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Transcrição:

Deliberação (Ata n.º 105/XIV) Pedido de parecer da CACDLG/2013 sobre a Proposta de Lei n.º 162IXII/2ª (ALRAA) Estabelece o Regime do Referendo Regional Lisboa 20 de agosto de 2013

Reunião n.º 105/XIV, de 20.08.2013 Assunto: Pedido de parecer da CACDLG/2013 sobre a Proposta de Lei n.º 162IXII/2ª (ALRAA) Estabelece o Regime do Referendo Regional Deliberação «Através do ofício n.º 1025/XII/1ª CACDLG /2013, de 1 de agosto de 2013, a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias vem solicitar parecer sobre a Proposta de Lei n.º 162/XII/2ª (ALRAA) Estabelece o Regime do Referendo Regional. A iniciativa legislativa é da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, ao abrigo da alínea f) do n.º 1 do artigo 227.º da Constituição da República Portuguesa e da alínea b) do n.º 1 do artigo 36.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores. Vem referido no Preâmbulo da Proposta de Lei em apreço que a mesma tem por objetivo «proceder à regulação do regime do referendo regional, relativamente à Região Autónoma dos Açores, no sentido de que os açorianos se possam pronunciar diretamente sobre assuntos de relevante interesse regional». Salienta-se que, sobre o Regime do Referendo Regional, a CNE foi chamada a pronunciar-se sobre a anterior Proposta de Lei n.º 97/XII/2ª (ALRAA) relativamente à qual foi formulado o parecer aprovado na reunião desta Comissão de 23 de outubro de 2012 (Ata 57/XIV), que se anexa. Confrontados os documentos de ambas as Propostas de Lei, não se regista qualquer alteração no texto da atual Proposta de Lei n.º 162/XII/2ª (ALRAA), pelo que se delibera reiterar e transmitir à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias o teor do parecer anteriormente formulado sobre a matéria.» Pág. 1 de 7

Informação n.º 114/GJ/2013 Assunto: Pedido de parecer da CACDL/2013 sobre a Proposta de Lei n.º 162/XII/2ª (ALRAA) Estabelece o Regime do Referendo Regional Através do ofício n.º 1025/XII/1ª CACDLG /2013, de 1 de agosto de 2013, a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias vem solicitar parecer sobre a Proposta de Lei n.º 162/XII/2ª (ALRAA) Estabelece o Regime do Referendo Regional. A iniciativa legislativa é da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, ao abrigo da alínea f) do n.º 1 do artigo 227.º da Constituição da República Portuguesa e da alínea b) do n.º 1 do artigo 36.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores. Vem referido no Preâmbulo da Proposta de Lei em apreço que a mesma tem por objetivo «proceder à regulação do regime do referendo regional, relativamente à Região Autónoma dos Açores, no sentido de que os açorianos se possam pronunciar diretamente sobre assuntos de relevante interesse regional». Salienta-se que, sobre o Regime do Referendo Regional, a CNE foi chamada a pronunciar-se sobre a anterior Proposta de Lei n.º 97/XII/2ª (ALRAA) relativamente à qual foi formulado o parecer aprovado na reunião desta Comissão de 23 de outubro de 2012 (Ata 57/XIV), que se anexa. Confrontados os documentos de ambas as Propostas de Lei, não se regista qualquer alteração no texto da atual Proposta de Lei n.º 162/XII/2ª (ALRAA), pelo que se propõe ao Plenário da Comissão Nacional de Eleições que delibere reiterar e transmitir à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias o teor do parecer anteriormente formulado sobre a matéria. Ana Cristina Branco Gabinete Jurídico Pág. 2 de 7

