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Transcrição:

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE 139 a SESSÃO DO COMITÊ EXECUTIVO Washington, DC, EUA, 29 de setembro de 2006 Tema 4.1 da agenda provisória ESPANHOL 27 setembro 2006 ORIGINAL: RACIONALIZAÇÃO DOS MECANISMOS DE GESTÃO DA OPAS: RELAÇÃO DE REUNIÕES INTERGOVERNAMENTAIS REGIONAIS COM OS ÓRGÃOS DIRETORES DA OPAS O Grupo de Trabalho sobre a Racionalização dos Mecanismos de Gestão da OPAS considerou que seria útil esclarecer as relações existentes entre reuniões intergovernamentais regionais e os Órgãos Diretores da OPAS, com o objetivo de fortalecer as alianças intersetoriais em prol da saúde na Região. Este documento apresenta dois exemplos de fóruns intersetoriais, cujas resoluções e recomendações foram considerados no passado pelos Órgãos Diretores da OPAS: a Reunião Interamericana de Nível Ministerial sobre Saúde e Agricultura (RIMSA) e a Reunião dos Ministros de Saúde e Meio Ambiente das Américas. Solicita-se que o Comitê Executivo considere que os Órgãos Diretores da OPAS poderiam adotar total ou parcialmente as declarações, decisões, recomendações, conclusões e as resoluções de fóruns intersetoriais regionais, sujeito à sua própria análise e avaliação.

Página 2 Reunião Interamericana de Nível Ministerial sobre Saúde e Agricultura (RIMSA). Antecedentes 1. Estimativas da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) assinalam que 60% dos patógenos humanos são zoonóticos, ou seja, se transmitem dos animais ao homem, e que 75% das enfermidades emergentes que se apresentaram no começo do século 21 são causadas por patógenos originados em animais ou produtos de origem animal. Neste contexto é indispensável que exista uma adequada coordenação entre os setores de saúde e agricultura para enfrentar o desafio das enfermidades de origem zoonótica. De igual maneira a complementação entre agricultura e saúde tem como princípios a produção de alimentos para o consumo humano e o comércio agropecuário nacional ou internacional e a proteção dos indivíduos contra as enfermidades transmitidas pelos alimentos. 2. Os seguintes fatos fazem parte da criação e evolução da RIMSA: (a) Criação do Programa de Saúde Pública Veterinária, em 1 de julho de 1949. (b) Por solicitação da Organização dos Estados Americanos (OEA), a OPAS em 1951 assumiu a parte técnica e administrativa do Centro Pan- Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA). (c) Em 1954, a pedido dos países se criou o Centro Pan-Americano de Zoonoses (CEPANZO), que funcionou até 1990 e deu lugar ao Instituto Pan-Americano de Proteção de Alimentos e Zoonoses (INPPAZ), que funcionou até 2005. (d) Em 1967, atendendo à Resolução CIOP-3/67 da XIII Reunião do Comitê Interamericano da Aliança para o Progresso realizada no Brasil, o Conselho Diretor da OPAS, em sua XVII Reunião em outubro de 1967, através da Resolução XIX, autorizou o Diretor da OPAS a convocar anualmente, a partir de1968, uma reunião de representantes dos Ministérios da Agricultura para examinar o Programa de Saúde Pública Veterinária e seus centros PANAFTOSA e CEPANZO e considerar assuntos de interesse mútuo. (e) A I Reunião Interamericana sobre o Controle da Febre Aftosa e outras Zoonoses (RICAZ I) se realizou na cidade de Washington D.C., de 18 a 21 de abril de 1968. A esta reunião se seguiram outras onze, uma a cada ano, até 1980. Daí em diante a reunião passou a denominar-se Reunião Interamericana de Nível Ministerial sobre Saúde Animal (RIMSA), sendo convocada a cada dois anos. Até agora se realizaram doze RICAZ e quatorze RIMSA.

