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Transcrição:

Página 260 EXPRESSÃO GENOTÍPICA DE DENDEZEIROS (Elaeis guineensis JACQ.) DURANTE A FORMAÇÃO DE CALOS EMBRIOGÊNICOS 1 Rafael de Carvalho Silva 1 ; Zanderluce Gomes Luis 2 ; Jonny Everson Scherwinski-Pereira 3 1 Mestrando em Biotecnologia, Universidade Federal do Amazonas UFAM. E- mail: carvalho_fael@yahoo.com.br. 2 Doutoranda em Botânica, Universidade de Brasília UNB. 3 Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Cenargen, Brasília DF. E-mail: jonny@cenargen.embrapa.br RESUMO O dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.) é a oleaginosa mais produtiva comparada com às demais, com rendimento de óleo entre 5 a 7 toneladas por hectare. Este trabalho teve como objetivo avaliar a expressão genotípicas de dendezeiros durante a formação de calos embriogênicos a partir de embriões zigóticos. Foram utilizados embriões zigóticos obtidos de frutos maduros, coletados de plantas adultas de nove genótipos: C2001, C2328, C2301, C3701, CM1115, C7201, C2528, C2501 e CN1637. Inicialmente, as sementes foram esterilizadas e os embriões zigóticos foram inoculados em meio de cultura para a indução de calos. Os embriões foram mantidos em sala de crescimento com temperatura de 25±2ºC, em condição de escuro durante 150 dias, com subcultivos a cada 30 dias. A cada subcultivo foi determinada a porcentagem de explantes com formação de calo embriogênico. De maneira geral, aos 150 dias de cultivo em meio de cultura de indução, os explantes dos diferentes genótipos apresentaram diferenças significativas nas taxas de formação de calos embriogênicos, com valores superiores (entre 90% e 100%) quanto à formação de calos para os genótipos C2501, C2001, C7201, C2528, C2328 e C3701, verificando que para o dendezeiro diferentes genótipos apresentam respostas diferenciadas in vitro, mesmo quando cultivados sob condições ambientais e nutricionais semelhantes. Palavras-chave Elaeis guineensis, micropropagação, genótipo, clonagem. INTRODUÇÃO O dendezeiro (Elaeis guineensis JACQ.) é cultivado em muitos países tropicais da Ásia, África e da América do Sul, constituindo-se como uma das principais fontes de óleo vegetal. É a oleaginosa mais produtiva comparativa às demais, com rendimentos de óleo entre 5 a 7 toneladas por hectare (Rajesh et al., 2003), possuindo características químicas, como os ácidos oléico (52%) e linoléico (11%) (Miranda et al., 2000), que são responsáveis por até 80% da composição do petróleo (Deore & Johnson, 2008). 1 CNPq; Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia-Cenargen.

Página 261 Em razão desse potencial econômico do biodiesel diversos programas de melhoramento do dendezeiro têm surgido pelo mundo, com destaque à Instituições sediadas em países do Continente Asiático e da America Latina. O programa conduzido pelo Brasil baseia-se fundamentalmente na coleção de germoplasma na Bacia do Rio Amazonas (Embrapa Amazônia Ocidental) introduzido em razões de parcerias entre a Embrapa e Cirad (França) (Pandolfo, 1981) em meados dos anos 80. Apesar de mais de 20 anos de trabalhos, ainda é baixo o número de materiais selecionados, melhorados e lançados convencionalmente, em razão do longo ciclo da cultura (Low et al., 2008). Assim, uma preocupação observada nos programas de melhoramento da espécie refere-se à multiplicação dos genótipos selecionados, visto que a principal forma de propagação é via sementes (Scherwinski-Pereira et al., 2010). Dentre as diferentes técnicas de propagação in vitro, a embriogênese somática é sem dúvida a mais indicada para a clonagem de palmeiras (Teixeira et al., 1993; Ledo et al., 2002). Está técnica envolve a regeneração de plantas por meio de embriões a partir de tecidos somáticos desde que condições especiais de crescimento, como meios de cultura, reguladores de crescimento e condições ambientais sejam fornecidos adequadamente aos cultivos (Guerra et al., 1999). Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo avaliar a expressão genotípica durante a formação de calos embriogênicos a partir de embriões zigóticos em dendezeiros (Elaeis guineensis Jacq.). METODOLOGIA O trabalho foi realizado no Laboratório de Cultura de Tecidos II da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília DF. Para o trabalho foram utilizados embriões zigóticos obtidos de frutos maduros de dendê, coletados de plantas adultas de nove genótipos: C2001, C2328, C2301, C3701, CM1115, C7201, C2528, C2501 e CN1637, cedidos gentilmente pelo Programa de Melhoramento Genético da Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus AM. Inicialmente, o endocarpo das sementes foi removido para a obtenção das amêndoas. Posteriormente, em capela de fluxo laminar as amêndoas foram imersas em etanol 70% por três minutos, seguido de 20 minutos em solução de hipoclorito de sódio 2,5% (solução comercial), e tríplice lavagem em água destilada e autoclavada. Os embriões zigóticos foram então removidos com o auxilio de pinça e bisturi e inoculados em meio de cultura de indução de calos (MMBD), conforme descrito por Balzon (2008), sendo posteriormente autoclavado a 121ºC e 1,3 atm. de pressão por 20 minutos.

