i) Operações de pagamento efetuadas por conta própria entre PSP ou dentro de PSP, incluindo os respetivos agentes ou sucursais;

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Transcrição:

REGULAMENTO (UE) N. º 260/2012 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de 14 de março de 2012, que estabelece requisitos técnicos e de negócio para as transferências a crédito e os débitos diretos em euros e que altera o Regulamento (CE) n. º 924/2009 O presente regulamento vem estabelecer um conjunto de regras aplicáveis às operações de transferência a crédito e de débito direto que tenham lugar no seio da União Europeia, bem como alterar, em conformidade com as novas regras por ele introduzidas, o Regulamento (CE) n. º 924/2009. 1. Âmbitos de aplicação Tal como na generalidade da normação de fonte Europeia, também no presente regulamento é possível identificar vários âmbitos de aplicação, isto é, situações que delimitam, positiva ou negativamente, o âmbito de aplicação das suas normas. 1.1. Âmbito territorial Em termos territoriais, o presente Regulamento têm o seu âmbito de aplicação circunscrito aos casos em que, alternativamente: i) O prestador de serviços de pagamento (doravante, vulgo PSP) do ordenante e o prestador de serviços de pagamento do beneficiário estejam ambos situados na União Europeia; b) O único prestador de serviços de pagamento envolvido na operação de pagamento esteja situado na União Europeia. 1.2. Âmbito material Por âmbito material deve entender-se o conjunto de operações às quais o presente regulamento é aplicável. Sistematizando, dir-se-á que estão fora do âmbito de aplicação do presente Regulamento: i) Operações de pagamento efetuadas por conta própria entre PSP ou dentro de PSP, incluindo os respetivos agentes ou sucursais; ii) Operações de pagamento processadas e liquidadas através de sistemas de pagamento de grandes transações, com exclusão das operações de débito direto para as quais o ordenante não requeira expressamente o encaminhamento através de um sistema de pagamento de grandes transações; iii) Operações de pagamento mediante cartão de pagamento ou dispositivo semelhante,

incluindo levantamentos de numerário, a menos que o cartão de pagamento ou dispositivo semelhante seja utilizado apenas para gerar a informação necessária para efetuar diretamente uma transferência a crédito ou um débito direto de ou para uma conta de pagamento identificada por um BBAN ou IBAN; iv) Operações de pagamento executadas através de dispositivos de telecomunicações, digitais ou informáticos, se essas operações de pagamento não resultarem em transferências a crédito ou em débitos diretos de ou para uma conta de pagamento identificada por um BBAN ou IBAN; v) Operações de envio de fundos na aceção do artigo 4. º, ponto 13, da Diretiva 2007/64/CE; vi) Operações de pagamento que transfiram moeda eletrónica na aceção do artigo 2. º, ponto 2, da Diretiva 2009/110/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de setembro de 2009, a menos que essas operações resultem numa transferência a crédito ou num débito direto de ou para uma conta de pagamento identificada por um BBAN ou IBAN. 2. Conteúdo normativo Uma vez assinalados os âmbitos de aplicação do presente regulamento, estamos agora em condições de proceder a uma análise do sentido normativo das principais regras por ele instituídas. Todavia, uma vez que a natureza informativa do texto que ora nos ocupa não se compadece com uma descrição exaustiva do conteúdo das novas normas regulamentares, procuraremos apenas vincar as traves mestras da disciplina que o Regulamento n. º 260/2012 foi chamado a regular. Por facilidade de exposição, iremos segmentar a sua análise em sete partes distintas. A saber: a)acessibilidade b) Interoperabilidade entre sistemas de pagamento c) Requisitos aplicáveis às operações de transferência a crédito e de débito direto d)taxa de intercâmbio para operações de débito direto e) Acessibilidade para pagamento f) Disposições transitórias g) Alteração ao Regulamento n. º 924/2009 a) Acessibilidade De acordo com o novo Regulamento n.º 260/2012, os Prestadores de serviços de pagamento de beneficiários (de transferências) que estejam disponíveis para transferências a crédito nacionais efetuadas no âmbito de um modelo de pagamento devem estar disponíveis, de acordo com as

