Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária



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Transcrição:

Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária (Proposta elaborada pela Comissão da Lei Orgânica da Fenafisco. O texto será apreciado na 150ª Reunião Extraordinária do Conselho Deliberativo da Fenafisco, em novembro, em Rio Branco-AC) Filiado à Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 1

Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 2

Caro filiado Fiscal de Tributos Estaduais, As administrações tributárias, constitucionalmente reconhecidas como atividades essenciais ao funcionamento do Estado (Artigo 37, incisos XVIII e XXII), vêm sendo amplamente discutidas por meio de congressos e seminários promovidos pela FENAFISCO, com a presença de representantes dos fiscos estaduais, municipais e federal, lideranças políticas e a sociedade em geral. A FENAFISCO, por meio da Comissão LOAT, elaborou Minuta de Projeto de Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária LOAT, cujo trabalho visa garantir os princípios constitucionais da administração tributária e manter direitos aos servidores que atualmente pertencem às carreiras do fisco. Para melhor divulgação do texto, o SINFATE o está disponibilizando a seus filiados. O objetivo do SINFATE é que todos os colegas FTE tomem conhecimento da proposta formulada pela FENAFISCO, podendo sugerir alterações, bem como manifestar-se sobre o trabalho. Dessa forma, é possível concluir se a propositura atende aos nossos anseios e se realmente é essa a administração tributária que queremos para nosso Estado. A deliberação do texto da minuta será feita na reunião do Conselho Deliberativo da FENAFISCO, a ser realizada em novembro de 2012, na cidade de Rio Branco, estado do Acre. Encaminhada e aprovada pelo governo federal, os conceitos e princípios da lei federal servirão de base e vincularão as administrações tributárias estaduais. Eventuais sugestões de alteração do texto, bem como suas justificativas, deverão ser encaminhadas ao e-mail sinfate@sinfate.org.br, que serão analisadas pela diretoria. Se aprovadas, serão encaminhadas ao Conselho Deliberativo da FENAFISCO como propostas do SINFATE. Oportunamente, será divulgada a realização de palestra sobre o assunto, a ser ministrada por diretores da FENAFISCO, ocasião em que será oportunizada a participação de todos para tirar dúvidas que por acaso existirem. Atenciosamente, Ricardo Bertolini Presidente Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 3

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº, DE (Do Poder Executivo) Regulamenta os incisos XVIII e XXII e os 13 e 14 do art. 37 e o 4º do art. 40, da Constituição Federal, estabelecendo normas gerais para organização da Administração Tributária no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I Das Disposições Gerais Art. 1º. A Administração Tributária constitui atividade essencial ao funcionamento do Estado, integra a administração direta do respectivo ente federado e tem assegurada a autonomia administrativa, financeira, funcional e orçamentária, dentro dos limites estabelecidos em lei. 1º. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão destinar, anualmente, percentual mínimo do total de sua receita de impostos para o desenvolvimento das atividades pertinentes à Administração Tributária, em conformidade com o disposto no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. 2º. Para os efeitos desta lei complementar, a expressão Administração Tributária, quando empregada, corresponde às Administrações Tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Art. 2º. A Administração Tributária rege-se pelos princípios da unidade, indivisibilidade, independência funcional, publicidade, legalidade, interesse público, impessoalidade, autonomia, eficácia, eficiência, sigilo fiscal, moralidade, probidade, motivação, permanência e justiça fiscal. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 4

Art. 3º. Lei de iniciativa do chefe de cada um dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, estabelecerá normas específicas dispondo sobre organização, competências, atribuições, atividades e funcionamento da respectiva Administração Tributária. Parágrafo único. A lei de que trata o caput disporá, também, sobre direitos, deveres, vedações, garantias e prerrogativas dos servidores integrantes da carreira específica definida no art. 17 desta lei complementar. CAPÍTULO II Das Competências da Administração Tributária Art. 4º. São de competência privativa da Administração Tributária, sem prejuízo do exercício de demais atribuições definidas na lei de que trata o art. 3º: I a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a cobrança administrativa de impostos, taxas, contribuições de melhoria, outras contribuições e demais prestações compulsórias de natureza financeira incluídas por lei em sua esfera de competência; II o planejamento, a execução e o controle das atividades relacionadas no inciso I; III o gerenciamento dos cadastros fiscais, das informações econômicofiscais e dos demais bancos de dados relacionados com as atividades de sua competência, autorizando e homologando sua implantação e atualização; IV o planejamento, o gerenciamento e o controle dos sistemas eletrônicos e da tecnologia da informação na área de sua competência; V o pronunciamento decisório: a) no âmbito de processo administrativo tributário; b) na apreciação, em instância administrativa, de consultas em matéria tributária ou de pedidos de regimes especiais, isenção, anistia, moratória, remissão, parcelamento e de outros benefícios fiscais definidos em lei; VI a assessoria e a consultoria em matéria tributária aos órgãos e entidades da Administração Pública, ressalvando-se as competências da Advocacia-Geral da União e das Procuradorias Estaduais, Distrital e Municipais; Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 5

