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Transcrição:

NEWSLETTER Nº 61 / 30 de Maio 2013 Esta newsletter destina-se a ser um espaço de informação e divulgação dos Cães de Castro Laboreiro, detentores do afixo de criador "", bem como um espaço de informação e intervenção técnica relativo a esta raça canina portuguesa. Todos ao artigos publicados são da inteira e exclusiva responsabilidade dos seus autores. Dois Campeões Mundiais com o Afixo No World Dog Show 2013 (Exposição Canina Mundial 2013), realizada em Budapeste Hungria, no dia 17 de Maio de 2013, o macho CZAR DOS CAMPOS DO LIS, ganhou o título de World Winner (Campeão do Mundo) e BOB (Best On Breed Melhor da Raça) da raça do Cão de Castro Laboreiro. CZAR DOS CAMPOS DO LIS é filho dos nossos cães MARTI e RUBI DOS MONTES DE LABOREIRO A cachorra, TROIA DOS CAMPOS DO LIS, foi escolhida como Junior World Winner (Campeã Mundial Júnior) da raça do Cão de Castro Laboreiro. TROIA DOS CAMPOS DO LIS é filha dos nossos cães LIS e FLORA DOS CAMPOS DO LIS. Nesta Exposição Canina Mundial participaram cerca de 17.000 cães. O World Dog Show é uma exposição que se realiza anualmente em diversos países, sob a égide da Federação Cinológica Internacional (FCI). Trata-se da mais importante exposição canina mundial. Estes dois cães de castro laboreiro foram adquiridos e são propriedade de um cidadão da Republica Checa, o Sr. Otakar Konecny e da sua filha Andrea Konecná. 1

CZAR DOS CAMPOS DO LIS (foto cedida gentilmente por Andrea konecná) TROIA DOS CAMPOS DO LIS (foto cedida gentilmente por Andrea konecná) Estes títulos representam a consagração mundial dos cães, criados por nós, com o nosso afixo de criador, e enche-nos de orgulho e de satisfação. O mérito destes prémios deve-se não só à qualidade destes cães, mas também à persistência, trabalho e dedicação dos seus proprietários que, acreditando neles e com custos pessoais significativos, percorreram alguns países participando em múltiplas exposições caninas internacionais. 2

Como criador fico muito satisfeito por ter sido capaz de corresponder às expectativas dos seus proprietários quando os adquiriram ainda cachorros. Espero sinceramente que o Czar e a Tróia dos continuem a afirmar a sua excelência nas exposições caninas internacionais, que continuem a dar alegrias ao sr. Otakar e à sua filha Andrea, e que possam contribuir para a expansão e divulgação da raça do cão de castro laboreiro em terras estrangeiras. Rui Alberto da Costa Viveiros PORQUÊ TÃO POUCOS CÃES DE CASTRO LABOREIRO NAS EX- POSIÇÕES CANINAS? Em 2012 foi atingido o recorde absoluto do número de cães de castro laboreiro registados no Clube Português de Canicultura. Foram 231 registos oficiais. Nunca foram registados tantos cachorros desta raça em toda a sua história. Paradoxalmente, são cada vez mais raros os exemplares que participam nas exposições caninas oficiais. Porquê tal situação? Pode haver alguma explicação na crise económica que se vive em Portugal, pois os custos de participação em exposições caninas não são irrelevantes (há que considerar não só o custo da inscrição individual dos cães, mas também todos os custos inerentes à deslocação e estadia, não só dos cães como dos seus proprietários). Todavia, a crise económica não é justificação suficiente, pois noutras raças tem-se verificado precisamente o contrário, ou seja, um aumento de participação em exposições caninas. 3

