COMISSÃO EUROPEIA DIREÇÃO-GERAL DAS REDES DE COMUNICAÇÃO, CONTEÚDOS E TECNOLOGIAS. Bruxelas, 28 de março de 2018 Rev1 AVISO ÀS PARTES INTERESSADAS

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Transcrição:

COMISSÃO EUROPEIA DIREÇÃO-GERAL DAS REDES DE COMUNICAÇÃO, CONTEÚDOS E TECNOLOGIAS Bruxelas, 28 de março de 2018 Rev1 AVISO ÀS PARTES INTERESSADAS SAÍDA DO REINO UNIDO E NORMAS DA UE NO DOMÍNIO DOS DIREITOS DE AUTOR Em 29 de março de 2017, o Reino Unido notificou a sua intenção de se retirar da União, de acordo com o disposto no artigo 50.º do Tratado da União Europeia. Significa isto que, salvo ratificação de um acordo de saída 1 que estabeleça outra data, todo o direito da União, primário e derivado, deixará de ser aplicável ao Reino Unido a partir das 00h00 (CET - hora da Europa Central) de 30 de março de 2019 («data de saída») 2. A partir desse momento, o Reino Unido passará a ser um «país terceiro» 3. A preparação da saída do Reino Unido não diz respeito apenas à UE e às autoridades nacionais, mas também aos privados. Tendo em conta consideráveis grande número de incertezas, nomeadamente quanto ao teor de um eventual acordo de saída, chama-se a atenção das pessoas interessadas para as consequências jurídicas a ter em conta quando o Reino Unido passar a ser um país terceiro. Sob reserva de disposições transitórias que possam constar de um eventual acordo de saída, as normas da UE em matéria de direitos de autor deixarão de ser aplicáveis ao Reino Unido a partir da data de saída. 1. AS RELAÇÕES UE-REINO UNIDO NO DOMÍNIO DOS DIREITOS DE AUTOR PASSARÃO A REGER-SE PELOS PRINCIPAIS TRATADOS INTERNACIONAIS (MULTILATERAIS) NESSA MATÉRIA O Reino Unido e a UE são Partes Contratantes de muitos dos principais tratados internacionais (multilaterais) em matéria de direitos de autor, como o Tratado sobre o Direito de Autor (TDA), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o Tratado sobre Prestações e Fonogramas, da OMPI 4, e o Acordo sobre os Aspetos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados com o Comércio (TRIPS) 5,6. 1 2 3 4 5 Estão em curso negociações com o Reino Unido com vista a celebrar um acordo de saída. De observar que, ao abrigo do artigo 50.º, n.º 3, do Tratado da União Europeia, o Conselho Europeu, com o acordo do Reino Unido, pode decidir, por unanimidade, que os Tratados deixem de ser aplicáveis numa data posterior. Um país terceiro é um país que não é membro da UE. http://www.wipo.int/treaties/en/. https://www.wto.org/english/tratop_e/trips_e/trips_e.htm.

Em conformidade com o estipulado nestes acordos e, em particular, com os princípios do «tratamento nacional» e de «nação mais favorecida» dos nacionais e pessoas coletivas que cumpram os critérios de elegibilidade para proteção ao abrigo do Acordo TRIPS, o quadro internacional aplicar-se-á a partir da data de saída: à proteção dos direitos de autor e de certos direitos conexos (por exemplo, direitos exclusivos de reprodução, distribuição, aluguer, comunicação e disponibilização aos autores; e, se for caso disso, aos titulares de direitos conexos, como os produtores de fonogramas, artistas intérpretes ou executantes e organismos de radiodifusão); à duração da proteção dos direitos de autor e de certos direitos conexos; às obrigações relativas a medidas de proteção de caráter tecnológico e informações para a gestão de direitos; às bases de dados, com as exceções abaixo indicadas; aos programas de computador; às topografias de semicondutores; à aplicação efetiva dos direitos de autor (como um dos direitos de propriedade intelectual na parte 3 do Acordo TRIPS), incluindo as medidas relativas às fronteiras. Note-se que os referidos acordos internacionais multilaterais não preveem, em relação a determinados direitos e, em certos casos, a exceções ou limitações a esses direitos, o mesmo tipo ou nível de proteção que o atualmente previsto na legislação da UE em matéria de direitos de autor. Além disso, o acervo da UE prevê certas formas de lex specialis ou medidas transfronteiriças em benefício dos titulares de direitos ou operadores do mercado interno e/ou de gestão de direitos, que não têm equivalente nas convenções internacionais. Neste contexto, a saída do Reino Unido terá, em particular, as seguintes consequências no domínio dos direitos de autor e direitos conexos: 2. CONSEQUÊNCIAS ESPECÍFICAS NO DOMÍNIO DOS DIREITOS DE AUTOR Radiodifusores: A Diretiva 93/83/CEE, relativa à coordenação de determinadas disposições em matéria de direito de autor e direitos conexos aplicáveis à radiodifusão por satélite e à retransmissão por cabo 7, dispõe, nomeadamente, que o ato de comunicação ao público por satélite ocorre apenas no Estado-Membro em que os sinais de radiodifusão são introduzidos, o que localiza os atos relevantes para efeitos de licenciamento. Consequentemente, para a radiodifusão de uma obra ou de outro material, as empresas de radiodifusão apenas têm de liquidar os direitos no 6 7 O Reino Unido é também Parte na Convenção de Berna para a Proteção das Obras Literárias e Artísticas, de que a UE não é Parte. Contudo, por força do artigo 1.º, n.º 4, do TDA, a UE deve aplicar os artigos 1.º a 21.º e o Anexo da Convenção de Berna. Diretiva 93/83/CEE do Conselho, de 27 de Setembro de 1993, relativa à coordenação de determinadas disposições em matéria de direito de autor e direitos conexos aplicáveis à radiodifusão por satélite e à retransmissão por cabo (JO L 248 de 6.10.1993, p. 15). 2