Página 3 (f) Em abril de 1999, realizou-se a RIMSA XI, que acordou mudar o nome para Reunião Interamericana de Nível Ministerial sobre Saúde e Agricultura, mantendo a sigla RIMSA, com o propósito de estender formalmente a cobertura de atenção à problemática comum entre os setores da saúde e agricultura. Com este formato se realizaram as reuniões RIMSA XII em 2001, XIII em 2003 e XIV em 2005. Mecanismos de comunicação e interação com os Órgãos Diretores da OPAS 3. A RIMSA tem por objetivo analisar assuntos de interesse mútuo entre os setores da agricultura e saúde. As reuniões são convocadas pelo Diretor da OPAS com base nos mandatos das resoluções do Conselho Diretor (CD17.R19) que criou a Reunião e a Reunião 41 do Conselho Diretor que aprovou o relatório da RIMSA XI e a Resolução RIMSA XI. R3 sobre a ampliação para incluir a participação formal dos Ministros da Saúde. 4. A agenda é elaborada com base nas recomendações contidas nas resoluções do período anterior e nas solicitações dos países sobre temas que são de interesse atual. A maioria dos temas é tratada por ministros da agricultura ou da saúde e por especialistas sobre temas especializados. As decisões da Reunião se expressam em resoluções e recomendações sobre temas técnicos relacionados com o controle das enfermidades, inocuidade dos alimentos e aspectos de saúde pública que são emitidas por comitês especializados criados pela Reunião, como o Comitê Hemisférico para a Erradicação da Febre Aftosa (COHEFA) e a Comissão Pan-Americana de Inocuidade dos Alimentos (COPAIA). 5. O relatório e as resoluções da RIMSA são submetidos à consideração do Comitê Executivo da OPAS e posteriormente ao Conselho Diretor da OPAS, que as adota como mandatos dos Órgãos Diretores. Resultados 6. Nestes fóruns são debatidos temas de transcendência regional, dando origem a decisões de política continental. Algumas resoluções foram adotadas pelo Conselho da OPAS para avançar na execução dos programas nacionais de controle e erradicação das principais zoonoses e inocuidade dos alimentos. Alguns exemplos: 7. Durante as reuniões realizadas na década de 80, os Ministros da Agricultura, por consenso, resolveram apoiar a doutrina e missão da OPAS atribuídas por seus Órgãos Diretores nos documentos Saúde para Todos no Ano 2000, Pontos e Estratégias

Página 4 (Documento Oficial 173) e Saúde para Todos no Ano 2000, Plano de Ação para a Implantação das Estratégias Nacionais (Documento Oficial 179). 8. A RIMSA III, realizada em 1983, aprovou o Plano Regional para a erradicação da raiva urbana transmitida por cães nas principais cidades da Região. O compromisso foi ratificado na XXXI Reunião do Conselho Diretor da OPAS realizada em 1983. Como resultado deste Plano a apresentação de casos de raiva humana transmitida por cães diminuiu em 90% com relação à situação da década de 80, quando em 2005 se apresentaram 11 casos de raiva humana transmitida por cães. A região está na fase final para a erradicação da enfermidade. 9. Devido à aceitação das iniciativas sub-regionais de integração econômica e onde o comércio de alimentos se mostrava como uma variável econômica muito significativa, durante a RIMSA IV (1985) se solicitou ao Diretor da OPAS a formulação e desenvolvimento de um Plano de Ação Qüinqüenal sobre Proteção de Alimentos (1886-1990). Este Plano foi avaliado em períodos posteriores e finalmente se consolidou em um Plano Regional de Cooperação Técnica sobre inocuidade dos alimentos que foi analisado e aprovado pela RIMSA 11 Res. 5 e Res. 6 e posteriormente pelo 42º Conselho Diretor (CD42 R.3) realizado no ano 2000. A RIMSA 12, realizada em São Paulo, Brasil, criou a Comissão Pan-Americana de Inocuidade dos Alimentos (COPAIA) encarregada de fazer o acompanhamento do Plano Regional. 10. A Resolução XIII da RIMSA V (1987) marcou uma etapa definida e transcendental na luta regional contra a febre aftosa. Os Ministros da Agricultura acordaram com a OPAS constituir o Comitê Hemisférico para a Erradicação da Febre Aftosa (COHEFA) encarregado de avaliar e fazer o acompanhamento do Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA). Os integrantes deste Comitê são os Ministros da Agricultura e os representantes dos empresários pecuaristas ou produtores pecuários das sub-regiões: América do Norte, América Central, Caribe, Andina, Amazônica e Cone Sul. Como resultado os países avançaram significativamente na erradicação desta enfermidade, chegando no início de 2005 a ter 78% do gado da América do Sul livre com vacinação. 11. O risco de disseminação da gripe aviária altamente patogênica nas aves e seu potencial de produzir uma pandemia humana ressaltou a importância e necessidade de fortalecer a coordenação e a interação entre os setores da saúde, agricultura, meio ambiente e outros, na perspectiva de proteger a saúde e a economia dos países. Este assunto foi tratado na RIMSA 14 e na Conferência Hemisférica sobre Gripe Aviária realizada em Brasília em novembro de 2005, com a participação de vários Ministros da Agricultura e Saúde.