regras de um modelo de pagamentos à escala da União, para as transferências a crédito iniciadas por ordenantes por intermédio de PSP situados em qualquer Estado-Membro. Relativamente aos débitos diretos que estejam disponíveis para os consumidores enquanto ordenantes no âmbito do um modelo de pagamentos, os PSP de ordenantes que estejam disponíveis para débitos diretos nacionais efetuados no âmbito de um modelo de pagamentos devem estar disponíveis, de acordo com as regras de um modelo de pagamentos à escala da União, para os débitos diretos iniciados por beneficiários por intermédio de PSP situados em qualquer Estado-Membro. b) Interoperabilidade entre sistemas de pagamento O presente Regulamento vem estabelecer um conjunto de condições que os modelos de pagamentos utilizados por PSP - para efetuar transferências a crédito e débitos diretos - devem observar. Assim: i) É exigida identidade entre as regras estabelecidas para as operações de transferência a crédito, tanto nacionais como transfronteiriças, efetuadas no interior da União, e as estabelecidas para as operações de débito direto, tanto nacionais como transfronteiriças, efetuadas no interior da União; ii) Os participantes no modelo de pagamentos devem representar a maioria dos PSP da maioria dos Estados-Membros e constituírem a maioria dos PSP da União tendo somente em conta os PSP que prestam, respetivamente, serviços de transferência a crédito ou serviços de débito direto. c) Requisitos aplicáveis às operações de transferência a crédito e de débito direto O legislador da União optou, neste domínio, por uma abordagem mista, combinando requisitos gerais com requisitos específicos, os primeiros aplicáveis às transferências a crédito e às transferências de débito direto, os segundos com aplicação circunscrita a cada um destes tipos de operações isoladamente considerados. Vejamos então, em primeiro lugar, em que se traduzem os requisitos gerais, ao que seguirá a análise do conteúdo dos requisitos ditos específicos. Requisitos gerais: Os PSP devem efetuar as operações de transferência a crédito e de débito direto de acordo com os seguintes requisitos: i) Deve sempre utilizar-se o IBAN como identificador de conta.

ii) Quando transmitirem operações de pagamento para outro PSP ou através de um sistema de pagamentos de retalho, os PSP devem utilizar formatos de mensagem que respeitem a norma de formato ISO 20022 XMI. iii) Assegurar que os utilizadores do serviço de pagamento (na qualidade de ordenantes ou de beneficiários) utilizem o IBAN para a identificação das contas de pagamento. Isto, quer o PSP do ordenante e o PSP do beneficiário, ou o PSP único que intervém na operação de pagamento, estejam situados no mesmo Estado-Membro ou em diferentes Estados-Membros; iv) Assegurar que se utilizem formatos de mensagem que respeitem a norma de formato ISO 20022 XMI nos casos em que um utilizador do serviço de pagamento - que não seja um consumidor ou uma microempresa - inicie ou receba transferências a crédito individuais ou débitos diretos individuais que não sejam transmitidos individualmente, mas agrupados para efeitos de transmissão. Requisitos específicos: Sem prejuízo das obrigações eventualmente previstas na legislação nacional de transposição da Diretiva 95/46/CE, os PSP devem efetuar transferências a crédito de acordo com os seguintes requisitos: O PSP do ordenante deve: i) assegurar que o ordenante forneça os seguintes dados: nome do ordenante e/ou IBAN da conta de pagamento do ordenante; montante da transferência a crédito; o IBAN da conta de pagamento do beneficiário; se disponível, o nome do beneficiário; eventualmente, os dados do envio. ii) fornecer ao PSP do beneficiário os seguintes dados: nome do ordenante; IBAN da conta de pagamento do ordenante; montante da transferência a crédito; o IBAN da conta de pagamento do beneficiário; eventualmente, os dados do envio; eventualmente, o código de identificação do beneficiário; o nome da eventual entidade referência do beneficiário; eventualmente, a finalidade da transferência a crédito; eventualmente, a categoria da finalidade da transferência a crédito. O PSP do beneficiário deve fornecer ou disponibilizar ao beneficiário os seguintes dados: o nome do ordenante; o montante da transferência a crédito; eventualmente, os dados do envio. Sem prejuízo das obrigações eventualmente previstas na legislação nacional de transposição da Diretiva 95/46/CE, os PSP devem efetuar débitos diretos de acordo com os seguintes requisitos:

