Assunto: Posição do SNESup sobre o Projeto de Regulamento de Prestação de Serviço dos Docentes da Universidade de Coimbra. Pedido de Reunião.

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Transcrição:

Exmo. Senhor Professor Doutor Luís Filipe Menezes Vice-Reitor da Universidade de Coimbra N/Refª:Dir:AV/0444/16 17-06-2016 Assunto: Posição do SNESup sobre o Projeto de Regulamento de Prestação de Serviço dos Docentes da Universidade de Coimbra. Pedido de Reunião. Vem o Sindicato Nacional do Ensino Superior (associação sindical de docentes e investigadores), abreviadamente designado por SNESup, em resposta à V. comunicação relativa ao assunto em epígrafe datada de 20/05/2016, apresentar um conjunto de comentários e propostas de alteração ao articulado do projeto de Regulamento de Prestação de Serviço dos Docentes da Universidade de Coimbra (RPSD-UC). Solicitamos desde já o agendamento de uma reunião com V. Exa.de caracter negocial sobre a matéria em apreço uma vez que a mesma está, por força da Lei, obrigada a ser negociada com as organizações sindicais. Destacamos desde já que na comparação entre a versão do projeto de Regulamento em apreço e a versão anterior existem diversas alterações. Salvo o devido respeito, algumas ilegalidades mantêmse e outras até despontam agora conforme se explanará em seguida, enfermidades estas que é necessário suprimir em respeito pela Lei e pelo Estatuto. Apresentamos em seguida um conjunto de considerações e propostas de alteração ao articulado do projeto de Regulamento (a negrito) com as respetivas justificações. Artigo 4.º Funções dos docentes O previsto no Artigo 4.º é uma norma geral, diferente da constante na anterior proposta. A norma em causa só será legal se e na medida em que os Artigos 27.º, 28.º, 29.º, 30.º, 36.º, 37.º, 38.º e 39.º o sejam. Se se trata de deveres legais e só estes podem estar no Regulamento porquê repeti-los? Julgamos que não faz sentido e haverá assim que corrigir em conformidade.

Artigo 5.º Professores jubilados, aposentados e reformados Salvo o devido respeito, este Artigo 5.º é inútil. Ademais, viola o Artigo 83.º do Estatuto da Carreira Docente Universitária (ECDU), porquanto utiliza a expressão designadamente quando o Artigo 83.º refere, em concreto, as funções que os professores aposentados, reformados ou jubilados podem ou não desempenhar. Na verdade, as normas/regras previstas nesta matéria são imperativas não podendo o Regulamento utilizar a expressão designadamente. Sugerimos, por estes motivos, a sua eliminação. Artigo 6.º Direitos dos docentes Os direitos dos docentes são os previstos na Lei. Estes tipos de normas são irrelevantes se se limitam a reproduzir o Estatuto ou, como é o caso, são redutoras senão mesmo ilegais. Ainda se poderia argumentar que o Regulamento poderia alargar esses direitos e como tal tratar-se de tratamento mais favorável, contudo, não é o caso. Com efeito, a norma refere Direitos dos Docentes, no entanto, é utilizada para limitar esses direitos. Como? Introduzindo a referência a tendo em consideração as necessidades e as opções estratégicas da UC e da Unidade Orgânica onde exerçam funções. Ou, por exemplo, afirmar-se que os docentes podem dispor da propriedade intelectual ou industrial Contudo, depois acrescenta-se de acordo com a lei aplicável e os regulamentos vigentes, sobre esta matéria, na UC. Deverá assim ser reformulado este Artigo devendo, no mínimo, ser eliminadas as expressões anteriormente referidas e que limitam de forma inadmissível os direitos dos docentes. Por outro lado seria ainda desejável, reforçar um conjunto de direitos que nos parecem elementares. Sugerimos os seguintes: e) A igualdade de oportunidades de acesso à participação em júris de provas para a obtenção de graus e títulos académicos; f) Usufruir de condições materiais e humanas necessárias ao bom desempenho da prestação de serviço, nomeadamente de lecionação e de investigação, a assegurar pela Universidade; g) Dispor de tempo efetivo para a realização de investigação de qualidade; h) Dispor de tempo para a família, não lecionando após as 22 horas, e, em caso de atribuição de serviço docente noturno não iniciando nenhuma atividade presencial antes das 10 horas; i) Dispor de um intervalo de 15 dias entre o termo das avaliações do primeiro semestre e o início do segundo, de forma a ser possível a preparação adequada e atempada do segundo semestre. Artigo 7.º Deveres dos docentes Também salvo o devido respeito, a norma afigurasse-nos redutora porquanto os deveres dos docentes são os previstos no Estatuto e na Lei Geral e não propriamente a concretização da missão da UC. Sugerimos assim no n.º 1: - eliminar a alínea a); - aditar na alínea c) desde que regular e legalmente sustentadas ; - eliminar na alínea e) a expressão interessadamente ; - eliminar na alínea f) a expressão permanentemente ; - eliminar na alínea h) a expressão ativamente ; E aditar na alínea b) do n.º 2 desde que regular e legalmente sustentadas. 2

