Norma Regulamentadora n 13- Caldeiras e Vasos de Pressão



Documentos relacionados
NORMA REGULAMENTADORA 13 CALDEIRAS

PERGUNTAS E RESPOSTAS COMENTADAS SOBRE NR 13

Caldeiras e Vasos de Pressão

MÁQUINAS TÉRMICAS AT-101

NR 13 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO

O que contempla a NR 13? Edição Segurança PH (Profissional Habilitado) Suportada por uma ou mais normas de fabricação Histórico das inspeções Como era

Comparação NR-13 revisão de 1995 com NR-13 vigente a partir de maio de Caldeiras

NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão ( )

LEGISLAÇÃO NR 13. CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO

Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:

13.3 Segurança na Operação de Caldeiras.

NR 13 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO ( )

CURSO PARA OPERADOR CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO NR-13 HISTÓRICO PROFISSIONAL Caldeiras a Vapor - Disposições Gerais.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO SECRETARIA DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ouinferior a PMTA; ( )

Relatório Trabalhista

NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão ( )

Comparação NR-13 revisão de 1995 com NR-13 vigente a partir de maio de Vasos de Pressão. NR-13 / 1995 NR-13 / 2014 Comentários

NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão

Ministério do Trabalho e Emprego NR-13

VERITAE TRABALHO - PREVIDÊNCIA SOCIAL - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO LEX SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. NR 13-Caldeiras e Vasos de Pressão-Alterações

MINISTÉRIO DO TRABALHO GABINETE DO MINISTRO. PORTARIA N.º 1.084, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017 (DOU de 29/09/ Seção 1)

NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão

Altera a Norma Regulamentadora nº 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações.

NR-13 CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÃO

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

CURSO DE EXERCÍCIOS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO PROFESSORA: MARA QUEIROGA CAMISASSA AULA 04 - NR13 - CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO

Anexo II - Requisitos para Certificação de Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos.

NR-13 CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO, TUBULAÇÕES E TANQUES METÁLICOS DE ARMAZENAMENTO

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO PERIÓDICA CONFORME NR-13 (Redação dada pela Portaria MTE n.º 594, de 28 de abril de 2014)

NORMA REGULAMENTADORA Nº 16 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS TEXTO TÉCNICO DISPONIBILIZADO PARA CONSULTA PÚBLICA

MINISTÉRIO DO TRABALHO GABINETE DO MINISTRO. PORTARIA Nº 1.084, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017 (DOU de 29/09/2017 Seção I Pág. 94)

PORTARIA Nº 1.082, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2018

MINISTÉRIO DO TRABALHO GABINETE DO MINISTRO. PORTARIA N.º 1.084, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017 (DOU de 29/09/ Seção 1)

GABINETE DO MINISTRO

MINISTÉRIO DO TRABALHO GABINETE DO MINISTRO. PORTARIA N.º 1.082, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2018 (DOU de 20/12/ Seção 1)

MINISTÉRIO DO TRABALHO GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 1.084, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017

MINISTÉRIO DO TRABALHO GABINETE DO MINISTRO. PORTARIA N.º 1.082, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2018 (DOU de 20/12/ Seção 1)

13.3 Disposições Gerais

13.3 Disposições Gerais

NR-13 Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO DE VASO DE PRESSÃO (Conforme Portaria MTE n 594 da NR-13 de 28 de abril de 2014)

NR13 - Treinamento de Segurança na Operação de Unidades de Processo

EJC ENGENHARIA DE UTILIDADES LTDA

MTb publica Portaria que altera a NR 13

REQUISITOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE PARA CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO DE PRODUÇÃO SERIADA

Informativo 10/2014 NR S. APROVADO O ANEXO I (ACESSO POR CORDAS) DA NR 35 Portaria MTE nº 593, de 28 de abril de 2014

AGRADECEMOS O SEU INTERESSE NESTE ARTIGO.

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO M1 D4 - PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS EM MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES I

NR 13 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO

ÁREAS DE ATUAÇÃO DA LD EFICIENCIA ENERGETICA

Requisitos das auditorias de cumprimento da NR-13/ Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações

Legislação do Ministério do Trabalho e Emprego (NR s)

Relatório Trabalhista

Discussão sobre a revisão da NR-13 (2017)

Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO. Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados.

PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA À EMERGÊNCIAS E DESASTRES QUÍMICOS

Considerando que o disposto no artigo 5º da Lei nº 5.966/73, bem como o estabelecido nas Resoluções nº 05/78 e nº 06/78 do CONMETRO;

Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança

Orientações Consultoria de Segmentos Obrigatoriedade de capacitação e autorização para trabalhos em altura e com eletricidade

Sistema de Hidrantes. O que é sistema de hidrantes: 13ª Edição Janeiro/Fevereiro 2017

NR-13 CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÕES

1) A eficiência das caldeiras elétricas varia significativamente de acordo com a carga. ( ) Certo ( ) Errado

NR 20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS

Riscos ambientais empresariais. 4.1 Programa de prevenção de acidentes (PPRA)

CERTIFICAÇÃO DE VASOS SERIADOS O QUE É PRECISO SABER?

Usinas termoelétricas

TABELA A NR 20 LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS ( ) 20.1 Líquidos combustíveis.

ASPECTOS BÁSICOS DA NR-12. Bruno Caruso Bilbao Adad

O que representa a sigla NR? Normas Regulamentadoras

NR - 10 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

VALIDAÇÃO DE SISTEMA DE ÁGUA. Carlos A Trevisan Setembro 2016

09/09/ Agosto/2012

Máquinas e Equipamentos NR - 12

NR13 - Treinamento de Segurança na Operação de Unidades de Processo

GF Engenharia IT 21 - SISTEMAS DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES DE INCÊNDIO - Estado de São Paulo (em revisão)

CHECK-LIST TRABALHO EM ALTURA - NR 35

PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

ESTADO DA BAHIA CORPO DE BOMBEIROS MILITAR INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 21/2017. Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio

Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas e Equipamentos

Laudo de Comissionamento das Instalações Elétricas de Baixa Tensão

SAÚDE E Segurança do trabalho_sst. Prof. Marcus Aurélio

REGULAMENTO TÉCNICO DA QUALIDADE PARA CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO DE PRODUÇÃO SERIADA

PORTARIA Nº 294, DE 29 DE JUNHO DE 2018

CARTILHA PARA O ASSOCIADO NR 20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS

Objetivos das Normas Regulamentadoras NRs

GUIA NBR 5410 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO FASCÍCULO 13:

LEGISLAÇÃO DO REGISTRO DE DADOS.

