PROJETO MEDIAR Matemática, uma Experiência Divertida com ARte



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Transcrição:

PROJETO MEDIAR Matemática, uma Experiência Divertida com ARte Silvana Iunes Centro Universitário de Brasília silvanaiunes@gmail.com Resumo: de jogos matemáticos elaborados por alunas da disciplina de Fundamentos Teóricos e Metodológicos de Matemática I e II Curso de Pedagogia Uniceub Brasília-DF. Palavras-chave: Jogos matemáticos; Conteúdos matemáticos; Séries iniciais. Justificativa A partir da implementação dos Parâmetros Nacionais Curriculares, o aparecimento de novas propostas de trabalho com matemática vem gradativamente refletindo no processo de formação e atuação dos professores de ensino fundamental nas séries iniciais. A idéia que a educação e os educadores estão em constante evolução do pensar e agir faz deste processo um movimento altamente dinâmico que a cada dia é acrescido de idéias novas que re-significam as anteriores para formar as idéias do amanhã. No caso específico da Educação Matemática, que tem a missão constante de transformar à Matemática sem significados, algebrizada, sem sentido, numa Matemática prazerosa e desafiadora, orgânica, coerente, que nos ajudará na compreensão e transformação da sociedade, a situação não é diferente. Busca-se na ação do dia-a-dia, na relação professor-alunoconhecimento a possibilidade de construir está transformação do processo de ensino e aprendizagem na busca da melhoria da qualidade educativa. Uma das atividades desenvolvidas durante o semestre que vem possibilitar a construção desta transformação da Educação Matemática acontecem as disciplinas Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Matemática I e II, na orientação e confecção de jogos e/ou atividades com conteúdos matemáticos para serem aplicados em sala de aula. Mas, como saber se os jogos/atividades realmente atingem os objetivos propostos com crianças? 1

O projeto Mediar possibilita as futuras professoras e professores uma atuação junto à comunidade escolar, na aplicação e testagem dos jogos/atividades junto às crianças na realidade a que eles se propõem, a fim de complementar a sua formação profissional. O texto da modalidade exposição trata-se da apresentação dos jogos construídos pelas alunas e alunos. Objetivos Aplicar e testar os jogos/atividades construídos para os alunos nas diversas fases do Ensino Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental; Desenvolver formas de mediação dos jogos/atividades que conterão conhecimentos matemáticos a fim de identificar as estratégias das crianças bem como a receptividade em relação ao jogo proposto; Promover integração entre os docentes do UniCEUB e colégios e/ou instituições onde futuramente os mesmos poderão atuar; Possibilitar experiência de mediação aos futuros professores com alunos da educação infantil e séries iniciais. Divulgar ações e atividades do curso de Pedagogia - Uniceub Quadro teórico Por muitos anos, vimos a Matemática como tradicional, que enfatizava mecanismos rígidos de operações e pouco valorizava a aplicação em contextos específicos. Seu ensino era feito por meio de repetição de modelos, e como não havia muita aplicação prática, acabava por se tornar monótona e pouco interessante. A partir dos anos 80, muitos estudos e ações vêm contribuindo para desmistificar a Matemática, para a busca de um sentido e até mesmo de um prazer no ensiná-la e aprendêla. O aparecimento de novas propostas de trabalho com matemática vem gradativamente refletindo na formação dos professores de ensino fundamental. Artur da Távola (1999) quando afirma que educamos hoje com valores adquiridos ontem, pessoas que são o amanhã, reforça a idéia que a educação e os educadores estão num processo, que não está pronto nunca. A constante evolução do pensar faz desse processo um movimento altamente 2

dinâmico que a cada dia é acrescido de idéias novas que re-significam as anteriores para formar as idéias do amanhã. E no trabalho com a Educação Matemática não acontece diferente à medida que temos a missão de transformar à Matemática sem significados, algebrizada, sem sentido, numa Matemática prazerosa e desafiadora, orgânica, coerente, que nos ajudará na compreensão e transformação da sociedade. Somente neste sentido podemos conceber a Matemática participando na formação do cidadão. O trabalho que vem sendo desenvolvido nos cursos de formação de professores é o de, primeiramente desmistificar a representação social que se tem da Matemática. Ainda é grande entre os graduandos, o conceito de que a matemática é um bicho de sete cabeças. Neste primeiro momento de re-signifcação e até mesmo re-construção de representações em relação a este componente, tem-se a preocupação de explicitar que o conhecimento da Educação Matemática vem justamente, possibilitar a construção da Matemática de hoje. Além disso, torna-se clara a necessidade que o professor tem de mudar sua prática educativa, pois se torna consenso que a Matemática não pode acontecer mais como aconteceu na geração dos professores que agora estão no exercício (Matemática Moderna dos anos 60/70). É fato que, a atual geração de alunos está totalmente sujeita a vários tipos e processos de informação, numa velocidade infinitamente grande, fazendo dos professores em exercício e dos futuros, muitas vezes, meros espectadores com grande experiência em conteúdos específicos e pouca ou quase nenhuma capacidade de rápida readaptação ao novo ritmo da sociedade. Os alunos estão cada vez mais exigentes e ansiosos por explicações e justificativas por parte dos professores em relação aos conteúdos e aplicá-los na vida cotidiana, demandando muitas vezes habilidades, até então pouco desenvolvidas pelos professores em sua formação profissional básica. Muitos esforços vêm sendo feitos dentro da formação de professores de maneira a possibilitar um maior espaço para a prática docente que propicie experiências criativas e diferentes, antecipando vivências mais próximas do que eles irão encontrar ao obterem sua graduação, pois quando se depara com a sala de aula, o professor tende a reproduzir o modelo de sua formação. O ato criativo é um ato de coragem e liberdade. Exige audácia, bravura em pensar diferente quando se buscam soluções para os mesmos problemas ou em atender uma 3