VII a orientação ao sujeito passivo da obrigação tributária fornecida pelo Poder Público em matéria relacionada a sua área de competência; VIII a elaboração, no âmbito do Poder Executivo a que se vinculem, de propostas de aperfeiçoamento da legislação pertinente a assuntos relacionados a sua competência; IX a emissão de informações e de pareceres acerca de matéria tributária; X a declaração sobre situação perante o Fisco de pessoas físicas ou jurídicas sujeitas ao cumprimento de obrigação tributária ou das prestações previstas no inciso I; XI a correição no âmbito de sua competência; XII a prática de atos próprios de gestão e a decisão sobre a situação funcional e administrativa do pessoal, ativo e inativo, da carreira específica definida no art. 17. XIII a prática de atos próprios de gestão e a decisão sobre a situação funcional e administrativa do pessoal, ativo e inativo, de seus quadros próprios de carreiras auxiliares. XIV outras decorrentes desta lei complementar. 1. As disposições contidas nos incisos do caput são extensivas a todo e qualquer destinatário das normas que prevêem prestações compulsórias de natureza financeira incluídas por lei na esfera de competência da Administração Tributária. 2. As competências que demandam manifestações acerca de matéria tributária também são extensivas àquelas vinculadas com as demais prestações compulsórias de natureza financeira incluídas por lei na esfera de competência da Administração Tributária. Art. 5º. As Administrações Tributárias dos respectivos entes federados atuarão de forma integrada, nos termos da lei ou de acordos ou convênios celebrados, inclusive com o compartilhamento de cadastros e informações fiscais, observadas as disposições contidas nos arts. 198 e 199 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, quanto à preservação do sigilo das informações econômicofiscais do sujeito passivo da obrigação tributária e das prestações previstas no inciso I do art. 4º desta lei complementar. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 6

Art. 6º. A Administração Tributária e os seus servidores integrantes da carreira definida no art. 17, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, terão precedência sobre os demais setores administrativos, conforme determinado pelo inciso XVIII do art. 37 da Constituição Federal, e será expressa, entre outras formas: I na tramitação preferencial dos feitos fiscais; II na prática de qualquer ato de sua competência, inclusive o exame de mercadorias, livros ou quaisquer documentos fiscais do sujeito passivo, nos casos em que convergirem ou conflitarem ações conjuntas ou concomitantes entre agentes do Poder Executivo; III no recebimento de informações de interesse fiscal oriundas de órgãos e entidades da Administração Pública, dos sujeitos passivos da obrigação tributária e das pessoas físicas e jurídicas relacionadas no art. 197 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. CAPÍTULO III Da organização da Administração Tributária Seção I Da Estrutura Organizacional Básica Art. 7º. A estrutura organizacional básica da Administração Tributária, para o exercício das competências definidas no art. 4º e de outras estabelecidas na lei de que trata o art. 3º, compreende os seguintes órgãos: I Auditoria Geral Tributária; II Conselho Superior da Administração Tributária; III Órgãos de Julgamento do processo administrativo tributário; IV Corregedoria Geral da Administração Tributária; V Órgãos de Execução da Administração Tributária; VI Ouvidoria da Administração Tributária. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 7

Seção II Da Auditoria Geral Tributária Art. 8º. A Auditoria Geral Tributária, órgão de Administração Superior da Administração Tributária, tem por dirigente o Auditor Geral Tributário, nomeado pelo Chefe do Poder Executivo do respectivo ente federado, escolhido entre os ocupantes do cargo que constitui a carreira específica definida no art. 17, com tempo de efetivo exercício das atribuições previstas no art. 19 não inferior a 10 (dez) anos, inclusos em lista tríplice, para exercício de mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, observado o mesmo procedimento. 1º. Os demais critérios para definição dos integrantes da carreira que deverão compor a listra tríplice a ser apresentada ao Chefe do Poder Executivo serão fixados na lei de que trata o art. 3, que estabelecerá, obrigatoriamente, que: I a elaboração da lista tríplice será em eleição direta, mediante voto plurinominal, secreto e universal, dos ocupantes do cargo efetivo da carreira específica definida no art. 17; II o candidato à lista tríplice não pode estar afastado do efetivo exercício das atribuições do cargo definidas no art. 19. 2º. A lei de que trata o art. 3º estabelecerá o momento em que o postulante à candidatura deixará de ser atingido pela restrição prevista no inciso II do 1º. 3º. Nos seus afastamentos e impedimentos o Auditor Geral Tributário será substituído na forma do disposto na lei de que trata o artigo 3º. 4º. Caso o Chefe do Poder Executivo não efetive a nomeação do Auditor Geral Tributário nos 15 (quinze) dias que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será investido automaticamente no cargo o integrante da carreira que tiver sido o mais votado. Art. 9º. São atribuições do Auditor Geral Tributário: I dirigir a Administração Tributária; II praticar atos próprios de gestão; III editar atos normativos no âmbito da Administração Tributária; IV coordenar a elaboração da proposta de orçamento da Administração Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 8

