GERMINAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DE PLANTAGO LANCEOLATA HOOK E PLANTAGO MAJOR L.

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Transcrição:

JAHNKE DJ; PASTORINI Germinação LH. 2008. Germinação vitro de sementes in vitro de sementes Plantago lanceolata de Plantago Hook lanceolata e Plantago Hook major e Plantago L. major L. Horticultura Brasileira 26: S2445-S2449. GERMINAÇÃO IN VITRO DE SEMENTES DE PLANTAGO LANCEOLATA HOOK E PLANTAGO MAJOR L. Daniel José Jahnke 1 ; Lindamir Hernandez Pastorini 1 1 URI, Departamento de Ciências Biológicas, Caixa Postal 184, CEP. 9800-000, Frederico Westphalen-RS; Jahnke_ jahnkedj@yahoo.com.br RESUMO As folhas e sementes das espécies de Plantago lanceolata Hook e Plantago major L. apresentam amplo emprego na medicina popular. Estas plantas são conhecidas popularmente como tanchagem ou transagem, entre outros. Diversos estudos químicos e farmacológicos indicam atividades antiinflamatória, antioxidante, imunoestimulate, analgésica, antiulcerogênica, cicatrizante e antibiótica. Tendo em vista os poucos trabalhos relacionados com a avaliação na produção de mudas de alta qualidade, sementes destas duas espécies foram testadas com o objetivo de avaliar a germinação e crescimento das plântulas in vitro em meio Murashige & Skoog, durante 40 dias após a inoculação. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com quatro tratamentos de 8 repetições para cada espécie, obtendo duas concentrações de MS (MS completo e ½ MS) suplementado ou não com 30 gl - ¹ de sacarose. Ocorreu germinação em todos os tratamentos nas duas espécies estudadas, sendo que o maior vigor de germinação para P. major ocorreu nos tratamentos sem a presença de sacarose. Para P. lanceolata houve menor percentagem e vigor de germinação no tratamento com MS completo com sacarose, comparado com os demais tratamentos. Observou-se maior comprimento da folha, raiz e largura da folha nos tratamentos com ½ MS, com e sem sacarose para P. major. Enquanto que para P. lanceolata não observou diferenças em relação à largura e número de folhas. A massa fresca e seca foi maior nos tratamentos ½ MS com sacarose nas duas espécies. PALAVRAS-CHAVES: Transagem; meio MS; crescimento. ABSTRACT In vitro germination of Plantago lanceolata Hook and Plantago major L. seeds The leaves and seeds of the Plantago lanceolata Hook and Plantago major L. species present wide utilization in the popular medicine. These plants are popularly known as tanchagem or transagem, and so on. Several chemical and pharmacological studies indicate anti-inflammatory, analgesic, antioxidant, immune stimulant, anti-ulcerogenic, healing and antibiotic activities. On account of the few works related to the evaluation of high quality seedlings production, seeds of those two species were tested, aiming at evaluating the in vitro germination and seedlings growth in Murashige & Skoog medium, during 40 days after the inoculation. The experimental liner was entirely at random, with four treatments of 8 repetitions for each species, obtaining two concentrations of MS (complete MS and ½ MS) supplemented or not with 30 gl-¹ sucrose. It occurred germination in all the treatments in the two studied species. The largest germination vigor for P. major happened in the treatments without the sucrose presence. For P. lanceolata there S2445

were smaller percentage and germination vigor in the treatment with complete MS with sucrose, compared with the other treatments. It was observed larger length of the leaf, root and leaf s width in the treatments with ½ MS, with and without sucrose for P. Major. While for P. lanceolata Hook we did not observe differences in the breadth and number of leaves. The fresh and dry mass was larger in the treatments ½ MS with sucrose in the two species. KEY WORDS: Transagem; MS medium; growth. INTRODUÇÃO As espécies Plantago lanceolata e Plantago major são plantas herbácea pertencentes à família Plantaginaceae, nativa da Europa e de regiões temperadas da Ásia e do norte da África (Cunha et al., 2004) e é naturalizada em todo o sul do Brasil. Essas espécies possuem amplo emprego na medicina popular, conhecidas popularmente como tanchagem ou transagem e atribuem diversas propriedades terapêuticas como antinflamatória, diurética e antiasmática (Lorenzi & Matos, 2002). A produção de mudas de alta qualidade e o desenvolvimento de sistema de produção adequada é de fundamental importância para o sucesso de produção e transferência e implantação do cultivo de plantas medicinais (Serafini & Cassel, 2001). Plântulas originadas de sementes possuem poucos tecidos diferenciados que possibilita uma ótima fonte de explantes, sendo necessárias um alto porcentual de germinação de sementes in vitro para suprir a realização de experimentos em cultura de tecidos (Silva et al., 2005). O objetivo deste trabalho foi avaliar a melhor concentração do meio MS sobre a germinação e crescimento de plântulas da espécie P. major e P. lanceolata. MATERIAIS E MÉTODOS No laboratório de Micropropagação do Centro de Pesquisa Vegetal do PMTec foi efetuada a limpeza das sementes em água corrente por 10 minutos e, em câmara de fluxo laminar, as mesmas foram imersas em álcool 70%, sob agitação por 10 segundos e colocadas em uma solução com hipoclorito de sódio a 2%, durante 15 minutos sob agitação. A seguir foram feitas seis lavagens consecutivas com água destilada e esterilizada. Os meios nutritivos foram preparados de acordo com Murashige & Skoog (1962). Para cada tratamento foi acrescentado 0,1 gl -1 de mio-inisitol, ph ajustado em 5,8 e geleificados com 6 gl -1 de Agar. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com 8 repetições por tratamento e 20 tubos de ensaio por parcela. Cada tubo de ensaio continha 5 ml de meio nutritivo e fechadas com papel alumínio. Os tratamentos foram nomeados da seguinte forma: MS, (MS completo sem sacarose); MS+Sac. (MS completo com 30 gl -1 de sacarose); ½ MS (metade do meio MS sem sacarose) e ½ MS+sac. (metade do meio MS com 30 gl -1 sacarose), todos os meios foram autoclavados a 120 o C a 1 atm. por 15 minutos. Após, uma única semente foi transferida em cada tubos de ensaio e transferidos para a sala de crescimento, mantidos sob fotoperíodo de 16 horas com radiação luminosa de 35 μmol.m -2.s -1, fornecidas por lâmpadas fluorescentes com temperatura em torno de 25 ± 2 o C. Foram avaliadas a percentagem de germinação (PG), a velocidade através dos dias médios gastos para a germinação (VG) e o índice de velocidade de germinação (IVG). S2446

