Avaliação de giberela em genótipos de trigo do ensaio estadual de cultivares, na região de Passo Fundo, em 2004



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Avaliação de resistência de genótipos de trigo à Giberela.

Transcrição:

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ISSN 1518-6512 Dezembro, 2005 52 Avaliação de giberela em genótipos de trigo do ensaio estadual de cultivares, na região de Passo Fundo, em 2004 Maria Imaculada Pontes Moreira Lima 1, Márcio Só e Silva 1, Pedro Luiz Schereen 1, Leo de Jesus Antunes Del Duca 1, João Leonardo Pires 1, Alfredo do Nascimento Junior 1 Introdução A giberela ou fusariose, causada por Gibberella zeae (Fusarium graminearum Schwabe (Sch.) Petch.), é uma doença que afeta espigas de trigo. Precipitação pluvial de no mínimo 48 horas consecutivas e temperatura entre 20 e 25 C são favoráveis à doença (Parry et al., 1995). A ocorrência de giberela é comum nos estados da região sul do Brasil, caracterizados por chuvas freqüentes a partir do espigamento (Lima, 2003; Reunião, 2004). Os sintomas característicos são espiguetas despigmentadas, de coloração esbranquiçada que contrastam com o verde normal das espiguetas 1 Pesquisador da Embrapa Trigo Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. E-mail: imac@cnpt.embrapa.br; soesilva@cnpt.embrapa.br; scheeren@cnpt.embrapa.br; pires@cnpt.embrapa.br; alfredo@cnpt.embrapa.br

sadias. Os grãos afetados são chochos, enrugados, de coloração branco-rosado a pardo-clara (Reis, 1988; McMullen et al., 1997; Parry et al., 1995). Uma combinação entre clima úmido e considerável aumento da área convertida ao sistema plantio direto, tem sido apontada como a principal causa da expansão da ocorrência de giberela (McMullen et al., 1997). Medidas de controle como rotação de culturas e o uso de fungicidas até então disponíveis, têm sido pouco eficazes. Isto ocorre porque as opções de culturas usadas em rotação são suscetíveis ao patógeno e também devido à deficiência na deposição dos fungicidas nos sítios de infecção (Fernandes, 1997). Lima et al. (2002) relataram grande efeito genótipo - ambiente em relação à giberela em trigo. O objetivo desse trabalho foi registrar o nível de ocorrência de giberela nos genótipos de trigo componentes do Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo (EEC), na região de Passo Fundo, em duas s de semeadura, em 2004. Material e métodos O ensaio foi instalado na região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul, na área experimental da Embrapa Trigo, no município de Coxilha, em 2004. O experimento constituiu-se de 35 cultivares de trigo (Tabela 1). O delineamento experimental foi de blocos ao acaso com quatro repetições, semeadas em duas s, sendo a primeira em 14/06/2004 e a segunda em 30/06/2004. As parcelas foram compostas de cinco fileiras de 5 m de comprimento sendo o espaçamento entre fileiras de 20 cm. A condução do experimento seguiu as indicações técnicas para a cultura de trigo em 2004, exceto a supressão de controle químico de doenças na quarta repetição do ensaio. Determinou-se a data em que cada cultivar atingiu 50% do espigamento. Para a avaliação de giberela, foram amostradas as parcelas da repetição do ensaio que não receberam tratamento químico para controle de doenças. Coletaram-se 100 espigas nos estádios 11.2 e 11.4 da escala de Feekes & Large (Large, 1954), denominadas Espigas Verdes e Espigas Secas, respectivamente, conforme metodologia descrita por Lima et al. (1999), nas linhas

