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Transcrição:

* iiiw-mmniii eimujnwm.....'.,...', *>4%í* *&!.& m0 ' '.::-.'.- ' família REDCTOR:JDSEPHIN DE ZEYEDO ' 'iv MOU Rio de Janeiro, 13 de Fevereiro de 1890 NUM. 48 Veneremos a mulher! Santiflquemol-a e gloriflquemol-a I Victor Hugo. EXPEDIENTE SSIGNTURS CORTE nno 12$00Ô províncias nno 15jj000 COLLBORÇÃÜ São collaboradoras Jo nosso jornal, as Exmas. Sras.U.D..- nalia Franco, Ignez Sabino de Pinho 'Maia. Carmen Freire (Baroneza de Mamanguape) Doutora Izabel Dillon, Marianna da Silveira, Mlle. Rennotte, delaide Peixoto, MariaZalina Rolim, délia Barros, Luiza Thienpont, Emiliana de Moraes, Maria Ramos, Panlina. da Silva, lzira Hodriguez e Julia Cortines. Club FMÍLI Rio, 13 de Fevereiro de 1890. de senhoras Em meio doindiflerenlismo que vae em Dossa sociedade, quanto ao triste evolutivo da mulher brazileira, não podemos deixar de lamentar a falta absoluta de iniciativa para os nobres commettimentos, que a elevem á altura do seu destino. Em geral, não ha emulação para as pugnas da iutelligencia, para as bellas conquistas da civilisação, para o triumpho completo da nossa eterna menoridade moral. Na merica do Norte as cousas não se passam assim : a mulher dos Estados Unidos ó furte, é intelligente, age, emancipa-se e consegue triumphar contra todos os preconceitos. Diz uma folha que temos á vista: «caba de fundar-se em New- ;York o club das Mulheres de Imprensa. Boston, Baltimore e" Chicago possuem instituições idênticas, cujo fim principal é animar e soccorrer suas socias na carreira jornalística, além de proporcionar-lhes toda sorte de distracçõos e divertimentos compatíveis como seu sexo. «Entre as installadòras do Club de New-York figuram jornalistas, reporters e tachygraphas das principais folhas d'aquelle Estado.» qui taes instituições não poderiam fundar-se ; porque não ha seuhoras què se dediquem á carreira jornalistica. Ha algumas poucas escriptoras de muito mérito ; essas, porém, não fazem da imprensa carreira, fogem d'ella, porque lhes seria até prejudicial. E' tristemente desanimadora a contingencia das brazileiras que meditam sobre a condição da mulher neste paiz, onde, ainda, não ó possivel nem mesuioutilisara sua intelligencia. Que diriam por ahi de algumas escriptorasque se reunissem para formar um Club, que não se destinasse a dar bailes, a suar as sedas farfalhantes e a rasgar as botinas eucommodativas que se martyrisam dia e noite as nossas patricias? Fundar clubs com fins utilitários, para recreiação e aproveitamento de espíritos emancipados I Seria uma Ioucura só pensar n'isso. grande republica americana é um grande paiz, o seu povo ê o mais progressista do mundo; as sitas mulheres são as mais fortes na actualidade. O Brazil, nâo; aqui quando uma brazileira, ainda mesmo de intelligencia cultivada, exige do juiz competente o titulo de eleitora, elle diz-lhe impreterivelmente que a mulher só tem os privilégios dos loucos I Espozo modelo Um homem não pode ser bom marido, se não foi feliz na escolha da mulher. Não deve ler em vista, nem a fortuna, nem a belleza. Deve associar sua existência a uma mulher boa du coração, de genio dócil, intelligente e simples, qualidades estas que dão em resultado a doce harmonia conjugai e as alegrias puras do lar. quelle que melhor educa a mulher eis o marido. mulher, por bem dizer, é a nossa primeira filha; com ella começa a nossa missão de educador. Com mais edade do que ella, mais instruidos e, sobretudo mais experientes, devemos aconselhal-a, educal-a.dirigil a, assim como protegel-a. mulher, embora de bons inslinctos, com qualidades, bom senso e mesmo instrucçao, não sabe nada no começo da vida nem dos homens, nem das cousas; necessita ser guiada, ésclarecida, para tornar-se uma mulher segundo o marido. E' preciso que ella aprenda a reger-se, que adquira o direito de acção e possa também governar. Carece também, para que a venlura 7,7'H 7.Í''.....^....... ' '-

,, v 2 FMÍLI dos cônjuges seja duradoura, para que desejamos para nossa companheira e fulgente á porta de um templo, que é a possam viver em uma eominunhà de intelligente auxiliar, e, então, a nossa pátria. idéas, admirar ou discutir juntos, que maior alegria, ausentados o dia inteiro Rsite-se actualmente pela causa dos a união dos espiritos venha cm breve pelos r nossos "".»» afazeres, umiírtiioo. será -um irmos iuiiu> ao uu portuguezes jiuiiugue/.os contra (joiuni as pretenções inencontro daqueila que anciosa nos es-jglezas, como ie fosse um Curiaceo, e juntar-se á união Üos corações. Longe de soffrer, nos primeiros pa?