Formação de galáxias

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Transcrição:

Galáxias distantes Formação de grandes estruturas Hidrodinâmica e astrofísica do gás Cenário Monolítico e formação hierárquica Matéria escura fria e quente Formação de galáxias Formação de galáxias Gastão B. Lima Neto IAG/USP www.astro.iag.usp.br/~aga101/ AGA 101 2 semestre/2018

Colisões de galáxias (HST). Observamos fusões de galáxias em vários estágios. Fenômeno comum no Universo.

Galáxias no passado Importante para o processo de formação de galáxias.

Protogaláxias Objetos compactos e irregulares, muito menores que a Via Láctea, observados quando o Universo tinha cerca de 1 bilhão de anos.

Formação de estruturas em grande escala Simulação numérica mostrando a expansão do universo seguido pelo colapso de uma estrutura comparável a um aglomerado de galáxias. (z é como um relógio ; z = 0 é hoje) Aqui só é simulada a matéria escura (que é a componente de maior massa). A formação de objetos no Universo, de estrelas a super-aglomerados de galáxias, decorre da instabilidade gravitacional. Regiões com densidade acima de um valor crítico colapsam. Cavendish Laboratory, Univ. of Cambridge

Simulação de fluidos Além da gravidade, podemos tratar da hidrodinâmica do gás. O gás pode ser representado pela densidade, pressão e temperatura em uma malha discreta. O gás pode ser representado por partículas moles (Smooth Particle Hydrodynamics, ou SPH) https://www.simuleon.com/simulia-abaqus/abaqus-explicit/

Gastrofísica (astrofísica do gás) Além da hidrodinâmica, os bárions tem interações complexas nos meios intra e extra-galácticos: Formação e evolução estelar. Estrelas massivas ou em duplas cerradas terminam a vida em eventos de supernovas energia e metais voltam a componente de gás difuso. Acréscimo de gás em buracos negros supermassivos e feedback de AGNs (jatos de partículas relativísticas). Íons e elétrons interagem com campo magnético (não é modelado em SPH). Física de turbulência e choque nem sempre bem reproduzida em SPH.

(10 Mpc de lado) evolução da distribuição de matéria formação da teia cósmica formação de galáxias em halos de matéria escura Simulação em uma caixa que expande junto com o Universo. evolução da temperatura do gás aquecimento do gás em aglomerados de galáxias aquecimento por feed-back de núcleos ativos e supernovas. Illustris Simulation (www.illustris-project.org/media/). Springel +2014: rodando em 8192 cores durante 14 semanas

Formação de galáxias z =27,4 z =9,8 z =5,0 120 milhões de anos 490 milhões de anos 1,2 bilhões de anos z =3,0 z =1,0 z =0,0 2,2 bilhões de anos 6 bilhões de anos 13,7 bilhões de anos Formação de estruturas em grande escala: teia cósmica

Formação de galáxias 2,2 bilhões de anos 3,3 bilhões de anos z =9,8 z =5,0 Resultados de simulações numéricas 1,2 bilhões de anos 490 milhões de anos 6 bilhões de anos 13,7 bilhões de anos z =1,0 z =0,0 13,7 bilhões de anos Vermelho estrelas velhas; azul estrelas jovens. Galáxias mais vermelhas estão nas regiões mais densas do Universo (aglomerados). As galáxias mais azuis, com formação estelar contínua (como a Via Láctea) estão em nos filamentos e nos grupos.

Cenário colapso monolítico Cenário proposto para formação da Via Láctea em 1962 por Ollin Eggen, Donald Lynden-Bell e Allan Sandage. As galáxias se formariam a partir do colapso de uma grande massa de gás. Algumas estrelas se formam Supernovas enriquecem o meio com metais. 10 8 anos 10 10 anos 100 kpc 30 kpc Nuvem de hidrogênio e hélio primordial, com um pouco de rotação, começa a colapsar devido à gravitação Algumas estrelas se formam no halo. O gás se acumula em um disco em rotação rápida: lá, estrelas se formam. Não há mais formação de estrelas no halo. O gás permite a formação de estrelas até hoje no disco. Previsões: Estrelas do disco têm movimento circular e se formam gradualmente; Estrelas do halo e aglomerados globulares têm movimento radial e se formam rapidamente. Problemas do cenário monolítico: Existem aglomerados relativamente ricos em metais; Muitas estrelas do halo giram no sentido inverso do disco.

Cenário hierárquico: bottom up scenario Modelo proposto em 1978 por Leonard Searle e Robert J. Zinn. Pequenas galáxias (massa < 10 6 M ) se formam por colapso. Fusão de pequenas galáxias, gradualmente até formação de galáxias gigantes. árvore de fusões 3,2 bilhões de anos (merging tree) 5,7 bilhões de anos 13,7 bilhões de anos

Matéria escura fria vs. quente Matéria escura quente: relativística quando desacopla. Baixa massa (menor que a massa do elétron). Melhor candidato: Neutrinos Matéria escura fria: não-relativística quando desacopla. Geralmente, alta massa > 10 GeV (maior que a massa do próton). Melhor candidato: partículas supersimétricas [SUSY] (???) Supersimetria: extensão do modelo padrão, que prediz a existência de uma partícula associada a cada partícula do modelo padrão. Cold Dark Matter (CDM) Colapso de pequenas estruturas (M ~ 10 6 Msol) Formação hierárquica por fusões sucessivas. Hot Dark Matter (HDM) Colapso de grandes estruturas (M ~ 10 16 Msol) Formação de galáxias por fragmentação.

Cenário Monolítico Hierárquico Colapso monolítico: formação do bojo e galáxias anãs; Acréscimo hierárquico: formação do disco de espirais pelo canibalismo de galáxias anãs ricas em gás. Formação de elípticas por grandes fusões de galáxias. Para entendermos as propriedades das galáxias, incluindo a Via Láctea, além do mecanismo de formação é preciso levar em conta a evolução desses objetos. Evolução secular. Crescimento do bojo (pseudo-bojo); Formação e destruição de barras em galáxias espirais; Transformação de espirais em lenticulares. Dependência com o meio ambiente Em aglomerados e grupos, observamos principalmente Elípticas e Lenticulares No campo, observamos principalmente Espirais.

Simulação da formação de uma Elíptica gigante Luz das estrelas Densidade do gás www.illustris-project.org/movies/illustris_movie_elliptical_formation_1pmpc.mp4

Grupo NGC 4104

Simulação N-corpos/ magnetohidrodinâmica Formação de uma galáxia latetype (espiral) de alta massa. O quadro tem 500 kpc de largura. Note, no final, a passagem de uma galáxia próxima que gera braços bem definidos. Simulação Illustris TNG, Springel et al. 2018. http://www.tng-project.org/media/

Formação de galáxias Conhecemos muito sobre formação de galáxias mas ainda temos a aprender. A maior dificuldade está na interação do gás com supernovas e núcleos ativos de galáxias.

Imagens (g, r, i) de galáxias simuladas em z=0 (presente). Elípticas Espirais Lenticulares www.illustris-project.org/media/