Despacho nº. 25759/99 de 30 de Dezembro Homologação de Separadores de Táxis O Decreto-Lei n.º 230/99, de 23 de Junho, veio desenvolver o regime jurídico aplicável ao separador de segurança para táxis, estabelecendo que as especificações técnicas das características dos referidos elementos são estabelecidos por despacho do director-geral de Viação. Tomando-se necessário definir aquelas especificações, determina-se, ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 230/99, de 23 de Junho, o seguinte: 1. Para efeitos do estabelecido no presente despacho, os seguintes termos têm o significado que aqui lhes é atribuído: a) Homologação nacional de modelo de separador para táxi - o acto pelo qual a Direcção-Geral de Viação certifica que um modelo de separador obedece às características técnicas fixadas para o efeito; b) Certificado de homologação nacional de modelo - o documento emitido após homologação nacional de modelo;. c) Relatório de ensaio - o documento emitido por laboratório acreditado no âmbito do sistema português da qualidade atestando as características do modelo de separador, de acordo com as normas para o efeito fixadas; d) Separador - a unidade técnica destinada a separar o habitáculo do condutor do dos passageiros transportados no banco da retaguarda, em automóveis ligeiros de passageiros de aluguer designados por táxi; e) Marca de fabrico ou comercial - a designação principal da unidade técnica, fixada pelo fabricante; f) Modelo - a designação secundária da unidade técnica, fixada, a título facultativo, pelo fabricante; g) Marca de homologação nacional - a marca constituída por grupos de caracteres que identificam a homologação nacional; h) Separador de modelo homologado - o separador que não apresente alteração em qualquer das suas características relativamente ao protótipo aprovado pela Direcção-Geral de Viação, nomeadamente no que respeita à marca de fabrico ou comercial, modelo, material base e respectivas características. 2. Os separadores devem apresentar forma e dimensões adequadas à sua instalação nos modelos de veículos a que se destinam, sendo aprovados, para tal efeito, como unidades técnicas.
3. O separador deve ser concebido de forma a ser instalado entre os passageiros que ocupam os bancos da retaguarda dos veículos e o banco do condutor e passageiro ou passageiros da frente. 4. Os separadores devem apresentar as seguintes características físicas: a) Ser constituído por um ou vários elementos ligados rigidamente entre si; b) Ser de material plástico transparente e incolor, não distorcendo as imagens nem obstruindo ou reduzindo a visibilidade para a retaguarda obtida através do espelho retrovisor interior; c) Apresentar espessura que garanta condições adequadas de resistência. 5. Na área correspondente ao impacte da cabeça de um adulto de 95º percentil, sentado no banco da retaguarda utilizando um cinto subabdominal, os separadores devem apresentar características de absorção de energia de modo a minimizar o risco de ferimentos em caso de colisão. 6. Os separadores não devem apresentar extremidades ou outras formas que constituam perigo para os passageiros dos veículos, devendo todas as arestas apresentar-se arredondadas com raio não inferior a 2 mm. 7. Os separadores devem ainda: a) Permitir a adequada ventilação do compartimento destinado aos passageiros; b) Permitir a comunicação sonora entre os compartimentos do motorista e dos passageiros; c) Possuir uma abertura ou sistema que permita a passagem de dinheiro ou outro meio de pagamento, dotada de dispositivo comandado pelo condutor que permita o seu total encerramento. 8. O separadores deve apresentar resistência balística a pistolas de calibre 9 mm. 9. Só devem ser admitidos a ensaio para a determinação da resistência balística os materiais isentos de irregularidades na estrutura, fissuras, fracturas ou qualquer outra evidência de redução da sua eficiência. 10. A característica referida no n.º 8 deve ser verificada da seguinte forma: a) A arma de teste deve ser uma pistola de calibre 9 mm, ou equipamento equivalente; b) As batas de teste devem ser de 9 mm, com invólucro metálico, apresentando massa e velocidade não superiores respectivamente a 150 g e 350 m/s;