externas da parcela. Foram determinadas a incidência e a severidade da doença em espigas verdes, e a porcentagem de grãos com sintomas causados por giberela (grãos GB), em espigas secas. A severidade foi determinada visualmente conforme escala de Stack & McMullen (1995) e a porcentagem de grãos GB em amostra de mil grãos. Calculou-se o índice de doença (ID) multiplicando-se a incidência pela severidade e dividindo-se o resultado por 100. Resultados e discussão Os resultados são mostrados na Tabela 1. Na primeira de semeadura, os maiores IDs foram observados nas cultivares CD 111, Jaspe e BRS 194 (IDs > 9). Nessa mesma de semeadura as cultivares FUNDACEP 30, BRS 179, BRS Timbaúva, BRS Umbu, CD 114, BRS Camboatá, FUNDACEP Nova Era, FUNDACEP 47, Ônix e Pampeano, apresentaram os menores valores de ID (< 2), indicando baixa intensidade de ocorrência de giberela. Na primeira de semeadura registrou-se na cultivar CD 111 (45,4%) o maior percentual de grãos GB seguida pela cultivar CD 110 (23,9%). As cultivares BRS 179, BRS Buriti, BRS Timbaúva, BRS Umbu, CD 114 e Ônix apresentaram a percentagem de grãos GB menor ou igual a 5%. Na segunda de semeadura, os maiores valores de ID foram registrados nas cultivares Alcover (21,63), BRS 194 (19,35), CD 105 (20,01), CD 114 (18,05), Guabiju (16,37) e CD 103 (17,45). BRS 177, FUNDACEP 30, BRS Figueira, BRS Umbu, FUNDACEP Nova Era, FUNDACEP 47 e Safira, apresentaram ID menor que dois. Os IDs inferiores (menores valores) foram atribuídos ao escape da doença (condições climáticas desfavoráveis), e não à resistência genética da cultivar. Considerando-se a diferença entre os valores de ID da primeira e segunda de semeadura, das 35 cultivares, 23 apresentaram maior ID na segunda de semeadura. CD 105 (-16,55), BRS Timbáuva (-10,40), CD 114 (-17,34) e Alcover (-17,33), apresentaram as maiores diferenças de ID entre as duas s de semeadura. As cultivares CEP 24- Industrial (-0,61), BRS Canela (-0,39), FUNDACEP Nova Era (-0,05), FUNDACEP 47 (-0,82) e BRS Buriti (-0,12) apresentaram as

menores diferenças. Na primeira de semeadura, 77,14% das cultivares apresentaram 50% de espigamento entre os dias nove e 18/09. Nesse período ocorreram três dias consecutivos de precipitação pluvial. Na segunda 97,14% dos genótipos apresentaram 50% de espigamento entre os dias 19 e 27/09. Nesse período, foram registrados cinco dias consecutivos de precipitação pluvial (Figura 1), sendo essa condição climática mais favorável à giberela. Os maiores valores médios de ID foram observados nos genótipos CD 105 (11,74), BRS 194 (16,30), BRS Guabiju (12,16), BRS Alcover (12,97) e CD 103 (12,68) e os genótipos FUNDACEP 30, BRS Umbu, FUNDACEP Nova Era e FUNDACEP 47 apresentaram valores médio de ID menores do que dois. Na segunda de semeadura o valor médio do ID (7,58) e o valor médio da percentagem de grãos GB (19,9) foram superiores ao da primeira (4,29 e 10,8, respectivamente) demonstrando ocorrência de maior intensidade de giberela na segunda de semeadura. Nessa de semeadura os genótipos Alcover (36,3%), BRS 194 (32,4%), CD 103 (42,0), CD 105 (59,2%), CD 110 (30,3%), CD 111 (34,0%), Fundacep 36 (31,3%) e Fundacep 40 (31,8%) foram os mais afetados por giberela, em relação à percentagem de grãos. Conclusões Considerando-se as condições climáticas do ano e o local de instalação dos experimentos, conclui-se que: - a ocorrência de giberela foi registrada em todas as cultivares no ensaio em 2004; - a ocorrência de giberela foi mais intensa na segunda de semeadura; - a de semeadura influenciou a intensidade de ocorrência de giberela; e - em algumas cultivares de trigo ocorreu escape (inexpressiva incidência) de giberela.