SEGURANÇA NO TRABALHO E A NOVA NR-10 III ENCONTRO DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA ELÉTRICA UFRJ

Ano CLV N º Brasília - DF, segunda-feira, 2 de julho de 2018 pgs 57 e 58. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços

INFORMATIVO Sistemas de Proteção contra Quedas O QUE HÁ DE NOVO?

J.G INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE GERADORES LTDA EPP

NORMA REGULAMENTADORA N.º

Capítulo IV FRATURA FRÁGIL

ETC 5.15 MARTELETE ROMPEDOR

PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DA NR Carpintaria Versão_CPN. TEXTO ATUAL TEXTO PROPOSTO JUSTIFICATIVA (discussões)

Nossos equipamentos são montados de acordo com a NBR e atendem aos seguintes itens:

Pergunta 1: Os vasos de pressão que fazem parte de sistemas auxiliares de pacote de máquinas de fluido rotativas ou alternativas estão na NR-13?

Transcrição:

Norma Regulamentadora n 13- Caldeiras e Vasos de Pressão SUMÁRIO 1. Introdução 02 2. Desenvolvimento 02 3. Caldeiras 02 3.1. Disposições Gerais 02 3.2. Risco grave e iminente 07 3.3. Placa de identificação 09 3.4. Documentação 09 3.5. Operador de caldeira 12 3.6. Instalação de caldeiras a vapor 14 3.7. Segurança na operação e manutenção de caldeiras 15 3.8. Inspeção de segurança 18 4. Vasos de pressão 20 4.1. Disposições Gerais 20 4.2. Instalação e segurança na operação e manutenção dos vasos de pressão 22 4.3. Inspeção de segurança nos vasos de pressão 24 5. Questões comentadas 26 6. Lista das questões comentadas 41 7. Gabaritos das questões 48 8. Conclusão 48 Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 1

1. Introdução Oi pessoal, Hoje vamos tratar da NR 13, cujo texto, apesar de não ser tão extenso, considero difícil. Parte significativa da NR não costuma aparecer em provas, então vamos nos concentrar nos conhecimentos mais exigidos. 2. Desenvolvimento Desenvolveremos essa aula expondo os detalhes sobre as caldeiras e depois sobre os vasos de pressão. Como poderemos perceber, há muitas regras semelhantes entre essas categorias, o que será destacado durante a aula. Falaremos também sobre os artigos 187 e 188 da CLT, que traçam diretrizes gerais sobre caldeiras, fornos e vasos de pressão. 3. Caldeiras 3.1. Disposições Gerais Antes de adentrar a NR propriamente dita, vejamos seu fundamento de validade, constante da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): "Art. 187, parágrafo único - O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipamentos necessários à execução segura das tarefas de cada empregado". Nesta aula veremos caldeiras e vasos de pressão. Os fornos têm NR específica (NR 14), que não constou do edital do AFT 2009/2010. A NR 13 inicia seu texto com uma definição de caldeira, qual seja: "Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo". Sendo assim, as caldeiras simultaneamente geram e acumulam vapor (d'água ou de outro fluido). Se, por exemplo, um equipamento gera vapor, mas não o acumula, para efeitos da NR 13 não é uma caldeira. Após a definição das caldeiras, é interessante ressaltar os equipamentos que não são consideradas caldeiras de acordo com o Manual Técnico de Caldeiras e Vasos de Pressão, do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo o Manual: Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 2

"Não deverão ser entendidos como caldeiras os seguintes equipamentos: 1. Trocadores de calor do tipo Reboiler, Kettle, Refervedores, TLE, etc., cujo projeto de construção é governado por critérios referentes a vasos de pressão. 2. Equipamentos com serpentina sujeita a chama direta ou gases aquecidos e que geram, porém não acumulam vapor, tais como: fornos, geradores de circulação forçada e outros. 3. Serpentinas de fornos ou de vasos de pressão que aproveitam o calor residual para gerar ou superaquecer vapor. 4. Caldeiras que utilizam fluido térmico, e não o vaporizam". Diversas atividades industriais necessitam de vapor em seus processos produtivos, e para obtê-lo utilizam as caldeiras. A depender da atividade, as caldeiras operam com pressões 20, 30, 100 vezes maiores que a pressão atmosférica. Em vista disso, as operações com caldeiras envolvem um risco muito grande, pois algumas falhas.podem causar acidentes de graves conseqüências (explosões, incêndios, intoxicações, etc.). Há vários riscos na atividade com caldeiras. Além das explosões, nos setores onde há caldeiras devem ser adotadas medidas para prevenir a ocorrência de acidentes. Como exemplo, podemos citar as tubulações, que devem ser protegidas. Caso fiquem desprotegidas, os empregados podem ter queimaduras, dada a alta temperatura em que a caldeira opera. Além disso, é comum a utilização de produtos cáusticos para controlar o ph da água. Em contato com a pele esses produtos geram queimaduras. Por fim, como há caldeiras de grande porte, com vários metros de altura, é importante que os acessos às partes altas tenham escadas com corrimões e degraus antiderrapantes para evitar quedas em altura. Imagem ilustrativa de uma caldeira. As caldeiras usam alguma fonte energética - carvão, lenha, gás, óleos combustíveis derivados de petróleo, etc. - para gerar e acumular vapor (geralmente d'água), que é agente transportador da energia a ser utilizada em diversos processos industriais. Sobre o conceito de caldeira da NR, podemos observar que são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica. Esse vapor produzido é que vai transportar a energia a ser empregada nos processos produtivos. Além disso, vemos que as caldeiras, para cumprir sua destinação, utilizam qualquer fonte de energia. Assim, caldeiras podem utilizar energia liberada pela queima de óleo, carvão, gás, etc. Por fim, ressalte-se que a Norma expressamente exclui do conceito de caldeira os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo. Esse detalhe foi exigido no concurso do AFT 2009/2010. Vamos ver: Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 3

