. As Partes Contratantes reconhecerão: a) todo documento de habilitação nacional redigido em seu idioma ou em seus idiomas ou, se não estiver redigido em um de tais idiomas, acompanhado de uma tradução certificada; b) todo documento de habilitação nacional que se ajuste às disposições do anexo 6 da presente Convenção; c) ou todo documento de habilitação internacional que se ajuste às disposições do anexo 7 da presente Convenção, como válida para dirigir em seu território um automotor que pertença às categorias de veículos compreendidas pelo documento de habilitação, com a condição de que o citado documento esteja em vigência e haja sido expedido por outra Parte Contratante ou por uma de suas subdivisões ou por uma associação habilitada, para este efeito, por esta outra Parte Contratante, ou por suas subdivisões. As disposições do presente parágrafo não se aplicam aos documentos que habilitam à aprendizagem. [...] 3. As Partes Contratantes se comprometem a adotar as medidas necessárias para que os documentos de habilitação nacionais e internacionais para dirigir, aos quais se referem as alíneas a, b e c do parágrafo 1 do presente artigo não sejam expedidos em seu território sem uma garantia adequada quanto às aptidões e às condições físicas do condutor. [...] 5. Só se poderá expedir um documento de habilitação internacional ao titular de um documento de habilitação nacional para cuja expedição tenham sido cumpridos os requisitos mínimos exigidos pela presente Convenção. O documento de habilitação
internacional não deverá continuar sendo válido uma vez expirado o prazo do documento nacional correspondente, cujo número deverá figurar naquele. [...] (grifamos) O Código de Trânsito Brasileiro, instituído pela Lei Federal n 9.503, de 23/09/1997, estabelece no art.19, XX, na forma abaixo: Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União: [...] XX - expedir a permissão internacional para conduzir veículo e o certificado de passagem nas alfândegas, mediante delegação aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal; [...] Não obstante, em 14/12/2004, o CONTRAN baixou a RESOLUÇÃO nº 168, que estabeleceu o seguinte no art. 40: Art. 40 - A permissão Internacional para Dirigir será expedida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou Distrito Federal detentor do registro do Condutor, conforme modelo definido no ANEXO VII da Convenção de Viena, promulgada pelo Decreto nº 86.714 de 10 de dezembro de 1981, contendo os dados cadastrais do RENACH. Parágrafo único: A expedição do documento referido neste artigo dar-se-á após o cumprimento dos requisitos mínimos exigidos em normas específicas, com prazo de validade igual ao do documento nacional. Esta última Resolução veio a restringir a competência para a expedição da permissão internacional para dirigir aos órgãos ou entidades
executivos de trânsito dos Estados ou Distrito Federal, detentores dos registros dos Condutores, onde a lei não restringe. Não há referência no Código de Trânsito Brasileiro, aprovado pela Lei 9.503/1997 ou na Convenção sobre Trânsito Viário, promulgada nos termos do Decreto n 86.714//1981, à tal exclusividade para expedir a permissão internacional para conduzir veículo, de modo que foi o CONTRAN que, na condição de coordenador do Sistema Nacional de Trânsito e órgão máximo normativo e consultivo desse Sistema que promoveu tal restrição, excluindo a possibilidade de uma associação habilitada, para este efeito, pelo próprio e pelo DENATRAN, promover a expedição desse documento. A Portaria N 25, de 31/03/2006, do DENATRAN, consi derando inclusive esta restrição estabelecida no citado art. 40 da Resolução N 168/2004, estabeleceu em seu art. 1 na forma abaixo: Art.1 A permissão Internacional para Dirigir - PI D somente será expedida pelos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, detentores do domínio do cadastro da Carteira Nacional de Habilitação, após cumpridos os requisitos estabelecidos nesta Portaria. Tratando de situação análoga àquela que é objeto desta Indicação Legislativa, no meu Voto, na condição de Relator ao Projeto de Lei n 4.530, de 2008, de autoria do Deputado Mauro Mariani, que altera a redação do inciso XX do art. 19 do Código de Trânsito Brasileiro, para determinar que a expedição da permissão internacional para conduzir veículo e o certificado de passagem nas alfândegas, de competência do DENATRAN, possam ser tanto delegados aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal, quanto autorizados à associação automobilística nacional filiada à Federação Internacional de Automóveis FIA, disse o seguinte: O autor do projeto sugere que qualquer associação automobilística nacional filiada à Federação Internacional de Automóveis FIA possa ser