Página 5 12. Por sua importância para o desenvolvimento dos países, as últimas reuniões deram atenção à discussão e acompanhamento dos ODM nos quais a coordenação intersetorial tem um papel importante para avançar no cumprimento das metas estabelecidas. Este tema foi analisado durante as RIMSA 13 e 14 realizadas em Washington em 2003 e México em 2005. 13. Na atualidade se pode afirmar que a RIMSA é o fórum político-técnico de mais alto nível intersetorial entre agricultura e saúde das Américas e único no mundo. 14. A convocação dos ministros da agricultura e saúde facilitou os progressos alcançados no desenvolvimento da ação intersetorial entre agricultura e saúde em nível regional. A OPAS teve um papel importante, não só como Secretaria ex officio da RIMSA, mas porque lhe permitiu contribuir tecnicamente, tanto no nível nacional como internacional, para a aplicação dos acordos e estratégias emanadas da RIMSA. Reunião de Ministros da Saúde e Meio Ambiente Antecedentes 15. É bem conhecida a relação entre os fenômenos ambientais, especialmente a deterioração ambiental e o manejo de substâncias químicas e seus efeitos na saúde das crianças. Um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, denominado Garantir a Sustentabilidade do Meio Ambiente, se propõe incorporar os princípios de desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais com o fim de inverter a perda de recursos do meio ambiente. O tema da água e saneamento e seu impacto na saúde foi uma preocupação da Organização Mundial da Saúde e da OPAS desde sua fundação. Frente aos recentes fenômenos de mudança climática que estão afetando a saúde e que foram provocados pela deterioração do meio ambiente, se fez mais urgente a necessidade de criar alianças intersetoriais entre os ministros da saúde e os ministros do meio ambiente para desenvolver programas de trabalho que possam ter um impacto direto na saúde e nas condições ambientais. Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em sua Declaração de Princípios e no Programa 21, no Rio de Janeiro, assinalou a necessidade de fazer um esforço entre o setor do meio ambiente e o da saúde para desenvolver medidas enérgicas na Região para prevenir a deterioração do meio ambiente. 16. Para responder à Declaração de Princípios da Reunião das Nações Unidas no Rio de Janeiro e avançar no cumprimento do Programa 21, a OPAS convocou em 1995 a Primeira Reunião de Ministros da Saúde, Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada em 3 e 4 de outubro de 1995 em Washington.D.C. Como resultado desta Reunião todos os países das Américas adotaram a Carta Pan-Americana sobre Saúde e Meio Ambiente

