TOPONÍMIA AQUÁTICA DA REGIÃO DE BREVES: UM ESTUDO PRELIMINAR Nelenilson Castro da SILVA (G-UFPA) Profª Ma. Cinthia NEVES (UFPA)

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Transcrição:

TOPONÍMIA AQUÁTICA DA REGIÃO DE BREVES: UM ESTUDO PRELIMINAR Nelenilson Castro da SILVA (G-UFPA) Profª Ma. Cinthia NEVES (UFPA) 218 Resumo Este trabalho faz parte do Atlas Toponímico do Marajó (ATOMA), cujos os objetivos centrais são o de reconhecer e estudar a distribuição toponímica em categorias taxionômicas e reconhecer os traços linguísticos predominantes na toponímia da região. Neste trabalho trataremos especificamente da toponímia aquática do Distrito de São Miguel dos Macacos no município de Breves-Pá, apontando os símbolos motivadores para nomes de rios/furos/lagos/ igarapés/enseada e suas origens, a fim de resgatar os valores inseridos na raiz histórico-social das comunidades deste distrito. Os resultados apresentados aqui são frutos do trabalho de coleta e análise de dados provenientes dos mapas do SIVEP MALÀRIA, e o embasamento teórico feito em DICK (1990). Os primeiros resultados apontam para uma superioridade quantitativa de topônimos cujos significados refletem motivação de Natureza física e Antropo-Cultural. O levantamento dos dados para compor esta pesquisa atinam para o conhecer a história dessas comunidades, assim como auxilia na compreensão da maneira subjetiva que tem este povo, de ver e entender o mundo de um jeito individual e coletivo, que certamente constrói a identidade cultural e linguística deste território. Palavras-chave: Toponímia; Breves; São Miguel dos Macacos, Taxionomia. Introdução É do saber geral que toda língua natural retrata de maneira peculiar o modo como seus falantes veem o mundo través de seu patrimônio lexical e que este patrimônio é constituído por um aglomerado de palavras de uma língua natural, na qual estão estampadas as experiências vividas por esse determinado grupo sociolinguístico-cultural. Na medida em que o léxico configura-se como a primeira via de acesso a um texto, representa a janela através da qual uma comunidade pode ver o mundo, uma vez que esse nível de língua é o que mais deixa transparecer os valores, as crenças, os hábitos e costumes de uma comunidade, [...] Em vista disso, o léxico de uma língua conserva estreita relação com a história cultural da comunidade. (OLIVEIRA e ISQUERDO, 2001, p. 09). Sendo assim, entendemos que a análise do conjunto lexical presente na língua de um grupo reflete o seu modo de ver a realidade e a forma como seus membros organizam o mundo a sua volta, como por exemplo, ao nomearem pessoas e lugares. Na dimensão linguística, o estudo dos topônimos nomes de lugares pode ser realizado sob diferentes perspectivas: análise de estratos linguísticos evidenciados pelos designativos, classificação taxionômica dos nomes e análise de taxes predominantes, discussão da motivação semântica dos nomes, estudo diacrônico referente às mudanças de nomes, análise da estrutura morfológica dos topônimos (TAVARES e ISQUERDO, 2006, p.3).