O PSP do beneficiário deve assegurar que: i) o beneficiário forneça, aquando do primeiro débito direto ou de um débito direto pontual, e aquando de cada operação de pagamento subsequente, os seguintes dados: o tipo de débito direto; o nome do beneficiário; o IBAN da conta de pagamento do beneficiário a creditar para efeitos de cobrança; se disponível, o nome do ordenante; o IBAN da conta de pagamento do ordenante a debitar para efeitos de cobrança, a referência única do mandato; caso o mandato do ordenante seja concedido após 31 de março de 2012, a data em que foi assinado; o montante da cobrança; caso o mandato tenha sido retomado por um beneficiário diferente daquele que o subscreveu, a referência única do mandato, dada pelo beneficiário que o subscreveu inicialmente; o identificador do beneficiário; caso o mandato tenha sido retomado por um beneficiário diferente daquele que o subscreveu, o identificador do beneficiário que o subscreveu inicialmente; eventualmente, os dados de envio do beneficiário ao ordenante; eventualmente, a finalidade da cobrança; eventualmente, a categoria da finalidade da cobrança; ii) o ordenante dê o seu consentimento tanto ao beneficiário como ao PSP do ordenante (diretamente, ou indiretamente, por intermédio do beneficiário); os mandatos, juntamente com as alterações posteriores ou o cancelamento, são armazenados pelo beneficiário ou por terceiros em nome do beneficiário e o beneficiário deve ser informado desta obrigação pelo seu PSP. iii) fornecer ao PSP do ordenante os seguintes dados: o BIC (código de identificação de empresa que identifica inequivocamente um PSP) do PSP do beneficiário (salvo acordo em contrário dos PSP envolvidos na operação de pagamento);o BIC do PSP do ordenante (salvo acordo em contrário dos PSP envolvidos na operação de pagamento); o nome da entidade-referência do ordenante (se presente no mandato eletrónico); o código de identificação da entidade-referência do ordenante (se presente no mandato eletrónico); o nome da entidade-referência do beneficiário (se presente no mandato eletrónico); o código de identificação da entidade-referência do beneficiário (se presente no mandato eletrónico); o código de identificação do modelo de pagamentos; a data de liquidação da cobrança; a referência do PSP do beneficiário para efeitos de cobrança. O PSP do ordenante, por sua vez, deve fornecer ou disponibilizar ao ordenante os seguintes dados: a referência única do mandato; o identificador do beneficiário; o nome do beneficiário; o montante da cobrança; eventualmente, os dados do envio; o código de identificação do modelo

