A aplicação de células-tronco na odontologia



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Transcrição:

103 A aplicação de células-tronco na odontologia The stem cells application in dentistry Jorena Fraga Pimenta Borges 1, Clélea de Oliveira Calvet 2 Resumo: Uma célula-tronco é um tipo especial de célula que tem a capacidade singular de gerar outra célula-tronco ou gerar um tipo de célula especializada. Com o objetivo de se analisar as expectativas de vários pesquisadores do assunto, a cerca da utilização dessas células na prática odontológica, foi realizado um levantamento bibliográfico a partir de estudos publicados em forma de artigos e revistas. Este trabalho descreve as células-tronco de uma forma geral, mencionando seu histórico, conceitos, tipos, mas abrange especificamente a utilização das mesmas na regeneração dos tecidos orais, como o complexo dentino-pulpar, tecidos periodontais e até mesmo a possibilidade de formação de um dente por inteiro. Observou-se que as células-tronco adultas, retiradas da polpa dentária se forem estimuladas por determinados fatores de crescimento, e determinadas proteínas, podem se diferenciar em odontoblastos que irão regenerar tecidos como dentina e polpa. Foi observado também que células do ligamento periodontal, ao serem transplantadas, promoveram regeneração tecidual do periodonto destruído, e em outros estudos observou-se a reprodução in vitro de dentes inteiros. Conclui-se diante dessas informações, que as células-tronco têm a condição de regeneração dentária nas áreas endodôntica e periodontal. Espera-se também que no futuro, exista a condição de utilizar a engenharia de tecidos com células-tronco para a formação de dentes de reposição, que serão implantadas em humanos, para substituir os dentes perdidos. Palavras-chave: Células-tronco. Regeneração tecidual. Odontologia. Abstract: A stem cell is a special type of cell that has the unique ability to generate another stem cell or generate a type of specialized cell. With the aim of analyzing the expectations of many researchers on the subject, about the use of these cells in dental practice, was based on a literature from studies published in the form of articles and magazines. This paper describes the stem cells in general, citing his history, concepts, types, but specifically covers the use of them in the regeneration of oral tissues, such as the pulp-dentin complex, periodontal tissues and even the possibility of forming an entire tooth. It was observed that adult stem cells, taken from the dental pulp can, if stimulated by certain growth factors and certain proteins to differentiate into odontoblasts that will regenerate tissues such as dentin and pulp. It was also observed that periodontal ligament cells, when transplanted, promoted regeneration of periodontal tissue destroyed, and other studies was observed in vitro production of whole teeth. It is on this information, that stem cells associated with specific proteins and growth factors, have the condition of tooth regeneration in endodontic and periodontal areas. It is also hoped that in future, there is a condition of using tissue engineering with stem cells for the formation of tooth replacement, which will be implanted into humans to replace missing teeth. Keywords: Stem cells. Tissue regeneration. Dentistry. 1 - Graduada do curso de odontologia da Universidade Ceuma 2- Docente do curso de odontologia da Universidade Ceuma

