AS CASAS DA CÂMARA DE ANTIGOS PAÇOS DO CONCELHO PRAÇA D. JORGE DE LENCASTRE
PAINEL MOSTRANDO A RESIDÊNCIA DE LUÍS ALVES SERRANO (em 2º plano). Edição A. A. Camacho
RESIDÊNCIA DE LUÍS ALVES SERRANO. (Actuais instalações da Universidade Sénior)
POSTAL COM A RESIDÊNCIA E RETRATO DO DR. JOSÉ JACINTO NUNES
AS CASAS DA CÂMARA DE OS ACTUAIS PAÇOS DO CONCELHO A O edifício que em 1937 foi adquirido para a instalação da Câmara Municipal remonta à 1.ª metade do século XVII e foi residência do Prior Barnabé Afonso Barradas, que a transmitiu aos seus herdeiros. Esta casa manteve-se na família até ao século XIX, aí tendo vivido António Barradas de Macedo, último Morgado do Rocio. Sua filha, D. Antónia Rita Barradas, casou em 1835 com Jorge de Vasconcelos e faleceu pouco depois. O seu marido, herdeiro dos seus bens, voltou a casar e do seu 3.º matrimónio nasceu D. Maria da Natividade Paes e Vasconcelos, que se tornou sua proprietária. D. Maria da Natividade casou em 1869 com o Dr. José Jacinto Nunes e a residência tornou-se conhecida em Grândola como Casa Nunes. Em 1939 a Câmara procurou adaptar o imóvel às funções públicas aí desenvolvidas. No entanto, o projecto foi abandonado por ser de execução muito dispendiosa. Mais tarde, foi defendida a construção de um novo edifício para Paços do Concelho, cuja localização seria o Rocio de São Sebastião (actual Jardim 1.º de Maio). Este projecto não avançou pois, entre outros motivos, a sua localização foi considerada periférica. Outros locais foram apontados, mas a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais nunca deu a sua concordância a qualquer deles. Após o 25 de Abril de 1974, com o acréscimo do volume de trabalho e consequente aumento do número de funcionários, motivados pela descentralização de competências para os Municípios, o edifício tornou-se desadequado. Deste modo, em reunião de 16 de Outubro de 1981, foi aprovado o projecto e o caderno de encargos para a remodelação e ampliação dos Paços do Concelho. ACTUAL EDIFÍCIO DOS PAÇOS DO CONCELHO
ROSSIO DE SÃO SEBASTIÃO (ACTUAL JARDIM 1.º DE MAIO), COLECÇÃO MARTINS E MÁXIMO
EDIFÍCIO DOS PAÇOS DO CONCELHO 1939
Acta da sessão de Câmara de 5 de Novembro de 1633 Termo de vereação Aos onze dias do mês de Setembro do ano de mil e seiscentos e trinta e três anos nesta vila de Grândola nas Casas da Câmara dela se juntaram em vereação para proverem as coisas necessárias ao bem comum deste povo e república dele a saber Martim Parreira de Andrade juiz ordinário nesta dita vila e Tomé da Costa, Manuel Calado e Brás Afonso Carvalho vereadores e João Álvares Estaço procurador do concelho e eu Gaspar Leitão escrivão da Câmara o escrevi. Termo de um requerimento que fizeram algumas pessoas desta vila e seu termo aos oficiais sobre a Cadeia. E logo na dita Câmara atrás perante os ditos oficiais apareceram presentes muita parte dos moradores desta vila e seu termo assim pessoas que costumam a servir na governança desta vila como do mais povo dela. E sendo assim juntos perante os ditos oficiais por eles todos juntos em um corpo e cada um por si foi dito aos ditos oficiais que às suas notícias era vindo que eles tinham determinado e ora queriam fazer na casa da audiência na loja de debaixo aonde se vendia o pescado e trigo e frutas que a esta vila se vinham vender uma Cadeia para homens e outra para mulheres partindo pelo meio a dita loja na conformidade de um provimento que o ouvidor desta Comarca lhe deixara feito sobre a dita obra em que obrigava a eles oficiais fizessem a dita obra em tempo limitado que para isso lhes limitam, e porquanto as ditas casas de audiência em que a dita cadeia