(ESAF_AFT/MTE_2010) Com base nas disposições da NR-13 (Caldeiras e Vasos de Pressão), assinale o item correto. a) Refervedores de água, bem como demais equipamentos similares utilizados em unidades de processo industrial, são equipamentos destinados a produzir vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, considerados como caldeiras a vapor. Bem, podemos perceber que a proposição vai de encontro à Norma, estando, portanto, errada. Como comentamos acima, o uso de caldeiras requer muito cuidado, pois os fluidos comprimidos em seu interior, caso "encontrem" uma fissura na caldeira, explodirão para ocupar um espaço maior. Para evitar que isso ocorra, é preciso que a caldeira resista à pressão dos fluidos que ela comprime. E qual o limite para essa pressão interna? Esse limite chama-se Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP ou Pressão Máxima de Trabalho Admissível - PMTA. Na CLT já observa a preocupação com o controle da pressão de operação das caldeiras, tendo em vista grandes desastres já ocorridos em outros países. Vejamos o artigo celetista que trata do tema: "Art. 187 - As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão deverão dispor de válvula e outros dispositivos de segurança, que evitem seja ultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência". Parágrafo único - O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de eliminação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipamentos necessários à execução segura das tarefas de cada empregado". E quais são as variáveis para se definir a PMTP? Bem, a NR cita o código de projeto, a resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus parâmetros operacionais. A resistência mecânica dos materiais e a espessura dos componentes das caldeiras podem se reduzir com o tempo (por causa de desgaste, corrosão, etc.), o que pode implicar na mudança da PMTA. Consolidando o que vimos acima, o item 13.3.1 dispõe que "Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP ou Pressão Máxima de Trabalho Admissível - PMTA é o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus parâmetros operacionais". O procedimento para determinação da PMTA deverá explicar o roteiro para seu estabelecimento, passo a passo, incluindo tabelas, ábacos, etc., que porventura devam ser consultados. Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 4

O conhecimento desse tópico seria o bastante para acertar uma questão como essa: (PUC/PR_TECNICO DE SEGURANÇA DO TRABALH0_C0PEL_2010) De acordo com a NR-13, PMTA é o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus parâmetros operacionais, sendo que o significado da sigla PMTA é: A) Pressão máxima de tensão de água quente. B) Pressão máxima de trabalho admissível. C) Pressão mínima de tensão de água quente. D) Pressão mínima de trabalho admissível. E) Pressão máxima de trabalho a vapor. Pelo que comentamos, o gabarito é (B). A NR 13 não inclui regras para projeto e pressupõe que os equipamentos são construídos de acordo com normas e códigos reconhecidos. Como a utilização de caldeiras envolve todos esses riscos que comentamos, não é viável que qualquer pessoa seja responsável pelo seu uso. Com vistas a evitar que ocorram problemas por falta de preparo dos responsáveis, a NR 13 obriga a que as atividades (desde o planejamento até a operação) sejam executadas por profissional habilitado. O item 13.1.2 define profissional habilitado como "aquele que tem competência legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto de construção, acompanhamento operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no País". Esse profissional habilitado é definido por normativos dos Conselhos de Classe (CONFEA, CREA). As caldeiras possuem várias classificações (fumotubulares, aquotubulares, etc.). Para os propósitos da NR 13, as caldeiras são classificadas em 3 categorias: a) caldeiras da categoria "A" são aquelas cuja pressão de operação é igual ou superior a 1960 kpa (19.98 Kgf/cm 2 ); b) caldeiras da categoria "C" são aquelas cuja pressão de operação é igual ou inferior a 588 KPa (5.99 Kgf/cm2) e o volume interno é igual ou inferior a 100 litros; c) caldeiras da categoria "B" são todas as caldeiras que não se enquadram nas categorias anteriores. De imediato vemos que a categoria "B" tem "natureza residual", ou seja, serão classificadas nesta categoria as caldeiras que não forem nem "A" nem "B". Classificação d as caldeiras na NR 13 C B A Caldeiras que não se enquadram nem em A nem em C Pressão de operação igual ou inferior a 588 KPa e o volume interno é igual ou inferior a 100 litros Pressão de operação igual ou superior a 1960 kpa Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 5

Como estudamos no ensino médio, pressão é força sobre área. A unidade oficial de medida da pressão utilizada no Brasil é o Pascal (Pa). Um kpa é equivalente a 1000 Pa. As caldeiras classificadas na categoria "A" deverão possuir painel de instrumentos instalados em sala de controle, construída segundo o que estabelecem as Normas Regulamentadoras aplicáveis. Percebam, pelo quadro acima, que não é apenas a pressão de operação que indica a classificação das caldeiras. Uma caldeira com pressão igual ou inferior a 588 KPa pode ser C ou B. Depende do seu volume interno. O próprio Manual Técnico esclarece que o critério adotado pela NR 13, para classificação de caldeiras, leva em conta a pressão de operação e o volume interno da caldeira. Esse conceito, também adotado por outras normas internacionais, representa a energia disponível em uma caldeira. Dessa forma, quanto maior a energia, maiores serão os riscos envolvidos. O Manual também destaca que a capacidade de produção de vapor da caldeira (t/h, kg/h) não é indicativa do risco, já que não considera a pressão do vapor produzido ou o volume de vapor armazenado. Como a energia envolvida no processo é diferente de acordo com as características da caldeira, a subdivisão em três categorias distintas (A, B e C) facilita a adoção de critérios diferenciados compatíveis com o risco apresentado por cada equipamento. Segue abaixo gráfico que representa a divisão das caldeiras segundo a NR 13, de acordo com a pressão de operação e o volume: Pressão (kpa) 1960 5ÖÜ 100 Volume (litros) Fonte: Manual Técnico de Caldeiras e Vasos de Pressão - MTE (2006) Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 6

3.2. Risco grave e iminente Esse é um tema da Norma que considero importantíssimo. Como nós conversamos algumas aulas atrás, nem sempre o risco grave e iminente é objetivamente descrito; em muitos casos, tal conceito comporta juízo de valor e interpretação da realidade encontrada. No caso da NR 13, ela descreve o que é risco grave e iminente em relação às caldeiras. Há risco grave e iminente de aparecerem questões de prova envolvendo esse tema! Tal conceito é descrito em mais de um trecho da Norma. Vamos reunir neste tópico da aula os itens 13.1.4, 13.2.5, 13.3.2, 13.3.12, 13.5.1, que estabelecem o que é risco grave e iminente em relação às caldeiras. Iniciando com o item 13.1.4: "13.1.4 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens: a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior a PMTA; b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado; c) injetor ou outro meio de alimentação de água, independente do sistema principal, em caldeiras de combustível sólido; d) sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras de recuperação de álcalis; e) sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite o superaquecimento por alimentação deficiente." Percebam que é um item importante com 5 alíneas. Basta a Banca Examinadora substituir uma das alíneas e pedir algo como "marque a alternativa incorreta". Não achei uma questão como essas, mas uma hora ela aparece. Vamos ver como esse item já foi exigido em provas: (IPAD_ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO_SGA/AC_2009) Em relação às caldeiras, é considerada uma condição de risco grave e iminente: A) Sistema de iluminação de emergência. B) Ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas. C) Sensor para detecção de vazamento de gás. D) Falta de instrumento que indique a pressão do vapor acumulado. E) Falta da câmara hiperbárica. O gabarito é (D). Falaremos sobre as outras alternativas no trecho das Questões Comentadas. O item "instrumento que indique a pressão do vapor acumulado" foi o que mais encontrei em questões de provas anteriores. Na alínea "a", que fala sobre a válvula de segurança, fiquem atentos quanto à pressão de abertura: ela deve ser ajustada em valor igual ou inferior a PMTA. Pouco adiantaria uma válvula de segurança ajustada com pressão de abertura superior à PMTA, não é mesmo? Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 7

