Profetas e Reis. Ellen G. White. Copyright 2013 Ellen G. White Estate, Inc.



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Profetas e Reis Ellen G. White 2007 Copyright 2013 Ellen G. White Estate, Inc.

Informações sobre este livro Resumo Esta publicação ebook é providenciada como um serviço do Estado de Ellen G. White. É parte integrante de uma vasta colecção de livros gratuitos online. Por favor visite owebsite do Estado Ellen G. White. Sobre a Autora Ellen G. White (1827-1915) é considerada como a autora Americana mais traduzida, tendo sido as suas publicações traduzidas para mais de 160 línguas. Escreveu mais de 100.000 páginas numa vasta variedade de tópicos práticos e espirituais. Guiada pelo Espírito Santo, exaltou Jesus e guiou-se pelas Escrituras como base da fé. Outras Hiperligações Uma Breve Biografia de Ellen G. White Sobre o Estado de Ellen G. White Contrato de Licença de Utilizador Final A visualização, impressão ou descarregamento da Internet deste livro garante-lhe apenas uma licença limitada, não exclusiva e intransmissível para uso pessoal. Esta licença não permite a republicação, distribuição, atribuição, sub-licenciamento, venda, preparação para trabalhos derivados ou outro tipo de uso. Qualquer utilização não autorizada deste livro faz com que a licença aqui cedida seja terminada. Mais informações Para mais informações sobre a autora, os editores ou como poderá financiar este serviço, é favor contactar o Estado de Ellen G. i

White: (endereço de email). Estamos gratos pelo seu interesse e pelas suas sugestões, e que Deus o abençoe enquanto lê. ii

iii

Conteúdo Informações sobre este livro................................i Capítulo 1 Salomão................................... 6 Capítulo 2 O templo e sua dedicação.................... 13 Capítulo 3 Orgulho da prosperidade.................... 23 Capítulo 4 Resultados da transgressão................... 30 Capítulo 5 O arrependimento de Salomão................ 40 Capítulo 6 O reino é rasgado.......................... 48 Capítulo 7 Jeroboão.................................. 56 Capítulo 8 Apostasia nacional......................... 62 Capítulo 9 Elias, o tesbita............................. 68 Capítulo 10 Uma severa repreensão..................... 74 Capítulo 11 O Carmelo............................... 84 Capítulo 12 De Jezreel a Horebe....................... 91 Capítulo 13 Que fazes aqui?......................... 99 Capítulo 14 No espírito e virtude de Elias............. 107 Capítulo 15 Josafá.................................. 116 Capítulo 16 A queda da casa de Acabe................. 125 Capítulo 17 O chamado de Eliseu..................... 134 Capítulo 18 As águas purificadas...................... 142 Capítulo 19 Um profeta de paz........................ 146 Capítulo 20 Naamã................................. 152 Capítulo 21 O fim do ministério de Eliseu.............. 158 Capítulo 22 A grande cidade de Nínive............... 165 Capítulo 23 O cativeiro assírio........................ 175 Capítulo 24 Destruído porque lhe faltou o conhecimento 184 Capítulo 25 O chamado de Isaías...................... 189 Capítulo 26 Eis aqui está o vosso Deus............... 195 Capítulo 27 Acaz................................... 202 Capítulo 28 Ezequias................................ 208 Capítulo 29 Os embaixadores de Babilônia............. 214 Capítulo 30 Libertos da Assíria....................... 221 Capítulo 31 Esperança para os gentios................. 233 Capítulo 32 Manassés e Josias........................ 241 Capítulo 33 O livro da lei............................ 249 iv

Conteúdo v Capítulo 34 Jeremias................................ 258 Capítulo 35 A condenação iminente................... 268 Capítulo 36 O último rei de Judá...................... 280 Capítulo 37 Levados cativos para Babilônia............. 288 Capítulo 38 Luz em meio às trevas.................... 296 Capítulo 39 Na corte de Babilônia..................... 304 Capítulo 40 O sonho de Nabucodonosor................ 313 Capítulo 41 A fornalha ardente........................ 320 Capítulo 42 A verdadeira grandeza.................... 327 Capítulo 43 O vigia invisível......................... 333 Capítulo 44 Na cova dos leões........................ 344 Capítulo 45 A volta do exílio......................... 351 Capítulo 46 Os profetas de Deus os ajudavam......... 361 Capítulo 47 Josué e o anjo........................... 372 Capítulo 48 Não por força nem por violência.......... 380 Capítulo 49 Nos dias da rainha Ester................... 384 Capítulo 50 Esdras, o sacerdote e escriba............... 389 Capítulo 51 Um reavivamento espiritual................ 396 Capítulo 52 Um homem oportuno..................... 403 Capítulo 53 Os reconstrutores do muro................. 408 Capítulo 54 Condenada a extorsão..................... 415 Capítulo 55 Ciladas dos pagãos....................... 420 Capítulo 56 Instruídos na lei de Deus.................. 425 Capítulo 57 Reforma................................ 430 Capítulo 58 A vinda de um libertador.................. 437 Capítulo 59 A casa de Israel........................ 453 Capítulo 60 Visões da glória futura.................... 465