104 1 Introdução A perda dentária e dos tecidos periodontais pode resultar em diversas alterações na qualidade de vida das pessoas, interferindo e causando dificuldades na mastigação, fonação, comprometendo a estética e consequentemente a auto-estima. Nos dias de hoje é vasta a quantidade de recursos para a resolução de tais problemas, porém, todos eles são baseados em técnicas artificiais, nãobiológicas e por isso mesmo, vulneráveis a ocorrência de falhas 1 A Odontologia teve grandes avanços nos últimos anos, e uma dessas novas mudanças é o estudo das células-tronco na Odontologia, onde a cada dia surgem novas esperanças e perspectivas com pesquisas que podem solucionar muitos problemas da cavidade bucal. Atualmente, para a recuperação estética e funcional, utilizam-se próteses totais, parciais, unitárias e implantes, que nem sempre resolvem o problema. Talvez, dentro de um tempo, já teremos uma possível aplicação clínica das células-tronco no consultório odontológico 2 O potencial de diferenciação das células-tronco em diversos tecidos, incluindo os dentais, tem interessado os médicos nos últimos anos e a maioria das pesquisas tem sido direcionada para a regeneração de dentina e polpa danificada, regeneração periodontal, reparação e substituição de osso em defeitos craniofaciais, e até regeneração de dente inteiro 3. Uma técnica recente para a regeneração de tecidos e órgãos, envolvendo as células-tronco, é a colonização da área afetada por células provenientes da medula óssea. Essas células podem ser obtidas facilmente e já foi demonstrado que elas podem se diferenciar em adipócitos, condrócitos, células musculares, osteoblastos, etc 4. Diante de todas essas idéias, surge então a pergunta: o que são células-tronco? Um organismo humano na fase de embrião, quando possui de oito a dezesseis células, suas células se dividem em dois grupos: um grupo de células externas que irá originar a placenta e anexos embrionários, e outro grupo de células externas que originará o embrião propriamente dito. Após 72h esse embrião passa a ser chamado de blastocisto. As células internas do blastocisto são as células tronco embrionárias pluripotentes, que vão originar todos os tecidos que compõe o corpo humano 5. Além de serem encontradas no embrião, as células-tronco também são encontradas em órgãos e tecidos adultos, onde participam da renovação tecidual, gerando novas células, sempre que necessário. Tais populações de células mantidas no organismo adulto ao longo de toda a sua vida são chamadas células-tronco somáticas (CTS) ou células-tronco adultas. As células-tronco adultas são indiferenciadas, raras, encontradas em tecidos e que possuem a função de regeneração dos mesmos, através da substituição de suas células danificadas. Essas células-tronco se localizam em tecidos como o da medula óssea, hematopoiético e inclusive na polpa dentária 6. Inicialmente, acreditava-se que as CTS possuíam seu potencial de diferenciação restrito somente às células do tecido no qual se encontram, porém, nos últimos anos, diversas pesquisas têm demonstrado que algumas linhagens de CTS são capazes de originar tecidos diferentes de sua formação embrionária 7.

105 Testes com CT adultas retiradas da medula óssea ou de outros tecidos são, por sua vez, também muito positivos. Ainda que as CT adultas não tenham a plasticidade das CT embrionárias, as CT adultas conseguem provar a eficácia do seu potencial de regeneração. As células-tronco utilizadas nos estudos relacionados à Odontologia são essas células-tronco adultas, e não as embrionárias, o que exclui as possíveis questões polêmicas relacionadas com os aspectos éticos e religiosos. Para a realização deste trabalho foi realizado um levantamento bibliográfico a partir de estudos publicados em forma de artigos e revistas que falam da utilização das células-tronco na odontologia. Este artigo objetiva então, conhecer a utilização das célulastronco na regeneração tecidual de tecido periodontal e do tecido ósseo destruídos pela doença periodontal, identificar como as células-tronco poderão ser utilizadas no tratamento do complexo dentino-pulpar e verificar como as células-tronco podem no futuro ser utilizadas para a formação de tecido dental. 2 Metodologia Estudo exploratório, descritivo, prospectivo, onde será realizada uma revisão de literatura a partir de estudos publicados em forma de artigos científicos, revistas, livros sobre a utilização das células-tronco na prática odontológica. 3 Revisão da literatura 3.1 células-tronco 3.1.1 histórico Em 1839, o fisiologista alemão Theodor Schwann, lançou as bases da teoria celular. Já no inicio do século 20, os embriologistas alemães Hans Spemann e Jacques Loeb começaram a decifrar os segredos das célulastronco através de experimentos com células de embriões. Essas pesquisas mostraram que, quando as duas primeiras células de um embrião de anfíbio são separadas, cada uma é capaz de gerar um girino normal, e que, mesmo após as quatro primeiras divisões celulares de um embrião de anfíbio, o núcleo dessas células embrionárias ainda pode transmitir todas as informações necessárias à formação de girinos completos, se for transplantado para uma célula que esteja sem núcleo 8. Estudos em roedores progrediram, revelando a grande variedade e plasticidade dessas células pluripotentes, ou seja, células que originam a maior parte dos tecidos do organismo, até que, em 1998, elas foram isoladas pela primeira vez no homem pelos pesquisadores James A. Thomson (Universidade de Wisconsin) e John Gearhart (Universidade Johns Hopkins), nos EUA e, depois desses primeiros estudos, os conhecimentos a respeito do assunto têm crescido em velocidade extraordinária. 9 O primeiro relato das propriedades das células-tronco adultas foi feito também em 1998 por um grupo de cientistas italianos que estudaram a regeneração de músculo esquelético por células derivadas da medula óssea. Apesar do próprio músculo esquelético possuir célulastronco, Giuliana Ferrari e colaboradores conseguiram