Já o item 13.3.2 compõe o tópico de segurança na operação de caldeiras; segundo ele: "13.3.2 Os instrumentos e controles de caldeiras devem ser mantidos calibrados e em boas condições operacionais, constituindo condição de risco grave e iminente o emprego de artifícios que neutralizem sistemas de controle e segurança da caldeira". Esse item merece dois comentários. Em primeiro, que de nada adiantaria manter instrumentos de controle descalibrados, pois suas medições não representariam a realidade. Todos os instrumentos e controles que interfiram com a segurança da caldeira deverão ser calibrados periodicamente e serem adequadamente mantidos. Em segundo, tais instrumentos, além de mantidos calibrados e em boas condições, não podem ser neutralizados. Falamos sobre isso no estudo da NR 12 (SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS). A NR 12 cita os casos de burla aos sistemas de segurança. Quando um instrumento é instalado, há mecanismos para que ele não funcione adequadamente: são artifícios utilizados propositalmente para que o instrumento de segurança não seja acionado, ou seja, para que ele seja neutralizado. Isso configura, segundo a NR 13, risco grave e iminente. O item 13.5.1 também identifica outra condição de risco grave e iminente: "13.5.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança inicial, periódica e extraordinária, sendo considerada condição de risco grave e iminente o não atendimento aos prazos estabelecidos nesta NR". Falaremos detalhadamente sobre as inspeções de segurança no decorrer da aula. No tópico segurança na operação de caldeiras também há disposição que configura o risco grave e iminente: "13.3.12 Constitui condição de risco grave e iminente a operação de qualquer caldeira em condições diferentes das previstas no projeto original, sem que: a) seja reprojetada levando em consideração todas as variáveis envolvidas na nova condição de operação; b) sejam adotados todos os procedimentos de segurança decorrentes de sua nova classificação no que se refere a instalação, operação, manutenção e inspeção". São exemplos de alterações que caracterizam o risco grave e iminente citado no item 13.3.12 o emprego de pressões superiores às de operação e a alteração do combustível. Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 8

3.3. Placa de identificação O item 13.1.5 fala da placa de identificação. Segundo ele, toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil acesso e bem visível, placa de identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações: a) fabricante; b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira; c) ano de fabricação; d) pressão máxima de trabalho admissível; e) pressão de teste hidrostático; f) capacidade de produção de vapor; g) área de superfície de aquecimento; h) código de projeto e ano de edição. Como podemos ver, o item 13.1.5 dispõe sobre as informações mínimas; a empresa proprietária da caldeira pode incluir outras informações na placa. As informações obrigatórias da placa de identificação são importantes e, por isso, a placa deve ser parafusada (ou rebitada, soldada) em local de fácil acesso e de boa visibilidade. No item seguinte a NR 13 obriga a que, além da placa de identificação, devam constar, em local visível, a categoria da caldeira (conforme definida no subitem 13.1.9 - A, B ou C, como vimos no quadro acima) e seu número ou código de identificação. A NR não definiu como serão indicadas essas informações; pode ser outra placa, ou através de pintura na própria caldeira. O importante é que, assim como na placa de identificação, essas informações estejam em local visível. 3.4. Documentação O item 13.1.6 trata da documentação das caldeiras. Segundo ele, toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalada, a seguinte documentação, devidamente atualizada: a) "Prontuário da Caldeira", contendo as seguintes informações: - código de projeto e ano de edição; - especificação dos materiais; - procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção final e determinação da PMTA; - conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida útil da caldeira; - características funcionais; - dados dos dispositivos de segurança; - ano de fabricação; - categoria da caldeira; b) "Registro de Segurança", em conformidade com o subitem 13.1.7; c) "Projeto de Instalação", em conformidade com o item 13.2; Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 9

d) "Projetos de Alteração ou Reparo", em conformidade com os subitens 13.4.2 e 13.4.3; e) "Relatórios de Inspeção", em conformidade com os subitens 13.5.11, 13.5.12 e 13.5.13. Esse item é exigido em provas; vejam como nessa questão: (ESAF_ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO_MPU_2004) Toda caldeira deve possuir no estabelecimento onde estiver instalada a seguinte documentação, devidamente atualizada, exceto o(s) a) prontuário da caldeira. b) registro de incidentes. c) projeto de instalação. d) relatórios de inspeção. e) projetos de alteração ou reparo. O gabarito é (B); segue esquema para facilitar a memorização: Prontuário da Caldeira Relatórios de Inspeção Documentação da caldeira Registro de Segurança Projetos de Alteração ou Reparo Projeto de Instalação Vamos agora comentar a documentação. Lembram-se de quando estudamos a NR 10 (SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE)? Na ocasião vimos que algumas instalações elétricas (de acordo com a carga instalada e o local de operação) devem possuir um conjunto de documentos que visam a reunir, de forma ordenada, a documentação da instalação elétrica. Esse é o Prontuário de Instalações Elétricas. Aqui, da mesma forma, é necessário que haja o Prontuário da Caldeira, com dados referentes às suas características funcionais, dispositivos de segurança e especificação dos materiais, entre outros. Já o Registro de Segurança é um livro, com páginas numeradas (ou sistema equivalente), utilizado para registrar todas as ocorrências importantes capazes de influir nas condições de segurança da caldeira. É também nesse livro que deverão ser registradas as inspeções de segurança periódicas e extraordinárias realizadas pelo Profissional Habilitado (engenheiro mecânico, engenheiro de segurança, etc.). E se, durante uma inspeção, o profissional habilitado constatar que a caldeira não reúne mais condições para uso, o que deve ser feito? Bem, nesse caso, deve-se registrar tal fato no Registro de Segurança e o mesmo deve receber encerramento formal. Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 10