- pera em casa se os seus artigos fossem escriptos em sos da vida, da autoridade do marido, quelle que no lar doméstico encon- inglez, teria feilo os inglezes espirrarem ódio, como se a causa fosse legiti- a joven esposa, se for doa indole e comprehender seus deveres, julgar-se-á fe- o mais feliz dos homens! mamente sua. Ira o sorriso, a a (feição e a harmonia é liz em ser submissa aos conselhos sinceros daquelle em quem ellu deposita E assim mesmo tem detractores esse (Exlr.) E' um heróe e um sonhador.' Ioda a sua confiança e amor. homem privilegiado! conselhsir, censurar mesmo, mas GLERI ESPECIL com acerto e bondade, não é ser ZEF. cruel; pelo contrario, é uma prova de IX estima, j O amigo, o superior, o marido, o JOSE' DO PTROCÍNIO Faltara-lhes pae, condemnam o berço as nossas para exhors tar-nos Um a não dos mais mais commellel-as; valentes, illustrados elletêm em mira o nosso aperfeiçoamento jornalistas deste paiz, é sem e brilhantes duvida e nos apontam alguma o melhor caminho. Josó do Patrocínio. O Ignorando completamente as mais elementares noções valoroso O casamenla abolicionista n"io consiste só em conceder que vio da um dia educação moral, não tendo acerca do regimen descer disciplinar dos cimos á esposo ingratos uma da grande somma esperança que subordina de a acção da vontade á presão do raciocínio a a divindade fugace prazer e deixal-a da entregue á suo fantasia. gloria, para pousar, mais remota idòa, desconhecendo, com a mesma absoluta ignorância, o veneno propinado em um Dar e exigir tão pouco é confiual-a grande dia nacional, sobre os seus num athleticos circulo demasiado hombros de pela peccaminosa jindulgencia dos pães, estreito, é propagandista, é o mais extraordinário pala falsa cultura artifleiosa e estéril dos mestres, abandonal-a, fenecel-a moralmente, talento e o antídoto opposto pela phiiosophia chrstã e deshabituando-a dos seus deveres jornalístico de que temos na imprensa fluminense. minerologia, da physica, da chimica, da geo-"' pelo estudo profundo e serio da botânica, da esposa e mãe. graphia, mediante o qual se estabelecem as O bom esposo é pois o que conlribue com a melhor vontade, com deliciosas e olfusivas intimidados consoladoras todas as forças, ao desenvolvimento intellectual e moral de sua mulher: é aquelle que vê na esposa uma egual, uma amiga, uma destas naturezas delicadas, que com a cultura, os ternos cuidados, podem facilmente tornar-se naturezas superiores. Se ás vezes as mulheres peccam por ignorantes? levianas ou irrefleclidas, é porque foram entregues a si próprias e não lhes ensinaram a pensar, a fallar e callar o propósito. lgumas ha que possuem esla sciencia ; porém, o maior numero a desconhece e é esclarecel-as. dever nosso Trabalhamos em formar, instruir sobre Iodas as cousas a mulher que E' um homem de bronze, manejando uma penna de aço, aço polido quo reflecte as irradiações do arco íris de um pensamento fecundo. Na Gazeta de Noticias, onde esgrimiu-se logo ao encetsir a sua carreira brilhante, dei.vouno traço da sua passagem, a lúcida esteira de uma eslrella de raro brilho. Tomando de Ferreira de Menezes a Gazeta da Tarde soube imprimir a essa folha uma orientação tão bella como a victoria da causa que ahi ardentemente defendeu. Deixou a Gazeta da Tarde ; mas logo depois reapparecia na Cidade do Rio, uma folha scinlillante e enérgica, como o seu talento. IS'esse importante jornal, conservase Patrociuio, como uma sentinella entre a grande e inspiradora alma da natureza e a nossa alma ; desconhecendo igualmente os deveres impostos á mulher na esphera menos elevada mas não menos nobre da vida intima, onde lhe cabe a doce e ideal missão de se constituir o núcleo da sorridente paz do lar, dos contentamentos suaves, dos gosos pacíficos attraindo os fug tivos, reconciliando os inimisados e fazendo-se amar e abençoar em cada hora do dia pelos pães, pelos filhos, pelos irmãos ou pelo marido ; retribuindo-se de todas essas laboriosas e santas fadigas na felicidade dos entes que a estremecem e bemdizem ; não conhecendo os remédios heróicos com que se debelam as doenças e não curando de saber se era bom ou se era mau o temperamento que, com todos os defeitos e imperfeições, como um corpo que repelle a pressão do espartilho, largamente se desenvolvia, Josephina possuia em troca a sciencia do toucador, estudava nas suas mais sabtis applicações. Pulia as unhas com engenhosa perícia, dando-lhe o brilho intenso da agatha, embebia t

