Universidade Federal de Santa Catarina UFSC Programa de Pós-Graduação em Direito PLANO DE ENSINO Nome Curso I IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA Pensamento Jurídico Contemporâneo Mestrado Código DIR-410218 Créditos 3 Ano 2019 Horário Professora 3ª feira 9h-12h Dra. Luana Renostro Heinen luana.heinen@ufsc.br Lattes: http://lattes.cnpq.br/7671057803491130 II EMENTA Percursos do pensamento jurídico contemporâneo; Positivismo Jurídico; Neoconstitucionalismo; Constitucionalização e a Teoria e Filosofia do Direito; Autonomia do Direito: Moral, Política e Economia; Interpretação e Decisão Judicial; Possibilidades e limites da teoria crítica do direito III OBJETIVOS Geral Compreender o formalismo que caracterizou a Teoria do Direito do século XIX e as mudanças sofridas pela disciplina com a constitucionalização do Direito no pós-segunda Guerra. Específicos Compreender o que é o formalismo jurídico e sua relação com o positivismo jurídico. Identificar as mudanças da Teoria do Direito com a constitucionalização do Pós-Segunda Guerra: distinção entre princípios e regras, a caracterização do Direito dúctil. Discutir os novos dilemas da Teoria do Direito: o subjetivismo na decisão judicial e a permeabilidade excessiva do Direito que faz com que a sua autonomia seja questionada. Apresentar propostas de superação dos dilemas discutidos: modelos hermenêuticos que visam reforçar o ônus argumentativo do intérprete e os constrangimentos institucionais
IV CONTEÚDO UNIDADE I FORMALISMO E POSITIVISMO JURÍDICO 1. Formalismo jurídico 2. Positivismo jurídico UNIDADE II DIREITO DÚCTIL 1. A distinção entre princípios e regras: Dworkin e Alexy 2. Caracterização do Direito dúctil segundo Zagrebelsky: juízes como señores del derecho UNIDADE III NOVOS DILEMAS DA TEORIA DO DIREITO 1. A questão da segurança jurídica 2. Subjetivismo e decisão judicial 3. A autonomia do direito face à moral, política e economia UNIDADE IV ENFRENTANDO OS NOVOS DILEMAS 1. Modelos hermenêuticos 2. Constrangimentos institucionais Bibliografia básica V FONTES ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. São Paulo: Landy Editora, 2001. ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Trad: Virgílio Afonso da Silva. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de Filosofia do Direito. São Paulo: Ícone, 2006. BOURDIEU, Pierre. A força do Direito in: BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005, p. 209-254. BILLIER, Jean-Cassiel; MARYIOLI, AGLAÉ. História da filosofia do direito. Barueri-SP: Manole, 2005. DIMOULIS, Dimitri. Positivismo Jurídico: introdução a uma teoria do direito e defesa do pragmatismo jurídico-político. São Paulo: Método, 2006. DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2002. (Cap. 2 - O modelo de regras I) HART, Herbert L. A. O conceito de direito. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009. (Pós-escrito). LUHMANN, Niklas. Sociedad y sistema: la ambicio n de la teoria. Barcelona: Edicio nes Paido s Ibe rica, 1990.. El derecho de la sociedad. Tradução de Javier Torres Nafarrate. México: Universidad Iberoamericana, 2002. NEVES, Marcelo. Entre Hidra e Hércules: Princípios e Regras constitucionais como diferença paradoxal do sistema jurídico. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014. PORTINARO, Pier Paolo. Para além do Estado de Direito: tirania dos juízes ou anarquia dos advogados? In COSTA, Pietro; ZOLO, Danilo
Bibliografia complementar Sites (Org.). O Estado de direito: história, teoria, crítica. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 465-488. RAMOS, Elival da Silva. Ativismo judicial: parâmetros dogmáticos. São Paulo, Saraiva, 2015. RODRIGUEZ, Jose Rodrigo. Por um Novo Conceito de Segurança Jurídica: Racionalidade Jurisdicional e Estrate gias Legislativas. Analisi e diritto, Madrid, Barcelona, Buenos Aires, Sa o Paulo: Marcial Pons, p. 129-152, dez. 2012. RODRIGUEZ, José Rodrigo. Zonas de Autarquia nas decisões jurisdicionais: Estado de Direito, indeterminação e democracia, In: VILHENA, Oscar Vieira; DIMOULIS, Dimitri. O Estado de Direito e os Desafios do Desenvolvimento, São Paulo: Saraiva, 2011. RODRIGUEZ, José Rodrigo. Como decidem as cortes? Para uma crítica do direito (brasileiro). Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013. SCHAUER, Frederick. Formalismo. In: RODRIGUEZ, José Rodrigo (Org.). A justificação do formalismo jurídico: textos em debate. São Paulo: Saraiva, 2011. SILVA, Virgílio Afonso da. Princípios e regras: mitos e equívocos acerca de uma distinção. Revista Latino-americana de Estudos Constitucionais, Belo Horizonte, n. 1, p. 607-630, jan./jun. 2003. TROPER, Michel; CHAMPEIL-DESPLATS, Véronique; GRZEGORCZYK, Christophe (Org.), Théorie des contraintes juridiques. Paris: LGDJ 2005. ZAGREBELSKY, G. El derecho ductil. Ley, derechos y justicia. 10ª ed. Trad. Marina Gascón. Madrid: Trotta, 2011. BOBBIO, Norberto. Teoria geral do direito. São Paulo: Martins Fontes, 2010. CUBEIRO, Manuel Torres. Niklas Luhmann. Coruña: Baía Edicións, 2008. FARALLI, Carla. A filosofia contemporânea do direito: temas e desafios. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2006. GARCIA AMADO, Juan Antonio. Principios, reglas y otros misteriosos pobladores del mundo jurídico. In: Pablo Raúl Bonorino Ramírez (Editor). Teoría del derecho y decisión judicial. Espanha: Bubok Publishing, 2010, p. 285-343. HESPANHA, António Manuel. O caleidoscópio do direito: O direito e a justiça nos dias e no mundo de hoje. 2 ed. Coimbra: Almedina, 2014. KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do Estado. São Paulo: Martins Fontes, 2005.. Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes, 2006. RODRIGUEZ, José Rodrigo. Como decidem as cortes para uma crítica do direito (brasileiro), São Paulo: Editora FGV, 2013. STRECK, Lênio. O que é isto - decido conforme minha consciência? Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2013. TROPER, Michel. Ensayos de Teoria Constitucional. Colonia del Carmen, México: Fontanamara, 2008. WARAT, Luís Alberto. Saber crítico e senso comum teórico dos juristas. Seqüência. UFSC, Florianópolis, SC, v. 3, n. 5, 1982.. Mitos e Teorias na interpretação da lei. Porto Alegre: Síntese, 1979. Indicações de revistas, sites e livros de Teoria do Direito http://ctad.parisnanterre.fr/sites-internet-de-theorie-du-droit/
VI METODOLOGIA E AVALIAÇÃO Instrumentos de avaliação 1 Seminários Conforme cronograma a ser definido no primeiro dia de aula, cada estudante ficará responsável pela apresentação de um texto. A apresentação deve trazer os pontos centrais do texto, relacioná-lo com outras leituras/autores e também problematizá-lo. Depois haverá discussão do texto com todos os estudantes e a professora. 2 Fichamentos Os textos de leitura obrigatória deverão ser fichados por todos os estudantes. As datas de entrega dos fichamentos serão definidas no primeiro dia de aula. 3 Paper: Ao final do trimestre os estudantes devem apresentar um paper sobre um assunto relativo ao conteúdo da disciplina e escolhido com concordância da professora. O paper deverá ter entre 10 e 15 páginas. Critérios de correção: capacidade de síntese, argumentativa, habilidade de utilizar corretamente os conceitos teóricos trabalhados, correção ortográfica e gramatical. 4 Frequência: Será exigida a presença mínima em 75% das aulas para aprovação. 5. Composição da nota final O paper corresponderá a 60% da nota e a apresentação do seminário, entrega dos fichamentos e participação nas aulas a 40% da nota. Aula 1 11/06 Aula 2 18/06 Aula 3 25/06 VII - CRONOGRAMA Apresentação da proposta da disciplina, discussão sobre a dinâmica de trabalho e debate inicial sobre a proposta da disciplina. Formalismo jurídico - SCHAUER, Frederick. Formalismo. In: RODRIGUEZ, José Rodrigo (Org.). A justificação do formalismo jurídico: textos em debate. São Paulo: Saraiva, 2011. - TAMANAHA, Brian. Como uma visão instrumental do direito corrói o Estado de Direito. In: RODRIGUEZ, José Rodrigo (Org.). A justificação do formalismo jurídico: textos em debate. São Paulo: Saraiva, 2011. - RODRIGUEZ, José Rodrigo. Como decidem as cortes? Para uma crítica do direito (brasileiro). Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013. (Cap. 3 Como pensam os juristas? Sobre formalismo e naturalização conceitual) Positivismo Jurídico BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de Filosofia do Direito. São Paulo: Ícone, 2006. (trechos selecionados). BILLIER, Jean-Cassiel; MARYIOLI, Aglaé. História da filosofia do direito. Barueri-SP: Manole, 2005. (Cap. 6). DIMOULIS, Dimitri. Positivismo Jurídico: introdução a uma teoria do direito e defesa do pragmatismo jurídico-político. São Paulo: Método, 2006. (Cap 3 Sentidos do positivismo jurídico).