No meu entender, a diminuição da participação dos cães de castro laboreiro em exposições caninas deve-se a outras razões, entre as quais saliento as seguintes: 1. Perda de poder institucional da raça na canicultura portuguesa. 2. Falta de rigor e de exigência da certificação e qualificação dos criadores e dos exemplares existentes. 3. Desvalorização da raça em termos económicos Perda de poder institucional da raça na canicultura portuguesa Os criadores da raça e os dirigentes dos clubes de raça, ao invés do que acontecia num passado relativamente recente, estão afastados dos centros nevrálgicos de decisão da canicultura portuguesa. Quais são os dirigentes do CPC, os Juízes do CPC que são criadores da raça ou estão directamente ligados à raça do cão de castro laboreiro? Muito poucos. Basta comparar o que se passa com outras raças portuguesas, como por exemplo, o Barbado da Terceira e o Cão de Gado Transmontano, para se constatarem as diferenças reais. Em 2012, a raça do cão de castro laboreiro foi a 3º raça portuguesa com mais registos no CPC (apenas ultrapassado pelo cão da serra da estrela e fila de S. Miguel), contudo tal facto não foi sequer valorizado institucionalmente ou publicamente. Na minha opinião, institucionalmente a raça do cão de castro laboreiro está numa espécie de limbo. Existe, mas pouco ou nada se dá pela sua existência. 4

Basta assistir à pouca ou nenhuma valorização dos raros exemplares da raça que aparecem nas exposições caninas oficiais. É mais fácil encontrar uma agulha no palheiro do que um exemplar da raça do cão de castro laboreiro, ser pré-seleccionado numa competição do 2º Grupo ou do Grupo das Raças Portuguesas ou até subir ao podium. E não é a falta de qualidade dos exemplares que justifica tal situação. Basta ver o que se passa nalgumas exposições internacionais, como é o caso mais recente do World Dog Show 2013. A dificuldade de articulação e concertação de decisões entre os dois clubes de raça reconhecidos (APCCL e CCCL) também fragiliza institucionalmente a raça. Na minha opinião pessoal há que alterar a situação actual e nunca é tarde demais para isso. É necessário um forte e eficaz lobby a favor da raça do cão de castro laboreiro, com incidência também a nível internacional. Sem isso o futuro da raça será problemático. A celebração do 1º centenário do Concurso Tradicional do Cão de Castro Laboreiro no próximo ano de 2014 pode ser uma oportunidade de reunir forças em prol da raça. Espero sinceramente que não seja mais uma oportunidade perdida. Falta de rigor e de exigência da certificação e qualificação dos criadores e dos exemplares existentes A situação que se vive no escasso número de criadores e de exemplares reprodutores da raça é, na minha opinião, lamentável e reflexo do anacronismo que se instalou. 5

Os criadores efectivos da raça do cão de castro laboreiro são pouco mais de uma dúzia (e estou a referir-me aos associados de ambos os clubes de raça reconhecidos pelo CPC, a APCCL e o CCCL). Navegando na internet é fácil verificar a difusão de propaganda acerca de várias linhas da raça do cão de castro laboreiro e suas pretensas qualidades, e, não obstante, haver um único estalão da raça, definido, no essencial, há 78 anos, parece haver cães de castro laboreiro para todos os gostos. Há quem invente e atribua à raça características de tipicidade que são antagónicas às do próprio do estalão da raça. Outros promovem cães de castro laboreiro, que não são bem puros, são mais ou menos castro laboreiro, mas são baratinhos. Há também quem faça deliberadamente a apologia da não participação em exposições caninas, insinuando que os exemplares que aí participam e se qualificam como campeões da raça, sejam exemplares de qualidade inferior aos que se vendem nas suas casas, mesmo que estes nunca tenham sido objecto de avaliação da sua qualidade e tipicidade em qualquer exposição canina oficial, por parte de Juízes da canicultura. Qualquer curioso ou comerciante se pode auto-intitular de criador da raça do cão de castro laboreiro que não lhe é exigida qualquer qualificação ou certificação especial para tal. Basta fazer-se sócio de um dos clubes de raça ou mesmo ser sócio do CPC, arranjar alguns exemplares registados no CPC, criar um site na internet vendendo ilusões e fantasias. Felizmente que noutras raças caninas, a situação é bem diferente. 6