Acerca do Projeto de Instalação, a NR atribui a responsabilidade de sua elaboração a profissional legalmente habilitado. Tal projeto deve obedecer aos aspectos de segurança, saúde e meio ambiente previstos nas Normas Regulamentadoras, convenções e disposições legais aplicáveis. O(s) Projeto(s) de Alteração ou Reparo também devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado e devem determinar materiais, procedimentos de execução, controle de qualidade e qualificação de pessoal. Deve-se conceber o Projeto de Alteração ou Reparo previamente à modificação das condições de projeto e sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a segurança. Já quanto aos Relatórios de Inspeção, os mesmo devem ser emitidos sempre que a caldeira for inspecionada (bastante razoável!). A NR (item 13.5.13) enumera uma série de informações que devem constar dos Relatórios de Inspeção, como data de início e término da inspeção, descrição das inspeções e testes executados, recomendações e providências necessárias e data prevista para a nova inspeção da caldeira. Além disso, a NR determina que uma cópia do Relatório de Inspeção deve ser encaminhada pelo Profissional Habilitado, num prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar do término da inspeção, à representação sindical da categoria profissional predominante no estabelecimento. Feitos os esclarecimentos específicos de cada documentação, passemos às regras gerais sobre o assunto. O Manual Técnico das Caldeiras e Vasos de Pressão (publicação do MTE) esclarece que, caso o estabelecimento onde estiver instalada a caldeira possua diversas unidades fabris, distantes umas das outras, os documentos deverão estar disponíveis na unidade onde a caldeira estiver instalada para que possam ser facilmente consultados. Não é necessário que toda documentação seja arquivada num mesmo local, mas é recomendável que todos os documentos que compõem o prontuário da caldeira estejam agrupados. E se o prontuário da caldeira não existir ou for perdido, qual o procedimento a ser adotado? A resposta é semelhante à que vimos quanto aos manuais na NR 12 (SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS), estão lembrados? No estudo da NR 12 aprendemos que, quando inexistente ou extraviado, o manual de máquinas ou equipamentos que apresentem riscos deve ser reconstituído pelo empregador, sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado. Aqui não é diferente. Segundo o item 13.1.6.1: "13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado, o "Prontuário da Caldeira" deve ser reconstituído pelo proprietário, com responsabilidade técnica do fabricante ou de "Profissional Habilitado" (...), sendo imprescindível a reconstituição das características funcionais, dos dados dos dispositivos de segurança e dos procedimentos para determinação da PMTA". Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 11

A preocupação da NR com a documentação é grande porque tais documentos contêm informações essenciais não só para a determinação dos parâmetros operacionais do equipamento, mas também é de fundamental importância na preparação e execução das atividades de inspeção e manutenção das caldeiras. E no caso da caldeira ser vendida (ou transferida de estabelecimento), todos os documentos devem acompanhá-la? Na verdade não obrigatoriamente. Nesses casos a NR 13 exige que a acompanhem o Prontuário da Caldeira, o(s) Projeto(s) de Alteração ou Reparo e os Relatórios de Inspeção. O Projeto de Instalação não acompanha a caldeira porque deverá ser elaborado novo projeto, característico das novas instalações. Com relação à disponibilidade de toda essa documentação que acabamos de estudar (item 13.1.6), a NR determina que: "13.1.8 A documentação referida no subitem 13.1.6 deve estar sempre à disposição para consulta dos operadores, do pessoal de manutenção, de inspeção e das representações dos trabalhadores e do empregador na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, devendo o proprietário assegurar pleno acesso a essa documentação". 3.5. Operador de caldeira A NR 13 trata dos operadores de caldeira no item 13.3.4 e seguintes. Como são equipamentos que envolvem grandes riscos, é importantíssimo que, caso algo fuja à normalidade, sejam tomadas medidas imediatas para prevenir tragédias. Dessa forma, não há como atribuir a responsabilidade da operação de uma caldeira a leigos no assunto. Em vista disso, a NR considera risco grave e iminente a operação de caldeira por pessoas não capacitadas para esta atividade: "13.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle de operador de caldeira, sendo que o não atendimento a esta exigência caracteriza condição de risco grave e iminente". Antes da elaboração da NR 13 já havia muitas caldeiras no país, e, conseqüentemente, muitas pessoas envolvidas na operação e controle de caldeiras. Ao invés de exigir curso para todas essas pessoas, a NR estabeleceu regras distintas, permitindo que empregados que já tinham experiência na operação desses equipamentos pudessem ser considerados operadores de caldeira. Vejamos o item: "13.3.5 Para efeito desta NR será considerado operador de caldeira aquele que satisfizer pelo menos uma das seguintes condições: a) possuir certificado de "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras" e comprovação de estágio prático conforme subitem 13.3.11; Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 12

b) possuir certificado de "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras" previsto na NR 13 aprovada pela Portaria 02, de 08/05/84; c) possuir comprovação de pelo menos 3 (três) anos de experiência nessa atividade, até 08 de maio de 1984 [data em que a NR 13 foi alterada]. Dessa forma, quem comprovou operar caldeiras anteriormente à alteração da NR em 1984, por meio de anotação na CTPS, testemunhas, etc., também é considerado operador de caldeira, mesmo que não tenha o certificado de "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras". E qualquer pessoa pode participar do Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras? Na verdade, não. A NR estabeleceu uma regra simples, qual seja: "13.3.6 O pré-requisito mínimo para participação como aluno, no "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras" é o atestado de conclusão do 1 grau". Outra regra importante trazida pela NR é com relação aos estágios práticos: "13.3.9 Todo operador de caldeira deve cumprir um estágio prático, na operação da própria caldeira que irá operar, o qual deverá ser supervisionado, documentado e ter duração mínima de: a) caldeiras da categoria A: 80 (oitenta) horas; b) caldeiras da categoria B: 60 (sessenta) horas; c) caldeiras da categoria C: 40 (quarenta) horas". Desse modo, podemos perceber que caso um operador, treinado de acordo com a NR 13, necessite operar outra caldeira, deverá freqüentar outro estágio prático na nova caldeira que irá operar (mesmo que esta seja da mesma categoria que a anterior). Para demonstrar perante a fiscalização a realização do estágio prático, a empresa deverá arquivar os documentos e emitir os certificados que comprovem a participação de seus operadores nos referidos estágios, que devem prepará-los para executar os procedimentos de partida, parada de rotina, emergência e segurança. Segundo o item 13.3.10, o estabelecimento onde for realizado o estágio prático supervisionado, deve informar previamente à representação sindical da categoria profissional predominante no estabelecimento o período de realização do estágio e a entidade, empresa ou profissional responsável pelo "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras" e a relação dos participantes do estágio. Por fim, a NR exige que o treinamento dos operadores não ocorra apenas de forma isolada, mas que haja também reciclagem dos operadores, de forma permanente, por meio de constantes informações das condições físicas e operacionais dos equipamentos, atualização técnica, informações de segurança, participação em cursos, palestras e eventos pertinentes. Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 13

