XXI CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA

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Transcrição:

XXI CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA TOPONÍMIA DA CIDADE HEROICA DE CACHOEIRA-BA: CADA NOME UMA HISTÓRIA Raquel Fontes Santana (UNEB) raquelfsantana@hotmail.com Maria da Conceição Reis Teixeira (UNEB) conceicaoreis@ig.com.br RESUMO A palavra que nomeia é também aquela que nos faz conhecer a história de um povo, que nos possibilita relembrar vivências e práticas culturais dos nossos antepassados. A nomenclatura de um lugar traz consigo histórias, recordações, no qual o espaço é simbolicamente transformado em um espaço com história. Entre as diversas áreas dos estudos lexicológicos, temos a onomástica, que estuda os nomes de lugares - objeto de estudo da toponímia, e os nomes de pessoas - objeto de estudo da antroponímia. Os estudos onomásticos nos possibilitam descobrir o significado das lexias, muitas vezes, desconhecidos ou esquecidos por uma determinada comunidade, desvendando assim a relação entre língua e cultura manifestada também no ato da nomeação. Esse trabalho tem como recorte linguístico a toponímia urbana da cidade de Cachoeira (BA), conhecida como a cidade heroica que marcou a independência do Brasil e que é considerada Monumento Nacional por sua importância histórica e seu conjunto arquitetônico. No presente texto, objetiva-se tecer considerações sobre o projeto de pesquisa em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Estudos em Linguagem da Universidade do Estado da Bahia que visa analisar os fatores linguísticos e extralinguísticos que motivaram a designação dos topônimos da cidade de Cachoeira, analisando as influências históricas e culturais que envolvem a língua e a identidade dos moradores desse município. Palavras-chave: Toponímia urbana. Cachoeira. História 1. Introdução Espaço e cultura são indissociáveis, pois toda sociedade necessita de um espaço que possa lhe servir de suporte. Enquanto sujeito sociocultural, o ser humano se compreende no lugar em que habita e, por conseguinte, pertencer a um local significa empoderá-lo, transformá-lo e humanizá-lo. Para que esse espaço seja organizado com fins de orientação e referência, é necessário atribuir-lhes nomes. Nomear lugares é um processo que adquire uma pluralidade de simbolismos e identidades corresponsáveis pelas manifestações dos costumes e práticas culturais dentro de cada época, dentro de cada agrupamento social. Quanto a isso, Teresinha Maria Gonçalves (2007) afirma que através do batismo dos nomes dos luga- Anais do XXI Congresso Nacional de Linguística e Filologia: Textos Completos, t. II 2383

res, ou seja, dos topônimos, criaram-se identidades, pertencimentos e territorialidades, que, aos poucos, foram sendo aceitas pela comunidade. Os topônimos constroem territórios e identidades. A nomenclatura de um lugar traz consigo histórias, recordações, no qual o espaço é simbolicamente transformado em um espaço com história carregado da memória dos seus habitantes. Ou seja, os topônimos são referências para a compreensão de um espaço, pois, por atrás de um nome há sempre memórias históricas. Nessa direção, Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (1990) afirma que os topônimos funcionam como instrumento de projeção temporal. Para a referida autora, os topônimos são [...] verdadeiros testemunhos históricos de fatos e ocorrências registrados nos mais diversos momentos da vida de uma população, próprio ato da nomeação: se a toponímia se situa como a crônica de um povo, gravando o presente para o conhecimento das gerações futuras, o topônimo é o instrumento dessa projeção temporal. (DICK, 1990, p. 22) Dar valor aos estudos toponímicos significa valorizar as memórias e resgatar a identidade de um povo. Daí ter firmado como propósito de pesquisa estudar os topônimos do município de Cachoeira (BA). Os estudos da toponímia, subárea da ciência onomástica disciplina científica que estuda as regras, metalinguagem e taxionomia é de grande relevância para a preservação da história cultural de um povo, especialmente porque permite resgatar as histórias desbotadas pelo tempo através do estudo das lexias nomenclatórias. Ao trazer a história, as vivências do município de Cachoeira, será possível compreender o modus vivendi do seu espaço, bem como as relações estabelecidas com o ambiente e, por conseguinte, entender as circunstâncias do processo de territorialização desse município. Assim, levando em consideração a riqueza histórica que a cidade de Cacheira traz para o país e, sobretudo, para a Bahia principal motivação pela escolha do tema pretende-se desenvolver um estudo da toponímia urbana de Cachoeira (BA) com a intenção de contribuir para a compreensão do contexto social atual, para o conhecimento histórico do município, especialmente porque a toponímia tem sido concebida como elemento chave para a reconstituição do passado, para a compreensão do presente, em sua função pragmática. Acredita-se que na realização do estudo toponímico sobre a referida região, muitos aspectos ainda obscuros sobre a sua história social, politica, econômica e cultural serão esclarecidos, contribuindo, portanto, 2384 Cadernos do CNLF, vol. XXI, n. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2017.