PARECER (aprovado na reunião n.º 57/2012, de 23 de outubro de 2012) Assunto: Proposta de Lei n.º 97/XII/2.ª (ALRAA) Proposta de Lei Orgânica nº 3/2012 que Estabelece o Regime do Referendo Regional I. Introdução A Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, através do ofício nº 1305/XII/1.ª CACDLG/2012, de 2 de outubro p.p., vem solicitar parecer à CNE sobre a Proposta de Lei nº 97/XII/2.ª (ALRAA) Estabelece o Regime do Referendo Regional. A iniciativa legislativa em causa é da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, com base nos artigos 232º, nº 2 e 227º, nº 1, alínea f) da Constituição da República Portuguesa (CRP). Vem referido no Preâmbulo da Proposta de Lei em apreço que a mesma tem por objetivo «proceder à regulação do regime do referendo regional, relativamente à Região Autónoma dos Açores, no sentido de que os açorianos se possam pronunciar diretamente sobre assuntos de relevante interesse regional». Salienta-se que, sobre a realização de referendos nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, a CNE foi chamada a pronunciar-se sobre os Projetos de Lei apresentados pelo grupo parlamentar do PCP nas XI e XII legislaturas (Projeto de Lei n.ºs 439/XI/2.ª PCP e Projeto de Lei nº 35/XII/1ª - PCP), relativamente aos quais foram formulados os pareceres aprovados respetivamente nas reuniões da Comissão de 16 de novembro de 2010 (Ata 20/XIII) e de 4 de outubro de 2011 (Ata 3/XIV). À iniciativa do grupo parlamentar do PCP vem juntar-se agora a iniciativa da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. Algumas das sugestões a seguir formuladas foram aduzidas no âmbito do Relatório de Atividades de 2007 desta Comissão, relativamente à Lei nº 15-A/98, de 3 de abril, bem como no âmbito dos pareceres acima referidos, relativos aos Projetos de Lei apresentados pelo grupo parlamentar do PCP. Pág. 3 de 7

II. Apreciação A Proposta de Lei nº 97/XII/2ª (ALRAA) suscita as seguintes observações: 1. Afigurar-se-ia mais adequado que a Assembleia da República regulasse, através de um único diploma, o Regime do Referendo Regional, aplicável às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, de forma a garantir a igualdade de tratamento desse instituto jurídico no quadro de ambas as regiões autónomas. 2. No capítulo referente à "Campanha para o referendo" encontra-se regulada a participação de partidos políticos e grupos de cidadãos no esclarecimento das questões submetidas a referendo. Quanto aos primeiros, o artigo 33º estabelece, unicamente, que entregam a declaração a comunicar que pretendem participar na campanha do referendo, sendo esta disposição legal omissa quanto aos requisitos formais que aquela declaração deve observar. No que se refere aos grupos de cidadãos, salienta-se que a Proposta de Lei é omissa quanto aos requisitos formais necessários à constituição dos grupos de cidadãos eleitores, bem como quanto à denominação, sigla e símbolo daqueles grupos. Afigura-se que a redação do nº 2 do artigo 32º deverá ser ajustada no sentido de especificar que a campanha é levada a efeito pelos partidos políticos que declarem pretender tomar posição sobre as questões submetidas a referendo e por grupos de cidadãos constituídos nos termos da presente lei. 3. Embora o âmbito do referendo regional fixado no artigo 1.º da Proposta de Lei em análise esteja limitado à Região Autónoma dos Açores a alínea b) do artigo 51.º prevê a emissão de tempos de antena em operadores cuja emissão regional abrange exclusivamente o território da Região Autónoma da Madeira. 4. O critério de distribuição dos tempos de antena previsto na Lei nº 15-A/98, de 3 de abril, que rege os casos e os termos da realização do referendo de âmbito nacional faz repartir os tempos de antena entre os intervenientes em dois blocos, de forma igual, sendo uma parte dividida entre os partidos que tenham eleitos deputados à Assembleia da República nas últimas eleições legislativas, a atribuir conjuntamente quando tenham concorrido em coligação Pág. 4 de 7