Capítulo 1 Salomão No reinado de Davi e Salomão, Israel tornara-se forte entre as nações, e tivera muitas oportunidades de exercer poderosa influência em favor da verdade e do direito. O nome de Jeová era exaltado e tido em honra, e o propósito para o qual os israelitas haviam sido estabelecidos na terra da promessa dir-se-ia estar a alcançar seu cumprimento. Barreiras haviam sido derribadas, e os pesquisadores da verdade vindos de terras pagãs não retornavam insatisfeitos. Produziram-se conversões, e a igreja de Deus na Terra se ampliava e prosperava. Salomão foi ungido e proclamado rei nos anos finais de seu pai Davi, o qual abdicara em seu favor. Os primeiros tempos de sua vida foram promissores, e era propósito de Deus que ele fosse de força em força, de glória em glória, aproximando-se cada vez mais da semelhança do caráter de Deus, inspirando assim Seu povo a cumprir sua sagrada incumbência, como depositários da verdade divina. Davi sabia que o elevado propósito de Deus para com Israel só se realizaria se dirigentes e povo procurassem com incessante vigilância atingir a norma estabelecida para eles. Ele sabia que para que seu filho Salomão correspondesse à confiança com que Deus Se agradara em honrá-lo, o jovem governante não devia ser meramente um guerreiro, um estadista, um soberano, mas um homem forte, bom, um ensinador de justiça, um exemplo de fidelidade. Com terno fervor Davi exortou Salomão a ser varonil e nobre, a mostrar misericórdia e magnanimidade a seus súditos, e em todo o seu trato com as nações da Terra honrar e glorificar o nome de Deus e tornar manifesta a beleza da santidade. As inúmeras experiências difíceis e notáveis pelas quais Davi passara durante o curso de sua vida haviam-lhe ensinado o valor das mais nobres virtudes, e levaram-no a declarar a Salomão, em suas instruções no leito de morte: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus. E será como a luz da manhã, quando sai o Sol, 6

Salomão 7 da manhã sem nuvens, quando pelo seu resplendor, e pela chuva, a erva brota da terra. 2 Samuel 23:3, 4. Oh! que oportunidade a de Salomão Tivesse ele seguido a instrução divinamente inspirada de seu pai e seu reino teria sido um reino de justiça, tal como o descrito no Salmos 72: Ó Deus, dá ao rei os Teus juízos, e a Tua justiça ao filho do rei. Ele julgará ao Teu povo com justiça, e aos Teus pobres com juízo. [...] [7] Ele descerá como a chuva sobre a erva ceifada, como chuveiros que umedecem a terra. Nos seus dias florescerá o justo, e abundância de paz haverá enquanto durar a Lua. Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da Terra. [...] Os reis de Seba e de Sabá oferecerão dons. Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; e todos os reis se prostrarão perante ele; Todas as nações o servirão. Porque ele livrará ao necessitado quando clamar, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude. [...] E continuamente se fará por ele oração; e todos os dias o bendirão. [...] O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irá propagando de pais a filhos enquanto o Sol durar; e os homens serão abençoados nele: Todas as nações lhe chamarão bem-aventurado. Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, que só Ele faz maravilhas.