219 Para esta pesquisa, trabalharemos sob o viés da Onomástica, que é um ramo da linguística que se ocupa do estudo dos nomes próprios de pessoas (antropônimos) e também o de lugares (topônimos), sendo que para nossos estudos, falaremos mais deste e não daquele. A Onomástica tem se apresentado, como um campo muito promissor para investigações, uma vez que o levantamento e a análise dos topônimos acabam por trazer um resgate tanto histórico quanto social, podendo de certa forma manifestar fatos e ocorrências de diferentes momentos da vida de uma sociedade. Isto posto, os topônimos adquirem valores que vão muito além do simples ato de se dar nomes. Já não é nenhuma surpresa que no Brasil muitos trabalhos científicos têm sido desenvolvidos pondo em evidencia fatos onomásticos, especialmente aqueles ligados à toponímia. Isso se explica pelo fato de que o signo toponímico se manifesta de maneira diferente dos demais signos linguísticos, exatamente por ter suas raízes fundadas no caráter motivacional em relação ao referente nomeado e também pela característica específica de sua função, pois tem caráter de identidade, já que retira o objeto nomeado do anonimato e o posiciona no quadro das significações, Direciona-se assim, pela função onomástica: identificar nomes. O que reforça o fato de que a nomeação reflete aspectos importantes dos valores sociais, políticos e culturais da memória coletiva. Nosso objetivo aqui é descrever e analisar algumas designações toponímicas, (rios, lagos, furos, igarapés e enseada) do Distrito de São Miguel dos Macacos no município de Breves- Pá, que por sua vez é um dos municípios do Marajó a ser pesquisado, considerando os aspectos linguísticos (etimológico), e também aspectos extralinguísticos. Sobre o município pesquisado. Segundo dados do A Cidade de Breves pertence às Mesorregiões do Marajó, microrregião dos furos de Breves, sudoeste da Ilha do Marajó, num dos canais do braço meridional do Rio Amazonas, denominado Rio Parauaú (mais conhecido como Furo de Breves). Entre os paralelos 0º 30 a 1º 50 de latitude sul e 49º 55 a 51º 15 de longitude W Gr. Sua extensão territorial é de 9.603 Km² (o que representa 0.076 % da área total do Estado) e o seu clima é equatorial úmido. Breves era o nome de uma família portuguesa, residente na Missão dos Bocas em princípios do século XVIII. Os irmãos Manoel e Ângelo e a mulher deste Inês de Souza estabeleceram-se na sesmaria concedida ao primeiro pelo Capitão-general João de Abreu Castelo Branco, em 19 de novembro de 1738, e confirmada pelo rei de Portugal em 30 de março de 1740. No lugar onde hoje está edificada a cidade, Manoel Breves Fernandes, com o irmão e a cunhada, fundou o pequeno engenho e fez

plantações de roças. Outros parentes se lhes foram juntar, e a propriedade tornou-se conhecida como lugar dos Breves. Até 1854 ainda se tinha notícia de que um remanescente da família, Saturnina Teresa, empenhava-se pela posse das terras, o que não conseguiu. Daí para diante são desconhecidos os nomes e o destino que tiveram os demais descendentes dos Breves. Por Portaria de 20 de outubro de 1738, o Capitão-general José de Nápoles Tello de Menezes, atendendo a requerimento da família Breves, concedeu à propriedade predicamento de lugar, passando a denominar-se Lugar de Santana dos Breves. Com essa categoria, foi-se desenvolvendo durante o período colonial, até a Proclamação da Independência, quando passou a fazer parte do Município de Melgaço e depois do de Portel. Em 30 de novembro de 1850, pela lei provincial nº 172, foi elevado à freguesia, e, em 25 de outubro do ano seguinte, pela Resolução nº 200, foi elevado à categoria de vila e consequentemente, sede do município. O mesmo ato extinguiu a Vila de Melgaço e incorporou seu território ao Município de Breves. A lei estadual nº 1.122, de 10 de novembro de 1909, concedeu foros de cidade à sede do município. 220 Alteração toponímica municipal Nossa Senhora de Santana dos Breves para Breves, alterado pela lei estadual nº 1122, de 10 novembro de 1909. O mapa abaixo mostra a área do municípios acima mencionados e sua respectiva divisão distrital: Fonte:

221 Sobre o Distrito de São Miguel dos Macacos Ainda segundo dados do IBGE. Em divisão territorial datada de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de nove distritos: Breves, Antônio Lemos, Aramá, Jacaré, Ituquara, Macacos, Mapuá, Melgaço e Mutuí. Pelo decreto-lei estadual nº 2972, de 31-03-1938, os distritos de Mututi e Aramá, figuram como simples zona do distrito de Ituquara. Jacaré, Macacos e Mapuá, figuram como simples zona do distrito de Antônio Lemos. Sob o mesmo decreto transfere o Distrito de Melgaço do Município de Breves para o de Portel. No quadro fixado para no período de 1939-1943, o município é constituído de três distritos: Breves, Antônio Lemos e Ituquara. Pela lei estadual nº 158, de 31-12-1948, o Distrito de Ituquara passou a denominar-se Curumu. Sob o mesmo decreto acima citado é criado o distrito de São Miguel dos Macacos ex-povoado, desmembrado de Curumu ex-ituquara. E anexado ao município de Breves. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de quatro distritos: Breves, Antônio Lemos, Curumu ex-ituquara e São Miguel dos Macacos. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