Página 6 no Desenvolvimento Humano Sustentável (COPASAD) que reflete o compromisso para avançar na solução dos problemas de saúde ambiental detectados na Região. 17. Os países adotam a Carta Pan-Americana e a recomendam como pauta para a ação futura nos países das Américas. A Carta Pan-Americana expõe os princípios de uma política estratégica e estabelece prioridades comuns e responsabilidades compartilhadas entre todos os países da Região. A carta conclui que, frente às condições e tendências que ameaçam estender a miséria humana, devemos tomar medidas a favor da saúde e do meio ambiente no âmbito do desenvolvimento sustentável. Neste compromisso a OPAS assume a responsabilidade da Secretaria Técnica e apóia os países das Américas a desenvolver Planos Nacionais de Saúde e Meio Ambiente com estratégias de cooperação entre o setor da saúde e meio ambiente no âmbito de um desenvolvimento humano sustentável. Os planos nacionais são conjugados em estratégias sub-regionais. Destaca-se o trabalho levado a cabo pela América Central na Reunião do Setor Saúde da América Central (RESSCA XII) na qual os Ministros da Saúde e os Chefes da Seguridade Social da América Central convidaram os Ministros do Meio Ambiente e os Chefes das Campanhas de Abastecimento de Água a preparar o Plano de Ação Regional da América Central: Saúde Ambiental na América Central: uma visão do futuro, num contexto de integração. 18. O trabalho sustentado dos países neste tema com o apoio da OPAS e do PNUMA culmina no mandato que emana da III Cúpula das Américas em abril de 2001: Solicitar ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e à Organização Pan- Americana da Saúde (OPAS) que apóiem a realização de um encontro regional entre os Ministros de Meio Ambiente e Saúde, com o fim de avaliar o progresso alcançado, identificar áreas prioritárias que possam receber ênfase continuamente e iniciativas de cooperação, bem como para buscar formas que ajudem o progresso nas Américas e no nível mundial, de modo a contribuir com a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002, reconhecendo os vínculos entre os setores da saúde e meio ambiente (Item Nº 9 do Plano de Ação de Québec: Meio Ambiente e Gestão de recursos). 19. A segunda Reunião de Ministros da Saúde e Meio Ambiente das Américas, realizada em março de 2002 em Ottawa, Canadá, foi presidida por Environmental Canada e Health Canadá e teve os seguintes objetivos: Construir pontes entre os setores da saúde e meio ambiente para abordar temas comuns. Fortalecer a capacidade dos países do hemisfério para responder com eficiência aos temas de saúde e meio ambiente. Estabelecer mecanismos de acompanhamento para responder aos problemas de saúde e meio ambiente nas Américas.

Página 7 Contribuir, segundo seja apropriado, para a Cúpula da Terra em Johannesburgo. 20. A partir dos compromissos emanados da Reunião de Ministros da Saúde e Meio Ambiente das Américas se instalou um grupo de trabalho (em Montreal, Canadá, em 22 e 23 de maio de 2002) sob a coordenação do Canadá, com a Co-Presidência de Health Canada e Environmental Canada, e o apoio da OPAS, PNUMA e OEA. O grupo de trabalho se reuniu com representantes dos ministérios da saúde e meio ambiente das 5 sub-regiões (América do Norte, América Central, Caribe, Região Andina e Cone Sul) e trabalhou na preparação da agenda para a III Reunião de Ministros de Saúde e Meio Ambiente das Américas. 21. Em 17 de junho realizou-se a Reunião de Ministros da Saúde e Meio Ambiente em resposta aos desafios da Cúpula das Américas na Agenda Interamericana e em 18 de junho realizou-se una Reunião Interministerial sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em Saúde e Meio Ambiente em resposta à agenda global das Nações Unidas. 22. Juntamente com o IDRC, o PNUMA e a OEA, através de seu Departamento de Desenvolvimento Sustentável realizou-se um seminário sobre eco-saúde no qual a OPAS apresentou o projeto Geo-Saúde realizado juntamente com o PNUMA. A OPAS organizou uma série de eventos paralelos com a OPAS, o PNUMA e a OEA sobre saúde ambiental das crianças, o manejo de substâncias químicas e seus efeitos na saúde, recursos hídricos e resíduos sólidos e a aliança estratégica com os outros ministérios para avançar nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. 23. A reunião realizada em 17 de junho contou com a assistência de 16 Ministros da Saúde e Meio Ambiente das Américas e 8 representantes dos Ministros. O Diretor Geral da OMS, Lee Jong-Wook, a Diretora da OPAS, o Diretor Regional do PNUMA, o Diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da OEA, o Diretor do IDRC do Canadá, representantes da sociedade civil; para fortalecer a aliança estratégica com os outros setores, assistiram o Vice-Ministro de Trabalho de El Salvador em representação do Presidente Pro-Tempore da XIII Conferência Interamericana de Trabalho da OEA e a Ministra de Granada em representação da Presidente Pro-Tempore da Reunião de Ministros da Educação das Américas. 24. Entre os acordos cabe destacar: Fortalecer a agenda de cooperação tanto a nível nacional como regional; Desenvolver ferramentas e recursos para a tomada de decisões; Impulsionar a participação da sociedade civil; concentrar a cooperação regional em três temas: 1) Gestão Integrada de Recursos Hídricos e resíduos sólidos; 2) Manejo seguro de substâncias químicas; 3) Saúde Ambiental das crianças. 25. A Reunião Interministerial sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em Saúde e Meio Ambiente realizada em 18 de junho contou com a assistência de 16

