39ª PARTE Michel Temer entrou na vida pública como oficial de gabinete de A.Nogueira, secretário de Educação do Estado de São Paulo. Em 1983, recebeu o convite para ser procurador-geral do Estado. Licenciou-se do cargo, no ano seguinte, para ser secretário de segurança de São Paulo (pasta que chefiou novamente nos anos 90). Mesmo hesitante em aceitar o cargo, foi aí que começou sua imagem de bom articulador político, já que conseguiu negociar de forma brilhante a desocupação que 400 estudantes da Universidade de São Paulo (SP) fizeram ao prédio da reitoria; e a desocupação de um prédio invadido por semterra. À frente da Secretaria de Segurança, implantou projetos depois copiados por outros estados: em 1995 criou os Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs), depois a primeira Delegacia da Mulher no Brasil, a Delegacia de Proteção aos Direitos Autorais e a Delegacia de Apuração de Crimes Raciais. Depois da rebelião no presídio do Carandiru, que teve 111 detentos mortos, em 1992, ele conseguiu diminuir as rusgas que existiam entre Polícia Civil e Polícia Militar e, de certa forma, fazer as duas instituições trabalharem em conjunto. (Vide obra Estação Carandiru, de Drauzio Varella, Companhia das Artes, 1999). Michel Temer se filiou ao PMDB em 1981 e, anos depois, se lançou como deputado federal. De 1987 a 2011, foi deputado seis vezes (1987-1991, 1991-1995, 1995-1999, 1999-2003, 2003-2007, 2007-2011). Entre os projetos aprovados como parlamentar estão: de combate ao crime organizado, de criação dos juizados especiais, do Código de Defesa do Consumidor, da garantia de direito de voto dos cabos e soldados e da inviolabilidade dos advogados no exercício da profissão. Por três vezes (1997, 1999 e 2009), foi presidente da Câmara dos Deputados. No terceiro mandato neste cargo, tomou medidas contra o trancamento da pauta, fazendo com que as votações não ficassem paradas por causa de medidas provisórias. Ele também criou um sistema de comunicação, que permitiu que as sessões e discussões no plenário se tornassem públicas. Como presidente da Câmara dos Deputados, assumiu a Presidência da República interinamente por duas vezes: de 27 a 31/01/1998 e em 15/6/1999. Presidiu o PMDB por 11 anos, até sair do cargo, no início de 2011, para assumir a
vice-presidência da República, no primeiro mandato de Dilma Rousseff. Em julho de 2014, reassumiu a liderança nacional do partido e se licenciou em 05 de abril deste ano, logo após a legenda anunciar a ruptura com o governo Dilma. O PMDB, que hoje é o maior partido brasileiro, é chamado de fisiologista, ou seja, preocupado em ocupar o maior número de cargos possíveis no governo, para manter-se forte e garantir reeleição. Temer, que a vida toda foi fiel à sigla, não gosta do PMDB ser chamado assim. Pela terceira vez um político do PMDB pôde assumir a presidência da República sem ter sido eleito por votos. A primeira vez que isto aconteceu foi quando Tancredo Neves adoeceu, dias antes da posse, em 1985, e a República foi assumida pelo vice José Sarney. A segunda vez que isto ocorreu foi quando Fernando Collor de Mello renunciou ao cargo, em 1992, enquanto tramitava seu processo de impeachment no Senado. Entrou Itamar Franco. Em votação simbólica, o Senado elegeu os 42 senadores titulares e suplentes da comissão especial que analisará o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A votação do Parecer elaborado pelo grupo deve ir à votação no plenário da Casa em 12/5. Se a decisão for pelo afastamento da Petista são necessários os votos de 41 dos 81 senadores -, o vice Michel Temer é quem assumirá interinamente por até 180 dias. Depois desse período, novamente o Senado decidirá pelo retorno ao cargo ou saída definitiva da Petista quando são necessários 54 votos. O virtual presidente da comissão, a ser confirmado, é o senador R.Lira (PMDB-PB). Na reunião, também será eleito o redator da comissão. O PSDB indicou A.Anastasia (MG) para o cargo, mas o PT é contra e ainda tenta articular outro nome para a função. Essa casa não pode ter um relator