8 Profetas e Reis E bendito seja para sempre o Seu nome glorioso: E encha-se toda a Terra da Sua glória. Amém e amém. Salmos 72:1-19. [8] Na juventude, Salomão fez sua a escolha que fizera Davi, e por muitos anos andou em retidão, sua vida marcada com estrita obediência aos mandamentos de Deus. Logo no início do seu reinado, foi ele com seus conselheiros de Estado a Gibeom, onde ainda estava o tabernáculo que havia sido construído no deserto, e ali uniu-se aos seus conselheiros escolhidos, aos capitães dos milhares e das centenas, e aos juízes, e a todos os príncipes em todo o Israel, chefes dos pais, em oferecer sacrifícios a Deus e em consagrar-se plenamente ao serviço do Senhor. 2 Crônicas 1:2. Compreendendo alguma coisa da magnitude dos deveres relacionados com o ofício real, Salomão sabia que os que levam pesados fardos precisam buscar a Fonte de sabedoria para orientação, se desejam desempenhar suas responsabilidades de maneira aceitável. Isto levou-o a encorajar seus conselheiros a se unirem com ele em sinceridade, a fim de estarem seguros da aceitação de Deus. Acima de todo o bem terrestre, o rei desejava sabedoria e entendimento para a realização da obra que Deus lhe havia dado a fazer. Ele ansiava por acuidade mental, largueza de coração, brandura de espírito. Naquela noite, o Senhor apareceu em sonho a Salomão, e disse: Pede o que quiseres que te dê. Em sua resposta o jovem e inexperiente príncipe deu expansão a seu sentimento de desamparo e seu desejo de auxílio: De grande beneficência usaste Tu com Teu servo Davi meu pai, disse ele, como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a Tua face; e guardaste-lhe esta grande beneficência, e lhe deste um filho que se assentasse no seu trono, como se vê neste dia. Agora, pois, ó Senhor meu Deus, Tu fizeste reinar a Teu servo em lugar de Davi meu pai. E sou ainda menino pequeno; nem sei como sair, nem como entrar. E Teu servo está no meio do Teu povo que elegeste; povo grande, que nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão. A Teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a Teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque, quem poderia julgar a este Teu tão grande povo?

Salomão 9 E esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, que Salomão pedisse esta coisa Porquanto pediste esta coisa, disse Deus a Salomão, e não pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos, mas pediste para ti entendimento para ouvir causas de juízo, eis que fiz segundo as tuas palavras. Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual se não levantará. E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; que não haja teu igual entre os reis, por todos os teus dias. E, se andares nos Meus caminhos, guardando os Meus estatutos, e os Meus mandamentos, como andou Davi teu pai, também prolongarei os teus dias. 1 Reis 3:5-14. Deus prometeu que assim como fora com Davi, seria com Salomão. Se o rei andasse perante o Senhor em retidão, se fizesse o que Deus lhe havia ordenado, seu trono seria estabelecido, e seu reino seria o meio de exaltar Israel como gente sábia e entendida (Deuteronômio 4:6), a luz das nações ao redor. A linguagem usada por Salomão quando em oração a Deus diante do antigo altar de Gibeom, revela sua humildade e forte desejo de honrar a Deus. Ele sentia que sem o divino auxílio para desincumbir-se das responsabilidades impendentes sobre si, estaria tão ao desamparo como uma criancinha. Sabia que lhe faltava discernimento, e foi o senso de sua grande necessidade que o levou a buscar de Deus sabedoria. Em seu coração não havia aspiração egoísta de conhecimento para que se pudesse exaltar sobre outros. Ele desejava desempenhar fielmente os deveres que lhe foram impostos, e escolheu o dom que seria o meio de levar seu reino a glorificar a Deus. Salomão nunca foi tão rico ou tão sábio ou tão verdadeiramente grande como quando confessou: Não passo de uma criança, não sei como conduzir-me. 1 Reis 3:7. Os que ocupam hoje posições de responsabilidade devem procurar aprender a lição ensinada pela oração de Salomão. Quanto mais alta a posição que um homem ocupa, quanto maior a responsabilidade que tem de levar, mais ampla será a influência que exerce e maior sua necessidade de dependência de Deus. Deve lembrarse sempre que com o chamado para o trabalho, vem o chamado para andar circunspectamente perante seus companheiros. Deve ele permanecer ante Deus na atitude de um discípulo. A posição não