FMÍLI arminho na «veloutine» e frouxelava a cutis com inimitável arte, annelava o cararol da testa com seducção verdadeiramente prorocadora. «maquilage» do toucador era, das «primeirjs representações» e dos «últimos bailes,» o objecto qua mais persistentemente occupava o pensamento de Josepliina. ' mulher ó o alicerce da humanidade, e a vós cabe fortifical-o. s suas leituras, tirante o jornal de modas colhroda missa, circumscreviam-se a seis Quantas vezes não deixamos cahir ou oito romances:«uocambole, Os cavalleiros, do na ohscuridade, punhal, Pepita uma Ximenes, luz, um cérebro O primo Bazilio.» Este, einprestara-lh'o subrepticiamente uma prima, procedendo-o de uma abundância de sorrisos picantes ahs e ohs adimirativos. losephina levara-o ocultamente para o quarto, e, defronte do transparente onde se osculava o par bucólico entre as hervas verde-salsa, serapintadas de papoulas sangüíneas, em * presença do cysne encarnado e á claridade misteriosa e láctea da lamparina, procedera á leitura do peccaminoso livro. Foi [n'esta determinada crise psycholugica que.losephina «flirtou» pela vez primeira. Os adagios sentimentaes da musa lyrica italiana, que ella cantava ao piano, os romances realistas da musa portugueza, que ella lia ás escondidas, na deliciosa sensação saboreativa do fructo prohibido, tinham-lhe paulatinamente, n'uma doce e embriagante somnoleneia idêntica á do bebedor de ópio, depravado o coração e o cérebro. Para Joseqhina, o ideal masculino cifravase n'íffn sujeito de risca apartada ao meio, bigode encerado, suissas pequenas, do feitio de costelletas, que com voz abemoladn e gestos de tenor, com ditinhos espirituesos e phrases romanescas, soubesse apropositadamentc vibrar o teclado fremente dos seus nervos. Havia sobretudo [um nomo, o nome de ura heroe de Oetavio Feuillet, um nome mavioso e idyllico como os trilos de uma frauta pastoril, que preconcebida mente losephina amava, dotando o personagem a que elle houvesse de pertencer de seducções irresistíveis. (Continua GüIOMR TOUREZÃO. Educação da mulher Educai a mulher, e lereis bons cidadãos. I)izei-me o que forma o homem social? á educação de berço. Onde recebemol-a? no regaço materno. Mas, como quereis homens dejtalento, carac- ter e virtudes... se ató no coração ó esquecida a mulher? Pois bem ; educai a mulher, fazei-a conhecer os seus direitos, e lerás homens, Patria I cheio de aspirações e porque? porque só o homem tem direitos entre nós? só é livre em pensamentos e acção. Libertai a mulher; levai a ás cademia,s... dai-lhe meios com que possam a elevar-se a altura das ceiebridades,e terás homens, Patria! Disse Victor Hugo : nas glorias do homem procurai a mulher. Estudai o pensamento do grande, Mestre, e lerás compiehendido-me. Mariana Barroso da Silveira. Carta a Magdalena (Por Mme. Gagnenr) VERSÃO Emfim, minha querida Magdalena, estou em New-York, e felicito-me por ter podido conhecer esta terra de liberdade. Quão feliz não deve ser o povo que issiui comprehende a dignidade e a independência de cada indivíduo. Civilisado, por assim dizer, já desde o berço este povo attingio em pleno vigor toda a plenitude do seu desenvolvimento, sem passar pela lenta e difficil educação experimental. qui propagam-se e executam-se todas as idéas úteis, todos os projectos sensatos, sem obstáculos nem resistências. Que differença das vetustas nações europóas onde parece-nos ser bem difficil, podeem libertar-se das mais antigas iustituições, e de longo cortejo de todos esses estultos prejuízos que os séculos sanecienaram. Visitei a llemanha, a Suécia, a Noruega e a Inglaterra, porem sob o ponto de vista civil, em nenhum destes paizes, não encontrei a mulher mais escravisada do que em França. E' que entre nós falla-se, escreve-se muito e pouco se faz. s próprias mulheres, forçoso ó confessar, ou seja por effeito de educação, ou por indoleucia e leviandade, são as que menos s'importam com o seu triste destino, tornando-se ató hostis a toda a inovação tendente a modiíical-o. Nos paizes protestantes é permittido o divorcio, que ó para a mulher uma importante garantia de liberdade n'uma das mais graves iustituições sociaes, e entretanto na França são as mulheres que o condemnam. Os nossos prejuisos são ainda mais cruéis em relação ás viclimas de sedicção, porque prohibindo as nossas leis a investigação de paternidade pare eo conceder ao ho nem o direito de seduzir. Onde pois encontrar-se a causa primordial de tão iujusto modo de pensar, e d'essa profunda apathia d, mulher? E' preciso buscal-a uas crenças supersliciosas e nos vicios da nossa educação. E, eífeclivamente pondo-se de parte uma pleiade bem poueo numerosa de homens illustrados e reflectidos, todos em geral são de opinião e sustentam mesmo que as mulheres ainda deveai ser educadas nas superstições medievas. Continua. nalia Fbanco. Siba cousa desculpavel, é a vaidadejde querermos ter a primasia no coração ie.quem c senhor do nosso.