106 demonstrar que ao injetar células de medula óssea em camundongos imunodeficientes, essas células medulares injetadas eram capazes de se diferenciar em miócitos em ambiente muscular 10. Em janeiro de 1999, a equipe de cientistas liderados pelos neurobiólogos Christopher Bjornson, da Universidade de Washington, Seattle, USA e de Angelo Vescovi, do Instituto Nacional Neurológico de Milão, Itália, demonstraram, a pluripotencialidade das células tronco adultas 11. 3.1.2 Conceito Uma célula-tronco é um tipo especial de célula que tem a capacidade singular de gerar outra célula-tronco ou gerar um tipo de célula especializada. A maioria das células do organismo é destinada a desempenhar uma função especifica, no entanto, as células-tronco não são especificas, são indiferenciadas, e assim permanecem até receberem um estímulo que indica a necessidade de se transformar em um tipo celular especifico 12 As células-tronco pós-natais ou adultas são células indiferenciadas que são destinadas a gerar tipos celulares que sejam compatíveis com o tecido no qual elas residem. Possuem a capacidade de autorenovação e sua função principal é manter e reparar os tecidos no qual se encontram. Contudo, podem também formar tipos celulares especializados de outros tecidos para os quais forem transplantadas, reprogramando-se de acordo com o novo ambiente 13. 3.1.3 Tipos A primeira célula resultante da fusão do óvulo e do espermatozóide, logo após a fecundação, começa a se dividir: uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por diante. Pelo menos ate a fase de oito células, cada uma delas é capaz de se desenvolver em um ser humano completo. Essas células são chamadas de células totipotentes 5. Células-tronco embrionárias são células não especializadas que podem se dividir indefinidamente, em cultura, e que podem se desenvolver em células especializadas. Elas são isoladas da massa celular interna do blastocisto pré-implantado. Alem disso, são células pluripotentes, com capacidade de gerar, qualquer, e todos os tipos celulares fetais e adultos in vivo e in vitro 6. Células-tronco pluripotentes são células capazes de originar qualquer tipo de tecido sem, no entanto, originar um organismo completo, visto que não podem gerar placenta e outros tecidos de apoio ao feto. Formam a massa interna do blastocisto depois dos quatro dias de vida e participam da formação de todos os tecidos do organismo. 14. As células-tronco somáticas são células não diferenciadas presentes em todos os tecidos adultos, capazes de auto-renovação por períodos de tempo ainda indeterminado e de originar tecidos celulares diferenciados morfofisiologicamente. Essas características permitem que as células-tronco somáticas (CTS) realizem a reparação e manutenção de todos os tecidos do organismo 15. Essas são células são classificadas como células multipotentes, por poderem se diferenciar em diversas linhagens celulares, e apresentam mais vantagens no controle dos processos de diferenciação e proliferação in vitro e não apresentam os conflitos de natureza ética enfrentados pelas células-tronco embrionárias 16.

107 3.2 Utilidade das células-tronco para a odontologia Muitos avanços têm causado expectativas de que tecidos adultos poderiam ser recriados não por métodos artificiais, mas sim, por métodos biológicos, sendo utilizados na regeneração de tecidos destruídos. Na Odontologia, a esperança é de regenerar tecidos como ósseo, e dentário, incluindo ligamento periodontal, polpa, dentina e esmalte, também, talvez, criar novos dentes 17. Os estudos iniciais com célulastronco na Odontologia foram, inicialmente, realizados em porcos, na Universidade de Harvard em conjunto com o Forsythe Institute/EUA. Depois, os experimentos foram praticados em cobaias de ratos, como ocorre na UNIFESP Universidade Federal de São Paulo 18. As células-tronco que são usadas para a regeneração dos tecidos orais, são as adultas, que podem ser retiradas de vários tecidos do próprio indivíduo, como medula óssea, pele, inclusive da polpa dental, e uma outra vantagem da utilização dessas células é que sua utilização não envolve questões éticas. 3.2.1 Regeneração periodontal e do tecido ósseo O tratamento da doença periodontal apresenta características próprias e, conceitualmente, o reparo tecidual periodontal é mais complexo do que o da pele. O objetivo mais desejado do tratamento periodontal é a regeneração (que implica a reconstituição de uma parte perdida), que, em Periodontia, inclui a formação de novos tecidos 13. A terapia periodontal atual inclui raspagem e alisamento radicular, cirurgias periodontais para facilitar o tratamento, porém essas terapias nem sempre são completamente bem sucedidas devido a severidade da doença periodontal, devido a fatores locais, sistêmicos e etc. Portanto, na busca por novas terapias de regeneração do periodonto, recentes técnicas de engenharia tecidual baseadas na biologia das célulastronco, têm sido propostas. O conceito de que células mesenquimais indiferenciadas podem estar presentes no ligamento periodontal foi inicialmente proposto por Melcher em 1976, que observou que estas células presentes no ligamento periodontal eram capazes de formar fibroblastos, cementoblastos e osteoblastos. A partir dessa descoberta de Melcher, a capacidade regeneradora de células do ligamento periodontal tem sido pesquisada através de vários estudos 19. A utilização da engenharia tecidual, baseada nas células-tronco para obtenção da regeneração periodontal, tem sua base em estudos com animais, que demonstraram que as células cultivadas do ligamento periodontal podem ser reimplantadas de forma eficiente, promovendo a regeneração tecidual 20. O objetivo da regeneração tecidual é restaurar a sustentação dos dentes através dos seguintes eventos: restauração do ligamento periodontal, incluindo a orientação e inserção das fibras de Sharpey entre o osso e a superfície radicular, formação de novo cemento e restauração da junção amelo-cementária 17. O osso é um tipo especializado de tecido, pois sofre constantes alterações resultantes da deposição por osteoblastos e reabsorção por osteoclastos. Após anos de intensas pesquisas do tecido ósseo, foi identificada uma molécula denominada proteína morfogenética do osso (BMP), que agiria como fator de

