LEI N 2.675, DE 27 DE JULHO DE 2009. Regulamenta a Concessão dos Benefícios Eventuais da Política da Assistência Social no Município de Júlio de Castilhos. JOÃO VESTENA, Prefeito do Município de JÚLIO DE CASTILHOS, Estado do RIO GRANDE DO SUL. FAZ SABER, que a Câmara Municipal de Vereadores aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1 Esta Lei estabelece regulamenta e estabelece critérios para a concessão de benefícios eventuais no âmbito do Município de Júlio de Castilhos/RS. Parágrafo único. A concessão dos benefícios eventuais é direito garantido na Lei Federal n 8.742, de 07 de dezembro de 1993 (Lei Orgânica da Assistência Social LOAS) art.22, parágrafos 1 e 2, Resoluçã o 212, de 2006 Conselho Nacional de Assistência Social, e regulamentos. CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2 O beneficio eventual é uma modalidade de provisão de proteção social básica de caráter suplementar e temporário que integra organicamente as garantias do Sistema Único de Assistência Social SUAS, com fundamentação nos princípios de cidadania e nos direitos sociais e humanos. Parágrafo único. Na comprovação das necessidades para a concessão do beneficio eventual são vedadas quaisquer situações de constrangimento ou vexatórias. Art. 3 O beneficio eventual destina-se aos cidadãos e as famílias com impossibilidade de arcar por conta própria com o enfrentamento de contingências sociais, cuja ocorrência provoca riscos e fragiliza a manutenção do indivíduo, a unidade da família e sobrevivência de seus membros. Art. 4 O critério de renda mensal per capita familiar para acesso aos benefícios eventuais dispostos nesta Lei é igual ou inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo nacional, de acordo com a LOAS. Art. 5 São formas de benefícios eventuais:
I - Auxilio Natalidade; II - Auxilio Funeral; III - Fotos 3x4 (três por quatro); IV - Segunda via de documentos; V - Cesta básica; VI - Outros benefícios eventuais para atender necessidades advindas de situações de vulnerabilidade temporária. Seção I Do Auxílio-Natalidade Art. 6 O benefício auxílio natalidade pode ocorrer na forma de bens de consumo, sendo destinado àqueles que cumulativamente comprovarem: I a legitimidade do(s) filhos(s); II o enquadramento no art. 4 desta Lei; III requerimento endereçado a Secretaria de Assistência Social, no prazo previsto no 2 deste artigo, salvo nos casos em qu e a família não tenha condições de fazê-lo, e haja relatório fundamentado emitido por servidor(a) Assistente Social do quadro de servidores do Município. 1 Os bens de consumo que compreendem o auxilio natalidade consistem no enxoval do recém nascido (kit bebê), incluindo itens de vestuário e higiene, observada a qualidade que garanta a dignidade e o respeito à família beneficiária, sendo composto pelos seguintes itens: I - 01 (uma) calça plástica n 1 (um); II 01 (uma) calcinha do tipo mijão ; III - 01 (uma) camiseta de malha; IV - 01 (uma) dúzia fraldas de tecido; V - 01 (uma) macacão recém nascido (tip-top); VI - 01 (um) sapatinho de lã; VII - 01 (um) casaco de lã; VIII - 01 (uma) meia; IX - 01 (uma) mamadeira; X - 01 (um) sabonete; XI - 01 (um) shampoo; XII - 01 (uma) toalha de banho infantil.
2 O requerimento do beneficio natalidade deve ser realizado a partir do sétimo mês de gestação e/ou até 30 (trinta) dias após o nascimento. Seção II Do Auxílio-Funeral Art. 7 O beneficio eventual, na forma de auxílio-funeral, constitui-se em uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em bens de consumo, para reduzir vulnerabilidade provocada por morte de membro de família enquadrada nos requisitos estabelecidos no art. 4 desta Lei. Art. 8 O beneficio auxílio-funeral será concedido a quem cumprir com os requisitos desta Lei, e será com a finalidade de: I - Custeio das despesas de aquisição da urna funerária (caixão); II - Os serviços funerários devem cobrir o custeio no valor máximo de R$ 230,00 (duzentos e trinta reais), a ser corrigido anualmente pelo índice da inflação, conforme regulamento. 1 O auxílio-funeral somente será concedido para ascendente, descendente, cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, até o segundo grau. 2 Os valores financeiros necessários para atender o auxílio-funeral serão repassados conforme regramento próprio, a ser feito por Decreto regulamentando a matéria. 3 Após o recebimento do benefício, o responsável deverá entregar à Secretaria de Assistência Social e Habitação uma cópia da certidão de óbito e comprovantes necessários para justificar a concessão do auxílio. Seção III Das Fotos 3X4 Art. 9 As fotos 3x4 (três por quatro) poderão ser fornecidas somente para emissão de documentos oficiais (tais como identidade, CTPS e título eleitor), obedecendo aos critérios da renda mensal já especificados nesta lei. 1 As fotografias serão custeadas pelo Município, conforme disposto em regulamento.