4 FMÍLI vingança da i (Continuação) douda Por vezes ella parava e com a vista perdida nos confins do horisonle parecia meditar no passado, com grande amargura a julgaa-se pela nuvem de tristeza que lhe sulcava a fronte. O seu rosto macerado pelas inquietações, pelas vigílias e por cruéis angustias reassumia então uma expressão meiga, resignada e profundamente melancolica. Yesse momento o seu slhar tinha o quer que fosse de suavidade suprema, como que um vago e doce reflexo dos sentimentos ternos e delicados que adernaram outr'ora a sua alma angelica. Mas a esses rápidos instantes de lucidez, suecedia um período de acerbação nervosa, eos lampejos sinistros da loucura submetliam bem depressa a sua figura pratica quasi ideal á vulgaridade dos typos prosaicos. Perdendo completamente a aureola de poesia que por instantes a cercara, a douda approximou-se do lago e começou a andar de rastos, como para passar por baixo das espessas moitas de hervas o plantas aquaiicas que em grande copia cresciam nas suas margens. Principiava o sol a surgir no horisonte, banhando com sua luz benefica uma parte do vrlle e as águas do lago que scintillavam em mil reflexos caprichosos. s arvores acariciadas pela brisa que.temperava a athmosphera d'uma frescura deliciosa, ondulavam as suas comas d'um verde luslroso ; as aves com os seus gorgeios e as flores abrindo as corolas perfumadas, enchiam e ambiente de harmonias e de fragrandas. No meio de toda essa exhuberaneia de luz e de vida, a douda insonsivel a tudo, escondia-se deitando-so tranquillamente no meio das moitas que cresciam entro o atalho e o lago. Com o olhar (ilo no caminho, espreilava Jalguem que por alli devia transitar,.e pelos movimentos da cabeça e do corpo dir-se-hia quejá ha muito estava habituada a esperar assim. II Lancemos um olhar retrospectivo sobre os tristes acontecimentos que re- «iuziram a infeliz douda a uma tal situação. Na idade feliz em que ludo nos inspira a meiga e suave sympalhia do amor, a desditosa Leonina sonhara com a felicidade suprema do affecto puro e extremeso, do homem que o seu coração distinguira entre todos. Privada desde o berço da salutar influencia do amor da mãe, morta ao dal-a á luz, cresceu na total ignorância dos deveres e das responsabilidades da vida, conhendo o mundo apenas pela sua apparencia superficial. Seu pae, um pobre artista sempre atarefado no grande conílicto do trabalho quotidiano, deixava-a exclusivamente aos cuidados d'uma parda idosa por nome Mercedes, que tinha sido sua ama. Jorge, a quem Leonina amava com tadas as veras de sua alma, não passava d'um seductor vulgar. Eencontrando-a accessivel aos sus artifícios propõe-se illudil-a, porque não tem junto a si quem a aconselhe e advirta. Na sua inexperiência e credulidade, ella deixou para sempre o lar paterno, enredado nos laços d'aquelle que mais tarde deivia abandonal-a. Bem cedo, porém, chegou á triste certeza de que tudo quanto havia phantasiado nas passara da mais completae cruel illusão. Foi horrível o despertar do seu fu- nesto sonho, e só então é que comprehendeu com dor profundíssima a injustiça social de que fora victima, vendo o seu futuro mallogrado e irremissivelmente perdido. FRGMENTO Continua. Mas quando de improviso nos salteias, O' traição, ó vibora assassina, E o nosso incauto coração golpeias, Tua verde peçonha viperina O deteriora, ao sangue se misura, Percorre o corpo e o espirito allucina. Perdido em meio de O soffrimento, da rasão liberto, Explóse no delírio da loucura. uma noite escura, E ao desvairado e espavorido e incerto Olhar, em qualquer parte a que volvamos, Sombrio quadro se apresenta aberto. No passado, se vêl-o procuramos, Vemos a treda face condemnada Substituir a face que adorámos. O presente é uma vaga ennovelada Pelo ríspido sopro da desdita, Pelos escolhos do soílírer rasgada.- O futuro, uma extatica e infinita Solicitude, por ende uma só fonte Não desenrola a prateada fita ; Onde não ha vegetação que aponte ' flor do sol adusto, nem miragem Que nos ria da curva do horisonte, cenando de longe co'a ramagem De verdejante e musica palmeira carinhada por macia aragem.., Somente um mar de cálida poeira, Que, sem barulho e agitação, espraia s brancas ondas do infinito á beira, Sob a inflammada cupulo sem raia... Juiia Cortines. Uma grande pedra estava no chão, havia muitos annos, quando um dia um canteiro cobriu des- a seguinte inscripção : «Feliz de quem me virar.» O pobre homem, esperançado de encontrar um grande thesouro, virou com mais outros, á muito custo, a pedra enorme, mas encontraram de outro lado o seguinte : «Está bem assim, muito obrigado: Ha tempo muito que desejava estar deitada de lado.» outro

