PROJETO DE RELATÓRIO

Documentos relacionados
PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Envia-se em anexo, à atenção das delegações, as conclusões do Conselho sobre o Irão adotadas pelo Conselho em 4 de fevereiro de 2019.

Orientação sexual e identidade de género no Conselho dos Direitos do Homem das Nações Unidas

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

11246/16 hs/mjb 1 DGC 1

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT B8-0455/31. Alteração

PROJETO DE RELATÓRIO

PROJETO DE RELATÓRIO

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0023/1. Alteração. Igor Šoltes em nome do Grupo Verts/ALE

PROJETO DE RELATÓRIO

PROJETO DE RELATÓRIO

A8-0048/160. Sophie Montel, Jörg Meuthen, Mireille D Ornano, Florian Philippot em nome do Grupo EFDD

B8-0111/2014 } B8-0120/2014 } B8-0131/2014 } B8-0132/2014 } B8-0135/2014 } RC1/Am. 1

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

15926/14 jc/pbp/ms 1 DG C 2B

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

P7_TA(2011)0155 Utilização da violência sexual em conflitos no Norte de África e no Médio Oriente

PT Unida na diversidade PT A8-0411/11. Alteração. Peter Jahr em nome do Grupo PPE

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE SEGUNDO RELATÓRIO

PARLAMENTO EUROPEU Documento de sessão ADENDA. ao relatório

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PARLAMENTO EUROPEU TEXTOS APROVADOS

PROJETO DE RELATÓRIO

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos PROJECTO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0392/1. Alteração. Harald Vilimsky, Mario Borghezio em nome do Grupo ENF

PROJETO DE RELATÓRIO

Proposta conjunta de DECISÃO DO CONSELHO

PROJETO DE RELATÓRIO

PT Unida na diversidade PT A8-0079/160. Alteração. Isabella Adinolfi, Rosa D'Amato em nome do Grupo EFDD

DECLARAÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS PERTENCENTES A MINORIAS NACIONAIS OU ÉTNICAS, RELIGIOSAS E LINGUÍSTICAS

DECLARAÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE INTOLERÂNCIA E DISCRIMINAÇÃO BASEADAS NA RELIGIÃO OU CONVICÇÃO

Liberdades Religiosas

B8-0434/2017 } B8-0435/2017 } B8-0450/2017 } RC1/Am. 70

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

PT Unida na diversidade PT A8-0062/17. Alteração

Resolução do Parlamento Europeu, de 5 de fevereiro de 2014, sobre a ratificação do Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA) (2014/2534(RSP))

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Recordando os objetivos e princípios das Nações Unidas, conforme enunciados na sua Carta,

PT Unida na diversidade PT A8-0375/1. Alteração. Bodil Valero em nome do Grupo Verts/ALE

PROJECTO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

O tráfico de armas ligeiras e de pequeno calibre

PT Unida na diversidade PT A8-0058/1. Alteração. Sabine Lösing, Tania González Peñas em nome do Grupo GUE/NGL

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0251/4. Alteração. Elmar Brok, relator. Elmar Brok O estado das relações entre a UE e os EUA 2017/2271(INI)

PT Unida na diversidade PT B8-0441/3. Alteração. Igor Šoltes em nome do Grupo Verts/ALE

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT B8-0442/19. Alteração

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

Resolução do Parlamento Europeu sobre a preparação do Conselho Europeu de 10 e 11 de Dezembro de 1999, em Helsínquia

PROJETO DE RELATÓRIO

PROJETO DE RELATÓRIO

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0234/6. Alteração. Bodil Valero em nome do Grupo Verts/ALE

Israel-Palestina após o conflito de Gaza e o papel da UE

ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

***I PROJETO DE RELATÓRIO

PROJETO DE RELATÓRIO

Ataques recentes contra trabalhadores que prestam assistência médica no Paquistão

