Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos Escritório Regional do Amazonas Rua Duque de Caxias, 958, sala 17 Praça 14 de Janeiro CEP 69.020.141 Manaus- AM eram@dieese.org.br Manaus, 06 de agosto de 2012. Nota à Imprensa Cesta Básica de Manaus apresenta alta pelo 5º mês consecutivo O custo da cesta básica de Manaus continua subindo comparativamente ao mês anterior ficando em R$ 279,06 em julho de 2012 de acordo com pesquisa realizada pelo DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Com o aumento do valor da cesta a capital amazonense ocupa a 6 colocação dentre as 17 capitais onde é realizada a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, seguindo definições do Decreto-Lei 399, de 30 de abril de 1938. TABELA 1 Preço médio, gasto mensal e tempo de trabalho necessário Manaus Julho/2012 Produtos e Quantidades 1 Preço Médio 2 Em R$ Gasto Mensal Em R$ Tempo de Trabalho Necessário Carne Bovina (4,5 kg) 15,64 70,38 24h54m Leite (6 litros) 2,66 15,96 5h39m Feijão (4,5 kg) 5,42 24,39 8h38m Arroz (3,6 kg) 2,05 7,38 2h37m Farinha de mandioca (3 kg) 2,75 8,25 2h55m Tomate (12 kg) 5,32 63,84 22h35m Pão francês (6 kg) 5,87 35,22 12h27m Café em pó (300 gr) 13,7 4,11 1h27m Banana prata (7,5 dz) 3,3 24,75 8h45m Açúcar (3 kg) 1,91 5,73 2h02m Óleo de soja (900 ml) 3,28 3,28 1h10m Manteiga (750 gr) 21,02 15,77 5h35m Total - 279,06 98h42m Notas: 1 Cesta Básica definida pelo Decreto-Lei no 399 de 30 de abril de 1938 para o consumo mensal de uma pessoa adulta. 2 Preço médio mensal por unidade de medida de cada produto. 1
O preço da cesta básica de Manaus, composta por 12 produtos, apresentou aumento de 1,95% em relação ao mês de junho. No mês anterior o conjunto de itens alimentícios essenciais custava R$ 273,73. Em julho de 2011 a cesta básica custou R$249,49. Produtos e Quantidades TABELA 2 mensal, no ano e anual Manaus Julho/2012 mensal no ano anual em 44 meses Carne Bovina (4,5 kg) -1,33-2,49 4,89 18,03 Leite (6 litros) 1,53 2,7 1,92 24,88 Feijão (4,5 kg) -1,3 45,26 90,1 16,31 Arroz (3,6 kg) 3,07 7,27 7,89-2,89 Farinha de mandioca (3 kg) -2,48 23,32 20,61 32,21 Tomate (12 kg) 8,79 11,53 4,52 48,19 Pão francês (6 kg) 0,69 4,63 7,9 13,54 Café em pó (300 gr) 1,48 1,48 17,76 27,24 Banana prata (7,5 dz) 2,48 17,41 18,25 49,28 Açúcar (3 kg) -3,54-3,54-11,57 89,11 Óleo de soja (900 ml) 1,55 11,56 12,33 19,27 Manteiga (750 gr) 2,94 23,2 24,37 12,64 Total 1,95 9,10 11,85 26,32 Poder de compra do Salário Mínimo em Manaus Comparativamente com junho de 2012 um trabalhador que ganha um salário mínimo em Manaus comprometeu, em julho, 48,77% de seu rendimento líquido - R$ 572,24, após o desconto de 8% referente à contribuição previdenciária - com a aquisição dos alimentos básicos. Em junho o comprometimento foi de 47,83%. Este mesmo trabalhador precisou trabalhar 98 horas e 42 minutos para comprar a cesta básica em julho. Em junho a jornada exigida era de 96 horas e 49 minutos. Devido à alta de preços no mês, para comprar o conjunto de produtos alimentícios essenciais, o trabalhador que recebe salário mínimo precisou trabalhar na média das 17 capitais 92 horas e 48 minutos em julho, enquanto em junho, o tempo de trabalho necessário era bem menor, de 89 horas e 01 minuto. Em julho de 2011, a jornada média de trabalho exigida para a compra da cesta somava 93 horas e 52 minutos. A alimentação básica de uma família manauara custa R$ 837,18 O custo da cesta básica para o sustento de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto) foi de R$ 837,18-2 -