Com o último censo realizado pelo IBGE em 2010, a população era constituída de 92.860 pessoas, com densidade demográfica 9,72 hab./km², em 2016 contava com uma estimativa de 99.080 pessoas. 222 A metodologia Consiste no levantamento e na descrição dos topônimos, observando o processo de formação e estrutura dos termos selecionados. Utiliza-se, como critério de análise, o elemento físico e o antropocultural dos nomes oficiais dados aos rios, lagos, furos e aos igarapés. A classificação em taxionomias é feita a partir da análise e discussão dos dados coletados. Outro ponto que fundamenta a análise dos dados é a classificação taxionômica proposta por Dick (1990), que apresenta princípios teóricos de análise toponímica e uma discussão sobre dois planos de investigação o diacrônico e o sincrônico considerando que a investigação no âmbito do segundo plano, permite o exame das séries motivadoras, que conduziram à elaboração das taxes toponímicas, vinculadas, de modo genérico, aos campos físico e antropo-cultural. As categorias propostas pela autora são: Taxionomias de Natureza Física No modelo teórico de Dick (1990), as onze taxes de ordem física estão relacionadas ao ambiente natural do lugar a ser nomeado. Doravante, serão apresentadas estas taxes e, quando possível, exemplificadas: 1 Astrotopônimos: topônimos relativos aos corpos celestes em geral. 2 Cardinotopônimos: topônimos relativos às posições geográficas em geral. 3 Cromotopônimos: topônimos relativos à escala cromática. 4 Dimensiotopônimos: topônimos relativos às características dimensionais dos acidentes geográficos, como extensão, comprimento, largura, grossura, espessura, altura, profundidade. 5 Fitotopônimos: topônimos de índole vegetal, espontânea em sua individualidade ; em conjunto da mesma espécie, ou de espécies diferentes, além de formações não espontâneas individuais, e em conjunto. 6 Geomorfotopônimos: topônimos relativos às formas topográficas. 7 Hidrotopônimos: topônimos resultantes de acidentes hidrográficos em geral. 8 Litotopônimos: topônimos de índole mineral, relativo também à constituição do solo. 9 Meteorotopônimos: topônimos relativos à fenômenos atmosféricos.

10 Morfotopônimos: topônimos que refletem o sentido de forma geométrica. 11 Zootopônimos: topônimos de índole animal, representados por indivíduos domésticos e não domésticos e da mesma espécie em grupos. 223 Taxionomias de Natureza Antropo-Cultural No modelo teórico de Dick (1990), as dezesseis taxes de ordem antropo-cultural estão ligadas ao homem e sua relação com a sociedade e sua multicultura do lugar a ser nomeado. Doravante, serão apresentadas estas taxes e, quando possível, exemplificadas: 1 Animotopônimos ou Nootopônimos: topônimos relativos à vida psíquica, à cultura espiritual, abrangendo a todos os produtos do psiquismo humano, cuja matéria prima fundamental, e em seu aspecto mais importante como fato cultural, não pertence à cultura física. 2 Antropotopônimos: topônimos relativos aos nomes próprios individuais. 3 Axiotopônimos: topônimos relativos aos títulos e dignidades de que se fazem acompanhar os nomes próprios individuais. 4 Corotopônimos: topônimos relativos aos nomes de cidades, países, estados, regiões e continentes. 5 Cronotopônimos: topônimos que encerram indicadores cronológicos, representados, em Toponímia pelos adjetivos novo/nova, velho/velha. 6 Dirrematotopônimos: topônimos constituídos por frases ou enunciados linguísticos. 7 Ecotopônimos: topônimos relativos às habitações de um modo geral. 8 Ergotopônimos: topônimos relativos aos elementos da cultura material. 9 Etnotopônimos: topônimos referentes aos elementos étnicos, isolados ou não. 10 Hierotopônimos: topônimos relativos aos nomes sagrados de diferentes crenças [...]. Os hierotopônimos podem apresentar, ainda, duas subdivisões: a hagiotopônimos: topônimos relativos aos santos e santas do hagiológico romano ; b mitotopônimos: topônimos relativos às entidades mitológicas. 11 Historiotopônimos: topônimos relativos aos movimentos de cunho histórico-social e aos seus membros, assim como as datas correspondentes. 12 Hodotopônimos (ou odotopônimos): topônimos relativos às vias de comunicação rural ou urbana. 13 Numerotopônimos: topônimos relativos aos adjetivos numerais. 14 Poliotopônimos: topônimos constituídos pelos vocábulos vila, aldeia, cidade, povoação, arraial.

