Sobre a Quaresma - Procura um lugar tranquilo onde te sintas bem. Faz um exercício de relaxamento. - Reza um salmo à tua escolha que te ajude a colocares-te na presença de Deus por exemplo o salmo 139, 27 ou outro - A proposta para este esquema de oração é fazeres uma reflexão sobre a caminhada quaresmal para começar a reflexão ajuda ler o texto a seguir Caminhar conduzido pelo Espírito Ajuda muito comparar a vida a um caminho. Na vida, tal como numa estrada, há curvas, há buracos, subidas e descidas. Há dias e noites. Há chuva, vento forte, tempestades. Situações em que nos vemos arrastados e sentimos que a corrente nos arrasta. Achamos que tudo nos corre mal, que não vamos conseguir, que os obstáculos são intransponíveis. No meio do nevoeiro há dúvidas e indecisões; tacteamos, não vemos por onde vamos, julgamo-nos perdidos. Parece que o chão nos foge debaixo dos pés. Vacilamos, tropeçamos, caímos Noutras alturas, o sol é tão forte que queima, escalda. E ficamos exaustos! Perguntamos até quando irá durar o sofrimento. Dizemos que não aguentamos mais! Queremos chegar depressa. E quando numa altura dessas alguém nos estende a mão e nos pede ajuda? Fechamos os olhos e fingimos não ver? Ou percebemos que, afinal, não estamos tão cansados e sempre é possível ajudar a aliviar o peso dos outros? Talvez só aí sintamos a alegria de Ter fria e dar o casaco, de Ter fome e repartir o farnel
Complementação Como numa caminhada, também na vida às vezes, é necessário parar, descansar, recuperar forças. Olhar a bússola e o mapa. Ver onde estamos e para onde vamos. Acolher a brisa que passa e nos refresca. Sentir que temos um chão. Confiar que há alguém que nos segura e nos guia. Acreditar, que, aconteça o que acontecer, não estamos sós. Caminhamos com outros e caminhamos com o Outro. É este Outro que nos faz chegar onde nem sequer sonhávamos. Mais longe do que os nossos olhos são capazes de ver. Muito para além do que conseguiríamos sozinhos. O tempo da Quaresma é oportunidade de olhar para o caminho. Oportunidade da rever o caminho, avaliar os passos dados, sentar na berma da estrada e descansar Sentar ao lado do outro, do irmão, daquele que faz caminho connosco Sentar com Jesus Cristo, acolher o seu projecto, descobrir como tenho sido fiel ao sue projecto em mim Como tem sido o meu caminho? Como tenho percorrido a vida por entre encontros e desencontros? Lê o texto do Evangelho de João: Jo 4, 5-42 1º Passo: lê o texto uma ou duas vezes ou mais, até entenderes o significado do fundamental 2º Passo: o que o texto te diz? O que fala para a tua vida? Que apelos te faz neste momento? 3º Passo: o que o texto te faz dizer a Deus? Diante das interpelações da Palavra, dos apelos-questionamentos o que gostarias de dizer a Deus neste momento? Pode ser em forma de prece (pedir ajuda para ser-se mais fiel ao que o texto propõe ) agradecimento ou perdão
4º Passo: Retém algum versículo que tenhas gostado e procura repetilo para ti mesmo. Irás repeti-lo ao longo dos próximos dias sempre que te lembrares Uma pequena ajuda sobre o evangelho: 1. Aprende do deserto: No deserto, por vezes, a língua seca e, se não fosse a força do coração, deixava mesmo de dizer palavras. No deserto procuram-se as nascentes de água e todas são a vida em líquido.o deserto é austero, lugar do nada, é o que é, intenso e vazio. A vida sobrevive por si mesma, luta consigo mesma. Não há supérfluo. O deserto é mistério, é quente e frio. Os caminhos são longos, na espera. O tempo é deserto, é interior, é solidão, é encontro. O deserto cava dentro das pessoas, penetra, perfura, mora, se aconchega. Morrem as ilusões de ser. O deserto faz medo e, ao mesmo tempo, atrai, cativa, seduz. A vida rola entre o céu, a terra e o horizonte, o infinito envolve por todos os lados. O Espírito rebenta mais forte que uma bomba e as sobras são a pequenez, a ternura, os pés descalços, a camisa rasgada, o peito aberto, em chamas. 2. Percebe os teus desertos: a. Ausência de coisas materiais, carência de coisas que você gostaria de ter, mas não tem. Que falta lhe fazem essas coisas? São essenciais ou supérfluas? A que coisas você está apegado/a? Que preocupações isso lhe causa? De que modo atrapalham sua vida? b. Desertos afectivos, solidões, desejos de alguém, desejos de ser apoiado, amado, querido; desânimos, humilhações, tristezas, sentimentos de incapacidade, medos; perceba momentos de doença e morte. c. Desertos de sentido da vida, vazio, indecisões, escuridão; sentimentos de ausência de Deus, de ser abandonado por Deus; lutas com Deus. d. Deixa aparecer seus desertos: pegue um punhado de areia seca, em sua mão. Veja como a areia some entre os seus dedos.