de pagamentos. Por outro lado, salvo nos casos em que nem o ordenante nem o beneficiário sejam consumidores, aos ordenantes é assegurado o direito a dar instruções ao seu PSP no sentido de que: i) limite as cobranças de débitos diretos a um determinado montante ou periodicidade, ou ambos; ii) caso o mandato do modelo de pagamentos não preveja o direito ao reembolso, para que verifique cada operação de débito direto com base nas informações relativas ao mandato e confira se o montante e a periodicidade da operação de débito direto transmitida é igual ao montante e à periodicidade acordados no mandato antes de debitar a sua conta de pagamento. iii) bloqueie todos os débitos diretos na sua conta de pagamento (do ordenante); bloqueie todos os débitos diretos iniciados por um ou mais beneficiários concretos ou autorize somente os débitos diretos iniciados por um ou mais beneficiários concretos. Note-se que os PSP têm o dever de informar os ordenantes sobre estes direitos. Por último, cumpre frisar que, a partir de 1 de Fevereiro de 2014, as operações de transferência a crédito e de débito direto deverão ser efetuadas de acordo com todo o elenco de requisitos técnicos supra exposto. Todavia, relativamente às operações de pagamento nacionais, um Estado-Membro ou, com a aprovação do Estado-Membro em causa, os PSP de um Estado- Membro podem, após terem em conta e avaliarem o estado de preparação dos respetivos cidadãos, fixar datas anteriores a 1 de Fevereiro de 2014. d) Taxa de intercâmbio para operações de débito direto Por força do presente Regulamento não será aplicável qualquer MIF (taxa de intercâmbio multilateral que é objeto de acordo entre três ou mais PSP) por operações de débito direto ou outra remuneração acordada que tenha objeto ou efeito equivalente. Todavia, às operações de pagamento que não possam ser corretamente executadas por um PSP ou que resultem no processamento de exceções - nomeadamente por motivo de falta de fundos, revogação, montante ou data incorretos, falta de mandato ou conta de pagamentos incorreta ou encerrada - poderá, em certas condições, ser aplicada uma MIF. e) Acessibilidade para pagamento Os ordenantes que efetuem transferências a crédito para beneficiários titulares de contas de pagamento situadas na União não podem especificar o Estado-Membro em que essas contas de pagamento devam ser localizadas, desde que as mesmas sejam acessíveis (sobre esta

acessibilidade, cf. supra, alínea - a)) De igual modo, também os beneficiários que aceitem transferências a crédito ou utilizem débitos diretos para a cobrança de fundos junto de ordenantes titulares de contas de pagamento situadas na União não podem especificar o Estado-Membro em que essas contas de pagamento devam ser localizadas, desde que as mesmas sejam acessíveis (sobre esta acessibilidade, cf. supra, alínea - a)). f) Disposições transitórias Sob a epígrafe disposições transitórias, o artigo 16.º do Regulamento N. º 260/2012 prevê uma miríade de balizas temporais dentro das quais o seu regime poderá não ser aplicado. Do conjunto de situações previstas naquele inciso legal parece-nos, no essencial, de reter as que se seguem: i) Desde que a interoperabilidade seja assegurada pela conversão técnica e segura do BBAN do ordenante e do BBAN do beneficiário nos respetivos identificadores de contas de pagamento, os Estados-Membros podem autorizar que, até 1 de fevereiro de 2016, os PSP forneçam aos PSU serviços de conversão nas ope rações de pagamento nacionais, permitindo que os PSU que sejam consumidores continuem a utilizar o BBAN em vez do IBAN. ii) No que toca às operações de transferência a crédito ou de débito direto cuja quota de mercado cumulativa - com base nas estatísticas oficiais de pagamentos publicadas anualmente pelo BCE -seja inferior a 10 %, respetivamente, do número total de operações de transferência a crédito ou de débito direto desse Estado-Membro, os Estados-Membros podem permitir que, até 1 de fevereiro de 2016, as suas autoridades competentes derroguem todos ou parte dos requisitos aplicáveis às operações de transferência a crédito e de débito direto. iii) No que respeita às operações de pagamento geradas através da utilização de um cartão de pagamento no terminal de pagamento automático que resultem em débitos diretos para ou a partir de uma conta de pagamentos identificada por um BBAN ou IBAN, os Estados-Membros podem permitir que, até 1 de fevereiro de 2016, as suas autoridades competentes derroguem todos ou parte dos requisitos aplicáveis às operações de transferência a crédito e de débito direto. iv) Relativamente aos utilizadores de serviços de pagamento que iniciem ou recebam transferências a crédito individuais ou débitos diretos individuais agrupados para efeitos de transmissão, os Estados-Membros podem permitir que, até 1 de fevereiro de 2016, as suas autoridades competentes derroguem o requisito específico relativo à utilização dos