15 Sociotopônimos: topônimos relativos às atividades profissionais, aos locais de trabalho e aos pontos de encontro dos membros de uma comunidade. 16 Somatotopônimos: topônimos empregados em relação metafórica à partes do corpo humano ou do animal. 224 Dados da Pesquisa Para tratarmos da análise e discussão dos dados, apresentaremos nesta secção as análises qualitativa e quantitativa dos dados que constituíram o corpus deste estudo. Os nomes dos rios, lagos, furos, igarapés e enseada serão apresentados em fichas lexicográfico-toponímicas. Para facilitar a leitura e a compreensão destas fichas, apresentar-se-á a seguir um modelo exemplo, seguido de uma descrição de cada um de seus constituintes. Modelo adaptado de Dick (2007): Acidente: Relativo à geografia, pertence à natureza, à matéria: o mundo físico, Consideramos aqui apenas os rios, furos, lagos, igarapés e enseada. Topônimo: Considera o estudo do nome dos rios, furos, lagos, igarapés e enseada do Distrito de São Miguel dos Macacos no Município de Breves/Pá. Taxionomia: As taxes toponímicas permitem interpretar os nomes dos rios, furos, lagos, igarapés e enseada com maior segurança do ponto de vista semântico, partindo de sua natureza física ou antropo-cultural. Será seguido o modelo apresentado por Dick (1990). Fonte: Serão creditados às fontes de consultas (informantes, autores, obras e sites), nos quais as pesquisas foram realizadas. Ficha lexicográfico-toponímica Acidente Topônimo Taxionomia Fonte Rio Ajará Fitotopônimo Relato Oral, Rio Aramã grande Dimensiotopônimo Relato Oral, Rio Cumaru Fitotopônimo Relato Oral,

225 Rio Curumuzinho Dimensiotopônimo Relato Oral, Rio Matamatazinho Dimensiotopônimo Relato Oral, Rio Angelim Fitotopônimo Relato Oral, Rio Tamanduá Zootopônimo Relato Oral, Rio Aramã Fitotopônimo Relato Oral, Rio Aramã mirim Dimensiotopônimo Relato Oral, Rio Corre do jacarezinho Zootopônimo Relato Oral, Rio Macacos Zootopônimo Relato Oral, Rio Macaquinho Zootopônimo Relato Oral, Rio Puxador Relato Oral, Rio Mapuá Fitotopônimo Relato Oral, Rio Mapuá mirim Dimensiotopônimo Relato Oral,

226 Rio Coqueiro Fitotopônimo Relato Oral, Rio Meratauá Relato Oral, Rio Japichaua Relato Oral, Rio Limão do japichaua Fitotopônimo Relato Oral, Rio Pururé Relato Oral, Rio Pururezinho Dimensiotopônimo Relato Oral, Rio Pururé grande Dimensiotopônimo Relato Oral, Rio Limão dos macacos Fitotopônimo Relato Oral, Rio Majuim Relato Oral, Rio Jipuuba Relato Oral, Rio Santo Antônio Hierotopônimo: Hagiotopônimo Relato Oral, Rio Aú grande Dimensiotopônimo Relato Oral,

227 Rio Taujurí Relato Oral, Rio Tauracu Relato Oral, Rio Itacuera Relato Oral, Furo Do macaquinho Zootopônimo Relato Oral, Furo Dos macacos Zootopônimo Relato Oral, Furo Do meratauá Relato Oral, Furo Do bexiga Somatotopônimo Relato Oral, Furo Do jaí Axiotopônimo Relato Oral, Furo Da rapariga Relato Oral, Furo Do matamatá Zootopônimo Relato Oral, Furo Da ilha comprida Dimensiotopônimo Relato Oral, Furo Agostinho Axiotopônimo Relato Oral,