Página 8 Ministros da Saúde e Meio Ambiente das Américas e 24 representantes dos Ministros, o Diretor Geral da OMS, Lee Jong-Wook, a Diretora da OPAS, o Diretor Regional do PNUMA, a Diretora Técnica da CEPAL, o Vice-Ministro do Meio Ambiente do Japão, o Diretor do IDRC do Canadá e representantes da sociedade civil. 26. Entre os acordos adotados em torno dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, do ponto de vista das implicações para a saúde, se mencionaram os seguintes: Promover a intersetorialidade entre saúde e meio ambiente e outros setores. Melhorar a equidade e estender a proteção social mediante a análise das estratégias nacionais para responder aos desafios dos ODM juntamente com o compromisso de ampliar o nível básico de atenção primária à saúde. Fomentar o incremento do investimento social em saúde. Desenvolver políticas includentes de acesso à saúde em contextos onde a informalidade, a migração e a pobreza são elementos centrais. 27. Para a Agenda Conjunta de Saúde e Meio Ambiente insistiu-se nos seguintes acordos: (a) (b) (c) (d) Fortalecer o trabalho conjunto entre Ministros da Saúde e Meio Ambiente mediante iniciativas de saúde ambiental como estratégias integrais para responder aos ODM. Elaborar e executar Planos Nacionais de Ação para o cumprimento dos ODM, especialmente no que se refere à saúde ambiental. Impulsionar a coordenação nacional e local entre os Ministros da Saúde e Meio Ambiente e incluir no diálogo as autoridades da água. Promover e fortalecer ações que contribuam para a harmonização da cooperação internacional nos temas relacionados com saúde e meio ambiente, com especial atenção na saúde ambiental das crianças e na promoção dos ODM. Mecanismos de Comunicação e interação com os Órgãos Diretores da OPAS 28. No 45º Conselho Diretor os Ministros da Saúde adotaram a decisão de que a OPAS apóie a Reunião de Ministros da Saúde e Meio Ambiente em Mar del Plata e solicitam, a fim de fortalecer a intersetorialidade, que se convidem os representantes dos ministros de trabalho e educação das Américas a Mar del Plata. Desta maneira a decisão emana dos órgãos diretores e a implementação é apoiada pela OPAS tanto na realização da Reunião em Mar del Plata como em assegurar a presença dos Ministros da Educação e Meio Ambiente.

Página 9 29. Para o 47º Conselho Diretor, se elaborou um documento informativo com os resultados da intersetorialidade para apoiar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e um painel onde o Ministro da Saúde da Argentina, na qualidade de anfitrião da Reunião de Ministros da Saúde e Meio Ambiente, compartirá os resultados e os acordos sobre o tema. Desta maneira se cumpre um mandato dos órgãos diretores e se lhes informa um ano depois. Intervenção do Comitê Executivo 30. Solicita-se que o Comitê Executivo considere que os Órgãos Diretores da OPAS poderiam adotar total ou parcialmente as declarações, decisões, recomendações, conclusões e as resoluções de fóruns intersetoriais regionais, sujeito à sua própria análise e avaliação. - - -