3.6. Instalação de caldeiras a vapor Com relação à instalação das caldeiras, vimos na parte da documentação que a autoria do Projeto de Instalação de caldeiras a vapor é de responsabilidade de profissional legalmente habilitado, e deve obedecer aos aspectos de segurança, saúde e meio ambiente previstos nas Normas Regulamentados, convenções e disposições legais aplicáveis. As caldeiras de qualquer estabelecimento devem ser instaladas em Casa de Caldeiras ou em local específico para tal fim, denominado Área de Caldeiras. Se o local onde a(s) caldeira(s) estiver(em) instalada(s) for fechado, será uma Casa de Caldeiras. Se for aberto, tratar-se-á de Área de Caldeiras. Segue quadro relacionando as características de cada local: Disposições comuns para área de caldeiras e casa de caldeiras Casa de caldeiras (ambiente fechado) Área de caldeiras (ambiente aberto) outras instalações do estabelecimento Ficar afastada, depósitos de combustíveis (exceto no mínimo, 3 reservatórios de partida de até 2000 (três) metros litros) de limite com propriedades de terceiros limite com vias públicas Dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente desobstruídas e dispostas em direções distintas Ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado, provenientes da combustão, para fora da área de operação, atendendo às normas ambientais vigentes Dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e manutenção da caldeira, sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas Dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes Deve constituir prédio separado, podendo ter apenas uma parede adjacente Deve dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas Dispor de sensor para detecção de vazamento de gás (quando se tratar de caldeira a combustível gasoso) Não ser utilizada para qualquer outra finalidade Dispor de sistema de iluminação de emergência Dispor de sistema de iluminação de emergência caso opere à noite Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 14

Em relação às características a serem observadas nas casas e áreas de caldeiras, podemos destacar o que segue. Percebam que a maioria das regras é comum, e as regras diferentes têm razão de ser. Como a casa de caldeiras é um ambiente fechado, deve-se providenciar ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser bloqueadas. Já as áreas de caldeiras, que são ambientes abertos, possuem ventilação natural e, por isso, a NR não exige ventilação local nestas últimas. Seguindo o mesmo raciocínio, as casas de caldeiras sempre necessitam ter sistema de iluminação de emergência, pois, por serem ambientes fechados, não possuem iluminação natural suficiente para manter nível de iluminamento adequado em caso de falta de energia elétrica. Já as áreas de caldeiras, por serem locais abertos, devem possuir sistema de iluminação de emergência somente quando operem à noite. O Manual Técnico das Caldeiras e. Vasos de Pressão esclarece que "deve ser entendido como sistema de iluminação de emergência todo sistema que, em caso de falha no fornecimento de energia elétrica, consiga manter adequadamente iluminados os pontos estratégicos à operação da caldeira. São exemplos destes sistemas lâmpadas ligadas a baterias que se autocarregam nos períodos de fornecimento normal, geradores movidos a vapor ou motores a combustão, etc". Quanto a "dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes", é importante ressaltar que a NR 17 (ERGONOMIA) estabelece os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho. Após lermos e estudarmos as regras do quadro acima, que sintetizam os itens 13.2.3 e 13.2.4 e alíneas, precisamos tratar do item 13.2.6, que trata dos casos em que o estabelecimento onde está instalada a caldeira não possa atender aos itens 13.2.3 e 13.2.4 e alíneas. Nesses casos, deve-se elaborar Projeto Alternativo de Instalação, com medidas complementares de segurança que permitam a atenuação dos riscos. As medidas complementares de segurança a que a NR 13 se refere devem ser preventivas, de modo que o projeto alternativo priorize a implantação de medidas que melhorem a confiabilidade operacional da caldeira. O Manual cita os seguintes exemplos de medidas concretas que permitam a atenuação dos riscos: 1. Realização de inspeções com maior freqüência e maior rigor quanto à aplicação de exames não-destrutivos. 2. Aperfeiçoamento dos sistemas de controle. 3. Independentemente da pressão, atender a requisitos mais apurados de qualidade e tratamento de água. 4. Reduzir a pressão de operação quando possível. 5. Empregar combustíveis de melhor qualidade. Nesses casos, o Projeto Alternativo de Instalação deve ser apresentado pelo proprietário da caldeira para obtenção de acordo com a representação sindical da categoria profissional predominante no estabelecimento. Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 15

3.7. Segurança na operação e manutenção de caldeiras Em relação à segurança na operação das caldeiras a NR estabelece algumas regras quanto ao operador da caldeira, que vimos em tópico específico, e também ao manual de operação, instrumentos de controle e qualidade da água. Quanto aos Manuais de Operação, o item 13.3.1 dispõe que: "13.3.1 Toda caldeira deve possuir Manual de Operação atualizado, em língua portuguesa, em local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo: a) procedimentos de partidas e paradas; b) procedimentos e parâmetros operacionais de rotina; c) procedimentos para situações de emergência; d) procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do meio ambiente". O Manual sempre deverá estar disponível para os operadores, em local de fácil acesso. Se houver alterações nos parâmetros operacionais de rotina ou nas características da caldeira, tais mudanças devem ser incorporadas ao respectivo manuais. O item relativo aos instrumentos e controles de caldeiras já vimos no tópico risco grave e iminente; vamos relembrá-lo: "13.3.2 Os instrumentos e controles de caldeiras devem ser mantidos calibrados e em boas condições operacionais, constituindo condição de risco grave e iminente o emprego de artifícios que neutralizem sistemas de controle e segurança da caldeira". Dessa forma, o emprego de tais artifícios torna a operação insegura, o que pode levar inclusive à interdição da caldeira (assim como nas diversas outras situações nas quais o Auditor-Fiscal do Trabalho constate a situação de grave e iminente risco). O item seguinte cuida da água que é utilizada para a geração de vapor, pois de acordo com a qualidade da água (ph, concentração de cálcio, magnésio, impurezas, etc.) a caldeira pode sofrer efeitos como corrosão e depósitos. Segundo o item 13.3.3, a qualidade da água deve ser controlada e tratamentos devem ser implementados, quando necessários para compatibilizar suas propriedades físico-químicas com os parâmetros de operação da caldeira. Atento a isso, o Manual esclarece que a qualidade da água é fator determinante da vida da caldeira. Estabelecer parâmetros de qualidade de água não faz parte do escopo da NR 13, uma vez que ela se aplica a variados tipos de caldeiras com diferentes pressões e temperaturas, instaladas em locais distintos. Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 16