Aula 4 02/07 Aula 5 09/07 Aula 6 16/07 Aula 7 13/08 Aula 8 20/08 Aula 9 27/08 Aula 10 03/09 Aula 11 10/09 Aula 12 17/09 Distinção entre princípios e regras - I DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2002. (Cap. 2 - O modelo de regras I) HART, Herbert L. A. O conceito de direito. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009. (Pós-escrito). Distinção entre princípios e regras - II ALEXY, Robert. Teoria dos Direitos Fundamentais. Trad: Virgílio Afonso da Silva. 5. ed. São Paulo: Malheiros, 2008. (trechos selecionados). NEVES, Marcelo. Entre Hidra e Hércules: Princípios e Regras constitucionais como diferença paradoxal do sistema jurídico. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014. (trechos selecionados). SILVA, Virgílio Afonso da. Princípios e regras: mitos e equívocos acerca de uma distinção. Revista Latino-americana de Estudos Constitucionais, Belo Horizonte, n. 1, p. 607-630, jan./jun. 2003 Direito Dúctil ZAGREBELSKY, G. El derecho ductil. Ley, derechos y justicia. 10ª ed. Trad. Marina Gascón. Madrid: Trotta, 2011. (trechos selecionados). A questão da segurança Jurídica RODRIGUEZ, Jose Rodrigo. Por um Novo Conceito de Segurança Jurídica: Racionalidade Jurisdicional e Estrate gias Legislativas. Analisi e diritto, Madrid, Barcelona, Buenos Aires, Sa o Paulo: Marcial Pons, p. 129-152, dez. 2012. RODRIGUEZ, José Rodrigo. Zonas de Autarquia nas decisões jurisdicionais: Estado de Direito, indeterminação e democracia, In: VILHENA, Oscar Vieira; DIMOULIS, Dimitri. O Estado de Direito e os Desafios do Desenvolvimento, São Paulo: Saraiva, 2011. Subjetivismo e decisão judicial PORTINARO, Pier Paolo. Para além do Estado de Direito: tirania dos juízes ou anarquia dos advogados? In COSTA, Pietro; ZOLO, Danilo (Org.). O Estado de direito: história, teoria, crítica. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 465-488. RAMOS, Elival da Silva. Ativismo judicial: parâmetros dogmáticos. São Paulo, Saraiva, 2015 (trechos selecionados). A autonomia do direito face à moral, política e economia LUHMANN, Niklas. Sociedad y sistema: la ambicio n de la teoria. Barcelona: Edicio nes Paido s Ibe rica, 1990. (trechos selecionados). BOURDIEU, Pierre. A força do Direito in: BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005, p. 209-254. Modelos Hermenêuticos ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. São Paulo: Landy Editora, 2001. (trechos selecionados). Constrangimentos institucionais TROPER, Michel; CHAMPEIL-DESPLATS, Véronique; GRZEGORCZYK, Christophe (Org.), Théorie des contraintes juridiques. Paris: LGDJ 2005. (trechos selecionados). Encerramento discussão sobre os temas dos papers