10 Profetas e Reis [9] dá santidade de caráter. É por honrar a Deus e obedecer a Seus mandamentos que o homem se torna verdadeiramente grande. O Deus que servimos não faz acepção de pessoas. Aquele que deu a Salomão o espírito de sábio discernimento, está desejoso de repartir as mesmas bênçãos a Seus filhos hoje. Se algum de vós tem falta de sabedoria, declara Sua Palavra, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e não o lança em rosto, e ser-lhe-á dada. Tiago 1:5. Quando o que leva um fardo opressivo deseja sabedoria mais que riquezas, poder, ou fama, não ficará desapontado. Tal pessoa aprenderá do grande Mestre não somente o que fazer, mas como fazê-lo de maneira a alcançar a divina aprovação. Por todo o tempo em que permanecer consagrado, o homem a quem Deus dotou com discernimento e habilidade não manifestará anseios por alta posição, nem procurará dirigir ou governar. Necessariamente os homens precisam assumir responsabilidades; mas em vez de disputar a supremacia, aquele que é verdadeiro líder orará por um coração entendido, a fim de poder discernir entre o bem e o mal. A situação dos homens que estão colocados como líderes não é fácil. Mas devem eles ver em cada dificuldade um chamado à oração. Jamais devem deixar de consultar a grande Fonte de toda a sabedoria. Fortalecidos e iluminados pelo Obreiro-Mestre, serão capacitados a permanecer firmes contra pecaminosas influências, e a discernir entre o certo e o errado, o bem e o mal. Aprovarão o que Deus aprova, e empenhar-se-ão com todo o fervor contra a introdução de princípios errôneos em Sua causa. A sabedoria que Salomão desejou acima de riquezas, honra, ou vida prolongada, Deus lhe deu. Sua petição por acuidade mental, largueza de coração e brandura de espírito foi satisfeita. E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que está na praia do mar. E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do Oriente, e do que toda a sabedoria dos egípcios. E era ele ainda mais sábio do que todos os homens, [...] e correu o seu nome por todas as nações em redor. 1 Reis 4:29-31. E todo o Israel [...] temeu o rei, por que viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça. 1 Reis 3:28. O coração de todo o povo tornou para Salomão, como se havia tornado para Davi, e lhe obedeceram em todas as coisas. E Salomão [...] se esforçou

Salomão 11 no seu reino, e o Senhor seu Deus era com ele, e o magnificou grandemente. 2 Crônicas 1:1. Durante muitos anos, a vida de Salomão foi marcada com devoção a Deus, com retidão e firme princípio, e com estrita obediência aos mandamentos de Deus. Ele promoveu todo empreendimento importante, e manejou sabiamente as questões de negócio relacionadas com o reino. Sua riqueza e sabedoria; as luxuosas construções e obras públicas que ele construiu durante os primeiros anos de seu reinado; a energia, piedade, justiça e magnanimidade que revelou em palavras e obras resultaram na lealdade de seus súditos e a admiração e homenagem dos governantes de muitas terras. [10] O nome de Jeová foi grandemente honrado durante a primeira parte do reinado de Salomão. A sabedoria e justiça reveladas pelo rei deram testemunho a todas as nações da excelência dos atributos do Deus que ele servia. Por algum tempo, Israel foi a luz do mundo, revelando a grandeza de Jeová. Não era na sua preeminente sabedoria, fabulosas riquezas, ou no vasto alcance do seu poder e fama que repousava a verdadeira glória do início do reinado de Salomão; mas na honra que ele levava ao nome do Deus de Israel, mediante sábio uso dos dons do Céu. Ao passarem os anos, e aumentando a fama de Salomão, buscou ele honrar a Deus acrescentando sua força mental e espiritual e constantemente repartindo com outros as bênçãos recebidas. Ninguém compreendia melhor que ele, haver sido pelo favor de Jeová que entrara na posse do poder, sabedoria e entendimento, e que esses dons foram-lhe concedidos para que ele pudesse dar ao mundo o conhecimento do Rei dos reis. Salomão tomou especial interesse pela História Natural, mas suas pesquisas não estavam limitadas a um determinado ramo do saber. Mediante diligente estudo de todas as coisas criadas, tanto animadas como inanimadas, adquiriu clara concepção do Criador. Nas forças da natureza, no mundo mineral e animal, e em toda árvore, arbusto e flor, ele via a revelação da sabedoria de Deus; e ao procurar aprender mais e mais, seu conhecimento de Deus e seu amor por Ele constantemente aumentavam. A divinamente inspirada sabedoria de Salomão encontrou expressão em cânticos de louvor e em muitos provérbios. E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco. Também falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano, até ao hissopo que