Estado-Membro em que o sinal é introduzido. A partir da data de saída, na prestação de serviços de radiodifusão por satélite transnacionais aos clientes da UE, as empresas de radiodifusão no Reino Unido deixarão de beneficiar do mecanismo previsto pela diretiva e terão de liquidar os direitos em todos os Estados-Membros que o sinal atinja. De igual modo, as empresas de radiodifusão da UE deixarão de poder beneficiar do mecanismo previsto pela diretiva quando prestam serviços transfronteiras de radiodifusão por satélite a clientes no Reino Unido e terão de assegurar a liquidação dos direitos de todos os titulares de direitos em causa se pretenderem transmitir para o Reino Unido. Gestão coletiva dos direitos (direitos em linha sobre obras musicais): O artigo 30.º da Diretiva 2014/26/UE, relativa à gestão coletiva dos direitos de autor e direitos conexos e ao licenciamento multiterritorial de direitos sobre obras musicais para utilização em linha no mercado interno 8, impõe, em certos casos, a uma organização de gestão coletiva a obrigação de representar outra organização de gestão coletiva de licenças multiterritoriais (para os direitos em linha sobre obras musicais). A partir da data de saída, as organizações de gestão coletiva da UE deixarão de estar sujeitas à obrigação de representar as organizações de gestão coletiva estabelecidas no Reino Unido para efeitos de licenciamento multiterritorial, em conformidade com o artigo 30.º da Diretiva 2014/26/UE, e vice-versa. Obras órfãs: Algumas instituições culturais da UE podem beneficiar do sistema de reconhecimento mútuo de obras órfãs, ao abrigo da Diretiva 2012/28/UE, relativa a determinadas utilizações permitidas de obras órfãs 9. Este sistema permite-lhes digitalizar e tornar acessível em linha uma obra em todos os Estados-Membros, desde que seja reconhecida como obra órfã num Estado-Membro. A partir da data de saída, o mecanismo de reconhecimento mútuo estabelecido pela Diretiva 2012/28/UE deixará de ser aplicável entre o Reino Unido e a UE. Por conseguinte, à data da saída, as obras órfãs que tenham sido reconhecidas no Reino Unido deixarão de ser reconhecidas na UE ao abrigo da Diretiva 2012/28/UE, o mesmo se aplicando às obras órfãs reconhecidas na UE, dado que o sistema de reconhecimento mútuo estabelecido pela Diretiva 2012/28/UE deixará de estar disponível no Reino Unido. Consequentemente, isto significa que deixam de estar autorizadas as utilizações de obras órfãs do Reino Unido por instituições culturais da UE, permitidas ao abrigo da diretiva, nomeadamente sob forma de disponibilização em linha, e vice-versa. Acesso de pessoas cegas, com deficiência visual ou outras dificuldades de acesso a textos impressos, a obras publicadas: A Diretiva (UE) 2017/1564, relativa a determinadas utilizações permitidas de obras e outro material protegidos por direito de autor e direitos conexos em benefício das pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades de acesso a textos impressos 10, introduz uma exceção 8 9 10 Diretiva 2014/26/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativa à gestão coletiva dos direitos de autor e direitos conexos e à concessão de licenças multiterritoriais de direitos sobre obras musicais para utilização em linha no mercado interno (JO L 84 de 20.3.2014, p. 72). Diretiva 2012/28/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012, relativa a determinadas utilizações permitidas de obras órfãs (JO L 299 de 27.10.2012, p. 5). Diretiva (UE) 2017/1564 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de setembro de 2017, relativa a determinadas utilizações permitidas de determinadas obras e outro material protegidos por direito de autor e direitos conexos em benefício das pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades de acesso a textos impressos e que altera a Diretiva 2001/29/CE relativa à harmonização de certos aspetos do direito de autor 3