Caso seja constatada corrosão ou outras deteriorações na caldeira, devese verificar se as características da água utilizada estão de acordo com as requeridas pelo equipamento. Passando agora para o trecho da segurança na manutenção das caldeiras, o item 13.4.1 trata dos reparos ou alterações em caldeiras. Segundo o Manual, deve ser considerado como reparo qualquer intervenção que vise corrigir não-conformidades com relação ao projeto original como, por exemplo, reparos com soldas para recompor áreas danificadas, reparos em refratários e isolantes térmicos, substituição de conexões corroídas, etc. Já alteração pode ser entendida como qualquer intervenção que resulte em alterações no projeto original, inclusive nos parâmetros operacionais da caldeira, podendo-se citar como exemplos as alterações na especificação de materiais, mudanças de combustível, mudanças na configuração nos tubos de troca térmica, inclusão de conexões, etc. Nos termos do item 13.4.1, "13.4.1 Todos os reparos ou alterações em caldeiras devem respeitar o respectivo código do projeto de construção e as prescrições do fabricante no que se refere a: a) materiais; b) procedimentos de execução; c) procedimentos de controle de qualidade; d) qualificação e certificação de pessoal". Tais regras se aplicam à parte principal da caldeira e também aos seus periféricos, como chaminés, ventilação e instrumentação Seguindo adiante no tópico manutenção de caldeiras, o item 13.4.4 determina que todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em partes que operem sob pressão devem ser seguidas de teste hidrostático, com características definidas pelo Profissional Habilitado. Realizada a manutenção (mandrilamento ou soldagem) e feito o teste hidrostático (com as características e parâmetros estabelecidos em normas ou códigos), o profissional habilitado deverá providenciar o registro dos resultados no Relatório de Inspeção que engloba o teste, seja ele inicial, periódico ou extraordinário. Finalizando o tópico, consta disposição na NR 13 no sentido de que os sistemas de controle e segurança da caldeira devem ser submetidos à manutenção preventiva ou preditiva. A manutenção preventiva consiste na realização de tarefas de assistência que tiverem sido pré-planejadas para execução em pontos específicos, a tempo de manter as capacidades funcionais de sistema de controle e segurança de caldeira. Quando a manutenção tiver suas datas de intervenção baseadas no acompanhamento da evolução de parâmetros ligados ao sistema (por exemplo temperatura, vibração, viscosidade de óleo) passa a ser denominada de preditiva. Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 17

3.7. Inspeção de segurança O tópico Inspeção de segurança inicia com uma disposição que vimos no início da aula: "13.5.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança inicial, periódica e extraordinária, sendo considerada condição de risco grave e iminente o não atendimento aos prazos estabelecidos nesta NR". Passemos agora a ver os prazos e as condições estabelecidas na NR 13 para as inspeções de segurança. A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da entrada em funcionamento, no local de operação, devendo compreender exames interno e externo, teste hidrostático e teste de acumulação. O teste de acumulação é feito para verificar se a(s) válvula(s) de segurança instaladas em caldeiras têm capacidade de descarregar todo o vapor gerado, na máxima taxa de queima, sem permitir que a pressão interna suba para valores acima dos valores considerados no projeto. O Manual Técnico estabelece que exames internos, externos e teste hidrostático, efetuados nas dependências do fabricante da caldeira são importantes e necessários, porém não constituem a Inspeção de Segurança Inicial, uma vez que os componentes da caldeira podem sofrer avarias durante seu transporte, armazenamento e montagem no local definitivo. Para minimizar a probabilidade de avarias as caldeiras são transportadas dentro de estruturas metálicas que dificultam os impactos mecânicos no equipamento. A inspeção de segurança inicial, portanto, só poderá ser realizada quando a caldeira já estiver instalada em seu local definitivo. Quanto à inspeção de segurança periódica, que deve contemplar exames interno e externo, a NR determina os prazos de acordo com a categoria e tipo da caldeira. Os prazos são os seguintes: Categoria e tipo da caldeira Periodicidade A, B e C 12 meses Caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer categoria 12 meses A, desde que as pressões das válvulas de segurança tenham sido testadas aos 12 meses 24 meses Caldeiras especiais 40 meses Caldeiras especiais são as que operam de forma contínua e que utilizam gases ou resíduos das unidades de processo, como combustível principal para aproveitamento de calor ou para fins de controle ambiental e, adicionalmente, atendem as condições enumeradas no item 13.5.5 da NR. Os prazos definidos pela Norma para os exames periódicos são máximos, podendo o profissional legalmente habilitado definir prazos menores de acordo com o histórico da caldeira. Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 18

Vejamos uma questão de prova: (PUC/PR_TECNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO_COPEL_2010) De acordo com o item Inspeção de Segurança de Caldeiras, elas: III. A inspeção de segurança periódica, constituída por exames interno e externo, deve ser executada em 12 (doze) meses para caldeiras das categorias "A", "B" e "C". IV. A inspeção de segurança periódica, constituída por exames interno e externo, deve ser executada em 12 (doze) meses para caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer categoria. As duas proposições estão corretas. A NR 13 não estabelece métodos ou procedimentos de inspeção, que deverão ser realizados de acordo com as normas e códigos vigentes. Após a definição dos prazos dos exames periódicos, a NR abre uma exceção: os estabelecimentos que possuem Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos têm prazos diferenciados para as inspeções periódicas. Para que o departamento (ou setor, seção, divisão, etc.) da empresa seja considerado Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos ele deve atender aos requisitos estabelecidos no Anexo III da NR 13, que inclui certificação pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) ou organismo de certificação por ele credenciado. Segue o item que concede prazos mais dilatados para os casos em que haja o Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos no estabelecimento: "13.5.4 Estabelecimentos que possuam Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos, conforme estabelecido no Anexo II, podem estender os períodos entre inspeções de segurança, respeitando os seguintes prazos máximos: a) 18 meses para caldeiras de recuperação de álcalis e as das categorias "B" e "C"; b) 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria "A". Já a inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes oportunidades: a) sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capaz de comprometer sua segurança; b) quando a caldeira for submetida à alteração ou reparo importante capaz de alterar suas condições de segurança; c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa por mais de 6 (seis) meses; d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira. Agora vejamos um item que encontrei em diversas questões de prova: "13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subseqüente, as caldeiras devem ser submetidas a rigorosa avaliação de Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 19