Não se é criador porque se auto-intitula como tal, mas porque se cumpre e respeita um conjunto de requisitos e normas. Os cães utilizados na reprodução, só o podem ser depois de lhe atribuída a qualificação de apto para a reprodução. Mas para que sejam reconhecidos como apto para a reprodução os cães têm que respeitar requisitos de qualificação, de pedigree, de verificação das ninhadas e de confirmação do controlo das principais patologias. Infelizmente, a realidade que se vive actualmente na raça do cão de castro laboreiro está bem distante daquilo que acontece nos clubes especializados de algumas raças. Nos últimos 7-8 anos foram registados no CPC mais de 1000 cães de castro laboreiro. Destes, pouco mais de 40-50 exemplares foram expostos e avaliados nas exposições caninas oficiais. Os restantes passaram ao lado de qualquer avaliação qualitativa objectiva, sem controlo real no terreno pelas instituições caninas, não só das ninhadas, como da sua própria ascendência. Não é possível continuar com este estado de coisas, sob pena da descredibilização da própria raça do cão de castro laboreiro. Os clubes de raça e o CPC devem agir, de forma ponderada, mas enérgica, em defesa desta raça canina autóctone. Há que encontrar formas e procedimentos de qualificação dos criadores e de qualificação da aptidão para a reprodução dos exemplares registados oficialmente. Definitivamente, os cães de castro laboreiro têm que estar em conformidade com o estalão da raça, não só do ponto de vista morfológico como do seu carácter e temperamento. 7

Se o estalão actual carece de alguns ajustamentos e eu sou dos que defendem isso tendo já apresentado publicamente uma proposta global de alteração do estalão, então que se faça isso de forma equilibrada e consensual. Os cães que não respeitarem as características e tipicidade da raça devem ser considerados como não aptos para a reprodução, e proceder-se, se for necessário, à anulação e retirada dos seus LOP ou RI, e impedidos de poderem registar oficialmente qualquer descendente. Defendo convictamente que, no actual estado de coisa na raça, é preferível serem poucos, mas bons, aqueles que sejam reconhecidos e qualificados como criadores da raça do cão de castro laboreiro. No que se refere aos cães, privilegiar a qualidade em detrimento da quantidade. Desvalorização da raça em termos económicos Na minha perspectiva, e por algumas razões anteriormente referidas, a raça do cão de castro laboreiro tem-se vindo a desvalorizar do ponto de vista económico. A constatação desse facto é óbvia, numa breve consulta aos preços de venda solicitados em sites de referência na internet (OLX, Animais de Estimação, etc.). Naturalmente que alguns dos preços baixos aí solicitados ( 50, 100, etc.) respeitam a cachorros de origem e genuinidade mais do que duvidosa. Mas também é possível verificarem-se preços baixos para cães registados no CPC, situação que certamente não contribui para a valorização da raça e dos próprios criadores. Com preços tão baixos, também a qualidade não pode ser boa, e isso não é certamente bom para a raça do cão de castro laboreiro. 8

Muitas vezes os potenciais futuros proprietários de cães da raça estão mais preocupados com o preço do que com a qualidade dos cachorros, e, como diz o ditado popular quem barato compra, caro lhe sai. Acabam por pagar 100 ou 200 por um rafeiro parecido com um castro laboreiro, ou por um castro laboreiro de péssima qualidade, quando poderiam ter adoptado gratuitamente um outro cão numa associação ou canil municipal. São os paradoxos da sociedade em que vivemos, em que mais facilmente se paga 1000, 2000 ou 3000 por um cão de raça estrangeira cheios de problemas de saúde, do que 400 por um exemplar de qualidade de uma raça canina portuguesa. Como já referi anteriormente, no meu entender, há que privilegiar a qualidade em detrimento da quantidade, pelo que o momento deve ser de reduzir e qualificar a oferta dos exemplares de qualidade da raça do cão de castro Laboreiro. Quem quer comprar mau e barato, continuará a fazê-lo através dos processos habituais. Quem realmente quiser um excelente exemplar da raça do cão de castro laboreiro terá que adquiri-lo a criadores certificados e qualificados, por preços justos que valorizem a raça, os criadores e os próprios exemplares adquiridos. Em síntese, passaremos a ver mais cães de castro laboreiro e de qualidade nas exposições caninas, quando a valorização e qualificação da raça for um facto inquestionável, passando a raça a ter então naturalmente um crescente peso institucional na canicultura nacional e internacional. Rui Alberto da Costa Viveiros Termos de uso: Os conteúdos e informação disponibilizados nesta Newsletter são propriedade de Rui Viveiros. O seu download, reprodução ou reenvio, é estritamente proibido e a sua modificação não é permitida. Para remover o seu nome da nossa lista de correio, por favor comunique para: 9