12 Profetas e Reis [11] [12] nasce na parede; também falou dos animais e das aves, e dos répteis e dos peixes. 1 Reis 4:32, 33. Nos provérbios de Salomão estão esboçados princípios de santo viver e elevados intentos; princípios oriundos do Céu e que conduzem à piedade; princípios que devem reger cada ato da vida. Foi a ampla disseminação desses princípios, e o reconhecimento de Deus como Aquele a quem pertence todo louvor e honra, que fez dos primeiros tempos do reinado de Salomão uma ocasião de reerguimento moral bem como de prosperidade material. Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, escreveu ele, e o homem que adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela. Aumento de dias há na sua mão direita; na sua esquerda riquezas e honra. Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas paz. É árvore da vida para os que a seguram, e bem-aventurados são todos os que a retêm. Provérbios 3:13-18. A sabedoria é a coisa principal, adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis adquire o conhecimento. Provérbios 4:7. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Salmos 111:10. O temor do Senhor é aborrecer o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa, aborreço. Provérbios 8:13. Oxalá tivesse Salomão em seus últimos anos atentado para estas maravilhosas palavras de sabedoria! Quem dera aquele que declarou: Os lábios dos sábios derramarão o conhecimento (Provérbios 15:7) e que ensinara, ele próprio, os reis da Terra a render ao Rei dos reis o louvor que haviam intentado dar a um governador terreno, não tivesse jamais tomado para si com boca perversa, em soberba e arrogância a glória devida a Deus somente!

Capítulo 2 O templo e sua dedicação Salomão pôs em execução sabiamente o plano tão longamente acariciado por Davi, de construir um templo ao Senhor. Durante sete anos Jerusalém esteve repleta de ocupados obreiros, empenhados em aplainar o local escolhido, abrir as grandes valas, assentar os amplos fundamentos pedras grandes, e pedras preciosas, pedras lavradas (1 Reis 5:17), talhar os pesados troncos vindos das florestas do Líbano, erguer o magnificente santuário. Simultaneamente com a preparação da madeira e pedra, em cuja tarefa muitos milhares estavam aplicando suas energias, a manufatura do mobiliário para o templo ia progredindo constantemente, sob a liderança de Hirão, de Tiro, um homem sábio de grande entendimento, [...] hábil para lavrar em ouro, e em prata, em bronze, em ferro, em pedras e em madeira, em púrpura, em azul, e em linho fino, e em carmesim. 2 Crônicas 2:13, 14. Assim, à medida que o edifício sobre o Monte Moriá ia sendo silenciosamente erguido com pedras preparadas, de maneira que nem martelo, nem machado, nem nenhum outro instrumento de ferro se ouviu na casa quando a edificavam (1 Reis 6:7), os belos utensílios eram trabalhados conforme os modelos entregues por Davi a seu filho todos os vasos que eram para a casa de Deus. 2 Crônicas 4:19. Eles compreendiam o altar de incenso, a mesa dos pães da proposição, o castiçal com as lâmpadas, os vasos e instrumentos relacionados com a ministração dos sacerdotes no lugar santo tudo de ouro, do mais perfeito ouro. 2 Crônicas 4:21. O mobiliário de bronze o altar de ofertas queimadas, o grande lavatório sobre doze bois, as pias de menor tamanho, com muitos outros vasos na campina do Jordão os fundiu o rei na terra argilosa, entre Sucote e Zeredá. 2 Crônicas 4:17. Esse mobiliário foi provido em abundância, para que não houvesse falta. De inexcedível beleza e inigualável esplendor era o régio edifício que Salomão e seus homens construíram a Deus e ao Seu culto. Guarnecido de pedras preciosas, circundado por espaçosos átrios 13