S LGRIMS Lá, nas montanhas da Judéa, uma tarde ao pdr do sol, e sob o influxo das brisas balsamicas trazidas d'envolto com o perfume dos laranjaes em flor, e ao doce cantar dos pássaros que voejavam de galho em galho, trinando vagas saudades de lares que haviam deixado atraz lá, de onde alóm se avistava o poético bosque de Gethesemani, onde principiou a tragédia sangrenta do Calvário, e muito ao longe mais o reflexo azulado das águas do mar Morto em que reflectiam-se a vontade os olivaes e toda a vegetação pujante das collinas da circumvisinha.e mergulhavam os raios avermelhados de soi que precipitado fugia ; um homem novo de pé, e com a mão erguida dominava com a imponência do seu porte cheio de magestade e candidez, a compacta multidão que o rodeiava. Jesus, o divino apóstolo, o emissário da civilisação do futuro, o homem Deus redemptor do gênero humano, elie, o Messias que com o sangue derramado no Golgotha remiu a falta original, e na Communhão deu nos o alimento sagrado que comforla a alma e purifica a rasão, creando a Fé, e aperfeiçoando todos os melindres do coração, modesto e nobre, n'essa tarde, sorriu! Oscastosolhospardos deliciosamente bellos, ornavam um semblante másculo mas suave, e a barba loura, fina, re partida ao meio, dava a aquella physionomia uma belleza tão ideal e tão celeste, que, sem querer, commocionava os mais corrompidos sceptícos dos tributários de Cezar. E elie, de pé, com o olhar fascinando a multidão, calmo, consentindo que as brizas beijassem-lhe de leve os bastos e ondeados cabellos, que em furtos caracóes lhe cahiam por sobre as costas, com a scentelha da inspiração e a FMÍLI verbosidade de um abalisado orador, principiou o sermão das Bem aventuranças, onde, como máxima disse: «Bem aventurados os que chorara porquo elles serão consolados.» Que suavíssima licção de moral deunos esle homem a quem as gerações hão de render o preito como um phy losopho, como o primeiro talento que tem possuído o gênero humano 1 s lagrimas serão as eternas companheiras d'aquelles que soffrem e peccam, que gemem e crêm I Elie, d'isso, deu-nos o exemplo o pranto foi o companheiro inseparável de seus dias. Muitos, o viram chorar; poucos, porém, o viram rir. Sim! Bem aventurados choram I... são os que Quão desgraçadas seriam as creaturas se não revellassem no pranto as dôres que condensam no seio? Essas pérolas transparentes e originaes, mais valiosas do que as que se j apanham ne oceano, por serem creadas no fundo do coração humano e no mar tempestuoso dos ressabios da vida, transformam-se em flocos aérios e são recebidos pelos anjos que em taças as depositam no cofre das graças, receptaculo sublime das misérias humanas. Não ha peito por mais insensível que seja que não renda o preito ás lagrimas. Sim, o pranto é patrimônio commum da humanidade ; é o legado sublime com que nos presenteou a natureza escudada n'cssa missão physiologica que cria e educa o sentimento. Não ha peito por mais insensível que não renda preito ás lagrimas. Sobretudo a nós, mulheres, é em quem ellas dispõem de maior influencia, sendo o consolo único que tem o coração feminino para mostrar [o seu maior grau de irreacionabilidade quer ; nas dores quer nas curtas alegrias da vida. E, não ó somente, leitora, o serhumano que chora. natureza chora lambem, ecom ella a criança quando nasce ; os proprios homens e até os animaes, as plantas e a flor I sua corolla matizada recebe o pranto da noite, que é transformado em orvalho com que salpica e vivifica a relva, os arbustos, o matagal e as aitas cumiadas das arvores seculares que com sua verde umbella pela manhã ao contacto do sol deixa cahir sobre o tronco resvallaudo por sobre a areia os fios de prata que gotta a gotta vão por seu turno regar as raízes que se acham á flor da terra. O pranto, pois, ó o élo que nos prende ao coração e o Deus. Elie mitiga ainda a dôr lenta que róe mas que não mata. Rendamos um culto ás lagrimas; deíxemol-as correr livremente e, quando sob as agruras da sorte ellas vierem aljofrar os cilios pezados pelas vigílias, não se apague arrebatadamente, porque, disse Jesus : «Bem aventurados os que choram porque elles serão consolados. Ignez Sabino. QUNTUM MUTTUS Quer me revisse na face do transparente oceano ; quer, passando, me mirasse n'um crystal veneziano: Sempre o crystal, sempre as águas fielmente reflectiam aquelle aspecto que as maguas ferem, cavam e annuviam. Hoje, que outro espelho admiro, crystal de mais alto preço, em teus olhos me remiro, mas já me não reconheço... Branca da Lcz.