Referência bibliográfica FERNANDES, J. M. C. As doenças das plantas e o sistema plantio direto. Revisão Anual de Patologia de Plantas, v. 5, p. 317-352, 1997. LARGE, E. C. Growth stage in cereals: illustration of the Feekes scale. Plant Pathology, v. 3, p. 128-129, 1954. LIMA, M. I. P. M. Estádios de suscetibilidade de espigas de trigo à giberela. Fitopatologia Brasileira, v. 28, p. S296-S297, ago. 2003. Suplemento, ref. 447. Edição dos Resumos do XXXVI Congresso Brasileiro de Fitopatologia, Uberlândia, ago. 2003. LIMA, M. I. P. M.; FERNANDES, J. M. C.; PICININI, E. C. Escalonamento da de semeadura de trigo e uso de cultivares de ciclos reprodutivos diferentes como medida de controle de giberela. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 5 p. html. (Embrapa Trigo. Comunicado Técnico Online, 92). Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/p_co92.htm>. LIMA, M. I. P. M.; FERNANDES, J. M. C.; SOUSA, C. N. A. de. Metodologia de amostragem e avaliação da resistência à giberela em espigas de trigo. In: REUNIÃO NACIONAL DE PESQUISA DE TRIGO, 28., 1999, Passo Fundo. Anais... Passo Fundo: Embrapa Trigo, 1999. p. 511-513. McMULLEN, M.; JONES, R. ; GALLENBERG, D. Scab of wheat and barley: a reemerging disease of devastating impact. Plant Disease, v. 81, p. 1340-1348, 1997. PARRY, D. W.; JENKINSON, P.; McLEOD, L. Fusarium ear blight (scab) in small grain cereals - a review. Plant Pathology, v. 44, p. 207-238, 1995. REIS, E. M. Doenças do trigo III: giberela. 2. ed. São Paulo: [s.n.], 1988. 13 p. REUNIÃO DA COMISSÃO SUL-BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO, 36., Passo Fundo. Indicações técnicas da Comissão Sul-Brasileira de Pesquisa de Trigo: trigo e triticale - 2004. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2004. 152 p. STACK, R. W; McMULLEN, M. P. A visual scale to estimate severity of fusarium head blight in wheat. [S.l.]: North Dakota State University of Agriculture and Applied Science; USDA, [1995?]. 2 p. Folder. PP-1095.