Foram consideradas germinadas as sementes quando observada a emissão da radícula. Aos 40 dias, o material foi avaliado quanto ao número de folhas, comprimento e largura da folha, altura da parte aérea, comprimento da raiz, massa fresca e seca. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente, utilizando o Programa ESTAT 2.0, UNESP, Jaboticabal. RESULTADOS E DISCUSSÃO A espécie P. major obteve os melhores percentuais de germinação in vitro, não havendo diferenças significativas entre os tratamentos (Tabela 1). Em P. lanceolata, a percentagem de germinação foi significativamente menor no meio MS suplementado com sacarose, sendo que nos demais tratamentos não houve diferenças significativas (Tabela 1). Em relação à germinação em mangabeira in vitro, resultados semelhantes foram obtidos por Soares et al. (2005) que avaliaram diferentes meios de cultura, WPM, WPM2X, ½MPM, MS, ½MS, ambos suplementados com 30 gl -1 de sacarose. Para P. major, a germinação ocorreu mais rapidamente nos tratamentos sem sacarose, enquanto o menor número de plântulas por dia (IVG) foi observado nos tratamentos com sacarose (Tabela 1). Em P. lanceolata houve diferenças em relação ao VG e IVG apenas no meio MS + sac. (Tabela 1). Segundo Santos et al. (2005), testando a germinação in vitro de sempre-vivas (Syngonanthus curralensis Moldenke) em diferentes meios de cultura, verificou que o meio com metade das concentrações de sais apresentou melhor resultado, com 70% de germinação e 0,666 de IVG, sendo semelhantes aos dados obtidos para P major. Já para P. lanceolata obteve semelhanças no trabalho realizado por Katryne et al. (2005) sobre a germinação in vitro de sementes de cagaita, observou-se que diferentes concentrações de sais não afetaram o índice de velocidade de germinação e a percentagem de sementes germinadas. Para P. Major o tratamento com metade dos nutrientes apresentou melhores resultados, sendo que os tratamentos ½ MS+sac. e ½ MS apresentaram comprimento de folha, largura da folha e comprimento da raiz significativamente maior do que nos tratamentos MS e MS+sac. (Tabela 2). Em relação à massa fresca, o tratamento ½ MS+sac. apresentou diferença significativamente superior aos demais tratamentos. Considerando a massa seca, obteve-se valor maior no tratamento com metade dos nutrientes suplementado ou não com sacarose (Tabela 2). Não houve diferenças significativas no número das folhas e largura para P. lanceolata e em MS+sac., ½ MS e ½ MS+sac. não houve diferenças em relação ao comprimento da folha e raiz. No mesmo trabalho realizado por Katryne et al. (2005), observou-se que diferentes concentrações de sais não afetaram o número de folhas e a presença de raiz por explante na germinação in vitro. Percebeu-se, de acordo com George & Sherrington (1984), que a concentração de sacarose influência diretamente o desenvolvimento das folhas e conseqüentemente, na sua área foliar. Resultados diferentes ao obtido neste trabalho foram verificados por Ribeiro et al. (2007), onde o meio MS com concentração total de sais e suplementado com 2 a 3% de sacarose proporcionou maior número de folhas e altura das plântulas do que o meio com metade da concentração de sais. Deste modo, conclui-se que o melhor crescimento de plântulas ocorreu em MS com metade dos nutrientes com presença de sacarose para ambos as espécies. Para P. major o menor vigor de germinação ocorreu nos tratamentos com presença de sacarose e para P. lanceolata ocorreu apenas em MS completo com sacarose, refletindo também na percentagem de germinação. S2447