necessidade interior. Criar é a capacidade de encantar-se e ir atrás do novo. Contudo, toda criação apresenta um desafio quando ela é direcionada a um brinquedo e/ou jogo. Ele está lá, pedindo para ser brincado ou jogado e é, em seu uso, que reside o grande prazer, alegria e o desafio em brincar. Portanto, criação e ação se complementam no prazer físico e emocional em dominar angústias, nos expressarmos para compreender e sermos compreendidos - escoar agressões, adquirir experiências e gratificação sexual (Winnicott, W.D., 1979). O filósofo francês Michel Foucault (1979) chamou isso de vontade de poder. O brinquedo ou jogo nos desafia. Brincado nos educamos e aprendemos para desespero daqueles que acham que educação é coisa séria e ensinar com meio de brincadeiras e jogos é tratar a educação de forma superficial. Por meio desses instrumentos de ensino, reformulamos a equivocada e freqüente visão que se tem sobre jogos e brincadeiras, porquanto aprendemos regras, a organizar nossas emoções, desenvolver contatos sociais e relacionamentos grupais, associar nossa função corporal com a vivencia das idéias, realizar a mediação entre interior e exterior. Enfim, por meio das brincadeiras e jogos podemos aperfeiçoar qualidades ou desafiar defeitos fazendo deles nossos amigos, aprendendo assim, a vivenciar no corpo o prazer e a alegria de viver. O brincar é fundamental para o ser humano. Deve ser estimulado e reconhecido como um direito e um constante desafio para a melhoria da qualidade de vida de todos, mas principalmente da vida das crianças, despertando, desde cedo, um espírito participativo, de cooperação e solidariedade (Piaget, J., 1975). Para os adultos os jogos são excelente ferramenta que constrói e exercita a paciência, ameniza a ansiedade, promove o respeito e a tolerância no trato dos diferentes pontos de vista das pessoas com quem convivemos. Jogando jogos apropriadamente escolhidos, as pessoas podem negociar sem medo de errar. Colocar e ouvir diferentes pontos de vista, com espontaneidade. Aprende-se a recriar leis mudando as regras do jogo e a respeitá-las de forma motivada, e não por imposição (Kishimoto, T., 2002). Estimula-se a cooperação para e renovação das regras, fazendo nascer uma verdadeira constituição! Ao refletir sobre a mediação no campo da educação matemática requer considerar a resolução de problemas como sendo o objetivo essencial da escola no que se refere ao processo de aprendizagem e de ensino de matemática. Assim sendo, a mediação realizada 4

pelo professor de matemática passa não somente pelo processo de oferta, resolução, controle e validação de resolução de situações problemas, mas o de planejar situações problematizadoras que possibilitem ao educando a construção do conhecimento matemático. O brincar, utilizando jogos e materiais manipuláveis, possibilita estas situações problemas, geralmente como situações de desafio, desafio gerador de desestabilização afetiva e cognitiva, fazendo com que a criança se lance à aventura de superação da dificuldade proposta, realizando assim, o fazer matemática que nada mais é do que uma matemática compreensível, explicada e significativa. Neste sentido o brinquedo e o jogo contribuem muito para o fazer matemática, pois além da diversão e prazer, o brincar e o jogar são resultados de um exercício de criatividade e forma de expressão, condição de estar no mundo como sujeito integral exercendo e desenvolvendo suas potencialidades. Eles viabilizam um aprender no corpo e na mente no sentido contrário à educação tradicional onde os educandos são forçados a estudar o que os professores acham que estão ensinando, ou seja, promovem cada vez mais de um ensino e aprendizagem eficazes, distanciando assim os educadores de estarem exercendo vontade de poder sobre o outro. Referências BERTONI, Nilza. O Ensino Atual da Matemática. Texto produzido durante projeto: Um novo currículo de Matemática da 1 a. a 8 a. série. Brasília: UNB, 1985 a 1989. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares Nacionais: Matemática. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,1998. FOUCAULT, Michel. Microfisica do poder. Rio de janeiro: Ed. Graal,1979. KISHIMOTO, Tizuko M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. IUNES, Silvana Maria Silva. Dissertação de Mestrado: Informática e Educação Matemática. Brasília, UnB, 2001. PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. 5

TÁVOLA, Artur da. A Quem Educa. Contato: Revista brasileira de comunicação, arte e educação. Ano 2, n.5 (out/dez.), Brasília: Senado Federal, Gabinete do Senador Artur da Távola, 1999. WINNICOTT, W. D. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975. 6