GLOOB ERA UMA VEZ... As histórias que contamos às crianças influenciam a forma como elas enxergam o mundo e se relacionam com a coletividade.
As ações colaborativas têm uma essência comum, independentemente do contexto: elas são caracterizadas por objetivos compartilhados, simetria de estrutura, alto grau de negociação, interatividade e interdependência. É possível dizer, portanto, que esses cinco valores são a base de todos os processos colaborativos e que a promoção deles tem o potencial de contribuir para uma sociedade mais empática e colaborativa. Mas será que estamos realmente atentos ao que esses valores representam em nosso dia a dia? Era uma Vez convida você a entender as raízes da colaboração por meio da reflexão sobre algumas das histórias infantis que crescemos ouvindo.
Histórias são um meio importante para nos relacionarmos socialmente. Através delas, circulam valores, comportamentos, formas de agir e de pensar. Por isso, repensar nossas narrativas também é repensar a forma como nos relacionamos com as crianças. Quais histórias estamos contando? Será que, ao invés de repetirmos o que crescemos ouvindo, podemos colaborar para que elas escrevam as suas próprias histórias? Primeiramente, precisamos entender o que é colaboração O engajamento mútuo de participantes em um esforço coordenado para solucionarem juntos um problema, ou seja, AGIR JUNTOS! E para que a COLABORAÇÃO aconteça, 5 valores são essenciais:
1. simetria agir de igual para igual Na vida real significa: Ajudar a criança a agir no mundo. No lugar de relações demarcadas entre fortes e fracos, opressores e oprimidos, relações que prezam por igualdade, autonomia e cooperação.
87% das crianças preferem brincar acompanhadas e pela simetria geral, com seus pares 73% preferem brincar com outras crianças mas, no dia a dia, 35% brincam sozinhas
2. interação fazer junto Na vida real significa: Dar espaços e ferramentas para que as crianças possam interagir. Possibilidades de comunicação e colaboração em que as próprias crianças estabelecem uma forma de operar, ajudar os amigos e normalizar situações que, às vezes, escapa ao olhar adulto. O mundo virtual também é potente na interação, sendo cada vez mais estimulado e querido pelas crianças.
71% citam tablet ou celular como brinquedo preferido Mas o brincar analógico não fica para trás: 98% citam alguma brincadeira analógica entre as favoritas.
3. negociação abraçar o diferente Na vida real significa: Quando um se coloca no lugar do outro, vê que ele também tem valor e pode negociar. Acessar espaços que promovam o encontro de diferentes visões de mundo de forma empática a partir do entendimento mútuo, entre as crianças, do ponto de vista umas das outras.
Quando surgem conflitos durante a brincadeira: 50% das crianças pedem ajuda dos pais 25% param de brincar 25% resolvem sozinhas
4. motivação buscar o que nos move Na vida real significa: Motivação extrínseca versus Motivação intrínseca A satisfação com a experiência pelo valor da própria experiência, e não somente pelas possíveis recompensas fazer o que se gosta pode render histórias bem diferentes. Essa força pode vir de fora (extrínseca) ou de dentro (intrínseca), mas é mais forte quando vem de dentro.
Para motivar, é preciso contar histórias para todas as crianças se identificarem. Não podemos ser o que não vemos e o que não conhecemos.
5. interdependência entender que todos são importantes Na vida real significa: Menos hierarquia, mais interdependência. As habilidades de todos são importantes e todas as partes importam na criação conjunta se todos contribuem, adultos e crianças, o resultado final será positivo.
Todos juntos somos fortes, somos flecha e somos arco, todos nós no mesmo barco, não há nada pra temer. Os Saltimbancos
A PARTIR DA COLABORAÇÃO E DA ATENÇÃO ÀS NARRATIVAS QUE ESTÃO CHEGANDO ÀS CRIANÇAS, É POSSÍVEL QUE ELAS CRIEM UMA REALIDADE DIFERENTE, TANTO NO PRESENTE QUANTO NAS PROJEÇÕES E SONHOS PARA O FUTURO, TUDO A PARTIR DA LIBERDADE ILIMITADA DE SUAS PRÓPRIAS IMAGINAÇÕES. gente.globosat.com.br/era-uma-vez FONTES: INESPLORATO + QUANTAS, 2018