Análise do desempenho de uma nova técnica de reforço ao corte para elementos estruturais de betão armado

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7 Referências Bibliográficas

Transcrição:

BE8 Encontro Nacional de Betão Estrutural 8 Guimarães 5, 6, 7 de Novembro de 8 Análise do desempenho de uma nova técnica de reforço ao corte para elementos estruturais de betão armado Gláucia Dalfré 1 Joaquim Barros Elisa Trombini 3 RESUMO A formação de fendas de corte em elementos estruturais reforçados à flexão com materiais compósitos (FRP) deve ser evitada, uma vez que antecipa a ruína do elemento, impossibilitando o total aproveitamento das propriedades oferecidas pelo reforço. Neste trabalho estudou-se o comportamento de provetes de betão armado, reforçados ao corte com varões embebidos em adesivo segundo a técnica de reforço designada por Core Drilled Mounted (CDM). Catorze provetes foram divididos em seis grupos, de maneira a estudar influência de alguns parâmetros no desempenho da técnica proposta, designadamente: classe de resistência do betão; tipo de varões; tipo de adesivo; diâmetro dos varões, percentagem de reforço ao corte e existência de pré-fissuração. Os resultadoss mais significativos obtidos na investigação efectuadaa são apresentados no presente trabalho. PALAVRAS-CHAVE Reforço, corte, GFRP, aço, epoxi 1 3 ISISE, Universidade do Minho, Depart. de Engenharia Civil, 48-58 Guimarães, Portugal. gmdalfre@civil.uminho.pt ISISE, Universidade do Minho, Depart. de Engenharia Civil, 48-58 Guimarães, Portugal. barros@civil.uminho.pt Universidade de Ferrara, Depart. de Engenharia Civil, Via Saragat 1, 441, Ferrara, Itália. elisa.trombini@hotmail.it

Análise do desempenho de uma nova técnica de reforço ao corte para elementos estruturais de betão armado 1. INTRODUÇÃO A técnica de reforço de elementos de betão armado (BA) baseada na inserção de laminados de fibras de carbono (CFRP) em finos entalhes efectuados no betão de recobrimento, designada na literatura inglesa por Near Surface Mounted (NSM), tem sido amplamente investigada e utilizada, principalmente para aumentar o momento resistente positivo da secção de elementos de betão armado submetidos a flexão [1,]. Entretanto, a NSM possui também potencial para constituir uma técnica bastante eficaz no reforço aos momentos negativos de elementos contínuos de betão armado, tais como vigas e lajes, dada a facilidade e rapidez de aplicação [3]. No entanto, a eficácia desta técnica pode ser comprometida pela formação de fendas de corte junto aos apoios centrais dos elementos estruturais reforçados. Além disso, refira-se ainda os casos de elementos estruturais que, posteriormente a uma operação de reforço à flexão, o seu modo de rotura passa a ser por corte. Esta ocorrência deve ser evitada dado que a rotura por corte é frágil e quase instantânea. Assim, o reforço à flexão pode exigir uma intervenção de reforço ao esforço transverso. Para evitar a formação deste tipo de dano propõe-se, no presente trabalho, uma nova técnica de reforço ao corte, designada por CDM ( Core Drilled Mounted, em língua inglesa), baseada na instalação de varões em furos abertos na espessura do elemento a reforçar, sendo fixos ao betão por meio de adesivos. De forma a validar a técnica proposta, foi realizado um programa experimental preliminar em que o comportamento de provetes reforçados ao corte com varões de CFRP, embebido por um adesivo epoxi, foi analisado [4]. Os resultados destes ensaios permitiram concluir que a utilização de compósitos de CFRP como elementos resistentes ao corte possibilitou incrementos significativos da capacidade máxima de carga dos provetes de betão armado com rotura por corte. Para além disso, este sistema de reforço está mais protegido das condições de agressividade ambiental e de actos de vandalismo, pois os elementos de reforço encontram-se embebidos no betão. Assim, os resultados obtidos no referido programa de ensaios preliminares motivaram a realização de um novo programa experimental, no qual se pretende avaliar a influência de alguns parâmetros no desempenho da CDM, nomeadamente: classe de resistência do betão; tipo de varões (aço, GFRP e CFRP); tipo de adesivo (epoxi e grout); diâmetro dos varões (8 mm ou 1 mm) e percentagem de reforço ao corte. Nas séries do presente trabalho apenas foram utilizadas uma classe de betão, varões de aço de 8 mm de diâmetro, varões de GFRP de 1 e 1 mm de diâmetro, adesivo epoxi.. PROGRAMA EXPERIMENTAL.1 Concepção dos provetes Os provetes utilizados neste trabalho foram concebidos de modo a simular, da forma mais próxima possível e sem aumentar em demasia a complexidade da configuração do ensaio, o comportamento da zona de rotura por corte de um elemento de BA, reforçado segundo a técnica CDM (Figura 1). O programa experimental realizado neste trabalho envolveu a concepção de seis séries de provetes de betão armado, com as dimensões apresentadas na Figura 1c. Com o objectivo de localizar a fractura do betão no plano de carga, entalhes verticais de 5 mm de largura por 15 mm de profundidade foram efectuadas no betão de recobrimento das faces laterais do provete, resultando uma secção transversal de 17x5mm (A c ). O programa experimental apresentado neste trabalho englobou dois tipos de provetes, diferenciados pela forma como foi garantida a resistência ao esforço de corte e pela aplicação de pré-fissuração ao provete. Assim, além de provetes desprovidos de reforço ao corte, foram ensaiados provetes reforçados com varões de aço ou GFRP, embebidos em resina epoxi, submetidos, ou não, a uma préfissuração anterior ao reforço. O Quadro 1 descreve, de maneira sucinta, os provetes ensaiados neste trabalho. O programa contemplou séries com provetes pré-fendilhados no sentido de se avaliar a influência da préfendilhação na eficácia da técnica que se propõe. No entanto, dada a dificuldade de se introduzir, de forma estável, fendas com abertura superior a.5 mm, este foi o valor adoptado.