108 diferenciação e crescimento. Existem inúmeras BMPs conhecidas e muitas delas induzem a formação de osso quando transplantadas, inclusive nos ossos maxilares. As BMPs estimulam a formação do osso alveolar circundante ao dentes, e também a regeneração do tecido periodontal 21. 3.2.2 Regeneração do complexo dentino-pulpar Gronthos e colaboradores 22 isolaram células da polpa dentária adulta (DPSC), expandidas in vitro e reimplantadas em camundongos. Essas células da polpa se diferenciaram em tecido neural e adipócitos e mostraram-se capazes de originar um tecido semelhante ao complexo dentino-pulpar, composto de matriz mineralizada e túbulos delimitados por células que se assemelham a odontoblastos. Esse mesmo estudo mostrou que células derivadas de dentes decíduos exfoliados (SHED), quando transplantadas em camundongos produzem dentina e osso. Diante de um trauma ou injúria sofrida pelo elemento dentário, células indiferenciadas da polpa se proliferam e se diferenciam em odontoblastos para formar dentina 23. Entretanto, é necessário enfatizar que embora estas células tenham capacidade de se diferenciar em odontoblastos, esta diferenciação só ocorre na presença de mediadores químicos capazes de desencadear este processo 25. Cárie dental resulta em perda da estrutura dentária. Portanto, a regeneração do esmalte, cemento e do complexo dentin-polpa é a meta a longo prazo do tratamento restaurador e endodôntico. Há uma alta taxa de sucesso na retenção dos dentes pela técnica endodôntica, porém os tratamentos atuais consistem em abordagens regenerativas através da aplicação de engenharia de tecidos, onde os tecidos da polpa infeccionada são removidos e substituídas por tecido pulpar saudável para revitalizar os dentes 24. Dessa forma, a cultura de células pode ser uma alternativa ao tratamento endodôntico convencional, sendo que a manutenção da vitalidade do dente é uma vantagem desse procedimento 24. Métodos endodônticos regenerativos têm o potencial para regenerar os tecidos da polpa e da dentina e, portanto, podem oferecer um método alternativo para conservar os dentes que podem ter a sua integridade estrutural comprometida. Várias questões de desenvolvimento têm sido descritas para realizar regeneração endodôntica. Cada uma das técnicas tem vantagens e desvantagens, e algumas delas são hipotéticas, ou em um estágio inicial de desenvolvimento 25. 3.2.3 Regeneração de tecido dental O ser humano tenta, há mais de mil anos, substituir os dentes perdidos por uma variedade imensa de materiais. O melhor que se conseguiu fazer até o momento foi implantar pinos metálicos e revesti-los com coroas cerâmicas. Por mais sofisticada que essa técnica seja, não se pode negar que ela ainda está longe de substituir na íntegra os tecidos perdidos tanto do ponto de vista biológico e estético quanto funcional 27. O dente de substituição para ser considerado ideal, teria de ser feito a partir do tecido do próprio paciente e cultivado no próprio local do dente. Com os avanços da biologia de células-tronco e da bioengenharia