Artigo 8.º Regimes de prestação de serviço Salvo o devido respeito, este preceito também é inútil, uma vez que esta matéria se encontra prevista nos Estatutos. São normas imperativas insertas no ECDU. Sugerimos a sua eliminação. Artigo 9.º Dedicação exclusiva Este preceito também é, em nossa opinião, inútil. Ademais identificamos a introdução de alterações que se nos afiguram ilegais. Assim, o n.º 3 deste Artigo 9.º é ilegal por violação do n.º 3 do Artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 145/87, de 24 de março, que dispõe que o acesso ao regime previsto nos artigos precedentes será efectivado a partir do dia 1 do mês seguinte ao da entrega da declaração referida no número anterior ou, no caso de se tratar de situação de ingresso na carreira, a partir da data do início efectivo de funções. De facto, não se vislumbra que a UC possa introduzir no Regulamento a expressão ( ) bem como a manutenção no regime de tempo integral durante, pelo menos, um ano.. Há assim a necessidade de suprimir o previsto no n.º 3 do Artigo 9.º. Artigo 11.º Tempo parcial Este artigo afigura-se-nos genérico e, aliás, perigoso, porquanto bem se sabe como foi esta matéria regulada no, em nosso entender, ilegal Despacho n.º 86/2016, de 22 de abril, sendo que, neste Despacho se refere que o mesmo se tornou necessário por ainda não existir o Regulamento de Prestação de Serviço Docente. No entanto, é omisso sobre a distribuição do número de horas para cada uma das vertentes o que vai certamente conduzir a discricionariedade. Este assunto é, depois, ainda assim retomado no Artigo 33.º do Regulamento que padece de ilegalidades graves como veremos mais adiante. Sugerimos assim uma profunda reformulação, de acordo com a Lei e os Estatutos, da norma em causa. Artigo 12.º Transição entre regimes O n.º 3 deste Artigo 12.º viola os n.ºs 2 e 3 do Artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 145/87, de 24 de março. Deve assim ser eliminado o n.º 3 ou corrigido em conformidade com as referidas disposições. No estrito respeito pela Lei, o n.º 6 deverá ter a seguinte redação: A alteração de regime referida no número anterior deverá ser formalizada por escrito, em adenda ao contrato, cuja alteração é da responsabilidade dos serviços. Artigo 14.º Férias O n.º 1 deste Artigo 14.º é uma norma de legalidade duvidosa. A redação do Artigo 76.º do ECDU refere sem prejuízo das tarefas que forem organizadas durante esse período. Ora no Regulamento altera-se para devendo esses dias ser gozados, em regra, nos períodos de férias escolares. São redações completamente diferentes. Importa por isso rever e corrigir este Artigo para que o mesmo respeite o disposto no ECDU. 3

Artigo 15.º Faltas Temos dúvidas sérias sobre a legalidade do n.º 7, uma vez que as normas da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LGTFP) em matéria de faltas são imperativas. E está-se a regular a prestação de serviço docente e não as faltas ao trabalho. As faltas são as previstas na Lei e não podem ser criadas por Regulamento. Deverá assim ser eliminado o n.º 7. Artigo 16.º Licença sabática O n.º 1 deste Artigo 16.º faz exigências que não estão contempladas no n.º 1 do Artigo 77.º do ECDU, sendo por isso ilegal. Devem assim ser expurgadas tais exigências deste n.º 1 em cabal respeito pelo ECDU. O n.º 7 do Artigo 16.º também é ilegal na medida em que no n.º 4 do Artigo 77.º do ECDU, que configura norma imperativa, não refere que o Conselho Científico tem de aprovar, mas sim que o resultado tem lhe ser apresentado. Há também aqui que repor a legalidade neste n.º 7 cumprindo estritamente o disposto no ECDU. Artigo 23.º Deveres do equiparado a bolseiro Esta é também uma norma que se nos afigura ilegal porquanto se trata de consequência gravosa para o mero atraso na entrega do relatório de atividades a imposição do dever de indemnizar a UC viola, entre outras disposições legais, o princípio da proporcionalidade. Deve assim ser revista e alterada esta norma em conformidade com a lei, com o bom senso e, em especial o princípio da proporcionalidade. Artigo 25.º Autorização e publicitação Há que notar que nunca são indicados prazos para as decisões a tomar pela UC. Sendo certo que terá aqui aplicação supletiva o Código do Procedimento Administrativo (CPA), a verdade é que, por exemplo, o prazo de 90 dias úteis, previsto no Artigo 128.º do CPA, para a conclusão dos procedimentos se nos afigura, neste caso concreto, muito longo, devendo definir-se prazos mais curtos. Artigo 26.º Vertentes Em nosso entender viola-se no n.º 2 deste Artigo os n.ºs 1 e 2 do Artigo 8.º do ECDU na medida em que os mesmos dispõem que 1 Os professores visitantes e os professores convidados desempenham as funções correspondentes às da categoria a que foram equiparados por via contratual.2 Aos assistentes convidados é atribuído o exercício das funções dos docentes sob a orientação de um professor. Assim, o n.º 2 deste Artigo 26.º afigura-se-nos redutor e até mesmo ilegal pelo que deverá ser eliminado. 4

Artigo 33.º Distribuição do serviço docente Entendemos, em respeito cabal pela Lei e considerando os prazos previstos para a avaliação de desempenho dos docentes, que deveria ser aditado no n.º 2 deste Artigo 33.º a seguinte expressão: a compensar num prazo máximo de 3 anos letivos. O n.º 4 deste Artigo 33.º configura, em nosso entender, norma ilegal pelos motivos já vertidos na análise ao Despacho n.º 86/2016, de 22 de abril. É absurdo fixar para os docentes especialmente contratados a tempo parcial como número máximo de horas semanais para o serviço docente 18 horas e média semanal de 12 horas. Isto porque o tempo integral corresponde a serviço docente semanal entre 6 e 9 horas! Trata-se de norma ilegal e abusiva. Deve assim ser corrigido este n.º 4 em estrito respeito pelo estatuído no ECDU. Ficamos a aguardar o agendamento da reunião solicitada com vista a poder dar cumprimento à devida negociação sobre a matéria vertida no projeto de Regulamento em apreço. Com os melhores cumprimentos, A DIREÇÃO Professor Doutor António Vicente Presidente da Direção 5