Encontro Nacional de Betão Estrutural 8 G. Dalfré, J. Barros e E. Trombini Fendas de corte F Varão de reforço F F (a) (b) 15 5 5 Varão:Aço ou GFRP Adesivo: Grout ou epoxi 15 15 Entalhe vertical Varão:Aço ou GFRP Adesivo: Grout ou epoxi Ø 16mm 15 5 Vista lateral Vista Frontal Armadura (c) Figura 1. (a) Conceito, (b) foto do ensaio e (c) geometria e armaduras comuns a todos os provetes. (dimensões em mm) Referência Idade à data do ensaio [dias] Quadro 1. Descrição dos provetes ensaiados. Reforço à flexão Idade do reforço à data do ensaio [dias] -------- Pré- Fissuração Sistema de reforço ao corte Material Diâmetro do varão [mm] Diâmetro do furo [mm] SR_1 56 -------- -------- -------- Não Não SR_ 56 -------- -------- -------- -------- 1_GFRP_E_8 7 7 _GFRP_E_8 7 Sim 7 Não GFRP 8 14 3_GFRP_E_8 84 8 1_GFRP_E_8_PC 86 9 Sim _GFRP_E_8_PC 85 9 Sim GFRP 8 14 1_GFRP_E_1 69 7 _GFRP_E_1 69 Sim 7 Não GFRP 1 18 3_GFRP_E_1 84 8 1_GFRP_E_1_PC 85 9 Sim _GFRP_E_1_PC 85 9 Sim GFRP 1 18 1_Steel_E_8 77 7 Sim _Steel_E_8 77 7 Não Aço 8 14 3

. Instrumentação Análise do desempenho de uma nova técnica de reforço ao corte para elementos estruturais de betão armado Na Figura apresenta-se a instrumentação aplicada nos ensaios. Inicialmente, utilizaram-se três s para medir a abertura de fissura e um para medir o deslizamento entre os bordos da secção de fractura, segundo a configuração ilustrada na Figura a. Entretanto, após a análise dos resultados observou-se uma grande disparidade nas medidas de deslizamento entre os provetes ensaiados, em resultado da ocorrência de rotação da secção de fractura para fora do plano do provete, o que introduz leituras de sinal oposto nos s colocados em faces opostas (ver Figura b). O comportamento assimétrico dos deslizamentos registados pode ser devido à dificuldade em assegurar simetria perfeita no carregamento e na disposição das armaduras. Imperfeições geométricas do provete e heterogeneidades no betão também contribuem para este efeito. Tendo em conta estes resultados, optou-se pela monitorização de ambas as faces dos provetes. Para tal, quatro s foram instalados para medir a abertura de fissura (três numa face e o outro na face oposta), enquanto dois s foram colocados para medir os deslizamentos, um em cada face (Figura 3a). Cada ensaio foi controlado pelo transdutor colocado junto ao actuador, tendo-se utilizado uma velocidade de deslocamento de µm/s até se registar um deslocamento de 1 mm. A força total aplicada foi medida com recurso a uma célula de carga com capacidade máxima de kn e.5% de precisão. Para registar as extensões nos varões de reforço utilizaram-se extensómetros eléctricos dispostos segundo as configurações ilustradas nas Figura 3b. O carregamento foi composto por uma carga concentrada, aplicada monotonicamente na face superior do provete, até se registar o máximo deslocamento requerido ou a ocorrência de rotura do provete. 8343 (± 5mm) FACE A Monitorização inicialmente adoptada (a) FACE B Figura. Monitorização inicialmente adoptada: (a) posicionamento dos s, (b) curva força versus deslizamento registado em ambas as faces do provete..3 Propriedades dos materiais 5855 (±.5mm) 39916 (±.5mm) 47789 (±.5mm) Força total aplicada _Steel_E_8 8343 35-11 -1-9 -8-7 -6-5 -4-3 - -1 1 A avaliação da resistência à compressão do betão dos provetes foi efectuada, experimentalmente, aos 8 dias de idade. Para tal, efectuaram-se ensaios de compressão directa em cubos de 15mm de aresta. O módulo de elasticidade do betão foi avaliado em carotes de 75 mm de diâmetro por 15 mm de altura, extraídos de cubos de 15 mm de aresta, tendo-se adoptado as recomendações de ensaio da norma LNEC E397-1993 [5]. Os provetes foram armados com varões de aço nervurado de 16 mm de diâmetro. Para o reforço ao corte utilizaram-se varões de aço nervurado de 8 mm de diâmetro, cujas principais propriedades foram avaliadas experimentalmente por intermédio de ensaios de tracção uniaxial. 16 1 1 1 8 6 8343 (± 5mm) FACE A FACE B (b) 35 (± 5mm) 4