2 As pessoas que forem beneficiadas, deverão comprovar no prazo de até 30 (trinta) dias, através da apresentação de cópia do documento emitido, juntamente com original para conferência. 3 Enquanto não houver a comprovação descrita no 2 deste artigo, a pessoa ficará impedida de ser beneficiada com qualquer dos benefícios eventuais previstos nesta Lei. Seção IV Da Segunda Via De Documentos Art. 10. A segunda via de documentos refere-se somente à Certidão de Nascimento, Certidão de Casamento e Certidão de Óbito, sendo que será fornecida uma única vez para cada beneficiário, obedecendo aos critérios da renda mensal já especificados nesta Lei. Seção V Da Cesta Básica Art. 11. Os subsídios de fornecimento de alimentação, na forma de cestas básicas serão para pessoas que não tenham condições de trabalhar, observado sempre os critérios da renda mensal já especificados nesta Lei, tais como: I - gestantes; II idosos; III - pessoas com problemas de saúde (atestado médico comprobatório); IV pessoas portadoras de necessidades especiais; V pessoas em condições de miserabilidade, mesmo que temporária, mediante parecer conclusivo de Assistente Social, desde que não sejam beneficiários de pensão, aposentadoria ou BPC Benefício de Prestação Continuada. 1 A cesta básica eventual será composta dos segui ntes itens: I - 4 (quatro) kg arroz; II - 2 (dois) kg feijão; III - 2 (dois) kg farinha de trigo; IV - 1 (um) kg farinha de milho; V - 2 (dois) kg açúcar; VI - 1 (um) kg sal fino; VII - 2 (dois) pacotes massa de 500g; VIII - 1 (uma) lata azeite de 900ml.; IX - 1 (um) pacote de café de 500g;
X - 1 (um) pacote de leite em pó de 500g. 2 O benefício previsto neste artigo não poderá ser fornecido mais de uma vez dentro do mesmo mês. 3 Sempre que possível deverá haver aprovação do Conselho Municipal de Assistente Social para concessão do benefício previsto neste artigo. Seção VI Dos Outros Benefícios Eventuais Art. 12. Entende-se por outros benefícios eventuais, conforme disposto no 2 do art. 22 da Lei 8.742, de 1993, as ações emer genciais decorrentes de situações de vulnerabilidade temporária, com a finalidade de atender vítimas de calamidade e enfrentar contingências, de modo a reconstruir a autonomia através de redução de vulnerabilidades e impactos decorrentes de riscos sociais ou causas naturais; principalmente nos casos de calamidade pública decorrente de fatos da natureza, tais como vendaval, granizo, fortes precipitações pluviométricas, incêndios, entre outros. 1 Os benefícios eventuais mencionados no caput deste artigo serão na forma de bens materiais para reposição dos prejuízos causados, e consistem basicamente em: I lona preta; II telhas de amianto; III cumeeiras; IV tábuas; V tijolos; VI Poste de cimento e caixa de luz; VII outros a serem definidos em regulamento, observado o 2 deste artigo. 2 Poderão ser fornecidos outros bens, como materiais de construção, de acordo com a necessidade apurada caso a caso, através de visita domiciliar e relatório conclusiva da Assistente Social do Município, observando, sempre que possível, a aprovação prévia do Conselho de Assistência Social do Município, salvo situação excepcional, quando deverá haver a aprovação posterior do referido Conselho. CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 13. As provisões relacionadas a programas, projetos, serviços e benefícios afetos ao campo da saúde, educação, integração nacional e demais políticas setoriais, não se incluem na condição de benefícios eventuais da assistência social. Art. 14. Todos os benefícios e serviços deverão ser submetidos à avaliação técnica de profissional Assistente Social, lotado da Secretaria de Assistência Social e Habitação. Art. 15. Caberá ao Assistente Social: I - A coordenação geral, a operacionalização, o acompanhamento, a avaliação da prestação dos benefícios eventuais, bem como o seu financiamento; II - A realização de estudos da realidade e monitoramento da demanda para constante ampliação da concessão dos benefícios eventuais; III - Expedir as instruções e instituir formulários e modelos de documentos necessários à operacionalização dos benefícios eventuais. Parágrafo único. A Secretaria de Assistência Social e Habitação deverá encaminhar relatório destes serviços e dos benefícios concedidos de acordo com esta Lei, trimestralmente, ao Conselho Municipal de Assistência Social. Art.16. Caberá ao Conselho Municipal de Assistência Social fornecer ao Município informações sobre irregularidades na execução dos benefícios, quando estas forem detectadas. Art.17. As despesas decorrentes desta lei ocorrerão por conta de dotação orçamentária próprias, já aprovadas em orçamento. Art.18. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Gabinete do Prefeito Municipal de Júlio de Castilhos, em 27 de julho de 2009. Registre-se e Publique-se Nilva Maria Moro Varini Secretária da Administração JOÃO VESTENA, Prefeito Municipal Antonio Gonçalves de Bezerra Secretário da Fazenda