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Transcrição:

Intervenção do Deputado Sérgio Ferreira no período legislativo de Novembro de 2006. Senhor Presidente Senhoras e Senhores Deputados Senhor Presidente Senhora e Senhores Membros do Governo Mais milhão, menos milhão, e até concedemos que o dinheiro que está previsto investir em Santa Maria durante o ano de 2007, é suficiente. O Governo, dando cumprimento ao seu programa eleitoral, lá vai concretizando algumas obras e, tudo estaria bem se com isto se conseguisse ir promovendo o desenvolvimento da ilha. Mas, infelizmente, para Santa Maria, ou os milhões estão a ser aplicados noutro lado, ou então, não estão a ter os reflexos que seriam de esperar. Em nossa opinião isto acontece porque a aplicação destes milhões, não tem realmente uma estratégia de desenvolvimento subjacente, ou seja: Atiram-se milhões a tudo o que é problema, mas não se sabe realmente de que forma este dinheiro irá influenciar a 1

economia da ilha, nem sequer, se a ilha e os seus agentes económicos estão preparados para o absorver. Sras. e Srs. Deputados Sra. e Srs. Membros do Governo Da análise a este plano, o primeiro número que chama realmente à atenção é o relativo aos Sistemas de Incentivos e Apoio à Coesão, quatro milhões quinhentos e vinte e dois mil euros. Lendo o Plano, os relatórios, as previsões e os objectivos que se pretendem alcançar, em nenhum lado se consegue descortinar o porquê desta verba. Porque é que não são só 4 milhões, ou, por exemplo, 6 milhões? Porque é que desce de 2006 para 2007 cerca de 1 milhão de euros? Qual foi a aplicação dos 5 milhões de euros previstos para o ano corrente? Quantos projectos é que foram aprovados? Quantos postos de trabalho criaram? Qual foi o reflexo destes montantes, na tão apregoada coesão? 2

Enfim, nada disto é explicado e a sensação que se fica é que no fim este dinheiro será certamente gasto mas, de certeza, que não em Santa Maria. O problema e Srs. Membros do Governo é que isto não vai lá, só com dinheiro e boas intenções, é preciso mais, exige-se uma estratégia de desenvolvimento que tenha em conta as especificidades da ilha e que integre e mobilize toda a sociedade mariense, caso contrario, a tendência, por muito paradoxal que isto pareça, será para piorar. Sras. e Srs. Deputados Sras. e Srs. Membros do Governo Falta confiança. Os jovens não confiam porque sabem que muito dificilmente poderão, sequer, arranjar emprego na sua ilha; Os empresários não confiam porque ano após ano, vêm os seus rendimentos a diminuir; Os pescadores não confiam, porque o volume de pescado cada vez é menor e cada vez mais existem entraves à sua actividade; Os agricultores não confiam, porque a política relativa ao gado de carne continua extremamente incerta; Enfim, os Marienses não confiam porque realmente não têm, nem vislumbram, razões para confiar. 3

E sem confiança é muito difícil, ou até impossível que qualquer sociedade se desenvolva. Portanto, há que pôr mãos à obra, juntar o Governo a Autarquia e a sociedade civil mariense e tentar perceber de que forma é que se conseguirá sair deste impasse a que parece que se chegou. Outro dos factores que certamente afecta os níveis de confiança, em Santa Maria são as questões relacionadas com o Aeroporto. Desde o início deste ano que se vive a novela do encerramento do aeroporto e, desde essa data, apesar do empenho do Governo Regional, que a ANA, S.A. anda a brincar com isto tudo. A empresa vai prorrogando os NOTAM, numa atitude provocatória e até, em minha opinião, de afronta aos poderes públicos regionais; A empresa, ao que se sabe, cancelou todos os investimentos que tinha para as áreas habitacionais, investimentos esses que eram fundamentais, principalmente, aqueles que diziam respeito ao saneamento básico, rede de águas e rede de estradas; A empresa não respeita, nem parece querer respeitar, as decisões das entidades publicas regionais e locais, veja-se o caso da classificação como Património Cultural, da antiga Torre de Controle. E tudo isto se passa, sem que o Governo dê uma explicação, ou informe minimamente os marienses daquilo que se está a 4

passar nas negociações que, entretanto, vai mantendo com a ANA. Obviamente, que compreendemos que numa fase negocial é necessária alguma tranquilidade e algum sigilo, mas Srs. Membros do Governo, não custa e, até fica bem, dar alguma informação de como está a decorrer todo este processo. Lembrem-se que estamos a falar de um dos maiores empregadores da ilha e que se algo corre mal, as consequências para Santa Maria poderão ser muito graves, além de que, esta empresa explora uma zona vital para o desenvolvimento da ilha, zona esta, que a cada dia que passa está mais abandonada e a carecer de uma intervenção. Sras. e Srs. Deputados Sra. e Srs. Membros do Governo A coesão não se consegue por decreto, e, certamente, não é com discursos inflamados que se conseguem combater as assimetrias existentes nos Açores. É preciso que o Governo entenda que cada ilha tem as suas especificidades e que, portanto, só com políticas adequadas à sua realidade socio-económica é que verdadeiramente se poderá promover o desenvolvimento. Só com uma estratégia que, por um lado, valorize aquilo que de positivo existe em cada ilha e, por outro, minimize aquilo que são os seus constrangimentos, é que se poderá promover de forma efectiva a coesão. 5

É necessário definir políticas que venham ao encontro das reais necessidades de cada parcela do nosso arquipélago, para que paulatinamente a confiança se instale e as pessoas acreditem que vale a pena lutar e ultrapassar os constrangimentos decorrentes da dimensão e do afastamento. È este o grande desígnio de quem governa os Açores, deverá ser este o objectivo principal da acção governativa e só assim, de certeza, é que se conseguirá corresponder às legitimas expectativas de quem escolheu estas ilhas para viver. Disse. 6