FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA UNIFOR CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CCJ Curso de Direito INFIDELIDADE PARTIDÁRIA: UM RETROCESSO NA DEMOCRACIA BRASILEIRA Thiago da Costa Cartaxo Melo Matr. 0323825/3 Fortaleza CE Dezembro, 2007
THIAGO DA COSTA CARTAXO MELO INFIDELIDADE PARTIDÁRIA: UM RETROCESSO NA DEMOCRACIA BRASILEIRA Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito, sob a orientação de conteúdo do Professor Emmanuel R. Girão de C. Pinto e orientação metodológica do Professor José Cauby de M. Freire. Fortaleza-Ceará 2007
THIAGO DA COSTA CARTAXO MELO INFIDELIDADE PARTIDÁRIA: UM RETROCESSO NA DEMOCRACIA BRASILEIRA Monografia apresentada à banca examinadora e à Coordenação do Curso de Direito do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade de Fortaleza, adequada e aprovada para suprir exigência parcial inerente à obtenção do grau de bacharel em Direito, em conformidade com os normativos do MEC, regulamentada pela Res. n R028/99, da Universidade de Fortaleza. Fortaleza (CE), 20 de dezembro de 2007. Emmanuel R. Girão de C. Pinto, Esp. Professor Orientador da Universidade de Fortaleza Pedro Telmo Vasconcelos, Ms. Professor Examinador da Universidade de Fortaleza Marcelo Lopes Barroso, Esp. Professora Examinadora da Universidade de Fortaleza José Cauby de M. Freire, Ms. Professor Orientador de Metodologia Professora Núbia Maria Garcia Bastos, Ms. Supervisora de Monografia Coordenação do Curso de Direito
Dedico este trabalho ao eterno amor da minha vida, minha mãe, Lúcia de Fátima da Costa Cartaxo Melo (in memoriam), a Mônica Carvalho por ter sempre acreditado em mim até nos momentos em que eu mesmo não acreditei e a todos os estudiosos do Direito. Sem a participação deles, não seria possível o término deste trabalho de Conclusão de Curso.
AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer aos professores Pedro Telmo Vasconcelos e Marcelo Lopes Barroso, por terem aceitado o nosso convite para compor a mesa examinadora, e em especial ao meu pai Francisco Cartaxo Melo pela colaboração no sentido de lapidar cada passo de nossa pesquisa a ponto de transformá-la em uma monografia. Por fim, gostaria de registrar os nossos agradecimentos a todos os professores que formam o Curso de Direito da UNIFOR, ao professor José Cauby de M. Freire pela orientação metodológica, aos colegas, e aos funcionários que de alguma forma contribuíram para que pudéssemos alcançar nossos objetivos.
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais. Bertold Brecht
RESUMO No Estado brasileiro, as migrações partidárias tornaram-se um vício contínuo e prejudicial ao país, não sendo, no entanto, rechaçadas pela sociedade em geral. Isso se dá pelo fato de as agremiações políticas não terem sido respeitadas por seus agentes, políticos detentores do poder. Por isso, torna-se importante, neste trabalho, uma ampla compreensão do instituto da fidelidade partidária, tanto como a análise do instituto em países com democracia mais avançada em que o nosso, como também no estudo das peculiaridades do caso brasileiro para entendermos o fenômeno negativo da infidelidade partidária. O presente trabalho trata a infidelidade partidária sob o aspecto de um retrocesso na democracia brasileira, diante do estudo dos partidos políticos sob o ponto de vista histórico, político e jurídico, bem como o exame cuidadoso do instituto da fidelidade partidária concatenando-o com o processo democrático brasileiro e com as atuais posições de nossas Cortes jurídicas máximas: o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal. Ressalta-se que a Constituição de 1967 emendada em 1969 (EC 01/69) foi a única a tratar sobre a questão da fidelidade partidária. Porém, a partir da abolição do instituto e da entrada de uma Constituição democrática (1988), as migrações partidárias tornaram-se instrumento de correlação de forças no Congresso Nacional através da alteração das bancadas parlamentares, influenciando, dessa forma, a governabilidade. Palavras-chave: Infidelidade Partidária. Fidelidade Partidária. Partidos Políticos
SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 1 DOS PARTIDOS POLÍTICOS 13 1.1 Considerações Preliminares... 1.2 História... 1.2.1 Cenário Mundial... 1.2.2 O Brasil... 13 15 16 17 1.2 Partidos Políticos na Constituição de 1988... 18 1.3 Partidos Políticos na Lei n. 9.096/95... 1.3.1 Organização e Funcionamento dos Partidos Políticos... 19 20 1.3 Partidos Políticos e a Reforma Política... 1.3.1 Reforma do Sistema Partidário e a Fidelidade Partidária... 22 23 2 DA FIDELIDADE PARTIDÁRIA 24 2.1 Considerações Preliminares... 24 2.2 Fidelidade Partidária e o Direito Comparado... 2.2.1 Estados Unidos e Inglaterra... 2.2.2 Alemanha e França... 25 26 27 2.3 Fidelidade Partidária no Brasil... 2.3.1 Legislação... 2.3.1.1 Constituição Federal de 1988... 2.3.1.2 Lei n. 9.096/95... 2.3.1.3 Estatutos dos Partidos Políticos... 2.3.1.3.1 Partido do Movimento Democrático Brasileiro PMDB... 2.3.1.3.2 Partido Trabalhista Brasileiro PTB... 2.3.1.3.3 Partido Democrático Trabalhista PDT... 2.3.1.3.4 Partido dos Trabalhadores PT... 29 30 30 31 31 32 33 34 35
2.3.1.3.5 Democratas DEM... 2.3.1.3.6 Partido Socialista Brasileiro PSB... 2.3.1.3.7 Partido da Social Democracia Brasileira PSDB... 2.3.1.3.8 Partido Progressista PP... 2.3.1.3.9 Partido da República PR... 2.3.1.3.10 Partido Comunista do Brasil PC do B... 2.3.2 Jurisprudência... 2.3.2.1 Tribunal Superior Eleitoral... 2.3.2.1.1 Consulta n. 1.398 (Mandatos obtidos pelo sistema proporcional)... 2.3.2.1.2 Consulta n. 1.407 (Mandatos obtidos pelo sistema majoritário)... 2.3.2.1.3 Resolução n. 22.610/07... 2.3.2.2 Supremo Tribunal Federal... 2.3.2.2.1 Mandados de Segurança 26.602, 26.603 e 26.604... 2.4 Projetos em andamento no Congresso Nacional... 2.4.1 Na Câmara dos Deputados... 2.4.2 No Senado Federal... 36 36 37 38 39 40 41 41 42 44 45 47 48 50 51 52 3 INFIDELIDADE PARTIDÁRIA: UM RETROCESSO NA DEMOCRACIA BRASILEIRA 55 3.1 Considerações Preliminares... 3.2 Realidade dos Partidos Políticos no Brasil... 3.2.1 A Infidelidade Partidária e suas Conseqüências... 3.3 Infidelidade Partidária: Um Retrocesso na Democracia Brasileira?... 55 56 58 59 CONCLUSÃO 62 REFERÊNCIAS 65 APÊNDICE 68