6 FMÍLI O CVLLO ÁRBE (versão de i.amartine) tribu árabe atacara a caravana de Damas: a victoria foi completa. Estavam os árabes occupados em arrecadar a sua presa, quando os cavalleiros do pachá d'cre, que vinham ao encoiiiro da caravana, cahiram sobre elles, matando grande numero o aprisionando outros, ligaram-os com cordas, conduzindo-os a cre, para presentearem com elles o pachá. O chefe árabe recebera durante o combate uma bala em um braço ; como a ferida era mortal, os turcos amarraram-o sobre um camello, conduzindo o cavallo á mão. ' noite acamparam com os prisioneiros nas montanhas; o árabe ferido ficara estendido com as pernas ligadas, próximo da tenda em que dormiam os turcos.. tormentado pelas dores da ferida, acordou alta noute e ouvio o seu ca vallo relinchar entre os outros cavallos, presos em torno da tenda, segundo o costume dos orienlaes. Iteconheceu-lhe a voz e não podendo resistir ao desejo de fallar ainda uma vez ao companheiro de sua vida, arrastou-se dificilmente, firmando-se sobre as mãos os joelhos e até chegar junto d'ell*!: «Pobre amigo, disse, que farás tu entre os turcos? Nao mais as mulheres te darão leile de camela, ou cevada na palma da mão ; nâo correrás livre pelo deserto ; nunca mais te liasde banhar banhar nas águas do Jordão, que te refrescavam o pello lão branco como a espuma : ao monos se eu sou escravo, sô tu livre ; vai dizer a minha esposa que eu não voltarei mais e beija por mim as mãos dos meus lilhinhos.» Emquanto assim fallava, diiigenciou e afinal conseguio partir a corda que prendia o cavallo. O animal estava livre; mas, vendo o dono ferido e preso a seus pés, o fiel e intelligenle cavallo comprehendeu com o instineto o que linguagem aiguma lhe poderia explicar; baixou a cabeça, farejou o dono e segurando-o com os dentes pela cinta de seda, que mulher mulher, ao cabo de sete ou oito annos de casamento, deixa de absorver-se nos cuidados da maternidade. s preoecupações do amor diminuem; ella vive menos uos outros, no marido, nos filhos, e aspira muito mais a viver em si mesma. Permitiam lambem que lhes diga, e apertava os rins, partiu a, galope,'que a mulher liberta-se mais cedo e levando-o á sua tribu. mais completamente do que o homem hi chegado, pousando, o dono sobre a areia aos pós de sua esposa e fi- dos desejos sexuaes. Que fazer, em tal caso, d'essa actilhos, o cavallo expirou de fadiga, Toda a tribu o chorou, os poetas canlarma-o e o seu nome eslá continuamente na bocea dos árabes de Jeriró Georgina Carvalho. uma rola Quanto feliz és, minha rola, rrulando tristemente 1 Responde á tua saudade Quem geme de ti ausente! Pouco tardará que volte O teu esposo dilecto. Os teus aítagos lembrando, Lembrando teu doce alfecto 1 Mas, ai! o almejado termo minha dôr não alcança... Os soluços do meu peito Suffoco sem uma esp'rança! Elle ingrato abandonou-m.^ Oh 1 rola plangente e pura! F.ii tenho a tua tristeza, Nào tenho a tua ventura! FXIS. sympathia dá origem a amisade, a sinceridade lhe dá vigor. sinceridade é a in ensageira que conduz os effluvios de um coração a outro. ssim como as palavras exprimem a deza do gran- pensamento, assim os olhos revelam os movimentos da alma, assim o al.ago tiasmitte um dos primeiros lugares para a «Familia» e a guardaríamos para sempre, como uma jóia custosa. vidade, que quer applicar-se ás cousas externas? suílbcal-a-hã, em risco do provocarem essas reacçòes tão fataes nas mulheres de trinta a quarenta annos? Condemnarãoa mulher que quer produzir intellectualmente a uma esterilidade sem fim, ou obrigal-a-hão a appellar para o galanteio? O catholicismo permittia-lhes ao menos a frequentaçãoda egreja, que se não satisfazia o seu espirito, satisfazia o seu coração ou illudia-lhe a fome. Vejamos, sôde bons, srs. mestres: reconhecei juo a mulher, que já não pensa em agradar e que não se absorve nos cuidados da familia, serve aiuda para alguma cousa, que pôde prestar serviços sociaes, administrar, gerir, vender, comprar, produzir emfim, no ponto de vista da arte, do ofido, da industria, e que o tempo que empregar fóra do méliagc eqüivale, pelo menos, aos dois terços do tempo que lhe é concedido viver, valendo bem aproveital-o. Que diabo! uma pessoa é de carne e osso, como os senhores, possue uma alma, diga o que disser o sr. Proudhoii, possue uma cabeça e senle que vibram dentro d'essa cabeça algumas idéas. Será loucura querer empregar esses dons celestes... depois dos senhores, mas sempre por seu respeito?