durante o mês de julho. Esse valor equivale a aproximadamente 1,34 vezes o salário mínimo bruto, fixado pelo governo federal em R$ 622,00. No mês anterior, o custo da cesta básica para esta mesma família foi de R$ 821,19. Salário mínimo necessário é R$ 2.519,97 Para estimar o valor do salário mínimo necessário, o DIEESE leva em consideração o maior custo para o conjunto de itens básicos - que em julho foi verificado em Porto Alegre - e o preceito constitucional que estabelece que o menor salário pago deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Para atender a essas necessidades, em julho, este valor correspondeu a R$ 2.519,97, ou seja, 4,05 o mínimo em vigor, de R$ 622,00. Em junho, o mínimo necessário chegava a R$ 2.416,38, (3,88 vezes o valor vigente), e em julho de 2011, o piso nacional deveria atingir R$ 2.212,66, ou 4,06 vezes o mínimo à época, R$ 545,00. Comportamento dos preços Em julho oito apresentaram alta nos preços e quatro reduziram seus preços influenciando o custo total da mesma que ficou 1,95% mais cara no mês de julho. O tomate (8,79%) foi o produto que apresentou a maior alta no mês seguido do arroz (3,07%), da manteiga (2,94%), da banana (2,48%), do leite (1,56%), do óleo (1,55%), do café (1,48%) e do pão (0,69%). O açúcar (-3,54%) foi o produto que apresentou maior redução no mês seguido da farinha (-2,48%) da carne (-1,33%), e do feijão (-1,30%). O tomate cujo preço é sujeito a frequentes oscilações, uma vez que é muito sensível às variações climáticas. No ano acumula uma variação de (11,53%). Em julho, o tomate registrou alta em todas as capitais pesquisadas, com taxas extremamente elevadas. A baixa oferta, devido a fortes chuvas e problemas na maturação dos frutos por conta de baixas temperaturas, tem elevado os preços do produto nos últimos meses. O arroz no ano registra uma variação de (7,27%). Doze cidades apresentaram alta no preço do arroz em julho. Em geral os preços ainda refletem as adversidades climáticas que ocasionaram reduções do cultivo e da oferta nas principais regiões produtoras. A manteiga registrou a mesma tendência do mês anterior acumulando (24,37%) nos últimos 12 meses. A banana no ano está (17,41%) mais cara e acumula alta de (18,25%) em 12 meses. O leite na análise dos 12 meses apresenta variação de (1,92%) e no ano (2,70 %). O óleo acumula (11,56%) no ano e (12,33%) na análise dos 12 meses. Treze cidades apresentaram alta no preço do óleo de soja. A demanda externa ainda aquecida e os recentes - 3 -
aumentos dos preços da soja no mercado internacional têm elevado os preços do óleo de soja no atacado, o que pode influenciar seus preços para o consumidor final. O café o excesso de chuvas no estado de Minas Gerais está atrasando e consequentemente prejudicando a qualidade dos grãos. Apresenta (1,48%) no ano e (17,76%) na análise dos 12 meses. O pão no ano está (4,63%) mais caro e em 12 meses acumula alta de (7,90%). Item de peso relevante no custo da cesta, o pão francês teve seu preço majorado em 13 capitais no mês de julho. O açúcar apresenta redução na analise de 12 meses (-11,57%). A farinha apesar da redução no preço, o produto acumula alta no ano (23,32%) e nos 12 meses acumula alta (20,61%), influenciada, entre outras razões, pela forte cheia no início do ano. A carne bovina, produto com maior peso na cesta básica, registrou queda em 15 cidades no mês de julho, pois o clima deste ano ajudou a pecuária. Normalmente, é no inverno, época da entressafra, que o preço da carne sobe, mas, com as chuvas das últimas semanas, o produtor não precisou gastar com ração e a queda no custo chegou ao consumidor. No ano acumula variação negativa de (-2,49%). caro. O feijão está (90,10%) mais caro analisando 12 meses e no ano está (45,26%) mais Cesta Básica aumenta em todas as capitais Em julho, o preço do conjunto de gêneros alimentícios essenciais aumentou nas 17 capitais brasileiras onde o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica. As maiores altas foram apuradas em Belo Horizonte (8,41%), Rio de Janeiro (7,50%) e Porto Alegre (7,03%), enquanto as menores ocorreram em João Pessoa (1,61%) e Manaus (1,95%). Com a forte elevação registrada em parte das localidades e variação menos expressiva de outras, houve uma aproximação entre o custo apurado entre as cidades com a cesta mais cara. O maior valor para os alimentos essenciais foi verificado em Porto Alegre, com a cesta custando, em média, R$ 299,96, que assim superou por centavos, o custo apurado em São Paulo (R$ 299,39). Seguiram-se Vitória, (R$ 290,80) e Rio de Janeiro (R$ 290,64). Os menores gastos médios com a cesta básica ocorreram em Aracaju (R$ 208,14), Salvador (R$ 218,78) e João Pessoa (R$ 233,25). Entre janeiro e julho deste ano, todas as capitais apresentaram alta nos preços, com as variações mais significativas em: Natal (15,45%), João Pessoa e Aracaju (ambas com - 4 -
aumento de 14,22%) e Fortaleza (11,89%) e Brasília (11,17%). Os menores aumentos situaram-se em Florianópolis (1,50%), Salvador (4,77%) e Goiânia (4,85%). Nos últimos 12 meses, de agosto de 2011 a julho deste ano, os preços médios também aumentaram em todas capitais, com destaque para o Rio de Janeiro (20,36%), Belo Horizonte (17,61%), Vitória (15,97%) e Porto Alegre (15,55%). As menores elevações foram verificadas em Florianópolis (4,53%), Salvador (5,91%) e Natal (9,79%) como mostra a Tabela 3. TABELA 3 Pesquisa Nacional da Cesta Básica Custo e variação da cesta básica em 17capitais Brasil Julho/2012 Capital Mensal Valor da Cesta (R$) Porcentagem do Salário Mínimo Líquido Tempo de Trabalho no ano Anual Belo Horizonte 8,41 288,26 50,37 101h57m 9,19 17,61 Rio de Janeiro 7,50 290,64 50,79 102h48m 10,55 20,36 Porto Alegre 7,03 299,96 52,42 106h06m 8,34 15,55 Brasília 6,11 275,58 48,16 97h28m 11,17 13,93 Goiânia 6,00 258,66 45,20 91h29m 4,85 12,76 Vitória 4,72 290,80 50,82 102h51m 5,60 15,97 Natal 4,63 245,17 42,84 86h43m 15,45 9,79 Aracaju 4,23 208,14 36,37 73h37m 14,22 13,11 São Paulo 4,09 299,39 52,32 105h54m 7,98 13,67 Belém 2,74 259,89 45,42 91h55m 6,62 11,47 Recife 2,68 237,66 41,53 84h04m 10,03 11,81 Salvador 2,62 218,78 38,23 77h23m 4,77 5,91 Florianópolis 2,41 266,38 46,55 94h13m 1,50 4,53 Curitiba 2,29 268,00 46,83 94h47m 7,79 12,24 Fortaleza 2,16 240,80 42,08 85h10m 11,89 12,15 Manaus 1,95 279,06 48,77 98h42m 9,10 11,85 João Pessoa 1,61 233,25 40,76 82h30m 14,22 14,11-5 -