Processo Administrativo nº 000013/2016 Processo Seletivo Simplificado nº 002/2015 Interessada: Comissão Organizadora do Processo Seletivo PARECER JURÍDICO Veio à apreciação deste Departamento requerimento expedido pela Presidente da Comissão Organizadora do Processo Seletivo Simplificado nº 002/2015, onde a mesma encaminha os recursos impetrados referentes a fase de análise curricular do aludido certame. Foram anexados os seguites recursos: RECORRENTE Nº DO PROCESSO MOTIVO DO RECURSO Rosalina Vieira da Silva 000004/2016 item 2.2. do Edital Izaldete Borges do Santos não consta protocolo item 2.2. e 4.2. do Edital Marcos Nunes Gomes 000011/2016 item 2.2. do Edital Adriana da Costa Anicésio não consta protocolo item 2.2. do Edital Marina Peixoto Gomes 000010/2016 item 2.2. do Edital Tatiana Carvalho Silva 000012/2016 item 2.2. do Edital Aguida Souza Araujo Prado não consta protocolo item 2.2. do Edital Stelamares Barreto 000018/2016 item 4.2. e quadro I do Nogueira Machado Edital Stelamares Barreto 000019/2016 item 2.2. e quadro I do Nogueira Machado Edital Sonia Rocha Ferreira 000020/2016 item 4.2 e quadro I do Edital Samela Patrícia F. Maciel 000026/2016 item 4.2 do Edital Marina Peixoto Gomes 000031/2016 item 2.2. do Edital
Tendo em vista que a maioria dos recursos se referem ao mesmo objeto, inclusive com a redação idêntica, dividiremos o presente parecer em tópicos de acordo com o objeto dos recursos: I DA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUITAÇÃO ELEITORAL ITEM 2.2. DO EDITAL Todos os recursos que se referem ao item 2.2 do Edital, possuem as mesmas alegações, de que não seria necessária a apresentação de comprovante de quitação eleitoral, uma vez que não haveria exigência expressa quanto ao mesmo, sendo a condição de estar em dia com as obrigações eleitorais apenas uma declaração tácita, que deveria ser comprovada pela própria Comissão do Concurso. Ora, o conceito de declaração tácita, utilizado no direito civil especificamente nos Negócios Jurídicos 1, conforme determinação do artigo 111 do Código Civil brasileiro determina que o silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa, porém o mesmo não se aplica na seara administrativa, onde a Administração somente pode fazer o que a lei permite, havendo exigência legal de que para se inscrever em concurso público ou prova para cargo ou função pública deva ser provada a regularidade da situação eleitoral: CÓDIGO ELEITORAL (4.737/65) Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após a realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367. 1 CÓDIGO CIVIL: Livro III DOS FATOS JURÍDICOS, TÍTULO I DO NEGÓCIO JURÍDICO, CAPÍTULO I DISPOSIÇOES GERAIS
1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor: I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles 2 ; II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou para estatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição; III - participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias; IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com essas entidades celebrar contratos; V - obter passaporte ou carteira de identidade; VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. 2 Grifos nosso.
2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos, salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º, nº 1, sem prova de estarem alistados não poderão praticar os atos relacionados no parágrafo anterior. Ainda, a legislação nacional deixa claro que as formas de comprovação de estar em dia com as obrigações eleitorais são o canhoto entregue no dia da eleição ou a Certidão de quitação eleitoral expedida pela Justiça Eleitoral: LEI FEDERAL Nº 9.504/97: Art. 11 7 o A certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusivamente a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação de contas de campanha eleitoral. RESOLUÇÃO Nº 21.5381 - TSE 3 Art. 54. A folha de votação, da qual constarão apenas os eleitores regulares ou liberados, e o comprovante de comparecimento serão emitidos por computador. 3 Publicada em 14 de outubro de 2003.
2º O comprovante de comparecimento (canhoto) conterá o nome completo do eleitor, o número de sua inscrição eleitoral e referência à data da eleição. Art. 82. O eleitor que não votar e não pagar a multa, caso se encontre fora de sua zona e necessite prova de quitação com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pagamento perante o juízo da zona em que estiver (Código Eleitoral, art. 11). 2º Efetuado o pagamento, o juiz que recolheu a multa fornecerá certidão de quitação e determinará o registro da informação no cadastro. 4º O eleitor que estiver quite com suas obrigações eleitorais poderá requerer a expedição de certidão de quitação em zona eleitoral diversa daquela em que é inscrito Ademais da análise do próprio edital, verificamos a necessidade, de apresentação dos documentos comprobatórios: 2. DAS CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO 2.4 Apresentar além dos documentos necessários para à comprovação da qualificação, cópia da Carteira de Identidade, cópia do CPF 4. 4 Grifos nossos.