porque, no fira de contiis, é para bom seu que nós desejumos partilhar du fardo do trabalho social, como os senhores partilham comnosco o da propagação da espécie. insufficieiicjà da nossa intelligencia, a morositldde do nosso corebro, etc, etc, são razões ponderáveis mas por ventura obstam essas fraquezas da nossa natureza a que imperemos sobre os homens? Será mais diflici! trabalhar do que dirigir varões? Vemos, deresto, muitas mulheres que governam a sua casa, a sua industria, o seu commercio e ainda por cima o marido. Constituem excepções, dirão os senhores? Mas são em tão-grande numero, que correspondem a uma regra. Pelo que algumas fazem, reconhece-.se o que outras poderiam fazer, se lhe facultassem a possibilidade de uma carreira official. Nas artes, onde lho permiltem o ingresso, como no theatro, as mulheres igualam os homens, se é que os não excedem ; nos outros ramos da arte, o seu logar está, marcado na mesma liuha do que o do homem. gradeçamos áquellas que o testemunharam, em nome das outras. Um sexo que deu ao lheatro Mars, Rachel e Ristori, á pintura Rosa Bonheur, ao pensamento, á litteratura, Stael.àSand e Daniel Stern, provou quejeslá iotelleclualmente sazonado e digno de partilhar a obra social. Quanto á maturidade moral da mulher, ü peja-me tentar demonstrai-a.- aquelles que não a vêem são cegos e creio mesmo que estão mortos; deixemos pois os'mortos^enterraremjosjmortos e passemos, o futuro é nosso I Julietta Lamber. Communicar a dor é augmentar-lhe a superfície e diminuir-lhe a profundidade. FMÍLI NÍÍY1MDE.S D. Carolina Florence Por ahi além, onde ainda a prevideticia dos golernos não tem lido o cuidado do derramar escolas, para instruir a mocidade, raros são os eslabelecinientos, quer públicos, quer particulares, verdadeiramente dignos de encoiiiios. Na minha curta excursão pelo Eslado de S. Paulo, tive, entretanto, o praser de visitar o collegio dirigido por D. Carolina Florence, em Jundiahy, o qual é sem duvida uma formosa excepção do vê. que geralmente se D. Carolina é uma senhora de espirito forte, soberanamente preparado, e uma educadora, que honra ás mai* distinctas que possuímos. Não lhe pouparei aqui, como não poupei-os em presença, os elogios de que è digna, e fazendo-o, hypolheco aoseuaposlolado toda a minha cousideracão. Grande Hotel Paulista Para o excursionista, que tem de encontrar-se muitas vezes com as contigencias de encommoda viagem, nada é mais agradável do que o difficil conforto de um bom estabelecimento de hospedagem. Em S. Paulo encontrei um desses estabelecimentos, raro na sua especialidade de tratar bem. E' o Grande Hotel Paulista, luxuoso, agradável, bem situado e dispondo de um serviço como poucos. No curto período que estive na brilhante capital do visinho Estado, foi-me sobremaneira agrada vel a sua hospedagem.! Por esse molivo, não posso deixar de enviar aos seus proprietários Iodos cs meus emboras. Obra rja Santa Infância Recebemos o Relatório da interessanle instituição Obra da Santa Infancia, nitidamente impresso em eleganle brochura, e apresent. do pelo Monsenhor João Esberard, relativamente ao exercicio de 1887 1888. Por esse trabalho, minuciosamente conduzido e orientado, vô-se quão importanto e a Instituição caridosa á cuja frente se acha aquelle iliustre apóstolo do christianismo. gradecendo a bondade da remessa do livro, almejamos para a Instituição todos os favores de que é digna. SECÇÃO LEGRE Certo roceiro admirava-se de um philosopho poder sustentar uma família inteira sem o ver trabalhar. O philosopho era escriptor e vivia do dinheiro de suas obras. Um dia o curioso atreveu-se a dirigir-lhe as seguintes perguntas: Que profissão tem o senhor 1 Lavrador. Mas onde está o seu campo de lavradio? Ü espirito. O espirito!?... Fa quem se incumbe d'esse trabalho 1 Eu. Não entendo!... E com que arado resolve o senhor a terra? O livro. Ora essa!? que boi pucha esse arado f intelligencia. E o que planta? luz. Finalmente ; o que colhe 1 gloria! E o roceiro retirou-se embátucado. Em uma confeitaria : Dê-me seis d'aquelles bolos. qui tem os bolos. Nâo gosto d'isso ; pode trocal-os por trez d'aquelles pasteis 1 Sim, senhor ; aqui estão e fr«squinhos de hoje. O freguez devora os pasteis, e dispõe-se a sahir ainda mastigando o ultimo. Venha cá, faça favor de pagar os Os pasteis. pasteis? pois eu não lhe dei os bolos em troca? Sim, senhor, mas então pague os bolos. Pagar os bolos que não comi! E' muito boa! ficam em casa e quer que lh'os pague!