XXI CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA para o resgate cultural da região, especialmente porque atrás dos nomes de lugre, encontram-se pessoas ou grupos de pessoas que nomearam, identificaram, aceitam, rejeitam ou mudam um tropo. Dessa maneira, propõe-se como questão de pesquisa verificar: quais os fatores linguísticos e extralinguísticos motivaram a formação dos topônimos doo município de Cachoeira (BA)? Em quais categorias toponímicas se evidenciam as tendências denominativas adotadas por aqueles que nomeavam os topos de Cachoeira? No presente texto, almeja-se tecer breves considerações sobre o projeto de pesquisa em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Estudos em Linguagem da Universidade do Estado da Bahia. Cumpre-se destacar que, devido ao fato de ainda encontrar-se em fase inicial, não se pretende aqui apresentar resultados ou qualquer análise dos dados do corpus que será estudado. Apresentar-se-ão apenas alguns conceitos básicos que servirão de lastro teórico para a futura dissertação de mestrado, como, por exemplo, relação entre léxico e cultura, onomástica, toponímia. 2. Léxico e cultura O ato de nomear é uma prática desde o início da criação. O processo designativo possibilita ao indivíduo uma maior interação com o ambiente em que vive, possibilitando sua localização no espaço que o cerca. Nesse contexto, Maria Cândida Trindade Costa de Seabra (2006, p. 139) afirma que [...] em todas as partes do mundo o homem faz uso de signos linguísticos que se fundamentam em seu entorno vivencial, estimulados pela necessidade de nomear, diferenciar e indicar. Utiliza-se, para isso, de variadas estruturas linguísticas que combinam motivação, convenção e identificação, produtos psíquicos da história sócio-político-cultural de um povo. (SEABRA, 2006, p. 139) Através das palavras, o homem deixa sua história, seus costumes e suas marcas. Portanto, refletir sobre a importância do léxico para a preservação da identidade de uma comunidade é ao mesmo perceber a relação existente entre língua e cultura. Celina Márcia de Souza Abbade (2011) afirma que Os estudos lexicais em uma língua abrem diversas possibilidades de se conhecer a história sociocultural do povo que a utiliza. Cada palavra tem o seu Anais do XXI Congresso Nacional de Linguística e Filologia: Textos Completos, t. II 2385

significado próprio de acordo com a época, o grupo social, a região em que a mesma é utilizada. (ABBADE, 2011, p. 73) Apesar do ato de nomear fazer parte da história do homem, os estudos acerca da lexicologia são recentes. O interesse se concentrava na morfologia, nos estudos fonéticos, entre outros. Ainda de acordo com Celina Márcia de Souza Abbade (2011), somente no final do século XIX com as influências da geografia linguística e da onomasiologia, é que os problemas lexicais foram aos poucos se tornando palco dos interesses linguísticos. Ao abordar o léxico, Edward Sapir (1961) considera-o como um atributo linguístico que mais reflete o contexto social dos seus falantes. O léxico completo de uma língua pode se considerar, na verdade, como o complexo inventário de todas as ideias, interesses e ocupações que açambarcam a atenção da comunidade; e, por isso, se houvesse à nossa disposição um tesouro assim cabal da língua de uma dada tribo, poderíamos daí inferir, em grande parte, o caráter do ambiente físico e as características culturais do povo considerado. (SAPIR, 1961, p. 45) A ideia de que a língua é social não é recente. É incontestável a relação da língua com a cultura, ao partir do princípio de que a língua é culturalmente construída. Em seu livro, Cultura, um Conceito Antropológico, o antropólogo Roque de Barros Laraia diz que a linguagem é socialmente adquirida: "[...] a linguagem, para o indivíduo humano como para a raça humana, é uma coisa inteiramente adquirida e não hereditária, completamente externa e não interna um produto social e não um crescimento orgânico". (LARAIA, 2011, p. 103) O termo cultura tem sua origem no latim, vem da palavra colere, que significa cultivar e, etimologicamente, se referia ao ato de desenvolver atividades agrícolas. Com o passar do tempo, esse conceito foi ampliado, abrangendo outros aspectos como, por exemplo, o sentido de cultivar o conhecimento. O antropólogo Keesing (1974, apud LARAIA, 2011) apresenta três teorias idealistas de cultura. A primeira abordagem refere-se à cultura como um sistema cognitivo que consiste em tudo aquilo que alguém tem de conhecer ou acreditar para operar de maneira aceitável dentro de sua sociedade (GOODENOUGH, 1996, apud LARAIA, 2011, p. 61). Na segunda abordagem, considera cultura como sistema resultante da criação da mente humana. 2386 Cadernos do CNLF, vol. XXI, n. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2017.