Tabela 1. Avaliação de espigamento e de ocorrência de giberela em cultivares de trigo do Ensaio Estadual de Cultivares (EEC), em duas s de semeadura, em Coxilha, em 2004. Embrapa Trigo, 2005. Cultivar 50% Espigamento ID ID 1ª - Grãos GB (%) 1ª ¹ 2ª ² 1ª 2ª ID 2ª ID Médio 1ª 2ª Alcover 9/set 19/set 4,30 21,63-17,33 12,97 7,9 36,3 BR 23 11/set 20/set 2,74 10,15-7,41 6,45 14,0 27,3 BRS 177 20/set 26/set 3,92 0,72 3,21 2,32 6,1 9,0 BRS 179 16/set 23/set 1,49 4,51-3,01 3,00 2,5 15,3 BRS 194 9/set 19/set 13,25 19,35-6,10 16,30 11,1 32,4 BRS Angico 17/set 25/set 5,80 8,11-2,31 6,96 12,6 23,9 BRS Buriti 13/set 23/set 4,05 4,17-0,12 4,11 2,9 7,2 BRS Camboatá 16/set 24/set 1,61 6,39-4,78 4,00 10,8 19,1 BRS Camboim 18/set 26/set 5,54 5,50 0,04 5,52 13,7 16,7 BRS Canela 16/set 27/set 4,45 4,84-0,39 4,64 8,7 10,8 BRS Figueira 23/set 26/set 5,65 1,95 3,70 3,80 16,7 25,1 BRS Guabiju 11/set 23/set 7,94 16,37-8,43 12,16 11,7 24,0 BRS Louro 11/set 24/set 4,53 7,52-2,98 6,03 5,4 18,0 BRS Timbaúva 9/set 21/set 1,39 11,79-10,40 6,59 5,0 12,5 BRS Umbu 27/set 3/out 0,24 0,00³ 0,24 0,12 4,5 1,7 CD 103 10/set 20/set 7,90 17,45-9,55 12,68 13,1 42,0 CD 105 9/set 21/set 3,46 20,01-16,55 11,74 14,1 59,2 CD 110 17/set 24/set 5,66 2,68 2,98 4,17 23,9 30,3 CD 111 10/set 27/set 10,47 6,17 4,30 8,32 45,4 34,0 CD 114 5/set 19/set 0,71 18,05-17,34 9,38 3,5 20,1 CEP 24-Industrial 10/set 20/set 7,52 8,13-0,61 7,82 7,6 18,7 CEP 27-Missões 11/set 20/set 3,86 4,98-1,12 4,42 7,2 16,7 Frontana 13/set 21/set 6,51 6,30 0,21 6,40 13,3 20,8 Fundacep 29 9/set 20/set 2,88 10,84-7,95 6,86 18,5 25,8 Fundacep 30 19/set 27/set 1,96 0,18 1,78 1,07 15,4 10,3 Fundacep 36 11/set 21/set 2,06 11,49-9,44 6,78 16,4 31,3 Fundacep 37 18/set 25/set 2,06 8,70-6,65 5,38-21,7 Fundacep 40 17/set 25/set 6,75 6,11 0,64 6,43 9,4 31,8 Fundacep 46 Nova Era 23/set 26/set 0,39 0,45-0,06 0,42 5,2 4,0 Fundacep 47 10/set 23/set 1,06 1,88-0,82 1,47-10,1 Jaspe 18/set 26/set 9,58 5,28 4,30 7,43 10,3 11,6 Ônix 10/set 23/set 1,45 5,98-4,52 3,71 2,7 8,0 Pampeano 10/set 23/set 0,31 4,22-3,92 2,27 5,6 13,7 Rubi 24/set 27/set 3,80 2,11 1,69 2,96 5,3 5,5 Safira 22/set 26/set 4,86 1,20 3,67 3,03 6,3 3,2 Média 4,29 7,58 10,8 19,9 ¹ Semeadura em 14/06/2005 ² Semeadura em 30/06/2005 ID = Índice de giberela ³ ID = 0,0028 Grãos GB = grãos com sintomas de giberela

70 Precipitação pluvial (mm) 60 50 40 30 20 Setembro Outubro 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Dia Fig. 1. Precipitação pluvial nos meses de setembro e outubro, em Coxilha, RS em 2004. Embrapa Trigo, 2005. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Comitê de Publicações da Unidade Presidente: Silvio Tulio Spera Beatriz Marti Emygdio, Gilberto Omar Tomm, José Maurício Cunha Fernandes, Luiz Eichelberger, Maria Imaculada P. M. Lima, Martha Zavaris de Miranda, Sandra Patussi Brammer Expediente Referências bibliográficas: Maria Regina Martins Editoração eletrônica: Márcia Barrocas Moreira Pimentel

LIMA, M. I. P. M.; SÓ E SILVA, M.; SCHEREEN, P. L.; DEL DUCA, L. de J. A.; PIRES, J. L.; NASCIMENTO JUNIOR, A. do. Avaliação de giberela em genótipos de trigo do ensaio estadual de cultivares, na região de Passo Fundo, em 2004. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2005. 11 p. html. (Embrapa Trigo. Documentos Online, 52). Disponível em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do52.htm