228 Furo Furinho Dimensiotopônimo Relato Oral, Furo Do taujurí Relato Oral, Furo Do tucupí Fitotopônimo Relato Oral, Furo Do tambu Relato Oral, Furo Samauma Fitotopônimo Relato Oral, Furo Da seca Relato Oral, Igarapé Ajará mirim Dimensiotopônimo Relato Oral, Igarapé Jupati Fitotopônimo Relato Oral, Igarapé Canarana Fitotopônimo Relato Oral, Igarapé Regão Dimensiotopônimo Relato Oral, Igarapé Maria do Carmo Axiotopônimo Relato Oral, Igarapé Do japiim Zootopônimo Relato Oral,

229 Igarapé Limão Fitotopônimo Relato Oral, Igarapé Apolinário Antropotopônimo Relato Oral, Igarapé Pão de rosa Dirrematotopônimo Relato Oral, Igarapé Retiro Ecotopônimo Relato Oral, Igarapé Cardoso Antropotopônimo Relato Oral, Igarapé Duas bocas Numerotopônimo Relato Oral, Igarapé Boa vista Animotopônimo ou nootopônimo Relato Oral, Igarapé Quati Zootopônimo Relato Oral, Igarapé Marizal Fitotopônimo Relato Oral, Igarapé Caximguba Fitotopônimo Relato Oral, Igarapé Matapí Ergotopônimo Relato Oral, Igarapé Grande Dimensiotopônimo Relato Oral,

230 Igarapé Veado Zootopônimo Relato Oral, Igarapé Brás Antropotopônimo Relato Oral, Igarapé Tambaquiquara Relato Oral, Igarapé Jupatituba Relato Oral, Igarapé Caju Fitotopônimo Relato Oral, Igarapé Capara Fitotopônimo Relato Oral, Igarapé Uxí Fitotopônimo Relato Oral, Igarapé Mocambo Ecotopônimo Relato Oral, Igarapé São Remédio Hierotopônimo: hagiotopônimo Relato Oral, Igarapé Cupijuba Relato Oral, Igarapé Ajará mirim Dimensiotopônimo Relato Oral, Lago Dos patos Zootopônimo Relato Oral,

231 Lago Do socó Zootopônimo Relato Oral, Enseada Do Ajará Fitotopônimo Relato Oral, Gráfico 1 Classificação dos nomes dos nomes de Rios/Lagos/Furos/Igarapés/Enseada do Distrito de São Miguel dos Macacos de acordo com a taxionomia de Dick (1990) A partir do Gráfico 1, aponta-se que foram registrados 10 (dez) categorias toponomásticas no léxico toponímico dos rios, furos, lagos, igarapés e enseada do Distrito de São Miguel dos Macacos no município de Breves/PÁ, enquadradas nas seguintes taxes: Fitotopônimo com 19 ocorrências o que corresponde a 33% dos topônimos da região, Dimensiotopônimos com 13 ocorrências o que corresponde a 13% dos topônimos da região, Zootopônimo com 12 ocorrências o que corresponde a 21% dos topônimos da região, Hierotopônimo: Hagiotopônimo com 2 ocorrências o que corresponde a 3% dos topônimos da região, Axiotopônimo com 3 ocorrências o que corresponde a 5% dos