Tributária, nos limites da lei, e encaminhá-la ao Chefe do Poder Executivo, bem como acompanhar sua execução; V designar os integrantes da carreira definida no art. 17 para ocupar os cargos em comissão e desenvolver as funções de confiança no âmbito da Administração Tributária; VI prover os cargos iniciais da carreira específica definida no art. 17, na forma do art. 18, bem como nos casos de remoção, promoção e demais formas de provimento derivado; VII prover os cargos iniciais dos quadros próprios das carreiras auxiliares da Administração Tributária, bem como nos casos de remoção, promoção e demais formas de provimento derivado, observado o disposto no art. 29; VIII apreciar a proposta de criação e extinção de cargos da carreira específica definida no art. 17 e dos quadros próprios das carreiras auxiliares da Administração Tributária apresentada pelo Conselho Superior e, uma vez aprovada, encaminhá-la ao Chefe do Poder Executivo do respectivo ente federado; IX - designar os representantes da Administração Tributária e escolher e designar os representantes dos sujeitos passivos da obrigação tributária, apresentados em lista tríplice por suas entidades representativas fixadas na lei de que trata o art. 3, para compor o órgão de julgamento do processo administrativo tributário em segundo grau; X propor ao Conselho Superior alterações na estrutura da Administração Tributária; XI apresentar ao Chefe do Poder Executivo demonstrativo relativo aos efeitos, sobre as receitas públicas de que trata o inciso I do art. 4º, decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, conforme disposto no 6º do art. 165 da Constituição Federal; XII aplicar sanções disciplinares aos integrantes da carreira definida no art. 17 e aos servidores integrantes das carreiras auxiliares da Administração Tributária; XIII outras decorrentes desta lei complementar. Parágrafo único A lei de que trata o artigo 3 poderá conferir outras atribuições complementares às previstas neste artigo. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 9

Seção III Do Conselho Superior da Administração Tributária Art. 10. O Conselho Superior da Administração Tributária é órgão consultivo e de assessoramento do Auditor Geral Tributário em matéria de direção e organização da Administração Tributária, com atribuições deliberativas nos casos previstos nesta lei complementar. 1º. A lei de que trata o art. 3 disporá sobre composição e estrutura do Conselho Superior, respeitadas as seguintes disposições: I o Conselho Superior será composto: a) pelo Auditor Geral Tributário, que o presidirá, e pelo Corregedor Geral Tributário, ambos na condição de membros natos; b) por membros indicados pelo Auditor Geral Tributário entre os integrantes da carreira definida no art. 17; c) por membros eleitos pelos integrantes da carreira definida no art. 17, em atividade; II a composição do Conselho Superior será paritária em relação aos membros com direito a voto, observando-se: a) de um lado, os membros definidos nas alineas a e b do inciso I; b) de outro lado, os membros definidos na alínea c do inciso I; 2º. As condições e critérios para indicação e eleição dos membros do Conselho Superior definidos nas alíneas b e c do inciso I do 1º serão fixados na lei de que trata o art. 3º. Art. 11. Compete ao Conselho Superior da Administração Tributária: I elaborar e aprovar o seu regimento interno; II manifestar-se, resolutivamente, sobre matérias conflitantes que dizem respeito à Administração Tributária e aos integrantes da carreira específica definida no art. 17, bem como aos servidores integrantes das carreiras auxiliares; III decidir sobre alterações na organização da Administração Tributária encaminhadas pelo Auditor Geral Tributário; Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 10