14 Profetas e Reis [13] com magnificentes vias de acesso, revestido de cedro lavrado e ouro polido, a estrutura do templo, com suas cortinas bordadas e rico mobiliário, era apropriado emblema da igreja viva de Deus na Terra, a qual tem sido edificada através dos séculos segundo o modelo divino, com material que se tem comparado ao ouro, prata e pedras preciosas, lavradas como colunas de um palácio. Deste templo espiritual Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. Efésios 2:20, 21. Afinal o templo planejado pelo rei Davi e construído por seu filho Salomão estava concluído. Tudo quanto Salomão intentou fazer na casa do Senhor e na sua casa, prosperamente o efetuou. 2 Crônicas 7:11. E agora, para que o palácio que coroava as elevações do Monte Moriá pudesse ser, sem dúvida, como Davi havia desejado, um lugar de habitação não para homem, senão para o Senhor Deus (1 Crônicas 29:1), restava a solene cerimônia da dedicação formal a Jeová e Seu culto. O local em que o templo fora construído era, havia muito, considerado sagrado. Foi ali que Abraão, o pai dos fiéis, revelara sua disposição de sacrificar seu único filho, em obediência à ordem de Jeová. Ali renovara Deus com Abraão o concerto de bênção, que incluía a gloriosa promessa messiânica feita à espécie humana, de libertamento por meio do sacrifício do Filho do Altíssimo. Foi ali que, quando Davi ofereceu sacrifícios queimados e ofertas pacíficas para deter a espada punitiva do anjo destruidor, Deus lhe respondeu com fogo enviado do Céu. 1 Crônicas 21. E agora os adoradores de Jeová mais uma vez ali estavam, para encontrar-se com seu Deus e renovar-lhe os votos de fidelidade. O tempo escolhido para a dedicação fora o mais favorável o sétimo mês, quando o povo de todas as partes do reino estava acostumado a reunir-se em Jerusalém para celebrar a Festa dos Tabernáculos. Esta festa era preeminentemente uma ocasião de regozijo. Os labores da colheita haviam findado, as atividades do novo ano ainda não começara, o povo estava livre de cuidados e podia abandonar-se às influências sagradas, jubilosas do momento. No tempo indicado, as tribos de Israel, com representantes de muitas nações estrangeiras ricamente vestidos, reuniram-se nos átrios do templo. A cena era de esplendor incomum. Salomão, com

O templo e sua dedicação 15 os anciãos de Israel, e os mais influentes homens dentre o povo, retornaram de outra parte da cidade, de onde haviam trazido a arca do testamento. Do santuário nos altos de Gibeom tinha sido transferida a antiga tenda da congregação, com todos os vasos sagrados, que estavam na tenda (2 Crônicas 5:5); e esses queridos relicários das mais remotas experiências dos filhos de Israel durante seu vaguear no deserto e a conquista de Canaã, encontravam agora uma morada permanente no esplêndido edifício que fora construído para ocupar o lugar da estrutura portátil. Levando ao templo a arca sagrada que continha as duas tábuas de pedra em que, pelo dedo de Deus, haviam sido escritos os preceitos do decálogo, Salomão seguira o exemplo de seu pai Davi. A cada [14] seis passos oferecia sacrifícios; e com canto e música e com grande cerimônia, trouxeram os sacerdotes a arca do concerto do Senhor ao seu lugar, ao oráculo da casa, à santidade das santidades. 2 Crônicas 5:7. Ao penetrarem no interior do santuário, tomaram os lugares que lhes eram designados. Os cantores levitas vestidos de linho branco, com címbalos, e com alaúdes, e com harpas permaneceram de pé para o oriente do altar, e com eles até cento e vinte sacerdotes que tocavam as trombetas. 2 Crônicas 5:12. Eles uniformemente tocavam as trombetas, e cantavam para fazerem ouvir uma só voz, bendizendo e louvando ao Senhor; e levantando eles a voz com trombetas, e címbalos, e outros instrumentos músicos, e bendizendo ao Senhor, porque era bom, porque a Sua benignidade durava para sempre, a casa se encheu de uma nuvem, a saber, a casa do Senhor, e não podiam os sacerdotes ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus. 2 Crônicas 5:13, 14. Compreendendo o significado desta nuvem, Salomão declarou: O Senhor tem dito que habitaria nas trevas. E eu Te tenho edificado uma casa para morada, e um lugar para a Tua eterna habitação. 2 Crônicas 6:1, 2. O Senhor reina; Tremam as nações; Ele está entronizado entre os querubins; comova-se a Terra. O Senhor é grande em Sião, e mais elevado que todas as nações.