XXI CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA Segundo a terceira abordagem, a cultura é considerada como sistemas simbólicos. Para Schneider (1968, p. 23, apud LARAIA, 2011, p. 63) Cultura é um sistema de símbolos e significados. Compreende categorias ou unidades e regras sobre relações e modos de comportamento. O status epistemológico das unidades ou coisas culturais não depende da sua observabilidade: mesmo fantasmas e pessoas mortas podem ser categorias culturais. Parece está distante de se chegar a um consenso sobre a definição de Cultura. Segundo Tylor (1871), cultura é "[...] todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade". (TYLOR, 1871, p. 1, apud LARAIA, 2011 p. 25) Para finalizar a breve discussão sobre língua e cultura, recorre-se aqui a Joaquim Matoso Câmara Jr. (1954). Segundo Joaquim Matoso Câmara Jr (1954, p. 193) [...] a língua, considerada em sua essência, é mais do que uma simples manifestação cultural: é o veículo através do qual toda cultura se consolida, se intercambia e se transmite. Portanto, a língua é um fenômeno que permeia as manifestações culturais do ser humano. 3. Onomástica No final do século XIX e início do século XX, os estudos linguísticos passaram por avanços muito importantes. A atenção dos centros de pesquisa se deslocou do som para a palavra. Se até então a preocupação era apenas direcionada para os trabalhos fonéticos, os estudos voltados para a língua seguiram um novo percurso. A partir dos anos 1900, a palavra ganha espaço como fenômeno de investigação linguística. Os atlas linguísticos contribuíram fortemente para esse avanço. Surgem então as pesquisas em torno da nomeação e significado. E é nesse quadro que se situa as relações da semasiologia onomasiologia. As estruturas desses dois métodos refletem a importância da palavra sobre o som. Segundo Kurt Baldinger (1964) Os dois métodos a semasiologia e a onomasiologia põem-se a serviço da lexicologia histórica, mas não são atraídos, ao mesmo tempo, pela segunda tendência, a da primazia da estrutura. Á semasiologia, é certo, considera a palavra isolada no desenvolvimento de sua significação, enquanto que a onomasiologia encara as designações de um conceito particular, vale dizer, uma multiplicidade de expressões que foram o conjunto. A onomasiologia implica, Anais do XXI Congresso Nacional de Linguística e Filologia: Textos Completos, t. II 2387