AGRADECIMENTOS A URI pelo auxílio financeiro e concessão de bolsas. LITERATURA CITADA CUNHA AP; SILVA AP; ROQUE OR. 2004. Plantas e produtos vegetais em fitoterapia. Fundação Lisboa: Calouste Gulbenkian. p.600-601. GEORGE EF; SHERRINGTON PD. 1984. Plant propagation by tissue culture. Eversley: exegetics, p. 253. KATRYNE RG; SALES JF; XIMENES F.A; SILVA FG; SANTANA JG. 2005. Efeito de diferentes concentrações dos sais MS na germinação in vitro de sementes de Cagaita. Horticultura Brasileira 23: 590. Suplemento. LORENZI H; MATOS FJA. 2002. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa SP: Instituto Plantarum. p.382-383. MURASHIGE T; SKOOG F. 1962. A revised medium for rapid growth and bioassays with tobacco tissue cultures. Physiologia Plantarum 15: 473-497. RIBEIRO MF; DONINI LP; SOUSA JA; GUISSO AP; MOURA IF; BOBROWSKI VL; VIÉGAS J. 2007. Influência de diferentes concentrações de sais de MS e açúcares no cultivo in vitro de manjericão roxo (Ocimum basilicum L.). Revista Brasileira de Biociências 5: 57-59. SANTOS JP; SILVA JRS; SANTANA JRF; BRITO AL; RIOS APS. 2005. Germinação in vitro de sempre-vivas (Syngonanthus curralensis Moldenke). Horticultura Brasileira 23: 636. Suplemento. SERAFINI LA; CASSEL E. 2001. Produção de óleo essencial: uma alternativa para a agroindústria nacional. In: SERAFINI LA; BARROS NM; AZEVEDO JL. Biotecnologia na agricultura e na agroindústria. Guaíba: Agropecuária. p 333-377. SILVA ALL; BISOGNIN DA; BARRIQUELLO CJR; LEITE CE. 2005. Germinação in vitro de sementes de Mogango (Cucurbita pepo L.) curcurbitaceae. Ciência e Natura 27:19-28. SOARES FP; PAIVA R; ABBADE LC; PAIVA PDO. 2005. Germinação in vitro de sementes de mangabeira (Hancornia speciosa Gomes). Horticultura Brasileira 23: 632. Suplemento. S2448

Tabela 1. Velocidade, índice de velocidade e porcentagem de germinação de sementes in vitro de Plantago major e Plantago lanceolata em função da composição do meio de cultura MS completo sem sacarose (MS), MS completo com sacarose (MS+sac.), metade do MS sem sacarose (½ MS) e metade do MS com sacarose (½ MS +sac.). Frederico Westphalen, URI, 2008. Tratamentos Parâmetros VG (dias) IVG (plântulas/dia) PG (%) Plantago major MS 3,43 B 6,012 A 100 A MS+sac. 4,79 A 4,273 B 95,62 A ½ MS 3,91 B 5,458 A 98,75 A ½ MS+sac 5,01 A 4,350 B 100 A Plantago lanceolata MS 6,32 AB 1,351 A 37,5 A MS+sac. 7,87 A 0,444 B 15 B ½ MS 5, 52 B 1,600 A 37,5 A ½ MS+sac 5,25 B 1,720 A 36,87 A Obs: Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a 1%. Letras maiúsculas comparando os tratamentos entre si em cada variável. Tabela 2. Comprimento médio da folha (mm), largura média da folha (mm), número de folhas, comprimento médio da parte aérea (mm), comprimento médio da raiz (mm), média da massa fresca (g) e média da massa seca (g) de plântulas de Plantago major e Plantago lanceolata sob os diferentes tratamentos. Frederico Westphalen, URI, 2008. Tratamentos Comprimento (mm) Largura da Número Massa (g) Folha Raiz folha (mm) de Folhas Fresca Seca Plantago major MS 12,053 B 4,038 B 5,935 B 6,1 A 0.0363 C 0.002 C MS + sac. 12.648 B 8,061 B 4,629 B 5,8 A 0,0295 C 0,004 BC ½ MS 22,883 A 16,036 A 10,954 A 6,3 A 0,0670 B 0.006 AB ½ MS+ sac. 25,794 A 16,576 A 10,860 A 6,1 A 0,1200 A 0,009 A Plantago lanceolata MS 59,60 B 40,50 B 1,95 A 4,7 A 0,133 AB 0,008 C MS + sac. 76,72 AB 61,33 A 1,77 A 5,2 A 0,093 B 0,014 B ½ MS 82,55 AB 62,22 A 2,14 A 4,6 A 0,177 AB 0,010 B ½ MS+ sac. 85,90 A 61,75 A 2,15 A 5,7 A 0,188 A 0,025 A Obs: Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a 1%. Letras maiúsculas comparando os tratamentos entre si em cada variável. S2449