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Transcrição:

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social Deliberação 62/2015 (CONTJOR-NET) Participação apresentada por Rui Pereira contra o Diário de Notícias Lisboa 1 de abril de 2015

Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social Deliberação 62/2015 (CONTJOR-NET) Assunto: Participação apresentada por Rui Pereira contra o Diário de Notícias I. Participação 1. Deu entrada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (doravante, ERC), a 3 de setembro de 2013, uma participação efetuada por Rui Pereira, contra a edição online do Diário de Notícias, propriedade da Global Notícias, Publicações, S.A., de 30 de agosto de 2013, a propósito da peça jornalística «TC garante emprego para a vida a 400 mil funcionários», publicada às 09h31m. 2. O participante critica o título da notícia, alegando que se trata de um título «sensacionalista, sem qualquer rigor informativo, incendiário». 3. Alega ainda que a escolha do título pretende promover e instigar «a criação de um fosso entre funcionários públicos e funcionários do setor privado». 4. Finalmente, exige o participante «um retratamento público do DN e da autora da notícia». II. Posição do denunciado 5. Face aos indícios supra, no dia 12 de setembro de 2013, foi o Diário de Notícias notificado para o exercício do contraditório. 6. Em missiva recebida pela ERC, no dia 1 de outubro de 2013, o jornal Diário de Notícias afirma que os factos noticiados na peça em causa são públicos, recusando «liminarmente os epítetos que o participante lhe lançou, por falsos e objetivamente ofensivos do crédito, reputação e bom nome desta instituição e dos seus jornalistas». 7. Acrescenta que cabe ao leitor ler de forma conjugada o conteúdo da peça noticiosa, asseverando que «(...) não há notícias sem títulos. Nem são os títulos que fazem as notícias». 1

8. Refere ainda que o título da peça jornalística se refere apenas «ao universo de funcionários em regime de nomeação ou equiparável os 400 mil e não aos funcionários públicos em regime de contrato de trabalho em funções públicas». 9. Após desenvolvida explicitação da decisão judicial anunciada na peça jornalística, à qual se acrescentou a explanação do respetivo enquadramento legal, defende o Diário de Notícias «ser correto sintetizar a informação apurada (...) nos termos que o jornal fez». 10. Assim sendo, afirma, não é possível acusar-se o Diário de Notícias de falta de rigor e sensacionalismo, sendo necessário, antes disso, um conhecimento da realidade legal e da jurisprudência do Tribunal Constitucional, assim como «inteligir a notícia, de molde a percecionar o que foi deveras publicado». 11. Conclui o Diário de Notícias que o Participante «manifestamente equivoca-se», não pretendendo a peça jornalística em causa atingir outro propósito para além do de «prestar uma informação verdadeira, isenta e rigorosa». 12. Adita o Diário de Notícias um conjunto de definições sobre os limites à liberdade de imprensa, o rigor e a objetividade para concluir que não existe violação do dever de rigor na descrição dos factos mencionados na peça, sendo a informação aí reportada verdadeira, rigorosa e objetiva. III. Descrição da peça 13. No dia 30 de agosto de 2013, o jornal Diário de Notícias, na sua edição online, publicou uma peça intitulada «TC garante emprego para a vida a 400 mil funcionários». 14. Trata-se de uma peça breve, de um parágrafo, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional de chumbar o regime jurídico de requalificação de trabalhadores em funções públicas, cuja fiscalização preventiva fora pedida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, após a aprovação da proposta do Governo na Assembleia da República a 29 de julho de 2013. 15. A peça apresenta um pós-título que descreve sucintamente o facto noticiado: «As mudanças mais significativas que o Governo queria impor no sistema de mobilidade foram ontem reprovadas pelo Tribunal Constitucional.» 16. No corpo da notícia, composto por um parágrafo, descreve-se o objetivo do diploma legislativo abordado na notícia: 2

«As normas que previam o despedimento dos funcionários públicos destacados para a requalificação ao fim de 12 meses e que eliminavam a salvaguarda do vínculo laboral dos cerca de 400 mil antigos nomeados no Estado não passaram no crivo do Palácio Ratton.» IV. Análise e fundamentação 17. A liberdade de imprensa, embora proclamada como valor fundamental no texto da Constituição, não deixa de estar sujeita a determinados limites quando confrontada com outros valores ou direitos de semelhante dignidade constitucional. Esses limites, designadamente aqueles que decorrem da lei, são bem precisos, e entre eles cumpre considerar o rigor e a objetividade da informação, conforme previsto no artigo 3.º da Lei de Imprensa. 18. Tais limites à liberdade de imprensa encontram-se naturalmente refletidos no conjunto de deveres que recaem sobre os jornalistas, conforme decorre da alínea a) do n.º 1 do artigo 14.º do Estatuto do Jornalista, norma que impõe a estes profissionais justamente o dever de informar com rigor e isenção e o dever de rejeição do sensacionalismo. 19. Ora, a competência nuclear do Tribunal Constitucional consiste na fiscalização da conformidade de normas jurídicas - e, em particular, das normas das leis e dos decretoslei - com a Constituição, assumindo-se dessa forma como principal garante daquele texto fundamental. Nesta perspetiva rigorosa das competências do Tribunal Constitucional não poderia nunca este garantir «emprego para a vida», uma vez que tal princípio ou direito não se encontra plasmado na Constituição da República. 20. O Tribunal Constitucional, tal como é sinteticamente afirmado na notícia em causa, limitou-se a declarar a inconstitucionalidade de normas que, ainda segundo a notícia, «previam o despedimento dos funcionários públicos destacados para a requalificação». 21. Entende-se, e até se aceita, que o título da notícia, para além da sua função informativa, tem igualmente uma função apelativa que visa estimular a leitura. Todavia, o título não deverá distorcer a realidade, sobrepondo-se ao rigor e objetividade também nele exigíveis. 22. No caso em análise o título enfatiza uma situação impossível de garantir pelo Tribunal Constitucional - o «emprego para a vida» - ao mesmo tempo que dramatiza esse objetivo com a apresentação de números importantes («400 mil funcionários») tendo em conta o 3