pois, desde o começo, numa preocupação de ordem estrutural (...). (BAL- DINGER, 1964, p. 8) Depreende-se daí que ambas as ciências são interligadas e interdependentes. Desde Ferdinand de Saussure se discute que as palavras podem ser formadas por associações de imagens acústicas e sentidos. Para o desse estruturalista, significante e significado são indissociáveis. Na visão do Kurt Baldinger (1966, p. 28), [...] cada signo linguístico e cada palavra se compõe de dois elementos: forma e conteúdo. Ele acrescenta ainda que A onomasiologia estuda igualmente uma estrutura, isto é, as posições recíprocas das diferentes designações e por isto reconhecemos, como no caso da estrutura semasiológica, um centro de um ou de diversos polos com um campo objetivo, afetivo ou misto ao seu redor. (BALDINGER, 1966, p. 26) Acredita-se que a língua existe apenas pelo homem. Se a semasiologia e a onomasiologia não forem contempladas pelas relações humanas, pelos aspectos culturais, sociais, históricos e econômicos, certamente, não passará de um esqueleto. É levando em consideração esses fatores que os indivíduos aprendem sobre a relação entre a língua e o homem. É através das palavras que o homem exprime ideias e sentimentos. O acervo lexical de uma língua constituiu um arquivo de práticas sociais que refletem a identidade de um povo com suas experiências cotidianas. A onomástica representa uma fonte de estudo da língua e de sua relação com a cultura e a história de um povo. A onomástica já se consagrou como área dos estudos da língua voltada para o universo lexical, mormente o nome, seja ele de pessoas (antroponímia), seja de lugares (toponímia). Segundo Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick, os nomes próprios carregam todas as marcas da descendência gentílica, conforme pode se depreender da leitura do trecho transcrito a seguir: Transmitido de geração a geração, o nome ou o apelido de família carrega em si todas as marcas da descendência gentílica, não sendo por isso de livre escolha dos cidadãos. A imposição obrigatória do que se convencionou chamar, atualmente, de sobrenome, é o seu traço distintivo, em oposição ao prenome, fruto de um ato volitivo dos pais. [...] Desse momento em diante, representado pela doação do nome, a criança será levada a familiarizar-se mais intensamente com essa expressão sonora identificada como o seu repraesentamem simbólico. Do mesmo modo, esse apelativo será a forma linguística mais constantemente repetida, em todas as situações em que venha a ser o foco da atenção. O nome doado e conhecido coloca o receptor no centro de convergências positivas e negativas, ou de vetores de forças que definirão personalidades e comportamentos, condutas e es- 2388 Cadernos do CNLF, vol. XXI, n. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2017.

XXI CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA tilos de vida, tornando nome e indivíduo uma só entidade. (DICK, 2000, p. 218) A segunda área dos estudos onomásticos, a toponímia, estuda a motivação da designação dos nomes de lugares tendo em vista não só os aspectos físicos e o desenvolvimento linguístico, mas também os grupos humanos e as relações culturais. Segundo Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (1990), a [...] história dos nomes de lugares apresenta-se como um repositório dos mais ricos e sugestivos, face à complexidade dos fatores envolventes (DICK, 1990, p. 19). Através dos estudos toponímicos percebe-se que o espaço geográfico é também o espaço social, lugar em que se registram vivências, hábitos e ações humanas simples ou complexas. Fazem parte desses registros os topônimos como marcas que se legitimam no âmbito linguístico com a aceitação do grupo social. A palavra que nomeia é também a aquela que nos faz conhecer a história de um povo, que nos possibilita relembrar vivências e práticas culturais dos nossos antepassados, que nos envolve cotidianamente num universo de significação através da interpretação que fazemos da realidade. Ainda assinalando a importância dos estudos toponímicos, vale destacar o que afirma Paul Claval (2001) [...] todos os lugares habitados e um grande número de sítios característicos na superfície da Terra têm nomes - frequentemente a muito tempo. A toponímia é uma herança preciosa das culturas passadas. Batizar as costas e as baías das regiões litorâneas foi a primeira tarefa dos descobridores [...]. O batismo do espaço e de todos os pontos importantes não é feito somente para ajudar uns aos outros a se referenciar. Trata-se de uma verdadeira tomada de posse (simbólica ou real) do espaço. (CLAVAL, 2001, p. 189) A motivação do signo toponímico nem sempre é facilmente percebida. Aparecida Negri Isquerdo (1997, apud SARTORI, 2010) afirma que as peculiaridades físicas bem como a influência da diversidade cultural podem dificultar a observância dos verdadeiros aspectos que motivaram uma designação toponímica. [...] a diversidade de influências culturais na formação étnica da população, como também, as especificidades físicas de cada região tornam dificultosa toda tentativa de explicação das fontes geradoras dos nomes de lugares e de acidentes geográficos. Em vista disso, o esclarecimento da origem de determinados topônimos fica na dependência da recuperação, não raras vezes, de fatores extralinguísticos como as características geo-sócio-econômicas de uma região e, consequentemente, as marcas étnicas e sociais da população habitante em tal espaço físico-cultural. (ISQUERDO, 1997, apud SARTORI, 2010, p. 26) Anais do XXI Congresso Nacional de Linguística e Filologia: Textos Completos, t. II 2389