14894/16 jp/jm/jc 1 DGD 1C

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

PT Unida na diversidade PT A8-0317/1. Alteração. Ioan Mircea Paşcu em nome do Grupo S&D

*** PROJETO DE RECOMENDAÇÃO

Tendo em conta a Declaração Transatlântica de 1990 sobre as relações UE-Estados Unidos e a Nova Agenda Transatlântica (NAT) de 1995,

***I PROJETO DE RELATÓRIO

14098/15 arg/mjb 1 DG C 1

P7_TA-PROV(2011)0064 Situação no Egipto

7775/17 jp/fc 1 DGC 2B

***I PROJETO DE RELATÓRIO

Transcrição:

PARLAMENTO EUROPEU 2009-2014 Comissão dos Assuntos Externos 20.11.2013 2013/2147(INI) PROJETO DE RELATÓRIO sobre a Arábia Saudita, as suas relações com a UE e o seu papel no Médio Oriente e no Norte de África (2013/2147(INI)) Comissão dos Assuntos Externos Relatora: Ana Gomes PR\1010604.doc PE524.523v01-00 Unida na diversidade

PR_INI Í N D I C E Página PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU...3 PE524.523v01-00 2/8 PR\1010604.doc

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre a Arábia Saudita, as suas relações com a UE e o seu papel no Médio Oriente e no Norte de África (2013/2147(INI)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta o acordo de cooperação de 25 de fevereiro de 1989 entre a União Europeia e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Tendo em conta a sua resolução, de 13 de julho de 1990, sobre o significado do acordo de comércio livre a celebrar entre a CEE e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) 1, Tendo em conta a sua resolução, de 18 de janeiro de 1996, sobre a Arábia Saudita 2, Tendo em conta o Acordo Económico entre os Estados do CCG, aprovado em 31 de dezembro de 2001 em Mascate (Omã), e a Declaração de Doha sobre o lançamento da união aduaneira para o Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo, de 21 de dezembro de 2002, Tendo em conta a ratificação pela Arábia Saudita, em outubro de 2004, da Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEFDM), nomeadamente o artigo 7.º, relativo à vida política e à vida pública, Tendo em conta a sua resolução, de 10 de março de 2005, sobre a Arábia Saudita 3, Tendo em conta a sua resolução, de 6 de julho de 2006, sobre a liberdade de expressão na Internet 4, Tendo em conta a sua resolução, de 10 de maio de 2007, sobre as reformas no mundo árabe: que estratégia para a União Europeia? 5, Tendo em conta a sua resolução, de 13 de dezembro de 2007, sobre os direitos das mulheres na Arábia Saudita 6, Tendo em conta o relatório intitulado «Execução da estratégia europeia de segurança Garantir a segurança num mundo em mudança», adotado pelo Conselho em dezembro de 2008, Tendo em conta o comunicado conjunto do 19.º Conselho Conjunto e Reunião Ministerial UE-CCG realizados em 29 de abril de 2009, em Mascate, Tendo em conta o programa de ação comum (2010-2013) tendo em vista a aplicação do 1 JO C 231 de 17.9.1990, p. 216. 2 JO C 032 de 5.2.1996, p. 98. 3 OJ C 320 de 15.12.2005, p. 178 4 JO C 308E de 13.12.2006, p. 879. 5 JO C 76E de 27.3.2008, p. 100. 6 JO C 323E de 18.12.2008, p. 529. PR\1010604.doc 3/8 PE524.523v01-00