se mandara fazer se tinham feito à custa deles suplicantes e do mais povo desta vila e seu termo e tinham custado trezentos mil reis e não era lícito que as ditas casas se deitassem a largo com nelas se fazer a dita Cadeia como era mandado por muitas razões, a primeira por que a obra da Cadeia era obrigado a fazê-la o alcaide-mor desta vila e eles e mais povo desta vila não tinham obrigação alguma de a fazerem à sua custa e a outra razão era porque fazendo-se a dita Cadeia na dita casa era inconveniente muito grande em razão de nela não ficar morando o carcereiro e por esse respeito fugiriam os presos e juntamente em cima da dita loja era a casa onde se fazia a Câmara e audiência e não era lícito que debaixo estivessem presos e estando em sima fazendo-se a dita audiência e Câmara pois na Câmara se tratava coisas de segredo e o dito sobrado era baixo por cuja causa se podia ouvir o que se tratava e além de tudo a dita loja era muito pequena e limitada para nela se fazerem duas Cadeias como está mandado e traçado porque lançando-se parede pelo meio ficava cada cadeia sendo de largura de duas varas cada uma e era coisa muito limitada e não tinha servidão nenhuma para a boa limpeza que as tais cadeias requerem e por todas estas vias e razões alegadas se não podia fazer a dita Cadeia na dita casa além do que esta Câmara pelos oficiais antepassados e mais povo desta vila se tinha pedido a sua majestade provisão para se fintar e se fazer Cadeia em outra parte de maneira que fosse Cadeia e tivesse nome disso e para isso mandara sua majestade passar provisão para se meter a dita obra em pregão como andava diante do provedor desta Comarca o qual vindo-se arrematar e eles suplicantes e todo este povo estava prestes para pagarem e à sua custa se fazer a dita Cadeia e de novo assim o diziam e seria mais em aumento e acrescentamento e nobreza desta vila ter Cadeia na forma que têm as mais vilas deste reino pelo que requeriam a eles ditos oficiais da parte de sua majestade não dessem cumprimento ao dito provimento antes avisassem a sua majestade do que se passava sobre este caso e que enquanto se não determinava este caso se não principiasse a dita obra porque fazendo-se ela sem que eles oficiais dessem conta a sua majestade diziam que se haviam de levantar e derrubar a dita obra e não consentir que ela se fizesse. O que tudo visto pelos ditos oficiais e amotinação que este povo fez sobre este caso fez considerando sobre ele por ser requerimento feito pelo povo junto mandaram que se tomasse e escrevesse o dito requerimento e de tudo mandaram fazer este termo que assinaram com o dito povo e eu Gaspar Leitão escrivão da Câmara o escrevi. Manuel Rodrigues / Pe. Álvaro Ribeiro Chainho / Miguel + Rodrigues / Ichoa / Francisco + Soares / Francisco Rodrigues / Martim Vaz / Sebastião da Costa / Manuel + Rodrigues / Francisco de Araújo / Brás Martins / Manuel Carrasqueiro / Gonçalo Calado Frayão / Brás + Jorge / Luís Vaz da Costa / Gaspar Gomes / João + Carvalho / Francisco Gago / João dos Santos / João Gago / Manuel Rodrigues + de Oliveira / João António Rodrigues / André Rodrigues / José Chainho / João + Gonçalves Carreiro / Gaspar + Gonçalves / Domingos + Estaço / Pedro Calado Chainho / Luís Vaz Andrade / João Fernandes / André + Rodrigues / João + Gonçalves Janeiro / Gaspar + Dias / Brás Gonçalves / Noutel da Costa / Brás Gonçalves / João Soares Mena / Bartolomeu Barradas / Mateus Dias / Carvalho / Manuel Borges / Mateus da Costa / André Rodrigues / Álvaro da Roxa / Luís Gonçalves / João Rodrigues / Miguel Jorge / Simão Carvalho / Francisco + Rodrigues Boroa. PT/AMGDL/CMGDL/AB/1/7, fl. 55v.