16 Profetas e Reis Louvem o Teu nome, grande e tremendo, pois é santo. [...] Exaltai ao Senhor nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de Seus pés, porque Ele é santo. Salmos 99:1-5. [15] No meio do pátio do templo havia sido erguida uma base de metal, ou plataforma, de cinco côvados de comprimento, e de cinco côvados de largura, e de três côvados de altura. Sobre esta base Salomão pôs-se em pé, e com as mãos erguidas abençoou a vasta multidão que tinha diante de si. E toda a congregação de Israel estava em pé. 2 Crônicas 6:13, 3. Bendito seja o Senhor Deus de Israel, exclamou Salomão, que falou pela Sua boca a Davi meu pai, e pelas Suas mãos o cumpriu, dizendo: Escolhi Jerusalém, para que ali estivesse o Meu nome. 2 Crônicas 6:4, 6. Salomão pôs-se então de joelhos na plataforma, e aos ouvidos de todo o povo ofereceu a oração dedicatória. Levantando as mãos para o céu, enquanto a congregação permanecia ajoelhada com a face para o chão, o rei suplicou: Senhor Deus de Israel, não há Deus semelhante a Ti, nem nos Céus nem na Terra; que guardas o concerto e a beneficência aos Teus servos que caminham perante Ti de todo o seu coração. Mas verdadeiramente habitará Deus com os homens na Terra? Eis que o Céu e o Céu dos Céus não Te podem conter, quanto menos esta casa que tenho edificado? Atende pois à oração do Teu servo, e à sua súplica, ó Senhor meu Deus, para ouvires o clamor, e a oração que o Teu servo ora perante Ti. Que os Teus olhos estejam dia e noite abertos sobre este lugar, de que dissestes que ali porias o Teu nome, para ouvires a oração que o Teu servo orar neste lugar. Ouve, pois, as súplicas do Teu servo, e do Teu povo Israel, que fizerem neste lugar; e ouve Tu do lugar da Tua habitação, desde os Céus; ouve pois, e perdoa. [...] Quando também o Teu povo Israel for ferido diante do inimigo, por ter pecado contra Ti, e eles se converterem, e confessarem o Teu nome, e orarem, e suplicarem perante Ti nesta casa, então ouve Tu desde os Céus, e perdoa os pecados de Teu povo Israel; e faze-os tornar à terra que lhes tens dado a eles e a seus pais.

O templo e sua dedicação 17 Quando os céus se cerrarem, e não houver chuva, por terem pecado contra Ti, e orarem neste lugar, e confessarem Teu nome, e se converterem dos seus pecados, quando Tu os afligires, então ouve Tu desde os Céus, e perdoa o pecado de Teus servos, e do Teu povo Israel, ensinando-lhes o bom caminho, em que andem; e dá chuva sobre a Tua terra, que deste ao Teu povo em herança. Havendo fome na terra, havendo peste, havendo queimadura dos trigos, ou ferrugem, gafanhotos, ou lagarta, cercando-a algum dos seus inimigos nas terras das suas portas, ou quando houver qualquer praga, ou qualquer enfermidade, toda a oração, e toda a súplica, que qualquer homem fizer, ou todo o Teu povo Israel, conhecendo cada um a sua praga e a sua dor, e estendendo as suas mãos para esta casa, então ouve Tu desde os Céus, do assento da Tua habitação, e perdoa e dá a cada um conforme a todos os seus caminhos, segundo conheces o seu coração [...] a fim de que Te temam, para andarem nos Teus caminhos, todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais. Assim também ao estrangeiro, que não for do Teu povo Israel, mas vier de terras remotas por amor do Teu grande nome, e da Tua poderosa mão, e do Teu braço estendido, vindo eles e orando nesta casa, então ouve Tu desde os Céus, do assento da Tua habitação, e faze conforme a tudo o que o estrangeiro Te suplicar, a fim de que todos os povos da Terra conheçam o Teu nome, e Te temam, como o Teu povo Israel; e a fim de saberem que pelo Teu nome é chamada esta casa que edifiquei. Quando o Teu povo sair à guerra contra os seus inimigos, pelo caminho que os enviares, e orarem a Ti para a banda desta cidade, que escolheste, e desta casa, que edifiquei ao Teu nome. Ouve então desde os Céus a sua oração, e sua súplica, e executa o seu direito. Quando pecarem contra Ti (pois não há homem que não peque), e Tu Te indignares contra eles, e os entregares diante do inimigo, para que os que os cativarem os levem em cativeiro para alguma terra, remota ou vizinha, e na terra, para onde forem levados em cativeiro, tornarem a si, e se converterem, e na terra do seu cativeiro a Ti suplicarem, dizendo: Pecamos, perversamente fizemos, e im- [16] piamente obramos; e se converterem a Ti com todo o seu coração e com toda a sua alma, na terra do seu cativeiro, a que os levarem presos, e orarem para a banda da sua terra, que deste a seus pais, e