IV aprovar a previsão de receitas tributárias e demais prestações compulsórias de natureza financeira incluídas por lei na esfera de competência da Administração Tributária e a fixação de despesas relativas ao custeio das atividades da Administração Tributária; V propor medidas que promovam a melhoria do desempenho da Administração Tributária; VI determinar por voto de 2/3 (dois terços) de seus membros a disponibilidade ou remoção de integrante da carreira definida no art. 17, por interesse da Administração, assegurada ampla defesa; VII decidir acerca dos processos de remoção a pedido dos integrantes da carreira definida no art. 17; VIII referendar as listas elaboradas para fins de promoção por antiguidade e merecimento; IX aprovar o regulamento sobre a avaliação do estágio probatório do servidor investido no cargo inicial da carreira definida no art. 17, na forma do art. 18; X propor ao Auditor Geral Tributário e organizar a realização de concurso público para ingresso no cargo inicial da carreira definida no art. 17 e nos cargos iniciais dos quadros próprios de carreiras auxiliares da Administração Tributária; XI propor ao Auditor Geral Tributário a criação e extinção de cargos da carreira específica definida no art. 17 e dos quadros próprios das carreiras auxiliares da Administração Tributária; XII pronunciar-se sobre assunto que lhe seja submetido pelo Auditor Geral Tributário; XIII exercer outras atribuições decorrentes desta lei complementar e da lei de que trata o art. 3º. 1º. Para apreciação e deliberação das matérias de competência do Conselho Superior, as reuniões ordinárias e extraordinárias deverão contar com a presença da maioria absoluta de seus membros, que serão substituídos, em suas faltas e impedimentos, na forma que dispuser o seu regimento interno. 2º. As decisões do Conselho Superior serão tomadas por maioria simples dos presentes, ressalvados os casos previstos nesta lei complementar e na lei de Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 11

que trata o art. 3, e serão devidamente motivadas e publicadas, ainda que na forma de extrato. 3º. Nos casos de empate, compete ao Auditor Geral Tributário, na qualidade de Presidente, o voto de desempate. Seção IV Dos Órgãos de Julgamento do Processo Administrativo Tributário Art. 12. Aos órgãos de julgamento do processo administrativo tributário compete o pronunciamento decisório no âmbito do contencioso tributário, em primeira e segunda instâncias, e em outras matérias previstas na lei de que trata o art. 3º. 1º. A lei de que trata o art. 3 disporá sobre composição e estrutura dos órgãos de julgamento do processo administrativo tributário, bem como sobre responsabilidades dos seus componentes, respeitadas as seguintes disposições: I os órgãos de julgamento de primeira instância poderão ser compostos por julgador monocrático ou por juntas ou turmas de julgamento, competindo privativamente aos ocupantes do cargo que constitui a carreira específica definida no art. 17 o exercício de suas atribuições; II o órgão de julgamento de segunda instância, na forma de colegiado, terá composição paritária entre: a) representantes da Administração Tributária, indicados dentre os ocupantes do cargo que constitui a carreira específica definida no art. 17, em exercício no cargo há, no mínimo, 5 (cinco) anos; b) representantes dos sujeitos passivos da obrigação tributária, indicados por suas entidades representativas definidas na lei de que trata o art. 3 ; III a presidência do órgão de julgamento em segunda instância, bem como dos órgãos judicantes que compõem sua estrutura, será exercida por um representante da Administração Tributária, com poder de desempate, observado o disposto na alínea a do inciso II; IV a representação fiscal, com função de zelar pela correta aplicação da legislação tributária e de defender os interesses da Administração Tributária junto ao órgão de julgamento de segunda instância, será exercida por integrantes da carreira definida no art. 17, em exercício no cargo há, no mínimo, 5 (cinco) anos. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 12

2º. Compete ao Órgão de Julgamento de segunda instância, entre outras previstas na lei de que trata o art. 3 : I manifestar-se, em grau de recurso, sobre decisão proferida em primeira instância do processo administrativo tributário; II editar súmulas, sem caráter vinculativo para a Administração Tributária, que sirvam de fundamentação para os julgamentos do processo administrativo tributário. 3º. Lei de que trata o art. 3 disporá sobre o mandato dos componentes do órgão de julgamento de segunda instância. 4º. Os representantes da Administração Tributária e dos sujeitos passivos da obrigação tributária, integrantes da segunda instância administrativa, atuarão com total independência funcional não estando vinculados a orientações exaradas pelo Auditor Geral Tributário ou oriundas de qualquer órgão a ele subordinado. Seção V Da Corregedoria Geral da Administração Tributária Art. 13. A Corregedoria Geral da Administração Tributária, cujo titular é o Corregedor Geral Tributário, é o órgão responsável pela inspeção, orientação e fiscalização das atividades funcionais e da conduta dos integrantes da carreira específica definida no art. 17, bem como dos integrantes dos quadros de carreiras auxiliares. 1º. O Corregedor Geral Tributário será designado por ato do Auditor Geral Tributário, escolhido entre os ocupantes do cargo que constitui a carreira específica definida no art. 17 com tempo de efetivo exercício das atribuições previstas no art. 19 não inferior a 10 (dez) anos, inclusos em lista tríplice, para exercício de mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução, respeitada as seguintes disposições: I a eleição dos candidatos à lista tríplice compete ao Conselho Superior da Administração Tributária; II os candidatos à lista tríplice não podem estar afastados do exercício das atribuições definidas no art. 19, observado o disposto no 2º do art. 8º. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 13