desse jeito. O nome de Anastasia é provocação. Vimos denunciar isso o tempo inteiro disse o senador L.Farias (PT-RJ), ao anunciar que levará o tema à discussão durante a primeira sessão do colegiado. Se a crítica que fazem ao senador Anastasia é ser meu amigo, esse é um defeito menor. Claro que o PT vai procurar contaminar e postergar o processo. Quem sabe querem um nome do PT? Mas não podem, a presidente Dilma pertence ao PT disse A.Neves (PSDB-MG), garantindo que o aliado vai fazer um relatório altamente qualificado. O governo, no entanto, tem apenas cinco dos 21 votos dentro da comissão, o que torna praticamente inviável a tentativa de barrar o tucano numa eleição interna. Ao
chegar para presidir a sessão, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que conduzirá o processo sem rusga. Ao ser perguntado sobre os prazos da Comissão, Renan voltou a dizer que o tema é questão interna. A comissão será instalada com um prazo de até dez dias úteis, que acabará dia 09 de maio. O presidente do Senado decidiu rejeitar a questão de ordem apresentada pelo senador J.Capiberibe (PSB-AP) que pretendia suspender o julgamento da presidente Dilma Rousseff pela Casa até que a Câmara dos Deputados aprecie o pedido de autorização para processar o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). A intenção de Capiberibe, avalizada por um grupo de outros seis senadores, era garantir que o processo de impeachment contra Dilma e Temer fossem apreciados conjuntamente. Segundo o presidente do Senado, o pedido não merece prosperar. Ele disse que os atos praticados pelas duas autoridades são específicos e autônomos, não podendo se falar em conexão das acusações. A decisão de Renan foi proferida após rápida eleição simbólica dos integrantes da Comissão Especial. Foram eleitos os 42 membros do colegiado (titulares e suplentes), que iniciará os trabalhos a partir das 10 horas. Renan disse não ser relevante o fato que o pedido contra Dilma ter sido autorizado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto declarado do governo. Ele citou que o pedido passou tanto na Comissão Especial da Câmara dos Deputados como no plenário daquela Casa Legislativa. Titulares da Comissão: PMDB, cinco membros; Oposição (PSDB, DEM, PV), 4; Pró-governo (PT, PDT), 4; Socialistas (PSB, PPS, PCdoB, Rede), 3; Progressistas (PP, PSD), 3; Moderadores (PTB, PR, PSC, PRB, PTC), 2. Brasil vira notícia na Organização das Nações Unidas (ONU), onde todos já sabiam da lavada que Dilma tomou na Câmara dos Deputados. Dilma com seu discurso de vítima, no Fórum do Clima, onde ninguém resolve nada, disse que irá combater o desmatamento. Tarde demais, pois nunca fizeram nada para evitar a devastação da Amazônia, e não irá fazer agora. Antes do embarque, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) deu um pito em Dilma, para não falar de sua deposição pelo impeachment deu certo. Por sorte, Dilma nem abriu a boca. Para quem já defendeu o Exército Islâmico na tribuna da ONU, não poderíamos esperar nada, a não ser a viagem e estadia em hotel de luxo, e diárias para assessores, pagos com o dinheiro do povo brasileiro.
Segundo o ex-presidente Lula, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff está sendo conduzido por uma quadrilha legislativa. Lula participou de encontro promovido pela Aliança Progressista, uma rede internacional de partidos e organizações de esquerda. Com voz rouca, o discurso do expresidente foi lido pelo diretor do Instituto Lula, L.Dulci. Uma aliança oportunista entre a grande imprensa, os partidos de oposição e uma verdadeira quadrilha legislativa, que implantou a legenda do caos disse Lula em discurso lido por Dulci. Do lado de fora do hotel onde ocorre o seminário, manifestantes favoráveis ao impeachment trocaram provocações com grupos que apoiam o governo. (in T/PR; Michaelis/2000, vol. 1 e 2). Escrita por: Martins Sebastião Kreusch Autor dos livros: Oh, Morena! - Melhores e Piores Crônicas Dr. Kreusch -Historíolas Sem Retoque de Photoshop. Idealizador do site: www.narrativasdabola.com.br