FMÍLI RECEITS DOMESTICS Póde-se ter excellente tinta para marcar roupa por osta receita de fácil aviamento : Em meio litro d'agua fervem-se 30 grammas de noz de galhas e 15 grammas de páu campeche e, coado o liquido resultante da mistura, junte-se-lhe 4 grammas de nitrato de prata e 8 grammas de gomma arábica. Para usal-a, deve ser primeiro lavada e passada a ferro a parte da roupa que se quer marcar. penna preferível é a de pato com bico chato. COMO NOS TRTM FMÍLI Com o n. 44 completou este nosso interessantíssimo collega o seu segundo anno de existência. Durante esse período de vida tem sido Familia poderoso orgam dos direitos feminino, os quaes defende com energia e brilantismo uão vulgar. Que a illustre e interesante collega gose muitos anniversarios é o que de coração desejamos. Familia. Completou um anno de existência Familia da sra. D. Josephina d'zevedo,e apezar d'essa tenra edade, encontra-se alli uma brilhante e numerosa pleyade de escriptoras, e captivantes pelas formas de seus escriptos e arrebatadoras pelos contornos apurados do estylo. Cada numero d'i Fvmilia é um sonho de aspirações que surge da inebriante essência d'aquelle Bouquet mimoso de violetas, que a illustre redactora tem sabido reunir em tomo de si. Mil anniversarios venturosos é que lhe desejamos. Do Correio Portuguez Recebemos on.46 d'«familia,» excellente e útil publicação dirigida pela Exma. Sra. D. Josephina de zevedo. E' um jornal digno dos fins * que se propõe e merecedor do franco apoio por parte do bello sexo, a quem é consagrado. O numero que temes sobre a mesa, traz, além de outros, ura bein lançado artigo sobre a pendência luzo-britanica, fsahiíla da penna brilhante da Exma. directora. Do Diário de Santos. INDICDOR Médicos Dr. cacio de raujo. Medico homceopatha. Especialista das molestias de senhoras e crianças, cônsultorio, rua da Quitanda* n. 59, das 10 ás 12 horas da manhã. Dr. lberto Goulart. Medico e operador. Residência, Ladeira da Gloria, 8; consultório, Largo do Vaidetaro, 108, fpharmaciaj, das 12 ás horas. Chamados a qualquer hora. Dr. Morkira Guimarães Medico e oculista; consultas, rua do Ouvidor n. 145, das 9 ás 10 da manhã e 1 ás 4 da tarde, residência, rua Conselheiro Pereira da Silva n. 3. Dr. Rodrigues Barcellos Medico e parteiro. Consultório e residência ã rua da Prainha n. 82. Dr. Daniel De lmeida, parteiro Consultório, rua do Ouvidor n. 44, das ás 5 horas da tarde; residência, Villa lzabel sylo dos meninos desvalidos. Chamados a qualquer hora. Dr. Eduardo de Magalhães Tratamento de febres, tendo longa pratica na casa de saúde de Nossa Senhora d'juda. Vaccina aos sabbados. E' encontrado á rua dos Ourives n. 153, onde recebe chamados a qualquer hora do dia ou da noite. Dr. Qdeirqz Barros Medico e operador, de volta de sua viagem, dá consultas das 3 ás horas da tarde á rua Primeiro de llarço n. 21 Kesid. Praia de Botafogo, 60. Dr. Bulhões Marcial Resid. S. Januário n. 25 D. Consult. S. Pedron. 53, das 2 ás 4. Cartomante. Mery, perita nesta arte; consulta, preço baralissimo ; na rua Sete de Setembro, n. 20, Io andar. Dr. Souza Dias Medico e operador Cons. das 12 ás 2, ma da Quitanda n. 41. Residência, Campo des. Chi isto vão n. 1. DBOGS preços fixos com grande redurção, garantindo-se sua legitimidade. Rua Primeiro de Março u. 12, Grauado á C. Mme. ERNESTIN rnaud, com officinas de costuras á rua dos rcos n. 12, aprompta enxovaes para casameutos e lutos com brevidade e pericia e por módicos preços. Dr. iberto de Sequeira Medico e operador. Especialidade: febres, syphiles, affecções cardíacas e pulmonares. Resid. e consult" Rua do General Câmara n 74, das 12 ás 3. Dr. Mendmjça Medico e operador. Cirurgia geral, moléstias dos ossos e vias ourinarias. Cons. Rua da lfandega n. 65. Res. rua Souza Franco n. 28 B. (Villa lzabel) DVOGDOS Dr. Xavier Silveira Escriptorio, rua do Rosário, 44, das 9 ás 4 horas da tarde, residencia, Praia do Russell, 16 D. Con. Saldanha Marinho rua do Rosário n. 57, das 10 ás2 da tarde. Dr. Pedro Soares Escriptorio rua de S. Pedro 23, das 11 hora» ás 3 da tarde, residencia, Olinda 24. DENTISTS Dr. Nogueira da Gama - -rua de Gonçalves Dias n. 71, das 10 ás 3 horas da tarde. Dr. L. P. Costa Cirurgião dentista.ouvidor 145. Ext. e oblur. absolutamente sem dor, (nest. local). Dentaduras por todos os systemas, trabalhos garantidos, preços ao alcance de todos. Dr.. F. de Sa' Rego, cirurgião dentista. Dentaduras e obturações perfeitas. Todas as operações sem a mininia dôr. Rua de Gonçalves Dias n. 1. Dn. Maivt.ns CinDo/o, formado pela faculdade de medicina do Rio de Janeiro, tem o sen consultório á rua dos Ourives 55, 1". andar, das 10 ás 4. Cartomantes Mkry, perita nesta arte ; consulta, preço baralissimo; ua rua Sete de Selembro u. 20, Io undar. Cartomante Mme. Mercedes media vidente e de transporte para qualquer descoberta;. rua do Regente n. 17, sobrado. Typographia d' Familia