2º. O Corregedor Geral Tributário tomará posse perante o Conselho Superior da Administração Tributária. 3º. A destituição do Corregedor Geral Tributário dar-se-á pelo voto secreto de 2/3 (dois terços) do Conselho Superior da Administração Tributária, mediante representação do Auditor Geral Tributário ou da maioria absoluta dos membros do Conselho Superior da Administração Tributária. 4º. A lei de que trata o artigo 3º disporá sobre composição e estrutura da Corregedoria Geral Tributária, bem como sobre responsabilidades dos seus componentes. Art. 14. Compete à Corregedoria Geral da Administração Tributária: I fiscalizar as atividades dos órgãos e agentes da Administração Tributária, realizando inspeções e correições e sugerindo as medidas necessárias ou recomendáveis para a racionalização e eficiência dos serviços e o aperfeiçoamento institucional; II instaurar, de ofício ou mediante provocação do Auditor Geral Tributário ou, ainda, por representação de terceiros, sindicâncias para a apuração de fatos que envolvam integrantes da carreira definida no art. 17 ou servidores integrantes dos quadros próprios de carreiras auxiliares da Administração Tributária; III efetuar o preparo e acompanhamento, até sua conclusão, dos processos administrativo-disciplinares e sindicâncias, em que sejam indiciados ou sindicados integrantes da carreira definida no art. 17 ou servidores integrantes dos quadros próprios de carreiras auxiliares da Administração Tributária; IV coordenar e acompanhar o estágio probatório dos integrantes da carreira definida no art. 17; V avaliar e levar à consideração do Conselho Superior os elementos coligidos sobre: a) o estágio probatório dos integrantes da carreira definida no art. 17; e b) a atuação dos integrantes da carreira definida no art. 17 concorrentes à promoção por merecimento. VI expedir, após aprovação do Auditor Geral Tributário, provimentos visando à simplificação e ao aprimoramento dos serviços da Administração Tributária; Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 14

VII convocar reuniões com os servidores integrantes da Administração Tributária para o debate de questões ligadas à sua atuação funcional, exarando orientações quando for o caso; VIII requisitar de qualquer autoridade certidões, diligências, exames, pareceres técnicos e informações indispensáveis ao bom desempenho de sua função; IX propor ao Conselho Superior da Administração Tributária o regulamento sobre a avaliação do estágio probatório dos integrantes da carreira definida no art. 17; X elaborar o seu regimento interno; XI exercer outras atribuições decorrentes desta lei complementar e da lei de que trata o art. 3º. Seção VI Dos Órgãos de Execução da Administração Tributária Art. 15. Os Órgãos de Execução têm como funções coordenar e fazer cumprir as diretrizes estabelecidas pela direção superior da Administração Tributária, por meio da elaboração de planos de ação, desenvolvimento operacional das ações, rotinas, acompanhamento e avaliação das ações de tributação, arrecadação, fiscalização, atendimento ao contribuinte e à população em geral, além da realização de diagnósticos e estudos na área de sua competência. Parágrafo único. A lei de que trata o art. 3º disporá sobre a distribuição das competências definidas no art. 4º entre os Órgãos de Execução da Administração Tributária, respeitadas aquelas cometidas aos órgãos referidos nos incisos I a IV do art. 7º e estabelecidas nesta lei complementar, bem como fixará as responsabilidades de seus dirigentes. Seção VII Ouvidoria da Administração Tributária Art. 16. A Ouvidoria da Administração Tributária terá competência para receber, ouvir, formalizar e encaminhar aos órgãos da Administração Tributária reclamações e denúncias de irregularidades, de abuso de autoridade e ocorrência de outros atos ilegais praticados por seus componentes bem como sugestões e Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 15