A realidade cultural e social de uma comunidade está intimamente vinculada ao léxico que, por sua vez, constitui elemento de valor, não apenas pela possibilidade de se compreender o presente, mas também para a preservação da memória histórica de uma determinada comunidade. Quanto a isto, Maria Tereza Camargo Biderman afirma que o léxico constitui um tesouro e um patrimônio da sociedade. [...] o léxico é o tesouro vocabular de uma língua, incluindo a nomenclatura de todos os conceitos linguísticos e não-linguísticos e de todos os referentes do mundo físico e do universo cultural do presente e do passado da sociedade. Esse tesouro constitui um patrimônio da sociedade, juntamente com outros símbolos verbais da cultura. (BIDERMAN, 1989, p. 399) Considerando-se aqui o onoma como elemento integrante do tesouro vocabular de uma língua, pode-se afirma que os estudos onomásticos mantêm relação estreita entre cultura, história e sociedade. Essa relação triádica pode contribuir para a manutenção ou o apagamento de um topônimo. Como a sociedade está em constante mudança e, consequentemente, a língua, o sistema de referência extralinguístico, pode persistir ou não. Através dos estudos onomásticos, especialmente da toponímia, acredita-se que os nomes de lugares não se limitam apenas ao sistema linguístico, se vinculam aos fatores extralinguísticos. Fatores esses que motivaram as designações dos nomes quando do processo de nomeação. Portanto, ao fazer uso de um topônimo, o homem deixa refletir para as pessoas o seu conhecimento não só linguístico, mas também suas experiências cotidianas e sua visão de mundo que é possível ser compreendida e interpretada através da sua interação com a sociedade. 4. Considerações finais No desenvolvimento do estuda toponímico que visa levantar, classificar e analisar a motivação toponímica dos nomes dos topos do município de Cachoeira (BA), tomar-se-á como lastro teórico-metodológico os pressupostos teóricos comumente empregados no Brasil para estudos do âmbito da toponímia, especialmente aqueles propostos por Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (1992). Cada taxe será categorizada de acordo com a nomenclatura taxonômica apresentada por Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick (1992). Segundo o modelo taxionômico da referida autora, as taxes podem ser categorizadas em taxes de natureza física e taxe de natureza an- 2390 Cadernos do CNLF, vol. XXI, n. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2017.

XXI CONGRESSO NACIONAL DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA tropocultural. As taxes de natureza física são subdivididas em: astrotopônimos, cardinotopônimos, cromotopônimos, dimensiotopônimos, fitotopônimos, geomorfotopônimos, hidrotopônimos, litotopônimos, meteorotopônimos, morfotopônimos, zootopônimo. As taxes de natureza antropocultural se subdividem em: animotopônimos, antropotopônimos, axiotopônimos, corotopônimos, cronotopônimos, ecotopônimos, ergotopônimos, etnotopônimos, dirrematopônimos, hierotopônimos, historiotopônimos, hodotopônimos, numerotopônimos, poliotopônimos, sociotopônimos e somatopônimos. Conforme se afirmou na introdução, o que se apresentou aqui trata tão somente de breves considerações sobre o projeto de pesquisa em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Estudos em Linguagem da Universidade do Estado da Bahia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ABBADE, Celina Márcia de Souza. A lexicologia e a teoria dos campos lexicais. Cadernos do CNLF, vol. XV, n. 5, t. 2. Rio de Janeiro: CiFE- FiL, 2011. Disponível em: <http://www.filologia.org.br/xv_cnlf/tomo_2/105.pdf>. BALDINGER, Kurt. Semasiologia e onomasiologia. Revue de Linguistique Romane, 1964. Disponível em: <http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/download/3265/2992%e2%80%8e>. Acesso em: 13-07-2017.. Semasiologia e onomasiologia. Alfa: Revista de Linguística, n. 9, FFCL de Marília, 1966. Disponível em: <http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/3265/2992>. BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. Léxico: testemunho de uma cultura. In: Anais do XIX Congresso Internacional de Linguística e Filologia Românica. Santiago de Compostela, 1989. CÂMARA JR., Joaquim Matoso. Princípios de linguística geral: como introdução aos estudos superiores da língua portuguesa. 2. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1954. CLAVAL, Paul. A geografia cultural. 2. ed. Florianópolis: Edufsc, 2001. DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. A motivação toponímica e a realidade brasileira. São Paulo: Arquivo do Estado de São Paulo, 1990. Anais do XXI Congresso Nacional de Linguística e Filologia: Textos Completos, t. II 2391

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