109 tecidual, essa possibilidade se torna cada vez mais real 28. Para repor estruturas dentais e peridentais perdidas ou ausentes, em sua plenitude, existem duas formas de se construir um biodente: criar um molde com o formato do dente que se quer reproduzir e colocar sobre ele células capazes de formar os tecidos dentais, ou tentar reproduzir in vitro o processo de formação de um dente toda mesma forma que ele ocorre desde o inicio do desenvolvimento do embrião, para em seguida realizar-se o transplante in vivo 29. A regeneração de um órgão dentário não é um processo simples, pois seu desenvolvimento é determinado por interações complexas e vários fatores de crescimento. E também, a diferenciação celular está ligada a mudanças morfológicas no decorrer da formação do germe dentário 1. Quatro grupos distintos de fatores de crescimento parecem estar envolvidos com o desenvolvimento crânio facial (BMPs, FGF, Wnts, Hhs), porém as proteínas ósseas morfogenéticas (BMP) parecem ser suficientes para promover a regeneração dos tecidos dentais. As células extraídas da polpa dental humana apresentam receptores para as BMPs 30. Sabe-se, que os dentes se desenvolvem a partir de uma série de interações recíprocas entre células epiteliais e mesenquimais durante a embriogênese. O mesênquima, ao receber os sinais do epitélio odontogênico, passa a adquirir características odontogênicas e, como resposta, envia outros sinais de volta ao epitélio. A partir desse evento, células epiteliais se diferenciam em ameloblastos (células secretoras de esmalte dental) e as células ectomesenquimais se diferenciam em odontoblastos (células secretoras de dentina). Esse acontecimento é chamado de indução recíproca 31. Nos últimos anos, tem-se avançado na compreensão do desenvolvimento do dente a nível genético, dos mecanismos de regulação da morfogênese dos dentes, e da biologia das células tronco, o que tem tornado possível avanços no campo da regeneração e bioengenharia dentária 32. Os cirurgiões dentistas Silvio e Mônica Duailibi isolaram e multiplicaram células obtidas de dentes em desenvolvimento de ratos jovens. Em seguida, as células foram semeadas em modelos na forma de dentes e os mesmos foram implantados em ratos receptores. Após algumas semanas, os pesquisadores verificaram a presença de pequenos dentes 2. 4 Discussão Segundo estudo realizado 33 o ligamento periodontal pode conter células indiferenciadas multipotentes, que podem ser usadas para regenerar o cemento e o ligamento periodontal in vivo. Nesse estudo, foram isoladas células do ligamento periodontal e terceiros molares extraídos de humanos e essas células foram analisadas através da técnica de imunohistoquímica, para identificar marcadores de células-tronco. Em um estudo realizado por Abukawa e colaboradores 34, célulastronco mesenquimais provenientes de porcos foram isoladas, e cultivadas em um meio de cultura adequado. Após este período, as amostras foram transplantadas para defeitos ósseos mandibulares induzidos cirurgicamente e depois de seis semanas realizou-se a análise histológica, clínica e radiográfica. Foi observado que os defeitos foram preenchidos com um

110 tecido denso, semelhante ao osso, apresentando osteoblastos, osteócitos, vasos sanguíneos e osso trabeculado. Segundo Gronthos e colaboradores 22 DPSC e SHED demonstraram a habilidade de gerar um complexo semelhante ao dentinopulpar quando implantadas juntamente com proteínas no tecido subcutâneo de camundongos imunodeprimidos. Esses implantes desenvolveram áreas de tecido pulpar vascularizado, circundado por uma camada de células que se assemelham a odontoblastos, alinhados ao redor de dentina mineralizada com seus processos estendendo-se dentro de estruturas tubulares. De acordo com o estudo realizado por Casagrande 35, as DPSC possuem a capacidade de regenerar o complexo dentino-pulpar. Após o transplante in vivo, as células foram capazes de formar dentina ectópica e tecido pulpar adjacente, representando uma nova população de células-tronco pós-natais com alto potencial proliferativo, capacidade de se autorenovarem e de se diferenciarem múltiplas linhagens. O grupo de cientistas liderados por Pamela Yelick, foi o primeiro a demonstrar no ano de 2002, que células de germes dentais podiam ser cultivadas in vitro, e que quando implantada em camundongos imuncomprometidos, podiam formar estruturas similares a dentes. Sharpe e colaboradores 36, tornaram público resultados de experimentos onde a recombinação tecidual, de células odontogênicas e não odontogênicas foi capaz de formar dentes, ou seja, essas células mostraram-se capazes de formar tecidos dentais. Young 37 confeccionou moldes de polímeros biodegradáveis feitos com materiais biocompatíveis. Sob esses moldes foram colocadas células de germes dentais e, então, o conjunto células/mole foi mantido em cultivo durante seis dias. Após esse procedimento, o conjunto foi colocado no mento de ratos imunocomprometidos. Passadas 20-30 semanas, análises histológicas mostraram a formação de pequenas coroas (1-2mm) com evidente formação de esmalte, dentina e polpa dental. Nos anos subseqüentes, conforme nos mostra os estudos de Duailibi e colaboradores 38, foi aprimorada a técnica de uso de moldes, alcançando um importante objetivo: criar não só uma coroa dental, mas, também o inicio da formação de uma raiz com ligamento periodontal, e também cemento e osso alveolar. Tsuji e colaboradores 39, relataram em sua pesquisa utilizando a bioengenharia para formação de um germe dentário in vitro, que foi alcançado o feito de fazer crescer dentes em camundongos. Para isso, os cientistas utilizaram células-tronco da medula óssea e células epiteliais. Eles primeiro fizeram crescer cada célula separadamente para produzir grandes quantidades de cada uma e, então, injetaram-nas numa proteína denominada colágeno, formando um pequeno germe de 1,3 mm. Em seguida, esse germe foi colocado na cavidade dentária de um camundongo adulto. Depois de 37 dias, esse germe originou um dente que se formou devido a informações genéticas essenciais para o crescimento da estrutura do dente. No local do implante dentário, também se desenvolveram terminações nervosas quer responderam a estimulas dolorosos.