acordo de cooperação UE-CCG de 1989, Tendo em conta a sua resolução, de 20 de maio de 2010, sobre a União para o Mediterrâneo 1, Tendo em conta o comunicado conjunto do 20.º Conselho Conjunto e Reunião Ministerial UE-CCG realizados em 14 de junho de 2010, no Luxemburgo, Tendo em conta a sua resolução, de 24 de março de 2011, sobre as relações da União Europeia com o Conselho de Cooperação do Golfo 2, Tendo em conta a sua resolução, de 7 de abril de 2011, sobre a situação na Síria, no Barém e no Iémen 3, Tendo em conta a sua resolução, de 7 de julho de 2011, sobre a situação na Síria, no Iémen e no Barém no contexto da situação no mundo árabe e no Norte de África 4, Tendo em conta a sua resolução, de 15 de setembro de 2011, sobre a situação na Síria 5, Tendo em conta a sua resolução, de 27 de outubro de 2011, sobre o Barém 6, Tendo em conta as suas resoluções sobre as reuniões anuais da Comissão dos Direitos do Homem das Nações Unidas em Genebra (2000-2012), Tendo em conta os seus relatórios anuais sobre os direitos humanos, Tendo em conta o artigo 48.º do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão dos Assuntos Externos e o parecer da Comissão dos Direitos da Mulher e da Igualdade dos Géneros (A7-0000/2013), A. Considerando que o Reino da Arábia Saudita é um interveniente influente no plano político, económico e religioso no Médio Oriente e no mundo islâmico, o maior produtor mundial de petróleo e fundador e membro dirigente do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) e do Grupo G-20; B. Considerando que o contexto político e estratégico em mudança na região do Médio Oriente e no Norte de África (MENA) exige uma reavaliação das relações entre a UE e a Arábia Saudita; C. Considerando que a Arábia Saudita é uma monarquia absoluta e hereditária, em que não existe um parlamento eleito; que enfrenta o desafio da sucessão real; que tem uma população de 28 milhões de pessoas, incluindo 9 milhões de estrangeiros e 10 milhões de pessoas com idade inferior a 18 anos; que, desde 2001, têm sido executadas algumas 1 JO C 161E de 31.5.2011, p. 126. 2 JO C 247E de 17.8.2012, p. 1. 3 JO C 296E de 2.10.2012, p. 81. 4 JO C 33E de 5.2.2013, p. 158. 5 JO C 231 de 22.2.2013, p. 118. 6 JO C 131E de 8.5.2013, p. 125. PE524.523v01-00 4/8 PR\1010604.doc

reformas na Arábia Saudita, embora não estejam institucionalizadas e possam ser facilmente invertidas; que, no domínio dos direitos humanos, o historial do país continua sombrio, com lacunas importantes entre as suas obrigações internacionais e a respetiva execução; D. Considerando que a liberdade religiosa não está garantida na Arábia Saudita, uma vez que a prática pública de qualquer religião além do Islão é proibida; que os grupos islâmicos minoritários, tais como os xiitas e os sufis, são objeto de discriminação e de preconceito, frequentemente com a conivência do poder religioso do país; E. Considerando que o trabalho das organizações de direitos humanos na Arábia Saudita é profundamente restringido, como comprova a recusa das autoridades em registar o Centro Adala para os Direitos Humanos ou a União para os Direitos Humanos; que as instituições de beneficência continuam a ser as únicas organizações da sociedade civil permitidas no Reino; F. Considerando que a Arábia Saudita desempenha um papel de destaque na promoção e divulgação, à escala mundial, de uma interpretação especialmente rigorosa do Islão Salafista/Wahabi; que as manifestações mais extremistas de salafismo/wahabismo estiveram na génese de organizações terroristas, como a Al-Qaeda, e constituem uma ameaça à segurança mundial, incluindo a própria Arábia Saudita; que a Arábia Saudita desenvolveu um sistema de controlo das transações financeiras no sentido de impedir a transferência de fundos para as organizações terroristas, embora não seja possível garantir este controlo relativamente às instituições de beneficência particulares ou às entidades que operam fora da Arábia Saudita; 1. Reconhece a interdependência entre a UE e a Arábia Saudita em termos de estabilidade regional, das relações com o mundo islâmico, do desfecho das transições nos países da Primavera Árabe, do processo de paz entre Israel e a Palestina, da estabilidade dos mercados petrolíferos e financeiros mundiais, e dos assuntos de governação mundial, especialmente no âmbito do G-20; 2. Acentua o interesse europeu numa evolução pacífica e ordeira e num processo de reforma política da Arábia Saudita, como um fator-chave para a paz a longo prazo, para a estabilidade e para o desenvolvimento da região; 3. Exorta as autoridades da Arábia Saudita a iniciarem um diálogo com a UE sobre os direitos humanos, no sentido de possibilitar um melhor entendimento e de identificar as mudanças necessárias; 4. Insta as autoridades da Arábia Saudita a assegurarem a liberdade de expressão de todos os habitantes da Arábia Saudita e sublinha que a defesa pacífica dos direitos jurídicos fundamentais ou a expressão de observações críticas através dos meios de comunicação social constituem um direito inalienável, tal como o Parlamento realçou no seu relatório sobre liberdade digital; 5. Insta as autoridades da Arábia Saudita a acelerarem a aplicação da nova legislação sobre as Organizações Não-Governamentais (ONG) para assegurar a sua liberdade de ação; PR\1010604.doc 5/8 PE524.523v01-00