3.4. As informações prestadas serão de inteira responsabilidade do candidato, dispondo a Comissão de Seleção do direito de excluir do processo seletivo simplificado os curriculos vitae que não estiverem de acordo com o modelo especificado e preenchido de forma incompleta, incorreta e/ou ilegível. 4.2. Será eliminado do processo seletivo simplificado o candidato que deixar de entregar quaisquer documentos solicitados. Quanto a senhora Stelamares Barreto Nogueira Machado a mesma apresentou a Certidão de quitação eleitoral, porém não apresentou a autenticação da mesma, descumprindo assim o subitem 1.12 do Edital 5. Quanto a senhora Marina Peixoto Gomes a mesma no ato da inscrição somente apresentou o comprovante de Justificativa, sendo que neste documento consta de forma clara de que o mesmo não vale como certidão de quitação eleitoral e apresentação da Certidão expedida pela Justiça Eleitoral datada de 05 de janeiro de 2016 e protocolada sob o nº 000031/2016 de 05/01/2016 foi fora do prazo de inscrição previsto no edital, portanto extemporânea não podendo ser considerada. Diante disso, devem ser mantidas as eliminações dos candidatos que não comprovaram estar em dia com as obrigações eleitorais apresentando os documentos necessários a fim de salvaguardar a legalidade e isonomia do certame. 5 1.12. Somente serão analisados os curriculos que estiverem digitados e só considerados os documentos comprobatórios autenticados.
II DA AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS DE REGISTRO NO CONSELHO DE CLASSE Verificando o Edital constatamos que o único local onde se exige o registro no Conselho de Classe para o cargo de Assistente Social está no QUADRO I, porém, deixou clara a necessidade do mesmo. Analisando a documentação apresentada por Stelamares Barreto Nogueira Machado, constatamos que a mesma não apresentou comprovamte de seu registro no CRESS, (órgão de classe), mas tão somente o Protocolo nº 923/2015 datado de 17 de dezembro de 2015 expedido pelo CRESS da 19ª Região GO, onde consta que requereu sua inscrição principal naquele orgão, porém este de forma clara, enuncia cujo número do protocolo é 923/2015, o qual não é documento habil para o exericio da profissão. Também, que o exercicicio sem a devida homologaçao do registro caracteriza EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO nos termos da legislação penal. Situação análoga é a de Sônia Rocha Ferreira que somente apresentou o Procotolo nº 924/2015 do cress DA 19ª Região GO. 8.6662/93: Ademais, para os cargos de Assistente Social dispõe a Lei Federal nº Art. 2º Somente poderão exercer a profissão de Assistente Social: Parágrafo único. O exercício da profissão de Assistente Social requer prévio registro nos Conselhos Regionais que tenham jurisdição sobre a área de atuação do interessado nos termos desta lei.
Portanto devem ser mantidas as eliminações dos candidatos que não apresentaram os registros nos órgãos de classe a fim de salvaguardar a legalidade e isonomia do certame. III DA AUSENCIA DE APRESENTAÇÃO DO CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO A candidata Samela Patrícia Gernandes Maciel Maia, apresentou recurso administrativo contra sua desclassificação por não ter apresentado no ato da inscrição a Certidão de Conclusão do Ensino Médio. Verificando o Edital constatamos que o único local onde se exige a formação mínima de nível médio para o cargo de Orientador Social está no QUADRO I, porém, deixou clara a necessidade do mesmo. Analisando a documentação apresentada pela candidata constatamos que a mesma não apresentou o Certificado de Conclusão do Ensino Médio, mas somente a Ata de Defesa de Monografia no curso de jornalismo da Universidade Estadual de Mato Grosso, porém este documento não é habil para demonstrar que a candidata concluiu o ensino médio ou que tenha formação em nível superior,, descumprindo assim o Edital: 1.10. Os certificados ou diplomas de conclusão de cursos deverão ser expedidos por instituição oficial de ensino reconhecida pelo MEC. 1.11. Somente serão considerados os certificados expedidos por pessoas jurídicas, de direito público ou privado, que atenderem os critérios definidos no presente edital. 1.12. Somente serão analisados os curriculos que estiverem digitados e só considerados os documentos comprobatórios autenticados.
Portanto deve ser mantida a eliminação da candidata por não ter comprovado sua escolaridade tempestivamente, pois somente em 05 de janeiro de 2016 através do protocolo nº 000026/2016 de 05/01/2016 foi que esta apresentou seu histórico escolar do ensino médio, portanto de forma extemporânea não podendo ser considerado a fim de salvaguardar a legalidade e isonomia do certame. Santa Rita do Araguaia, 06 de janeiro de 2015. BIANCA DE OLIVEIRA BORGES Advogada do Município Portaria nº 210/2010