111 5 Conclusão Com essa revisão bibliográfica observamos que há vários anos, a medicina já estuda as células-tronco e realiza um grande avanço nos experimentos com as mesmas. Na Odontologia, porém, esses experimentos ainda são recentes, encontrando-se ainda no âmbito experimental com animais, e sua aplicabilidade clínica ainda não tem previsão, entretanto muitas descobertas importantes para o futuro da prática clínica odontológica, já foram alcançadas. Já sabe-se através das pesquisas até hoje realizadas, que o ligamento periodontal, e a polpa dentária, e outros tecidos como medula óssea, pele, são grandes depósitos de células tronco multipotentes, que poderão ser utilizadas de forma muito eficiente na regeneração tecidual do periodonto, incluindo ligamento periodontal, osso alveolar, cemento, e complexo dentino-pulpar destruídos por patologias da cavidade oral. E espera-se também que no futuro, exista a condição de utilizar a engenharia de tecidos com célulastronco para a formação de dentes de reposição, que serão implantados em humanos, para substituir dentes perdidos. Referências 1. Soares A.P et al. Células-tronco em Odontologia. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial vol.12 nº.1, 2007 2. Martins V.R, Miasato J.M. O uso das células tronco na Odontologia. Revista Brasileira de Odontologia vol.63 nº.1 e 2, 2006 3. Nadig R.R. Stem cell therapy Hype or hope? A review. Journal of Conservative Dentistry vol.12 nº4, 2009 4. Faber J. Transplante de células-tronco mesenquimais pode auxiliar a regeneração periodontal. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial vol.10 nº.1 Maringá, 2005 5. Zatz M. Clonagem e células-tronco. Estudos avançados vol.18 nº.51, São Paulo, 2004 6. Gomes R.G; Grinfeld S. Células-tronco: um breve estudo. Odontologia Clínico Científica vol.7 nº.1, Recife, 2008 7. Pereira L.V. A importância do uso das células tronco para a saúde publica. Ciência e saúde coletiva vol.13 nº.1 RJ, 2008 8. Carvalho A.C. Células tronco: a medicina do futuro. Ciência Hoje vol.29 nº.172, pg 26-31, 2001 9. Nardi N.B. Células-tronco: fatos, ficção e futuro. SBG vol.02 nº.02, pg 25-29, 2007 10. Santos RR et al. Transplante de células da medula óssea no tratamento da cardiopatia chagásica crônica. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical vol.37 nº.6 Uberaba, 2004 11. Wodewotzky TI. Células-tronco e terapia celular: suporte didático para o ensino fundamental e médio. Dissertação (Licenciatura em Ciências Biológicas) - UNESP de Botucatu, 2008 12. Souza MH, Elias ASD. As células-tronco e o seu potencial na reparação de órgãos e tecidos. Manual de Instrução Programada: Princípios de Hematologia e Hemoterapia 2ª Edição, 2005 13 Goiris FA; Steffens JP. Neoformação óssea significa regeneração

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