imperativa a favor das pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades de acesso a textos impressos e entidades autorizadas que operam em nome dessas pessoas. A diretiva dispõe ainda que essas entidades podem invocar a exceção a favor de uma pessoa beneficiária ou de outra entidade autorizada noutros Estados-Membros, e que as pessoas beneficiárias e as entidades autorizadas podem ter acesso a cópias em formato acessível junto de uma entidade autorizada estabelecida em qualquer Estado-Membro. A partir da data de saída, as pessoas no Reino Unido deixarão de poder obter cópias em formato acessível oriundas de entidades autorizadas na UE ao abrigo do enquadramento proporcionado pela Diretiva (UE) 2017/1564. De igual modo, as entidades autorizadas, bem como as pessoas beneficiárias na UE, também não poderão obter cópias em formato acessível oriundas de entidades autorizadas do Reino Unido. O intercâmbio de cópias em formato acessível entre a União e os países terceiros que ratificaram o Tratado de Marraquexe 11 rege-se pelo Regulamento (UE) 2017/1563, relativo ao intercâmbio transfronteiras, entre a União e países terceiros, de cópias em formato acessível de certas obras e outro material protegido por direitos de autor e direitos conexos em benefício das pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades de acesso a textos impressos 12. Neste contexto, importa observar que o Reino Unido não é Parte no Tratado de Marraquexe. Portabilidade dos conteúdos em linha: Nos termos do Regulamento (UE) 2017/1128 relativo à portabilidade transfronteiriça dos serviços de conteúdos em linha no mercado interno 13, considera-se que a prestação de serviços de conteúdos em linha a assinantes presentes temporariamente num Estado-Membro, bem como o acesso a esse serviço e a sua utilização pelos assinantes, ocorre exclusivamente no Estado-Membro de residência do assinante. A partir da data de saída, pessoas residentes no Reino Unido deixam de beneficiar das suas assinaturas de conteúdos digitais quando viajarem para a UE; os prestadores de serviços de conteúdos em linha estabelecidos no Reino Unido terão de cumprir as normas dos Estados-Membros da UE onde pretendam oferecer serviços aos seus assinantes, inclusivamente as respeitantes à liquidação de todos os direitos nesses Estados-Membros. Direito sobre bases de dados sui generis: O artigo 7.º da Diretiva 96/9/CE, relativa à proteção jurídica das bases de dados 14, concede, sob certas condições, proteção aos fabricantes de bases de dados dos Estados-Membros da UE («direito sobre bases de 11 12 13 14 e dos direitos conexos na sociedade da informação (JO L 242 de 20.9.2017, p. 6). Esta diretiva deve ser transposta até 11 de outubro de 2018. Tratado de Marraquexe para facilitar o acesso a obras publicadas por parte das pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades de leitura de material impresso. Regulamento (UE) 2017/1563 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de setembro de 2017, relativo ao intercâmbio transfronteiras, entre a União e países terceiros, de cópias em formato acessível de certas obras e outro material protegido por direitos de autor e direitos conexos em benefício das pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades de acesso a textos impressos (JO L 242 de 20.9.2017, p. 1). O regulamento é aplicável a partir de 12 de outubro de 2018. Regulamento (UE) 2017/1128 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de junho de 2017, relativo à portabilidade transfronteiriça dos serviços de conteúdos em linha no mercado interno (JO L 168 de 30.6.2017, p. 1). O regulamento é aplicável a partir de 1 de abril de 2018. Diretiva 96/9/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de março de 1996, relativa à proteção jurídica das bases de dados (JO L 77 de 27.3.1996, p. 20). 4

dados sui generis»). O artigo 11.º da Diretiva 96/9/CE restringe os beneficiários do direito sui generis aos fabricantes de bases de dados (ou titulares de direitos) que sejam nacionais de um Estado-Membro da UE, que tenham a sua residência habitual no território da UE ou sejam empresas/sociedades constituídas em conformidade com a legislação de um Estado-Membro da UE e que tenham a sua sede social, administração central ou estabelecimento principal na UE). A partir da data de saída, os nacionais do Reino Unido (salvo se tiverem residência habitual na UE) e empresas/sociedades constituídas em conformidade com a legislação do Reino Unido deixarão de poder manter ou obter um direito sobre bases de dados sui generis da UE 15. De igual modo, os nacionais e empresas/sociedades dos Estados-Membros da UE não poderão manter ou obter direitos sobre bases de dados sui generis do Reino Unido. O sítio Web da Comissão Europeia sobre o Mercado Único Digital contém informações gerais sobre os direitos de autor: https://ec.europa.eu/digital-single-market/en/policies/copyright. Estas páginas serão atualizadas com novas informações sempre que necessário. Comissão Europeia Direção-Geral das Redes de Comunicação, Conteúdos e Tecnologias 15 A UE está a tentar acordar soluções com o Reino Unido no âmbito do acordo de saída relativamente às bases de dados protegidas antes da data de saída. Os princípios essenciais da posição da UE em matéria de direitos de propriedade intelectual (incluindo indicações geográficas) estão enunciados no seguinte endereço: https://ec.europa.eu/commission/publications/position-paper-intellectual-property-rights-including-geographical-i ndications_pt. 5