universo dos funcionários públicos existentes no país, mas também sem indicar a fonte onde recolheu os números dessa informação. 23. Na verdade, o que a Constituição preconiza e garante aos trabalhadores no seu artigo 53.º é «a segurança no emprego», proibindo os despedimentos sem justa causa ou por motivos políticos ou ideológicos. Ao invés, a expressão «emprego para a vida» constitui, na atual conjuntura política e económico-financeira, um conceito de forte carga pejorativa associado a quem, de forma alegadamente irrealista, pretende a perpetuação de um sistema de emprego durável e garantista. Não é difícil encontrar textos e opiniões no sentido da proclamação do fim do «emprego para a vida», atribuindo-lhe natureza de privilégio ou de discriminação positiva relativamente à esmagadora maioria que não beneficia de tais condições de empregabilidade. 24. Terá sido esta a leitura que o participante fez do título da notícia, ao afirmar que o mesmo «procura apenas dividir ainda mais os portugueses, promovendo e instigando a criação de um fosso entre funcionários públicos e funcionários do setor privado». E se é uma leitura que o Conselho Regulador não pode acompanhar quanto à intenção subjetiva por detrás da escolha desse título, não pode, porém, deixar de reconhecer que, à luz do rigor, isenção e objetividade exigíveis no tratamento jornalístico da matéria em questão, a escolha da expressão «emprego para a vida» afasta-se da verdadeira natureza do pronunciamento do Tribunal Constitucional e adere, mesmo que de forma inconsciente, ao efeito tido por negativo e prejudicial a que alguns setores da sociedade associam essa expressão, utilizando-a também exatamente no mesmo contexto. 25. Nesta medida, considera o Conselho Regulador que o título em análise não corresponde, em termos de rigor e objetividade, ao desenvolvimento da notícia, porquanto é ambíguo quanto às reais competências do Tribunal Constitucional e impreciso relativamente aos verdadeiros efeitos da decisão do mesmo tribunal. 26. Nestes termos, de pouco adianta, como se faz na oposição recebida, procurar justificar o teor da notícia com detalhes explicativos sobre a realidade noticiada, quando os mesmos, pura e simplesmente, não faziam parte do seu conteúdo e, portanto, não estavam acessíveis ao leitor. Tão-pouco é aceitável argumentar que a responsabilidade pela deficiente perceção da notícia deverá ser atribuída ao leitor porque «é preciso conhecer a realidade, a legal e a que resulta da jurisprudência do TC» e «depois inteligir a notícia, de molde a percecionar o que foi deveras publicado», afigurando-se que este deveria ser 4

justamente o papel do jornalista, ajudando o leitor a enquadrar, contextualizar e compreender a realidade objeto da notícia. V. Deliberação Tendo apreciado uma participação efetuada por Rui Pereira, contra a edição online do Diário de Notícias, propriedade da Global Notícias, Publicações, S.A., de 30 de agosto de 2013, a propósito da peça jornalística «TC garante emprego para a vida a 400 mil funcionários», o Conselho Regulador da ERC, ao abrigo do disposto na alínea a) do n.º 3 do artigo 24.º dos Estatutos anexos à Lei n.º 53/2005, de 8 de novembro, delibera dar provimento à participação na medida em que a notícia em causa não se conforma com os limites à liberdade de imprensa consignados no artigo 3.º da Lei de Imprensa, designadamente quanto à salvaguarda do rigor e objetividade da informação, sendo exigível um mais escrupuloso cumprimento dos deveres de rigor e isenção por parte dos jornalistas, nos termos previstos na alínea a) do n.º 1 do artigo 14.º do Estatuto do Jornalista. Não há lugar ao pagamento de encargos administrativos. Lisboa, 1 de abril de 2015 O Conselho Regulador, Carlos Magno Alberto Arons de Carvalho Luísa Roseira (abstenção) Rui Gomes 5