Inibição in vitro de Xanthomonas campestris pv. viticola por indutores de

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Transcrição:

160 Inibição in vitro de Xanthomonas campestris pv. viticola por indutores de Inibição in vitro de Xanthomonas campestris pv. viticola por indutores de In vitro inhibition of Xanthomonas campestris pv. viticola by resistance inducers Leila Oliveira Santos 1 ; Valéria Sandra de Oliveira Costa 1 ; Elizângela Batista Freire 2 ; Diógenes da Cruz Batista 3 ; Daniel Terao 3 ; Maria Angélica Guimarães Barbosa 3. Resumo O cancro bacteriano, causado por Xanthomonas campestris pv. viticola (XCV), é um dos principais problemas fitossanitários da videira nas áreas irrigadas do Submédio São Francisco. Na busca de alternativas para o controle desta doença, têm-se realizado testes com indutores de. No entanto, é necessário conhecer os mecanismos de ação desses produtos. Com o objetivo de verificar se os indutores de estudados possuem atividade antibacteriana, foi avaliada a inibição in vitro de XCV por indutores de. Foi realizado um antibiograma com três isolados de XCV: XCV13; XCV17 e XCV46 e quatro indutores de, sendo eles: Bion, Agro-Mos, Soil-Set e Metabissulfito de sódio (ERP-20), além de oxicloreto de cobre e água destilada esterilizada que foram utilizados como padrão positivo e negativo, respectivamente. O isolado XCV46 apresentou diferença significativa quanto à sensibilidade ao cobre e apenas oxicloreto de cobre e Soil-Set inibiram significativamente o crescimento de patógeno, diferindo entre si e dos demais tratamentos (teste de Tukey,P=0,05). Palavras-chave: cancro-bacteriano, controle químico, indução de. 1 Bolsista CNPq/Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. 2 Estagiária Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. 3 Pesquisador(a) da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE. E-mail: angelica.guimaraes@cpatsa.embrapa.br.

Inibição in vitro de Xanthomonas campestris pv. viticola por indutores de 161 Introdução O cancro-bacteriano da videira, causado por Xanthomonas campestris pv. viticola (Nayudu) Dye, foi detectado em parreirais do Submédio São Francisco em 1998, em plantios da cultivar Red Globe (MALAVOLTA JÚNIOR et al., 1998). Desde o aparecimento da bactéria na região, a área plantada com Red Globe diminuiu consideravelmente. Em decorrência da expressiva incidência da doença em diversas cultivares de videira, a prática na região é concentrar a produção em apenas um ciclo, no segundo semestre, quando a ausência ou ocorrência esparsa de chuvas desfavorece a disseminação do patógeno. As informações disponíveis sobre o cancro-bacteriano são poucas, mesmo mundialmente, considerando-se que, anteriormente, essa doença foi relatada apenas na Índia, onde não causou grandes prejuízos em parreirais infectados (NAYUDU, 1972). O manejo da doença vem sendo baseado em um conjunto de práticas culturais e químicas que devem ser adotadas durante o período seco do ano (NASCIMENTO, 2000). Dentre as medidas preconizadas para o manejo da doença, está a utilização de cúpricos, no entanto, produtos químicos não são eficientes no controle do cancro-bacteriano (CHAND,1992), e diante da falta de uma cultivar resistente e de outros métodos de controle efetivos para o manejo desta doença, têm-se demandado esforços para desenvolver estratégias alternativas de controle, sendo uma delas, o uso de indutores de sistêmica adquirida (RSA). O tratamento localizado de plantas com certos químicos bióticos e abióticos pode resultar na indução local ou sistêmica de de plantas a doenças causadas por patógenos (LOON et al., 1998). A induzida por esses tratamentos é geralmente caracterizada pela redução no tamanho e/ou número de lesões que se desenvolvem após a inoculação da planta induzida com um patógeno virulento e algumas vezes, com a reação de hipersensibilidade induzida por um patógeno avirulento (BAYSAL et al., 2005). Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi verificar se os indutores de possuíam alguma atividade antibacteriana sobre X. campestris pv. viticola (XCV), tendo-se em vista a necessidade de descartar possível efeito bactericida ou bacteriostático sobre o patógeno, visto que busca-se a ação do produto apenas sobre a planta, de forma a não provocar danos ao meio ambiente nem selecionar isolados do patógeno resistentes a esses produtos.