integridade para determinar a sua vida remanescente e novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em condições de uso". Para verificar a vida remanescente da caldeira é importante que sejam analisados os diversos componentes do equipamento, como os tubos de troca térmica. O Manual ressalta que caldeiras fora de operação podem sofrer corrosão de forma acentuada e, por isso, deve-se ter atenção aos períodos em que a caldeira permaneceu fora de operação para verificar sua vida útil remanescente, caso ainda esteja em condições de uso. Da mesma forma como ocorre em relação aos prazos para realização de inspeção de segurança periódica, essa regra também possui diferenciação em relação aos estabelecimentos que possuam Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos: "13.5.6.1 Nos estabelecimentos que possuam Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos (...) o limite de 25 (vinte e cinco) anos pode ser alterado em função do acompanhamento das condições da caldeira, efetuado pelo referido órgão". 4. Vasos de pressão 4.1. Disposições Gerais Passemos agora à leitura dos itens relativos aos vasos de pressão, cujas diretrizes se iniciam no item 13.6.1. Veremos que muitas disposições são bastante semelhantes às das caldeiras. Vasos de pressão são equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou externa. Os vasos são utilizados como reservatórios para armazenar líquidos ou gases, e são constituídos de aço carbono, aço inoxidável, alumínio ou outro material. Os vasos devem ser projetados para resistir a pressões internas e externas, podendo ter o formato cilíndrico, esférico, cônico, etc. O termo vaso de pressão pode ser interpretado de maneiras diferentes, no que tange aos equipamentos considerados como tais. Dessa maneira, o campo de aplicação da NR (ou seja, o que a NR considera ou não como vaso de pressão) consta do anexo III da Norma. Quanto à classificação dos vasos, a mesma foi definida no Anexo IV da NR. Assim, para efeito da NR 13, os vasos de pressão são classificados em categorias segundo o tipo de fluido e o potencial de risco. As classes de fluido são de A, B, C ou D, a depender do tipo de fluido que o vaso armazena (hidrogênio, acetileno, vapor de água, combustível, etc.). Já os grupos de potencial de risco são 1, 2, 3, 4 ou 5, de acordo com o produto PV, sendo P a pressão máxima de operação (em MPa) e V o volume geométrico interno do vaso (em metros cúbicos). Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 20

O maior potencial de risco é o do grupo 1, onde são enquadrados vasos com PV maior ou igual 100 (cem). O menor é o grupo 5, com PV menor que 1 (um). Com a identificação da classe de fluido e do potencial de risco, chega-se à classificação dos vasos em categorias. As categorias são I, II, III, IV e V, conforme quadro do Anexo IV da NR. Não recomendo decorar o quadro. A título de exemplo, um vaso com classe de fluido A (exemplo: fluido inflamável) e com grupo de potencial de risco 1 (pressão de operação igual ou maior a 100 MPa) é classificado como categoria I. Um vaso com o mesmo fluido, mas com pressão de operação menor (exemplo: PV menor que 1 MPa) é enquadrado na categoria III. Imagem ilustrativa de um vaso de pressão. Vasos de pressão são equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou externa. Passaremos agora a comentar diversos dispositivos que são iguais ou muito semelhantes, relembrando os itens das caldeiras para podermos compará-los. Iniciando pela placa de identificação, segue o quadro com os itens respectivos (destaquei as alíneas diferentes): Placa de identificação da caldeira (item 13.1.5) Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil acesso e bem visível, placa de identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações: a) fabricante; b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira; c) ano de fabricação; d) pressão máxima de trabalho admissível (PMTA); e) pressão de teste hidrostático; f) capacidade de produção de vapor; g) área de superfície de aquecimento; h) código de projeto e ano de edição. Placa de identificação do vaso de pressão (item 13.6.3) Todo vaso de pressão deve ter afixado em seu corpo em local de fácil acesso e bem visível, placa de identificação indelével com, no mínimo, as seguintes informações: a) fabricante; b) número de identificação; c) ano de fabricação; d) pressão máxima de trabalho admissível (PMTA); e) pressão de teste hidrostático; f) código de projeto e ano de edição. Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 21

Além da placa de identificação, deverá constar, em local visível, a categoria do vaso, conforme Anexo IV [A, B, C ou D], e seu número ou código de identificação. A regra é igual à que vimos em relação às caldeiras: além da placa de identificação deve constar, em local visível, a categoria da caldeira, conforme definida no subitem 13.1.9 [A, B ou C] da NR, e seu número ou código de identificação. Acerca da documentação, pode-se traçar um paralelo, pois a nomenclatura adotada pela NR é igual tanto para as caldeiras quanto para os vasos de pressão: Documentação da caldeira (item 13.1.6) Prontuário da Caldeira Registro de Segurança Projeto de Instalação Projeto de Alteração ou Reparo Relatórios de Inspeção Documentação do vaso de pressão (item 13.6.4) Prontuário do Vaso de Pressão Registro de Segurança Projeto de Instalação Projeto de Alteração ou Reparo Relatórios de Inspeção E se o Prontuário não existir ou for extraviado? A regra é idêntica para caldeiras e vasos de pressão: "quando inexistente ou extraviado, o Prontuário do Vaso de Pressão deve ser reconstituído pelo proprietário com responsabilidade técnica do fabricante ou de Profissional Habilitado (...), sendo imprescindível a reconstituição das características funcionais, dos dados dos dispositivos de segurança e dos procedimentos para determinação da PMTA". A documentação dos vasos de pressão (assim com das caldeiras) deve estar sempre à disposição para consulta dos operadores, do pessoal de manutenção, de inspeção e das representações dos trabalhadores e do empregador na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, devendo o proprietário assegurar pleno acesso. 4.2. Instalação e segurança na operação e manutenção dos vasos de pressão Todo vaso de pressão deve ser instalado de modo que todos os seus acessórios (drenos, respiros, bocas de visita e indicadores de nível, pressão e temperatura), quando existentes, sejam facilmente acessíveis. Quanto à instalação, vimos que as caldeiras são instaladas em ambientes abertos (áreas de caldeiras) ou ambientes fechados (casas de caldeiras). No caso dos vasos de pressão também é possível a instalação em ambientes abertos ou fechados, conforme quadro abaixo: Prof. Mário Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br 22