e, por outra parte, entre os demais partidos e grupos de cidadãos eleitores para o efeito legalmente constituídos. Considerar-se-ia adequada a adoção de um critério de distribuição semelhante ao previsto na Lei n.º 15-A/98, de 3 de abril, sendo o primeiro bloco dividido entre os partidos que tenham eleito deputados à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores nas últimas eleições. A ser adotado este critério, seria, ainda, necessário prever, para efeitos de distribuição dos tempos de antena, o enquadramento dos grupos de cidadãos eleitores titulares de iniciativa popular. 5. O artigo 64º, dedicado ao financiamento da campanha, vem acolher uma solução diferente da que se encontra estabelecida para os referendos nacional e local, atribuindo ao Tribunal Constitucional a competência para a fiscalização e apreciação das contas da campanha para o referendo regional e determinando a aplicação dos princípios e regras vigentes para as campanhas eleitorais. Sem prejuízo da adoção da solução agora proposta, importa sublinhar que atualmente nos referendos nacional e local é à CNE que estão cometidas essas competências. Importa, ainda, mencionar que o regime proposto não exceciona as subvenções públicas, o que implica a aplicação de regras diferentes daquelas que se encontram estipuladas no âmbito dos referendos nacional e local, nos quais não é concedida subvenção pública aos partidos políticos e aos grupos de cidadãos intervenientes na campanha para o referendo. 6. O artigo 79º não contém expressamente a previsão dos efeitos da dispensa da atividade profissional a que têm direito os membros das mesas, designadamente quanto à retribuição e a outros direitos e regalias. Afigura-se, salvo melhor opinião, que o texto desta disposição deveria ter uma redação idêntica à prevista noutras leis eleitorais, do seguinte teor: Os membros das mesas das assembleias ou secções de voto gozam do direito a dispensa de atividade profissional no dia da realização do referendo regional e no dia seguinte, sem prejuízo de todos os direitos e regalias, incluindo o direito à retribuição, devendo para o efeito comprovar o exercício das respetivas funções. 7. Afigura-se que as disposições referentes ao voto antecipado devem ser ajustadas em função das alterações legislativas aprovadas em 2010, que também abrangeram os referendos Pág. 5 de 7

nacional e local, garantindo-se, dessa forma, a harmonização das soluções legais vigentes nessa matéria. 8. Considera-se excessivo o perímetro de 500 metros fixado nos artigos 124º e 182º para a proibição de propaganda junto das assembleias de voto. Afigura-se que seria recomendável a fixação de um perímetro de proibição igual nas várias leis eleitorais e referendárias, de preferência não superior a 50 metros e, com prejuízo deste, vedar a propaganda gráfica quando ela for visível da assembleia de voto. 1 9. A matéria do ilícito relativo ao referendo encontra-se regulada nos artigos 174º a 222º e suscita as seguintes considerações: - As infrações previstas nos artigos 182º e 185º, alíneas b) e c) punidas com multa, deveriam ser enquadradas na Secção II do Capítulo VIII, porquanto, desde a entrada em vigor da Lei n.º 30/2006, de 11 de julho, configuram contraordenações e não ilícitos penais, devendo, nessa conformidade, a expressão multa ser substituída por coima ; - No nº 2 do artigo 207º deve suprimir-se a atribuição da competência do presidente da câmara municipal para aplicar coimas, por se considerar que a referida normal legal é inconstitucional face ao disposto no nº 3 do artigo 37º da Constituição da República Portuguesa (assunto já submetido à consideração da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, no âmbito de anteriores processos eleitorais) e atribuir-se essa competência a outra entidade, visto que a da Comissão Nacional de Eleições não esgota todas as situações de contraordenação previstas. 2 10. Por fim, assinalam-se, ainda, as seguintes adaptações ao texto da Proposta: - No artigo 51º sugere-se a substituição da expressão campanha eleitoral por campanha para o referendo ; - No artigo 58º, nº 1 a remissão feita para o artigo 56º deve entender-se como feita ao artigo 54º ; - No nº 2 do artigo 85º, nos nºs 1 e 2 do artigo 115º, no nº 7 do artigo 118º deveria fazer-se referência ao cartão de cidadão e ao bilhete de identidade; 1 Observação que consta do Relatório de Atividades da Comissão Nacional de Eleições de 2007. 2 cf. Atas da CNE n.ºs 97/XII, de 4 de Março de 2008, e 194/XII, de 26 de janeiro de 2010. Pág. 6 de 7

- No artigo 171º, alínea d), sugere-se a substituição da expressão assembleia de apuramento intermédio por assembleia de apuramento geral. III. Proposta Propõe-se que o presente parecer seja remetido à Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. Ana Branco André Lucas Ilda Rodrigues Gabinete Jurídico Pág. 7 de 7