6. Reitera o seu apelo a favor da abolição universal da pena de morte e solicita uma moratória imediata relativa à execução das condenações à morte na Arábia Saudita; lamenta que a Arábia Saudita continue a aplicar a pena de morte numa ampla variedade de crimes, incluindo delitos de droga, apostasia, bruxaria e feitiçaria; 7. Lamenta o facto de não existir liberdade religiosa na Arábia Saudita; incentiva as autoridades a promoverem a moderação e a tolerância relativamente à diversidade religiosa a todos os níveis do sistema educativo, incluindo os estabelecimentos religiosos, bem como no discurso público de agentes e funcionários públicos; 8. Frisa a necessidade de respeitar os direitos fundamentais dos xiitas e das outras minorias, incluindo o direito à participação plena na vida política e na governação; insta as autoridades da Arábia Saudita a definirem cláusulas de salvaguarda relativas à legislação antiterrorista, no sentido de impedir a sua utilização contra as minorias; insta autoridades a realizarem esforços adicionais com vista a assegurarem a tolerância e a coexistência entre todos os grupos religiosos; exorta as autoridades a eliminarem do sistema educativo as referências depreciativas e discriminatórias relativas aos crentes de outras religiões ou membros das minorias de grupos islâmicos; 9. Acolhe com satisfação a nomeação pelo Rei, em 2013, das primeiras mulheres a integrar a Assembleia Consultiva (Conselho Shura) da Arábia Saudita, ocupando 30 de 150 lugares; 10. Aguarda que seja aplicada a declaração do Rei sobre a atribuição do direito de voto às mulheres e do direito de apresentarem candidatura às próximas eleições municipais, a realizar em 2015, e sobre as subsequentes atribuições de direito de voto e de apresentarem candidatura em todas as outras eleições; 11. Aguarda o levantamento da interdição de condução imposta às mulheres; 12. Insta as autoridades a abolirem o sistema de tutela masculino de cariz medieval e a tomarem medidas adicionais no sentido de levantar as restrições sobre os direitos das mulheres, incluindo a liberdade de circulação, as oportunidades de emprego, a personalidade jurídica e a representação em processos judiciais, através da eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres na vida privada e pública e da promoção da sua participação nas esferas económica, social, cultural e política; 13. Relembra que o historial da Arábia Saudita em termos de direitos humanos foi avaliado pelo mecanismo de revisão periódica universal do Conselho de Direitos Humanos da ONU em fevereiro de 2009 e que as autoridades da Arábia Saudita aceitaram formalmente um número significativo de recomendações apresentadas pelos Estados-Membros da UE durante a revisão, incluindo, por exemplo, as que instam à abolição da tutela masculina e as relativas à limitação da aplicação da pena de morte e do castigo físico; aguarda progressos mais substanciais relativos à execução dessas recomendações e exorta a Arábia Saudita a adotar uma abordagem construtiva relativamente às recomendações apresentadas no contexto da atual Revisão Periódica Universal de 2013; 14. Congratula-se com atribuição das primeiras licenças a mulheres para o exercício da advocacia, mas lamenta o facto de o sistema judicial ser dominado por juízes do sexo masculino com historial religioso; regista a codificação gradual da Sharia e insta a que o PE524.523v01-00 6/8 PR\1010604.doc

