Avaliação de sabor e valor calórico de molhos desenvolvidos com a utilização de amido resistente

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Transcrição:

Avaliação de sabor e valor calórico de molhos desenvolvidos com a utilização de amido resistente Daniela Mariana de Lima Bragion 1 Tatiane Cristina Pereira 2 Maria de Lourdes Lima Bragion 2 3 Luiz Henrique Beirão 1 1 Introdução O amido é o componente mais abundante da maioria dos alimentos sendo responsável pelas propriedades tecnológicas que caracterizam grande parte dos produtos processados. O amido resistente (AR) é uma parte desse amido, de alto valor funcional, possuindo essa propriedade devido ao fato de que ele resiste às enzimas do estômago e do intestino delgado sendo somente digerido e fermentado no intestino grosso. Ele é resistente à digestão mesmo após passar por altas temperaturas nas etapas de processamento (115 a 120oC), podendo portanto ser submetidos a processos como cocção de molhos. Daí o nome amido resistente (WALTER et al., 2005). A ingestão contínua de AR pode contribuir para a prevenção e restauração de doenças associadas à alimentação, como diabetes, obesidade, hiperlipidemia, hipertensão, triglicérides, colesterol, câncer, colite ulcerativa, hemorróida, entre outras (FERREIRA, 2003). Outra característica importante do amido resistente é que ele possui valor calórico reduzido. Um carboidrato normal possui 4kcal/g enquanto que o amido resistente possui de 1,6 a 2,4 kcal/g, alterando conforme o tipo (RODRIGUES, 2008). Uma forma prática de consumir AR, por uma maior quantidade de pessoas, pode ser obtida por meio da confecção de um molho branco. O molho branco é um tipo de alimento que normalmente é consumido de forma intermediária, isto é, ele é usado na confecção de uma diversidade de pratos. Sendo assim, o seu consumo poderá atingir um maior número de pessoas. Associado a isso tem-se o fato de que a cada dia vem crescendo a tendência das indústrias de alimentos em atender as necessidades da população. O desenvolvimento de produtos com baixo teor de gordura, caloria e colesterol são alguns dos principais interesses das mesmas (MONTEIRO, 2006). Para melhor atingir este objetivo, é interessante o desenvolvimento de produtos mais saudáveis e que incluam em sua fórmulação matérias primas com propriedades funcionais. O amido resistente possui baixo valor calórico e diversas propriedades funcionais e tecnológicas. Considerando esses fatores, objetivou-se, com esse trabalho, o desenvolvimento 1 UFSC 2 IFSULDEMINAS e-mail: limabragion@mch.ifsuldeminas.edu.br 3 Agradecimento ao IFSULDEMINAS - Câmpus Machado-MG pelo apoio financeiro. 1

de molho branco contendo amido resistente, isento de colesterol (portanto, sem a utilização de produtos de origem animal), assim como a avaliação de seu valor calórico e sua aceitabilidade pela população. Para efeito de comparação foram desenvolvidos sete tipos de molho. 2 Material e Métodos Foram elaborados sete tipos de molhos (BeiraMar A, B, C, D, E, F e G), nos quais foram utilizados água, sal marinho iodado, alho desidratado, cebola desidratada, orégano, manjerona, salsa, tominho, cebolinha verde, sálvia, farinha de trigo e óleo de soja. A diferença entre eles consistiu no acréscimo do tofu, palmito, amido resistente (que substituiu 50% da farinha de trigo utilizada) e o mix goma guar e xantana (acréscimo correspondente a 0,2% do total do volume dos ingredientes), introduzidos de acordo com o tipo de molho, conforme apresentado na Tabela 1. O amido resistente utilizado foi o da marca Hi-maize 260. Tabela 1: Composição dos molhos com AR (amido resistente) e mix goma guar e goma xantana. Tipo de molho AR goma guar e xantana tofu palmito A não não sim não B sim não sim não C sim sim sim não D não não não sim E sim não não sim F sim sim não sim G sim sim sim sim Após a fabricação dos molhos foram recolhidas amostras dos mesmos, sendo, em seguida submetidas as análises microbiológica, físico-química e sensoriais, realizadas em triplicata. Tais análises foram realizadas no IFSULDEMINAS - Câmpus Machado e UNIFAL - Alfenas-MG. Para a análise sensorial foram selecionados aleatoriamente 200 indivíduos sendo que 100 deles provaram 4 tipos de molho e os outros 100 provaram 3 tipos cada um. As amostras foram aleatoriamente distribuídas de forma que cada tipo de molho foi avaliado 100 vezes, obedecendo a uma escala hedônica de 1 a 9, em que: 1 - desgostei muitíssimo; 2 - desgostei muito; 3 - desgostei moderadamente; 4 - desgostei ligeiramente; 5 - nem gostei/nem desgostei; 6 - gostei ligeiramente; 7 - gostei moderadamente; 8 - gostei muito; e 9 - gostei muitíssimo. Os resultados foram avaliados por meio da análise de variância (ANAVA), do teste de média de Tukey e do teste F para contrastes ortogonais. Detalhes sobre essa metodologia podem ser encontrados em Montgomery (2001). Essas análises foram efetuadas utilizando-se o Software R (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2011). 2