c) Uma secção do separador a testar deve ser fixada de modo que a sua superfície fique perpendicular à trajectória da bala no ponto de impacte, sendo colocada a uma distância de 5 m da extremidade da arma de teste; d) Por detrás da secção do separador a testar, e a uma distância de 150 mm, deve ser colocada, paralelamente, uma folha de controlo em alumínio, de espessura não superior a 0,5 mm; e) O elemento a testar deve ser pré-condicionado a uma temperatura entre 20ºC a 28ºC durante pelo menos vinte e quatro horas; Devem ser efectuados não menos de cinco nem mais de oito disparos, devendo os impactes ser uniformemente distribuídos no elemento em teste. 11. Um material é considerado aprovado no ensaio a que se refere o número anterior desde que não se verifique qualquer sinal de impacte na folha de controlo a que se refere a alínea d) do número anterior. 12. O separador deve apresentar resistência ao contacto com substâncias ácidas. 13. A característica a que se refere o número anterior deve ser verificado mergulhando uma amostra do material do separador em ácido sulfúrico à temperatura ambiente, durante um período de trinta segundos; após. o ensaio e a partir de 10 mm da margem, - a amostra não deve apresentar sinais de deterioração que possam reduzir a sua eficácia. 14. A homologação nacional de modelo de um separador para táxi deve ser requerida pelo fabricante ao director-geral de Viação, sendo o processo instruído com os seguintes elementos: a) Identificação, morada, telefone e fax; b) Marca de fabrico ou comercial (e modelo) do separador; c) Cópia autenticada dos relatórios de ensaio aplicáveis; d) Taxa correspondente. 15. A comunicação de homologação nacional de modelo de um separador para táxi é efectuada através de certificado de homologação, de modelo constante do anexo ao presente despacho. 16. O fabrico de separadores com características diferentes das do modelo homologado exige a apresentação de novo pedido de homologação, instruído nos termos do presente despacho. 17. Os separadores homologados devem apresentar gravadas de modo claramente legível e indelével, num dos cantos, a marca de fabrico e a marca de homologação DGV concedida.
18. A marca de homologação nacional é constituída pela indicação da marca de fabrico ou comercial e pelo número de homologação, conforme previsto no n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 230/99, de 23 de Junho, que devem estar inscritos num rectângulo de dimensão não superior a 20 mm x 50 mm. 19. Todos os elementos de separadores submetidos a ensaio devem ser representativos da produção corrente. 20. Quando do pedido de realização de ensaios, e em condições a definir caso a caso pelo laboratório acreditado para o efeito, pode ser dispensada a realização de ensaios previstos no presente despacho, desde que o fabricante do separador a ensaiar comprove, através de relatório de ensaio válido ou documento equivalente, que os produtos apresentados no mesmo obedecem às características, fixadas no presente despacho. 21. O fabricante que pretenda uma homologação nacional de um separador deve apresentar no laboratório acreditado os seguintes elementos: a) Desenho cotado, em formato A4, suficientemente detalhado para permitir a identificação do modelo; b) Memória descritiva do separador, em formato A4, em duplicado, com a indicação dos materiais utilizados, suas características e funcionalidade do separador, bem como a identificação dos modelos de veículos a que se destina; c) Um exemplar completo do separador; d) Cinco provetes do material do separador, sendo dois de 200mmx200mm e os restantes três de 100mmx100mm. 22. Após a realização dos ensaios, deve ser emitido pelo laboratório acreditado o relatório de ensaios, que deve ser presente na Direcção-Geral de Viação para os efeitos previstos no n.º 14 do presente despacho. 23. A conformidade de produção dos separadores produzidos de acordo com uma homologação nacional, concedida nos termos do presente despacho, rege-se pelo estabelecido na legislação nacional relativa à homologação europeia de veículos, sistemas, componentes e unidades técnicas. 30 de Novembro de 1999. O Director-Geral, Amadeu Pires.
Anexo Certificado de homologação nacional de modelo Número da marca de homologação nacional de modelo:... (Respeitante à homologação nacional de modelo de um separador para táxi, por aplicação do disposto no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 230/99, de 23 de Junho.) 1. Marca de fabrico ou comercial:... 2. Modelo:... 3. Fabricante: 4. Endereço: 5. Representante do fabricante:... 6. Endereço:... 7. Serviço técnico responsável pelos ensaios para homologação:... 8. Número do relatório de ensaio:... 9. Observações:... 10. Local:... 11. Data:... 12. Serviço emissor:... 13. Assinatura:...