3. Recorda e medita a Palavra de Deus: a. Eu mesmo vou seduzi-la, conduzi-la ao deserto, para lhe falar ao coração. Eu te desposarei para sempre, eu te desposarei na justiça e no direito, no amor e na ternura. Eu te desposarei na fidelidade e conhecerás o teu Deus. (Os.2,16.21-22) b. Jesus, cheio do Espírito Santo, foi conduzido pelo Espírito ao deserto e era tentado. (Lc.4,1-2) 4. Caminhar com Jesus: O deserto é o lugar da revelação de Deus, do encontro com Deus e, também, da tentação. Jesus atravessou muitos desertos: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Jesus foi tentado a abandonar os caminhos do Pai, o Amor do Pai. Na força do Espírito, riqueza do seu coração, Jesus permaneceu fiel, como fiel é seu Pai: Pai, nas tuas mãos, entrego o meu espírito, entrego a minha vida. O deserto é o lugar da provação, para que nosso amor se purifique, para que não seja amor de interesses, mas amor livre de verdade. Na provação do deserto, Deus se revela Deus de verdade e o povo o conhece como o Deus de sua vida. O amor verdadeiro é provado. A provação nos desprende de nós mesmos, de nossos interesses e motivações egoístas, para que nos tornemos livres na liberdade de Deus, para que nossa vida passe para o lado de Deus, assuma os valores de Deus, se transcenda em Deus. Os limites nos fazem sair de nós mesmos, para aderirmos à essência da vida: viver e morrer em Deus, fruto da confiança e abandono nas mãos de Deus. Encontro abrasador: depois de nossas lutas, Deus se torna Deus para nós. 5. Os nossos desertos são momentos de grande riqueza e vigor, momentos de morte ou de vida: aí Deus nos fala ao coração, nos conquista, e nós descobrimos seu amor, de verdade. Deus nos desposa e nos faz seus parceiros. No deserto se revelam nossas sombras, nossos medos, a outra parte de nós mesmos. Deus se revela para nós e nos revela a nós. Permaneça no deserto: Perceba sua fé. Quem é Deus para você? Deus nos põe à prova como pôs aos nossos pais.
Se alguém tem sede, venha a mim e beba Tantas sedes nos separam E tantas sedes nos aproximam E a fonte tem sede de ser bebida A água é vida É a água da vida E tem sede de ser bebida Fonte da vida Água do Baptismo Fonte do Espírito Do seio da Trindade Fonte da vida Água do Baptismo Jesus aberto Água da vida Fonte do amor. Buscamos perceber o que mata nossas sedes. Sentamo-nos junto do riacho, da fonte, e deixamo-nos ir, até à Água Viva, Jesus. Samaritanas Samaritanos, samaritanas Tantos desertos dentro de nós Tantas nascentes de amor vazias Idolatrias Paixões e deuses. A samaritana não é tanto uma personagem histórica, mas representa a comunidade dos samaritanos. Nas comunidades de João, havia muitos samaritanos que aderiram a Jesus. João quer mostrar que eles também são chamados a seguir o Cristo. Os cinco maridos da mulher são os deuses-ídolos que os samaritanos adoraram. A idolatria, na Bíblia, é chamada de prostituição, porque viola a aliança de Deus com seu povo.
Existe uma relação de aliança entre você e Deus? O teu baptismo está vivo? Queres mesmo viver sua vida entregando-a no mistério de Cristo? Conhecendo as suas paixões, os seus ídolos, as suas traições? Que tal um mergulho? Desça no poço! Seja sério consigo mesmo. Bebamos Será que ele não é o Cristo? Nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo. Vamos à fonte que nos sacia Jesus bendito que dá a vida P ra sermos vida Livres no amor Vamos à fonte Quem encontramos? Deixe seu infinito encontrar o infinito de Jesus ressuscitado presente. Faça um momento de oração muito simples: Repita durante algum tempo, Meu Senhor, concentrando-se na sua respiração e na riqueza da fé que essa expressão contém. Encontro Verdadeiro Na companhia da Samaritana, discriminada por causa de preconceitos de religião, de raça e de género, fazemos a experiência de um encontro verdadeiro com o Senhor, encontro que redime nossas relações. Ele é a água da vida que sacia nossa sede e nos faz filhos e filhas de Deus. Somos convidados a vencer todos os tipos de discriminação, racismos, separações. - Termina este momento de oração-reflexão novamente com a leitura de um salmo - Faz uma pequena avaliação de como correu este momento: Que versículos do texto bíblico proposto (pensamentos, ideias, imagens,
palavras, expressões ) mais alimentaram este tempo de oraçãoreflexão? - Quais os sentimentos dominantes ou mais significativos que apareceram durante este momento: Paz, alegria, confiança, ânimo, coragem, abertura Inquietação, angústia, tristeza, desânimo, fechamento, obscuridade, confusão - Que desejos, apelos, impulsos, surgiram durante a oração? Que aspectos compreendi melhor, que ficaram mais claros para mim? Senti resistência, medo diante dos apelos, inspirações?