3 Resultados e Discussões Os resultados das análises microbiológicas apresentaram-se dentro da normalidade, segundo a Resolução RDC n o 12, de 02 de janeiro de 2001. O resultado da ANAVA para a variável sabor da análise sensorial encontra-se na Tabela 2 Tabela 2: Anava para a variável sabor dos molhos. Tipo de molho 6 492,20 82,036 2,0261 x 10 20 Erro 693 3010,80 4,345 - Total 699 3503,00 - - Pode-se observar, por meio dessa Tabela 2, a existência de uma diferença altamente significativa entre os tipos de molho quanto ao sabor, isto é, houve molhos mais apreciados que outros pela população. O resultado da comparação entre eles encontra-se na Tabela 3. Tabela 3: Teste de médias para a variável sabor. Tipo de molho G E F D A C B Média 6,85 a 6,39 ab 5,92 b 5,89 b 4,98 c 4,59 c 4,53 c Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de nível de significância. Pode-se observar o molho G foi mais preferido do que os molhos A, B, C, D e F, não diferindo estatisticamente apenas do molho E. Pode-se perceber também que entre os molhos A, B e C não houve diferenças significativas e que foram os menos preferidos. É interessante comentar que estes três molhos foram fabricados com tofu e talvez isso explique serem os menos apreciados quanto ao sabor, pois o tofu não é, ainda, um alimento que faz parte da rotina de alimentação da maioria da população, tendo, portanto, seu paladar não acostumado com o sabor do mesmo. No entanto, mesmo assim não foi considerado como tendo sabor desagradável, pois as médias obtidas por eles implicam em dizer que a população nem gostou nem desgostou dos mesmos, isto é, foi indiferente. Quando, porém, foi combinado este produto - o tofu - com palmito, que é o molho G, a média de aceitação elevou-se deixando este molho com a maior média pontual entre todos. Quanto ao valor calórico, os resultados da ANAVA encontram-se na Tabela 4. 3

Tabela 4: Anava para o valor calórico dos molhos. Tipo de molho 6 3280,64 546,77 0,0016 Erro 14 1129,39 80,67 - Total 20 4410,03 - - Por meio do resultado da Tabela 4 pode-se observar que houve diferenças de calorias entre os tipos de molhos, pois o nível de significância do teste F foi menor que 1%. Passou-se, pois, ao teste F para contrastes, cujos resultados encontram-se na Tabela 5. Tabela 5: Anava para contraste entre as calorias (kcal) dos tipos de molho. 1-(A,D)x(B,C,E,F,G) 1 740,85 740,85 0,0090 2-A x D 1 967,33 967,33 0,003 3-(B,E)x (C,F,G) 1 311,73 11,73 0,7087 4-B x E 1 1085,98 1085,98 0,0025 5-G x (C,F) 1 346,13 346,13 0,057 6-C x F 1 128,6 128,6 0,2273 Erro 14 1129,39 80,67 - Total 20 4410,03 - - De acordo com os resultados dessa Tabela 5 pode-se verificar que apenas os contrastes 1, 2 e 4 foram significativos, isto é, há diferenças calóricas entre os grupos de molhos avaliados, pois o resultado do teste F foi menor que 1%. No contraste 1 foram comparados os molhos cuja formulação possuía AR (molhos B, C, E, F e G) com os que não possuíam (molhos A e D). A média para os que possuía foi de 58,50 kcal e para os que não possuía de 71,65 kcal. Sendo assim, a utilização do AR nos molhos tornam-os menos calóricos. O contraste 2 corresponde aos molhos em que não foi adicionado nem AR e nem goma, mas que foram feitos com bases diferentes (molhos A e D). O molho A foi feito com tofu e o molho D com palmito. O resultado foi que o molho com tofu, cujo valor foi de 84,24 kcal é mais calórico que o molho com palmito, com 58,84 kcal. No contraste 4, foram comparados os molhos com AR, sem o uso da goma, porém com bases diferentes. O molho B = 72,98 kcal, feito com tofu é mais calórico que o molho E = 45,98 kcal, feito com palmito. Os demais contrastes não foram significativos o que indica que as calorias dos molhos comparados nesses grupos não diferem entre si. No entanto, vale observar o resultado do contraste 3 em que foram comparados, dentre os molhos com AR, o efeito do acréscimo ou não da goma. Pode-se observar que o acréscimo da mesma (nos molhos C, F e G) não alterou sua quantidade calórica. 4

4 Conclusões As análises microbiológicas apresentaram resultados negativos para todos os tipos de molho. Os molhos com tofu foram menos preferidos quanto ao sabor, no entanto, combinando-o com palmito sua média de aceitação elevou-se deixando este molho com a maior média pontual entre todos, ou seja, foi considerado o mais saboroso. Os molhos nos quais foi adicionado amido resistente em sua composição apresentaram menor valor calórico. Referências [1] FERREIRA, C.L.L.F. Prebióticos e probióticos: atualização e prospecção. Viçosa: Suprema Gráfica e Editora, 2003. [2] MONTGOMERY, D. C. Design and analysis of experiments. 5. ed. New York: John Wiley & Sons, 2001, 683 p. [3] MONTEIRO, C. S.; CARPES, S. T.; KALLUF, V. H.; DYMINSKI, D. S.; CÂNDIDO, L. M. B. Evolução dos substitutos de gordura utilizados na tecnologia de alimentos. Curitiba: B.CEPPA, v. 24, n. 2, p. 347-362, jul./dez. 2006. [4] R DEVELOPMENT CORE TEAM. R: A Language and Environment for Statistical Computing. Vienna, Austria, 2011. ISBN 3-900051-07-0. Disponível em: http://www.rproject.org/ [5] RODRIGUES, F.J. Desenvolvendo Alimentos com Baixo Teor de Gordura. Revista Food ingredients Brasil. n. 5, p. 48-68, 2008. [6] WALTER, W.; SILVA L. P.; EMANUELLI, T. Amido resistente: características físicoquímicas, propriedades fisiológicas e metodologias de quantificação. Santa Maria: Ciência Rural. v.35, n.4, jul-ago, 2005. 5