formatos de mensagem. Note-se que, caso um Estado Membro tencione fazer uso de qualquer das derrogações supra referenciadas deverá notificar desse facto a Comissão até 1 de fevereiro de 2013 e autorizar, subsequentemente a sua autoridade competente a derrogar, consoante os casos, em parte ou na totalidade os requisitos em crise. g) Alteração ao Regulamento n. º 924/2009 Como já foi supra referenciado, o presente Regulamento procedeu, em conformidade com as regras por ele introduzidas, à alteração parcial do Regulamento n. º 924/2009. Tendo em conta, por um lado, a minúcia das alterações introduzidas, por outro o seu pequeno número, valerá a pena transcrever as normas alteradas já com a sua nova redação. Assim: i) No artigo 2.º, o ponto 10 passa a ter a seguinte redação: 10. Fundos, notas de banco e moedas, moeda escritural e moeda eletrónica, na aceção do artigo 2. o, n. o 2, da Diretiva 2009/110/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de setembro de 2009, relativa ao acesso à atividade das instituições de moeda eletrónica, ao seu exercício e à sua supervisão prudencial. ii) No artigo 3. º, o n. º 1 passa a ter a seguinte redação: 1. Os encargos cobrados por um prestador de serviços de pagamento a um utilizador de serviços de pagamento por pagamentos transfronteiriços devem ser os mesmos que os encargos cobrados por esse prestador de serviços de pagamento aos utilizadores de serviços de pagamento por pagamentos nacionais equivalentes do mesmo valor e na mesma moeda. iii) O artigo 4.º é alterado do seguinte modo: a) É suprimido o n.º 2; b) O n. º 3 passa a ter a seguinte redação: 3. Os prestadores de serviços de pagamento podem cobrar encargos adicionais aos cobrados nos termos do artigo 3. o, n. o 1, aos utilizadores de serviços de pagamento caso estes deem instruções ao prestador do serviço de pagamento para executar a operação de pagamento transfronteiriça sem comunicar o IBAN e, se for o caso e de acordo com o Regulamento (UE) n. o 260/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 março 2012, que estabelece requisitos técnicos e de negócio para as transferências a crédito e os débitos diretos em euros e que altera o Regulamento (CE) n. o 924/2009 (*), o BIC da conta de

pagamento no outro Estado-Membro. Estes encargos devem ser adequados e corresponder aos custos. Devem ser acordados entre o prestador e o utilizador do serviço de pagamento. Os prestadores de serviços de pagamento devem informar os utilizadores desses serviços do montante dos encargos adicionais em tempo útil antes de os utilizadores de serviços de pagamento ficarem vinculados pelo referido acordo. iv) No artigo 5. º, o n. º 1 passa a ter a seguinte redação: 1. Com efeitos a partir de 1 de fevereiro de 2016, os Estados-Membros devem suprimir as obrigações nacionais de declaração baseadas na liquidação impostas aos prestadores de serviços de pagamento para efeitos de estatísticas da balança de pagamentos relacionadas com operações de pagamento dos seus clientes. v) O artigo 7.º é alterado do seguinte modo: a) No n. º 1, a data de 1 de novembro de 2012» é substituída por 1 de fevereiro de 2017 ; b) No n. º 2, a data de 1 de novembro de 2012 é substituída por 1 de fevereiro de 2017 ; c) No n. º 3, a data de 1 de novembro de 2012 é substituída por 1 de fevereiro de 2017. vi) Por último, é suprimido o artigo 8.º. O presente regulamento entrou em vigor no dia 31 de Março de 2012.