topônimos da região, Antropotopônimo com 3 ocorrências o que corresponde a 5% dos topônimos da região, Ecotopônimos, com 2 ocorrências o que corresponde a 4% dos topônimos da região, Somatopônimos, com 1 ocorrências o que corresponde a 2% dos topônimos da região, Dirrematopônimos, com 1 ocorrências o que corresponde a 2% dos topônimos da região, Animotopônimo ou Nootopônimos, com 1 ocorrências o que corresponde a 2% dos topônimos da região. De acordo com os dados, pode-se indicar que as motivações mais recorrentes, portanto de maior produtividade lexical, para a escolha dos nomes dos rios, furos, lagos, igarapés e enseada foram as de aspectos de natureza física, dentro deste grupo a constituição de plantas da região (representada no léxico pelos Fitotopônimos) e aspectos de natureza antropocultural, a religiosidade (representada no léxico pelos antrotopônimos e hierotopônimos) do aglomerado aquático a ser nomeado. 232 Considerações finais Após as análises, pode-se afirmar que a história dos rios, furos, lagos, igarapés e enseada do Distrito de São Miguel dos Macacos no município de Breves/PÀ não apresenta documentação escrita suficiente para o estudo da origem de seus topônimos e suas motivações. Sendo assim, essas informações são, geralmente, recuperadas por meio da tradição oral presentes em uma memória toponímica. Ao se analisarem os signos toponímicos, deve-se atentar ao fato de que alguns deles são facilmente compreensíveis, porque o semanticismo que sugerem ainda permanece sem alterações, outros apresentam dificuldade dupla, seja quanto à origem etimológica da palavra ou quanto aos significados intrínsecos. Assim, depende da recuperação de elementos do discurso que são constitutivos do sentido, tais como o contexto sócio-histórico no qual o topônimo está inserido. Quanto às escolhas lexicais de alguns acidentes estudados, observou-se que a permanência e/ou a mudança do topônimo são resultados de uma representação intencional, na qual um sujeitonomeador procura impor, na atividade linguística, uma demarcação de domínio, de posse, de identidade consubstanciada no signo toponímico a ser interpretado e compartilhado pela/na comunidade. Nesse sentido, o nome do acidente se revela uma (re)criação, com suas (re)significações que carrega algo da alma do nomeador local, sendo então diferente de qualquer outro signo linguístico usado no léxico geral desses grupos sociais.

É interessante apontar que a relação entre a intencionalidade do nomeador e a interpretação da comunidade não é estabelecida naturalmente, mas apenas mediada pelo signo toponímico tal como ela o percebe, inserido em um dado contexto situacional, dentro da cultura em que vivem. Quanto às motivações, detectou-se que os nomes aqui estudados são decorrentes não de um único determinante, mas da convergência de fatores linguísticos e extralinguísticos, formando um todo como estrutura composicional do signo toponímico. Com efeito, eles apresentaram sempre uma motivação de natureza física ou antropo-cultural, dentro de um processo paradigmático e sintagmático de possibilidades, ao selecionar uma delas, a que mais respondesse às suas necessidades momentâneas de opção, ou seja, a motivação envolve uma complexa interação das condições do homem e do ambiente total em que se encontra. Seguindo essa linha de pensamento, nota-se que o denominador, ao escolher um determinado nome dos Rios, Furos, Lagos, Igarapés e Enseada, num processo seletivo, não o faz aleatoriamente, sem que este topônimo, de certa forma, não tenha para ele um significado, uma importância e que reflita aspectos peculiares do lugar: físicos, históricos, políticos, culturais. Por fim, pode-se apontar que, semanticamente, os topônimos nomearam os rios, furos, lagos, igarapés e enseada duas maneiras: a) de forma descritiva a partir de suas características objetivas mais relevantes, por exemplo :Rio Ajará, Rio Aramã grande, Igarapé Jupati, Igarapé Canarana, Igarapé regão, Igarapé japiim ou b) de forma metafórica, ou seja, de modo subjetivo por associação, por exemplo, aspectos atribuídos ao lugar pelo nomeador: Igarapé Maria do Carmo, Igarapé São remédio, Igarapé Brás, Igarapé Apolinário, Igarapé Pão de rosa, Igarapé Retiro, Igarapé Cardoso, Igarapé Duas bocas. 233 Referências DICK, M. Vicentina de P. do A. A Motivação Toponímica e a Realidade Brasileira. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo. Edições Arquivo do Estado, 1990. DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. Toponímia e Antroponímia no Brasil. Coletânea de Estudos. 2. ed. São Paulo: FFLCH/USP, 1990. DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. Métodos e Questões Terminológicas na Onomástica. Estudo de caso: O Atlas Toponímico do Estado de São Paulo. Recife, UFPE: v. 9, p.119-148, 1999. DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. A Investigação Linguística na Onomástica Brasileira. Estudos de Gramática Portuguesa III. Frankfurt am Main, v. Ill, p.217-239, 2000.

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