Página 262 Os embriões foram mantidos em sala de crescimento com temperatura de 25±2ºC, em condição de escuro durante 150 dias, com subcultivos a cada 30 dias. A cada subcultivo foi determinada a percentagem de explantes com formação de calo embriogênico. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, composto por nove genótipos com cinco repetições, sendo cada parcela formada por 10 embriões zigóticos. Os dados obtidos foram analisados com o emprego do programa de análises estatísticas SANEST (Zonta & Machado, 1984), com as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Aos 30 dias de cultivo em meio de indução, os genótipos C2501, C7201 e C2528 começaram a formar calo primário na região proximal do explante em 2,8%, 0,4% e 1,6% respectivamente dos explantes em cultivo (Tabela 1), não diferindo estatisticamente, porém, dos demais genótipos que não apresentaram formação de calo neste período. No entanto, de maneira geral os embriões zigóticos intumesceram duplicando de tamanho. Em todos os genótipos houve a formação de calo primário aos 60 dias de cultivo (Tabela 1). Ainda neste período, verificou-se a abertura da região proximal do explante, fato que possibilitou a formação de calos primários nessa região. Nesse período foi possível classificar os genótipos em dois grupos quanto à percentagem de calo: o primeiro grupo composto pelos genótipos C2001, C2501, C2528 e C3701, que apresentaram formação de calo primário entre 54% e 81% dos explantes, valores significativamente superiores àqueles observados para o segundo grupo formado pelos genótipos C7201, C2328, C2301, CN1637 e CM1115 que apresentaram valores de formação de calo primário entre 7% e 30% (Tabela 1). Já aos 90 dias de cultivo os genótipos mostraram-se mais homogêneos quanto à percentagem de calo formado (Tabela 1). De maneira geral, não foram observadas diferenças significativas entre os genótipos, com exceção dos genótipos C7201, C2301e CN1637 que apresentaram valores para formação de calos primários estatisticamente inferiores aos demais. Neste período, os calos primários apresentavam-se compactos, de aspecto nodular e coloração amarelo-claro, estendendo-se por toda a região proximal do explante. Moura et al. (2009b) observaram dois tipos de calo na indução da embriogênese somática a partir de embriões zigóticos em Acrocomia aculeata: o calo tipo I com aspecto friável, e o calo tipo II com aspecto nodular e coloração amarelada. Para esses autores somente o calo tipo II foi considerado calo embriogênico.