162 Inibição in vitro de Xanthomonas campestris pv. viticola por indutores de Material e Métodos O ensaio in vitro foi realizado no Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Semiárido, Petrolina, PE pelo método de antibiograma modificado (MARIANO et al., 2005). Foram utilizados três isolados de XCV: XCV13; XCV17 e XCV46, obtidos de plantios comerciais de videira da variedade Red Globe, sendo os isolados XCV13 e XCV 17 provenientes do município de Petrolina, PE e o isolado XCV46 proveniente de Juazeiro, BA. Foi preparada uma suspensão concentrada de cada isolado e adicionados 2 ml de cada suspensão, individualmente, em Erlenmeyers contendo 200 ml de meio bacteriológico NYDA (ágar nutritivo, glicose, extrato de levedura e água) fundente. Foram testados quatro indutores de, sendo eles: Bion, Agro-Mos, Soil-Set e Metabissulfito de sódio (ERP-20). Oxicloreto de cobre e água destilada esterilizada foram utilizados como padrão positivo e negativo, respectivamente. As dosagens utilizadas dos produtos foram as recomendadas pelos fabricantes. Após solidificação do meio, foram depositados discos de papel filtro, com 6 mm de diâmetro, embebidos na solução de cada produto e um dos discos em água destilada esterilizada. As placas foram incubadas em B.O.D. (Biochemistry Oxigen Demand), na temperatura de 28 C. A avaliação foi realizada 48 horas após a incubação por meio da medição do halo de inibição, em sentidos diametralmente opostos, com o uso de régua milimetrada. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 3x6, correspondendo a três isolados bacterianos e seis tratamentos (Bion, Agro-Mos, Soil-Set Metabissulfito de sódio, Oxicloreto de cobre e água), com sete repetições. Os dados foram transformados em (x + 0,5) 1/2 e submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey (P=0,05). As análises foram realizadas com auxílio do programa SAS. Resultados e Discussão Dos produtos testados, oxicloreto de cobre e Soil-Set inibiram o crescimento de XCV in vitro, tendo sido observada interação entre os isolados e os tratamentos testados (Tabela 1). Dos isolados, apenas o XCV46 diferiu dos demais quando submetido ao tratamento com oxicloreto de cobre (Pd0,05), indicando haver diferença na sensibilidade de isolados de XCV ao cobre. Apesar de não haver nenhum produto registrado para o controle desta bactéria, é recomendada a utilização de produtos à base de cobre como medida de prevenção ao cancrobacteriano e no controle de várias doenças da videira. A diferença na

Inibição in vitro de Xanthomonas campestris pv. viticola por indutores de 163 sensibilidade de XCV ao cobre já havia sido relatada (ARAÚJO, 2001; MARQUES; FONSECA; 2005) e, segundo Cooksey (1990), o uso contínuo e, muitas vezes, indiscriminado, de compostos cúpricos na agricultura tem levado à ocorrência de bactérias fitopatogênicas ou saprofíticas resistentes ao cobre. A ausência de inibição de XCV pelo Bion, pelo Agro-Mos e pelo ERP-20 atende aos pré-requisitos dos indutores de, visto que estes produtos se caracterizam por atuar de modo semelhante ao ácido salicílico, potencializando as defesas da planta contra a chegada de um patógeno sem, no entanto, atuar diretamente sobre os microrganismos. A ação bactericida do Soil-Set deve-se, possivelmente, à presença de cobre em sua formulação. Tabela 1. Efeito de indutores de sobre o crescimento in vitro de Xanthomonas campestris pv. Viticola. 1 Halo de inibição em milímetros (mm). *Médias originais de sete repetições. Os dados foram transformados em (x+0,5) 1/2 para realização da análise de variância. Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na horizontal e minúscula na vertical não diferem entre si pelo teste de Tukey (P=0,05). Conclusões Os isolados testados apresentam diferença na sensibilidade ao cobre. O produto Soil-Set possui atividade antibacteriana. Os produtos Bion, Agro-Mos e ERP-20 podem ser utilizados como indutores de.

164 Inibição in vitro de Xanthomonas campestris pv. viticola por indutores de Agradecimentos Ao CNPq pela bolsa concedida. Referências ARAUJO, J. S. P. Perfil epidemiológico e subsídios para controle de Xanthomonas campestris pv. viticola (Nayudu) Dye, agente do cancro bacteriano da videira (Vitis vinifera L.) no Brasil. 2001. 121 f. (Doutorado em Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. BAYSAL, Ö.; TURGUT, C.; MAO, G. Acibenzolar-S-methyl induced resistance to Phytophthora capsici in pepper leaves. Biologia Plantarum, Praha, v. 49, n. 4, p. 599-604, 2005. CHAND, R. Sources of resistance to grapevine bacterial canker disease in Vitis. Indian Institute of Horticultural Research, Bangalore, v. 31, p. 83-86, 1992. COOKSEY, D. A. Genetics of bactericide resistance in plant pathogenic bacteria. Annual Review of Phytopathology, Palo Alto, v. 28, p. 201-219, 1990. LOON, L. C. van; BAKKER, P. A. H. M.; PIETERSE, C. M. J. Systemic resistance induced by rhizosphere bacteria. Annual Review of Phytopathology, Palo Alto, v. 36, p. 453-483, 1998. MALAVOLTA JUNIOR, V. A.; ALMEIDA, I. M. G.; SUGIMORI, M. H.; RIBEIRO, I. A.; RODRIGUES NETO, J.; PIRES, E. J. P.; NOGUEIRA, E. M. C. Ocorrência de Xanthomonas campestris pv. viticola em videira no Brasil. Fitopatologia Brasileira, Brasília, DF, v. 23, p. 211, 1998. MARIANO, R. L. R., ASSIS, S. M. P.; SILVEIRA, E. B; GOMES, A. M. A. Produtos biológicos e alternativos para controle de bactérias fitopatogênicas. In: MARIANO, R. L. R; SILVEIRA, E. B (Coord.) Manual de práticas em fitobacteriologia. Recife: UFRPE, 2005. p. 115-117. MARQUES, A. S. A.; FONSECA, F. C. Xylophilus ampelinus: Bactéria quarentenária com risco para a cultura da videira no Brasil. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2005. 7 p.(embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Comunicado Técnico, 133). NASCIMENTO, A. R. P. Sensibilidade in vitro de Xanthomonas campestris pv. viticola a bactericidas e fungicidas. Fitopatologia Brasileira, Brasília, DF, v. 25, p. 326-327, 2000. NAYUDU, M. V. Pseudomonas viticola sp. nov., incitant of a new bacterial disease of grape vine. Phytopathologishe Zeitschrift, Berlin, v. 73, p. 183-186,1972.