outras manifestações que tenham por objetivo colaborar com a transparência da gestão da Administração Tributária. 1º. A Ouvidoria da Administração Tributária será dirigida pelo Ouvidor Geral Tributário, escolhido diretamente pelo Auditor Geral Tributário, entre os ocupantes do cargo que constitui a carreira específica definida no art. 17, com tempo de efetivo exercício das atribuições previstas no art. 19 não inferior a 5 (cinco) anos. 2º. A estrutura e a especificação das atividades da Ouvidoria da Administração Tributária serão estabelecidas na lei de que trata o art. 3º, que poderá lhe conferir outras atribuições. CAPÍTULO IV Da Carreira de Auditoria Fiscal Tributária Art. 17. A carreira de Auditoria Fiscal Tributária da Administração Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, prevista no inciso XXII do art. 37 da Constituição Federal, é constituída pelo cargo efetivo de Auditor Fiscal Tributário. Parágrafo único. A lei de que trata o art. 3º fixará os critérios para o desenvolvimento funcional dos servidores que integram a carreira prevista no caput. Art. 18. O provimento inicial na carreira de Auditoria Fiscal Tributária ocorre mediante nomeação, em caráter efetivo, de candidatos habilitados em concurso público de provas ou de provas e títulos. Parágrafo único. Sem prejuízo de outros critérios fixados na lei de que trata o art. 3º e no edital do concurso público, são requisitos para ingresso nos cargos iniciais da carreira de Auditoria Fiscal Tributária do respectivo ente federado: I ser brasileiro; II ter concluído curso de graduação superior com duração curricular mínima de quatro anos, reconhecido pelo Ministério da Educação; III estar quite com o serviço militar; IV estar em gozo dos direitos políticos; Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 16

V não ter sido condenado, com trânsito em julgado, por crime contra a administração pública. CAPÍTULO V Das atribuições do cargo de Auditor Fiscal Tributário Art. 19. São atribuições do Auditor Fiscal Tributário, sem prejuízo de outras definidas em lei, em especial a de que trata o art. 3º: I em caráter privativo: a) fiscalizar o cumprimento da legislação aplicável à esfera de competência da Administração Tributária, nos termos do art. 194 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966; b) constituir, mediante lançamento, o crédito tributário; c) proferir decisões em processo administrativo tributário, ou delas participar quando do julgamento em órgãos colegiados; d) manifestar o posicionamento em processos de consulta, restituição, ressarcimento ou compensação de tributos e de reconhecimento de benefícios fiscais; e) atuar na representação fiscal junto ao órgão de julgamento de segunda instância do processo administrativo tributário, observado o disposto no inciso IV do art. 12; f) proceder à orientação do sujeito passivo da obrigação tributária. II em caráter geral, as demais atividades inerentes à competência da Administração Tributária previstas no art. 4. 1. É nulo o ato que se origine do exercício das atribuições definidas no inciso I do caput por agente que não integre a carreira de Auditoria Fiscal Tributária da Administração Tributária. 2º. Observar-se-ão, no exercício das atribuições do cargo de Auditor Fiscal Tributário definidas no caput, as disposições contidas nos 1º e 2º do art. 4º. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 17

3º. Em função da natureza das atribuições conferidas ao cargo de Auditor Fiscal Tributário, as atividades desenvolvidas pelos servidores que integram a carreira de Auditoria Fiscal Tributária são consideradas, para todos os efeitos, como exclusivas de Estado, nos termos do art. 247 da Constituição Federal. CAPÍTULO VI Das Garantias e Prerrogativas dos integrantes da carreira da Auditoria Fiscal Tributária Art. 20. São garantias dos servidores integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I regime jurídico de natureza estatutária especial; II autonomia técnica e independência funcional; III irredutibilidade de sua remuneração, observado o disposto na Constituição Federal; IV assistência judiciária provida pela pessoa jurídica de direito público a que se subordinem se acionados em razão de ato praticado no exercício de sua competência; V remoção de ofício, no interesse da administração, mediante critérios objetivos definidos na lei de que trata o art. 3º, observado o disposto nesta lei complementar, em especial o inciso VI do art. 11; VI estruturação da carreira de que trata o parágrafo único do art. 17 em compatibilidade com a relevância da função que exerce; VII acesso a cursos de aperfeiçoamento e a treinamentos providos pela Administração Tributária do respectivo ente federado. Art. 21. São prerrogativas dos servidores integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I iniciar a ação fiscal, imediata e independentemente de ordem ou autorização superior, quando observar indício, ato ou fato que possa resultar em evasão de tributos ou descumprimento de obrigação tributária acessória; Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 18