processo seja acelerado uma vez que a falta de codificação e a tradição judicial precedente resultam frequentemente numa insegurança considerável relativa ao âmbito e ao conteúdo das leis vigentes no país e em erros judiciários; afirma a importância fundamental de garantir a independência judicial e uma formação jurídica adequada dos juízes; 15. Insta as autoridades a melhorarem as condições de trabalho e o tratamento dos trabalhadores imigrantes, com especial atenção para a situação das mulheres que trabalham como empregadas domésticas, que frequentemente se encontram em situação de quase escravatura; acolhe com satisfação os esforços recentes para introduzir leis laborais nacionais, no sentido de proporcionar uma proteção normalizada às empregadas domésticas e de assegurar a instauração de procedimentos judiciais contra os empregadores responsáveis por abusos sexuais ou físicos e pela violação de direitos laborais; 16. Lamenta a lógica de «jogo de soma zero» como paradigma das relações internacionais no Médio Oriente, dado que alimenta a desconfiança, o ódio sectário e a corrida ao armamento, incluindo a proliferação de armas de destruição massiva; lamenta, nesse sentido, os efeitos desestabilizadores da venda de armas por alguns membros da UE à Arábia Saudita e a outros países da região; entende que a solução para a escalada dos problemas de segurança na região assenta na definição de um quadro comum de segurança, do qual nenhum país é excluído e no qual os interesses legítimos de segurança de todos os países são tidos em consideração; 17. Manifesta a sua preocupação com facto o apoio financeiro e político da Arábia Saudita aos grupos religiosos e políticos no Norte de África poder resultar na intensificação das forças fundamentalistas e obscurantistas, que minam os esforços para criar uma governação democrática e se opõem à participação das mulheres na vida pública; manifesta ainda preocupação com o apoio político e financeiro incondicional proporcionado aos líderes do golpe militar no Egito, que põe em causa os esforços da UE na promoção de uma solução política pacífica e inclusiva da crise egípcia; 18. Insta as autoridades da Arábia Saudita a atuarem no sentido de impedir que os movimentos salafistas apoiem as atividades contra o Estado dos rebeldes militares no Mali, as quais conduzem à desestabilização de toda a região; condena qualquer forma de interferência direta ou indireta; 19. Exorta a Arábia Saudita a abster-se de agir com base numa lógica sectária e limitada de «jogo de soma zero» no que respeita ao conflito sírio e a contribuir, pelo contrário, para uma solução pacífica inclusiva, nomeadamente através do apoio às conversações de Genebra II, sem condições prévias; apela também a um maior envolvimento da Arábia Saudita na ajuda humanitária às vítimas da guerra civil síria; 20. Reitera o seu apelo à Arábia Saudita para que contribua construtivamente e sirva de mediador no interesse das reformas pacíficas e do diálogo nacional no Barém; 21. Exorta as autoridades da Arábia Saudita a desenvolverem um diálogo pacífico com o Irão relativo às relações bilaterais e ao futuro da região; PR\1010604.doc 7/8 PE524.523v01-00

22. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, ao Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos do Homem, ao Príncipe Real Abdullah Ibn Abdul Aziz, ao Governo da Arábia Saudita e ao Secretário-Geral do Centro do Rei Abdul Aziz para o Diálogo Nacional. PE524.523v01-00 8/8 PR\1010604.doc