autorizada, pelo DENATRAN, a expedir a permissão internacional para conduzir veículo. Propõe que essa transferência de competência seja expressa no Código de Trânsito Brasileiro. Para fundamentar a sua proposta alega a existência do Decreto nº 86.714, de 1981, que promulgou a Convenção sobre Trânsito Viário, celebrada em Viena a 8 de dezembro de 1968, da qual o Brasil é signatário, e pela qual as partes contratantes reconhecerão todo documento de habilitação internacional, com a condição de que ele esteja em vigência e haja sido expedido por outra parte contratante ou por uma de suas subdivisões, ou por uma associação habilitada, para esse efeito, por esta outra parte contratante, ou por suas subdivisões. Vemos que, nesses termos, a Convenção mostra-se imparcial, pois não atribui a expedição do documento de habilitação internacional a nenhuma associação em particular, o que, certamente, é adequado e correto. A forma proposta pelo autor do projeto, ao contrário, vem conceder a autorização expressamente às associações filiadas à FIA Federação Internacional de Automóveis. Estando em vigor o Decreto nº 86.714, de 1981, entendemos que a alteração sugerida para o inciso XX do art. 19 do Código de Trânsito Brasileiro deverá ser compatível e condizente com os termos da Convenção de Trânsito Viário, e não na forma proposta pelo autor do projeto. Assim, somos pela aprovação do PL nº 4.530, de 2008, nos termos do substitutivo que apresentamos. No referido substitutivo propusemos a seguinte redação ao inciso XX do art.19 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997: Art. 19......
XX expedir a permissão internacional para conduzir veículo e o certificado de passagem nas alfândegas mediante delegação aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal ou à associação habilitada a este efeito pelo Poder Público Federal.... Uma vez aprovado o referido projeto de lei, com o substitutivo que apresentamos, estará de uma vez expressamente previsto no Código de Trânsito Brasileiro, como já está prevista na Convenção de Trânsito Viário, a possibilidade da expedição da permissão para conduzir veículo ser realizada por Associação habilitada a este efeito pelo Poder Público Federal. Mas a tramitação de um Projeto de Lei nem sempre atende às necessidades diárias dos cidadãos, que clamam por uma solução mais rápida para o problema criado pela demora na expedição desse documento por parte dos órgãos ou entidades de trânsito dos Estados e do Distrito Federal autorizados. Por esta razão e de forma complementar, é que propomos a flexibilização da norma constante do caput do art. 40 da Resolução n 168/2004, do Conselho Nacional de Trânsito, e seja acrescido ao mesmo artigo um parágrafo, passando portanto tal dispositivo a ter a seguinte redação: [...] Art. 40 - A permissão Internacional para Dirigir será expedida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado ou Distrito Federal detentor do registro do Condutor, ou por associação habilitada para este fim pelo DENATRAN, conforme modelo definido no ANEXO 7 da CONVENÇÃO DE VIENA, promulgada pelo Decreto nº 86.714 de 10/12/81. Consequentemente, acompanhando esta alteração na Resolução n 168/2004, também seria alterado o art. 1 e adeq uado o art. 5 da portaria n 25/2006, para contemplar a previsão da possibilidade da PID também ser emitida por associação habilitada para este fim pelo DENATRAN.
Considerando esta indicação, a nossa sugestão é que a habilitação de associação prevista no art. 40 ocorra sob o regime de credenciamento, devendo entre os requisitos e documentos a serem exigidos pelo DENATRAN para esse fim, constar a emissão de certificado por entidade internacional representativa do segmento automobilístico e afins, com experiência comprovada no exercício da atividade em mais de 10 (dez) países, de que a associação está qualificada para cumprir essa função pública. Sala das Sessões, em 04 de novembro de 2009. Deputado HUGO LEAL PSC-RJ