II possuir livre acesso, mediante identificação funcional, a órgão público, estabelecimento privado, veículo de transporte terrestre, aquaviário ou aéreo e a documentos e informações revestidos de interesse tributário ou fiscal; III requisitar e obter o auxílio da força policial, quando vítima de desacato ou embaraço, em caso de risco de morte ou em situação na qual se faça necessária sua presença, para assegurar o pleno exercício de suas atribuições; IV possuir fé pública no desempenho de suas atribuições funcionais; V responder por falta funcional praticada no exercício de sua competência perante a Corregedoria Geral da Administração Tributária; VI portar arma de fogo de acordo com o que dispuser a legislação específica; VII receber carteira funcional, expedida nos termos da lei de que trata o art. 3º, revestida de fé pública e equivalente a documento de identidade para quaisquer fins legais em todo o território nacional; VIII receber, na inatividade, documento de identidade expedido pela Administração Tributária que explicite a carreira em cujo exercício obteve a aposentadoria; IX obter, gratuitamente, cópia de qualquer folha dos autos de processo criminal ou administrativo a que seja submetido em razão do exercício de suas competências; X ter a prisão ou detenção decorrente do exercício de suas competências prontamente comunicada pela autoridade policial competente ao seu superior imediato, que deve informar o ocorrido ao Auditor Geral Tributário para cumprimento do disposto no inciso IV do art. 20; XI ser recolhido à prisão especial, à sala de Estado Maior ou em domicílio, permanecendo em uma dessas condições à disposição da autoridade judiciária competente quando sofrer restrição de liberdade antes de decisão judicial transitada em julgado. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 19

CAPÍTULO VII Das Vantagens e Direitos dos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária Art. 22. A revisão anual da remuneração dos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, far-se-á na forma de lei específica do respectivo ente federado, observado o disposto no inciso X do art. 37 da Constituição Federal, sendo utilizado índice oficial de inflação. Parágrafo único. A revisão prevista no caput é a mínima devida aos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Art. 23. Sem prejuízo de outras parcelas remuneratórias previstas em lei, são devidas aos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária as seguintes vantagens, nos termos e condições fixados em legislação específica do respectivo ente federado, observado o disposto nos 4º e 8º do art. 39 da Constituição Federal: I ajuda de custo; II diárias; III ressarcimento decorrente do uso de bens próprios no exercício das atribuições do cargo; IV auxílio-transporte; V adicional por atividades insalubres, perigosas, penosas e de risco de morte; VI adicional por serviços extraordinários; VII auxílio saúde; VIII adicional noturno; IX conversão em pecúnia da licença prevista no inciso VII do art. 24; X adicional por tempo de serviço. Parágrafo único. Para todos os efeitos legais, as vantagens previstas nos incisos I, II, III, IV e VII possuem natureza jurídica indenizatória. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 20

Art. 24. São devidas aos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária as seguintes licenças, sem prejuízo de outras concedidas aos servidores públicos em geral, nos termos da legislação específica da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I para tratamento de saúde; II por motivo de doença em pessoa da família; III à gestante; IV paternidade; V para casamento; VI por luto pelo falecimento de pessoa da família; VII por quinquênio de efetivo exercício; VIII para exercício de mandato em entidade de classe; IX para concorrer a mandato eletivo político; X para participação docente ou discente em cursos de interesse da Administração Tributária no Brasil ou no exterior; XI outras definidas na lei de que trata o art. 3º. Parágrafo único. As licenças de que trata este artigo serão concedidas sem prejuízo da remuneração e da contagem como tempo de serviço efetivo. Art. 25. O integrante da carreira de Auditoria Fiscal Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios será aposentado voluntariamente, na forma do inciso II do 4º do art. 40 da Constituição Federal, observadas as seguintes condições: 19; I vinte e cinco anos de efetivo exercício das atividades definidas no art. II trinta anos de contribuição e cinquenta e cinco anos de idade, se homem, e vinte e cinco anos de contribuição e cinquenta anos de idade, se mulher, com proventos integrais; Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 21

III sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 1º. Para fins do disposto no caput, as atividades dos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária são consideradas de exposição ao risco, independentemente do local e do tempo em que sejam desempenhadas. 2º. O afastamento decorrente da concessão das licenças previstas nos incisos I, III, IV, V e VII do art. 24 será considerado, para todos os efeitos, como de efetivo exercício em atividade de risco. 3º. O disposto neste artigo não afasta o direito do integrante da carreira de Auditoria Fiscal Tributária de optar pela aposentadoria voluntária concedida segundo as regras gerais ou as regras de transição que lhes são aplicáveis. CAPÍTULO VIII Dos Deveres e Vedações dos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária Art. 26. São deveres dos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dentre outros previstos na legislação: I desempenhar com zelo e justiça os serviços a seu cargo; II zelar pela fiel execução de suas funções e pela correta aplicação da legislação pertinente; III observar sigilo funcional nos procedimentos em que atuar e, especialmente, naqueles que envolvam diretamente o interesse da Administração Tributária; IV representar à autoridade competente da Administração Tributária sobre irregularidades que afetem o bom desempenho de suas atividades funcionais, bem como qualquer situação definida em lei como crime; V buscar o aprimoramento profissional contínuo. Parágrafo único. Os ocupantes do cargo de Auditor Fiscal Tributário ficam sujeitos ao regime de dedicação exclusiva. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 22