Página 263 De maneira geral, a partir dos 120 dias de cultivo em meio de indução, os explantes dos diferentes genótipos testados não mais apresentaram melhorias significativas nas taxas de formação de calos nos explantes estabelecidos, sugerindo ser desnecessário o prolongamento desta etapa de indução de calos até os 150 dias. No entanto, entre os genótipos verificaram-se diferenças significativas nas taxas de formação de calos aos 150 dias de cultivo, com valores significativamente superiores (entre 90% e 100%) quanto a formação de calos para os genótipos C2501, C2001, C7201, C2528, C2328 e C3701 (Tabela 1). CONCLUSÃO - Os genótipos de dendezeiro C2501, C2001, C7201, C2528, C2328 e C3701 apresentam maior freqüência de formação de calos que os demais, com valores entre 90% e 100%; - Diferentes genótipos de dendezeiro apresentam respostas diferenciadas in vitro, mesmo quando cultivados sob condições ambientais e nutricionais semelhantes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALZON, T. Germinação, indução da embriogênese somática e avaliação morfo-histológica da multiplicação in vitro de calos embriogênicos obtidos a partir de embriões zigóticos de dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.). Projeto Final de Estágio Supervisionado. Universidade de Brasília. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Brasília-DF, 49p., 2008. DEORE A.J. & JOHNSON T.S. High frequency plant regeneration from leaf-disc cultures of Jatropha curcas L.: an important biodiesel crop, Plant Biotechnol Rep., 2008. LEDO, A. da S.; LAMEIRA, O. A.; BENBADIS, A. K.; MENEZES, I. C. de; OLIVEIRA, M. do S. P. de; FILHO, S. M. Embriogênese somática em embriões zigóticos de Euterpe oleracea Mart. Revista Brasileira Fruticultura, vol.24 nº.3 Jaboticabal Dec. 2002. LOW, E., ALIAS, H., BOON, S., SHARIFF, E.M., TAN, C.A., OOI, L.C., CHEAH, S., RAHA, A., WAN, K., SINGH, R. Oil palm (Elaeis guineensis Jacq.) tissue culture ESTs: Identifying genes associated with callogenesis and embryogenesis. Plant Biology, 8:62 doi:10.1186/1471-2229-8-62, 2008 MAPA, Ministerio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Produção e Agroenergia. Plano Nacional de Agroenergia, 2006-2011, 2 edição revisada. Brasília, DF, 2006.

Página 264 MIRANDA,R. de M.; MOURA, R.D Óleo de dendê, alternativa ao óleo diesel como combustível para geradores de energia em comunidade da Amazônia. Anais 3 Encontro de Energia do Meio Rural. Sept. Embrapa Amazônia Ocidental - Manaus-AM- 2000. MOURA, E.F., MOTOIKE, S.Y., VENTRELLA, M.C., JUNIOR, A.Q.S., CARVALHO, M. Somatic embryogenesis in macaw palm (Acrocomia aculeata) from zygotic embryos. Scientia Horticulturae 119: 447 454, 2009b. MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bioessays with tobacco tissue cultures. Physiology Plantarum, Copenhagen, v. 15, p. 473-479, 1962. PANDOLFO, C.A. A cultura do dendê na Amazônia. Belém: SUDAM, 35p., 1981. RAJESH, M.K.; RADHA, E., KARUN, A., PARTHASARATHY, V.A. Plant regeneration from embryo-derived callus of oil palm the effect of exogenous polyamines. Plant Cell, Tissue and Organ Culture, 75: 41-47, 2003. SCHERWINSKI-PEREIRA, J.E.; GUEDES, R.S.; FERMINO, P.C.P.; SILVA, T.L.; COSTA, F.H.S. Somatic embryogenesis and plant regeneration in oil palm using the thin cell layer technique. In Vitro Cellular & Developmental Biology. Plant, v. 46, p. 1-8, 2010. TEIXEIRA, J.B., SONDAHLL, M.R., KIRB, E.G. Somatic embryogenesis from immature zygotic embryos of oil palm. Plant Cell, Tissue and Organ Culture 34: 227-233, 1993.. ZONA, E.P.; MACHADO, A.A. SANEST: sistema de análise estatística para microcomputadores. Pelotas: UFPel, 1984. 138p. Tabela 9 - Respostas genotípicas na indução de calos embriogênicos em embriões zigóticos maturos de dendezeiros, em razão do período de cultivo em dias Percentagem de calos/dias de cultivo Genótipo 0 30 60 90 120 150 C2501-2,82aC 66,94abB 73,22abB 100aA 100aA C2001-0aB 81,06aA 81,06aA 99,14aA 99,14aA C7201-0,41aC 23,21cdB 35,92bcB 100aA 100aA C2528-1,64aB 68,82abA 80,41aA 95,17aA 95,17aA C2328-0aC 29,60bcdB 47,98abcB 99,58aA 99,58aA C3701-0aC 54,02abcB 62,22abAB 90,75abA 90,75abA C2301-0aC 9,72dBC 33,71bcAB 58,49bcA 58,49bcA CN1637-0aC 7,26dBC 16,42bcAB 50,82cA 50,82cA CM1115-0aC 22,26cdB 60,17abA 62,43bcA 62,43bcA *Médias seguidas por letras distintas dentro de cada item avaliado, minúsculas na vertical (entre os genótipos testados) e maiúsculas na horizontal (entre os dias de avaliação), diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.