Art. 27. Sem prejuízo de outras restrições previstas na legislação, é vedado aos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária: I executar atividade incompatível com o exercício de sua competência; II exercer, de forma remunerada ou não, assessoria ou consultoria em matéria tributária para sujeito passivo da obrigação tributária, inclusive durante afastamento temporário do exercício do cargo; lei; III participar de sociedade empresarial, exceto as permitidas na forma da IV exercer, cumulativamente, outra função pública, salvo uma de magistério. CAPÍTULO IX Das Disposições Finais e Transitórias Art. 28. Deverão ser considerados integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma da lei de que trata o art. 3º, os atuais servidores da Administração Tributária de todos os entes da federação que, na data da promulgação da presente Lei, possuam, dentre suas atribuições expressamente previstas em Lei, cumulativamente: I - a atividade de constituição do crédito tributário pelo lançamento, nos termos do art. 142, da Lei n.º 5.172, de 25 de outubro de 1966, de um ou mais tributos de competência da unidade federativa; II a competência para fiscalizar a aplicação da legislação tributária, nos termos do art. 194, da Lei n.º 5.172, de 25 de outubro de 1966. 1º. Para os fins do inciso I entende-se por lançamento o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 2º Entende-se por fiscalização da aplicação da legislação tributária, para fins do inciso II, do presente artigo, o exercício do poder de polícia na verificação da correta aplicação das leis, dos tratados e convenções internacionais, dos decretos e normas regulamentares que tratem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 23

3º A lei de que trata o art. 3º deverá regulamentar a carreira de Auditor Fiscal Tributário, nos termos da presente Lei Complementar, abrangendo todos os servidores mencionados no caput, resguardando, para todos os efeitos, a situação funcional e o tempo de efetivo exercício na carreira de origem, inclusive para o cálculo dos proventos de aposentadoria. 4º Os direitos e garantias dos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios decorrentes da aplicação desta lei complementar, inclusive seus efeitos remuneratórios, são extensíveis aos aposentados e pensionistas, na forma do art. 7º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, e do parágrafo único do art. 3º da Emenda Constitucional nº 47, de 5 de julho de 2005. Art. 29. A Administração Tributária manterá serviços técnicos e de apoio administrativo para a prática de atos de administração geral e de mero expediente, sem caráter decisório, desempenhados por servidores ocupantes de cargos efetivos organizados em quadros próprios de carreiras auxiliares. Parágrafo único. Compete à Administração Tributária a decisão sobre a situação funcional e administrativa dos servidores que compõem seus quadros próprios de carreiras auxiliares de que trata o caput. Art. 30. O exercício de cargo em comissão ou de função de confiança na Administração Tributária, no âmbito das competências definidas no art. 4º, é privativo dos integrantes da carreira de Auditoria Fiscal Tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Art. 31. No prazo de 180 (cento e oitenta) dias da data de publicação desta lei complementar, os chefes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios encaminharão aos respectivos Poderes Legislativos o projeto de lei de que trata o art. 3º. Art. 32. As disposições contidas nesta lei complementar, em especial aquelas previstas nos arts. 3º e 31, não se aplicam aos Municípios cuja população seja inferior a cinquenta mil habitantes. 1º. A dispensa prevista no caput será apurada com base em censo oficial disponível no ano anterior ao de promulgação desta lei complementar. 2º. Aplicar-se-á a obrigatoriedade prevista no art. 31 ao Município que, dispensado na forma do 1º, em ano posterior ao de promulgação desta lei complementar deixar de se enquadrar na condição de dispensa prevista no caput. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 24

3º. Para fins do disposto no 2º, considerar-se-á como termo inicial do prazo previsto no art. 31 o dia 1º de janeiro do ano subsequente àquele em que o Município deixar de se enquadrar na condição de dispensa prevista no caput. 4º. É facultado aos Municípios de que trata o caput a opção de se aplicar as disposições contidas nesta lei complementar. Art. 33. Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação. Minuta do Projeto da Lei Orgânica Nacional da Administração Tributária 25

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