Encontro Nacional de Betão Estrutural 8 G. Dalfré, J. Barros e E. Trombini 8343 8341 (± 5.mm) (± 5.mm) 35 (± 5.mm) 47789/3193 (±.5mm) 351 (± 5.mm) 5855 (±.5mm) (a) F FACE A u SG3 SG SG1 55 55 15 5 (b) Figura 3. Monitorização final adoptada: (a) localização dos s; (b) extensómetros (dimensões em mm). O adesivo utilizado na ligação dos varões ao betão é uma cola epoxi S&P Resin 5. Segundo o catálogo técnico do fabricante [6], este material desenvolve uma resistência à tracção próxima dos 35MPa após 7 dias de cura e endurecimento. Os valores das propriedades do material fornecido foram determinados por intermédio de ensaios de tracção uniaxial em sete provetes, em conformidade com a Norma ou 57-5 [7], efectuados em prensa servo-controlada da marca Lloyd, série LR3K, com célula de carga com capacidade máxima de carga de 1 kn. O módulo de elasticidade foi determinado por intermédio de um clip-gauge fixado na parte central do provete, com um campo de leitura de 8 mm. O ensaio foi efectuado com uma velocidade de 5 mm por minuto. No Quadro estão registados os valores médios obtidos nos ensaios efectuados para caracterizar as propriedades mais representativas dos materiais intervenientes no presente programa experimental. Constatase que a resistência à tracção do adesivo epoxi é ligeiramente inferior ao valor indicado pelo fabricante. Quadro. Propriedades dos materiais (valores médios experimentais). Betão Aço Adesivo [8 dias] [φ8mm] [φ16mm] [9 dias] f cm (MPa) 16.9 484.4 483.37 31.4 σ (.58%) sy (MPa) σ (1.47%) sy (MPa) σ (8.9%) su (MPa) (.75%) E cm (GPa) 18.84 591.5 66.35 1.87 σ (1.43%) su (MPa) σ (.75%) su (MPa) E (GPa) (1.17%) (.1%) E s (GPa) 6.38 5.31 41.69 E (17.%) s (GPa) ε (17.6%) su ( ) (6.1%) (valor) Desvio-padrão Os varões de fibra de vidro utilizados nos ensaios efectuados têm a designação comercial de Schöck ComBAR [8], sendo constituídos por fibras orientadas unidireccionalmente, aglutinadas por uma epoxi. Segundo o fabricante, os varões têm resistência à tracção superior a 15 MPa, módulo de elasticidade próximo de 6 GPa segundo a direcção das fibras e extensão última próxima de 7.5. 5

Análise do desempenho de uma nova técnica de reforço ao corte para elementos estruturais de betão armado.4 Aplicação do reforço segundo à técnica CDM Os procedimentos utilizados para aplicação do reforço ao substrato de betão dos provetes podem ser agrupados nas seguintes etapas: Abertura dos furos de reforço e preparação do substrato de betão Foram efectuados furos através dos provetes, com diâmetros nominais de 14 mm ou 18 mm, onde foram introduzidos varões de reforço 8 mm ou 1 mm de diâmetros, respectivamente, de modo a obter uma camada de adesivo com espessura média de 3mm. Aplicação do reforço Inicialmente, procedeu-se a limpeza dos varões com acetona. Posteriormente, procedeu-se à inserção do varão e ao preenchimento do furo com adesivo, cuja preparação foi efectuada em conformidade com as recomendações do fabricante. A operação de reforço termina com remoção do adesivo em excesso e a execução do acabamento final. Na Figura 4 ilustram-se algumas das fases da aplicação do reforço. Abertura de furo para a instalação dos varões de reforço Colocação do varão de reforço Figura 4. Aplicação do reforço segundo à técnica CDM. 3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Preenchimento do furo com adesivo epoxi Na Figura 5 apresentam-se as curvas correspondentes à relação entre a carga total aplicada e a abertura média e o deslizamento médio da fenda de rotura dos provetes ensaiados. Atribuindo as designações,,, e, ç ao valor médio da força máxima aplicada ao provete sem reforço ao corte e nos provetes reforçados com varões de fibra de vidro e aço, respectivamente, determinaram-se os factores,, e,,, indicados no Quadro 3. Nesta tabela também se apresentam os valores de abertura de fissura (w) e de deslizamento (s) para cada provete ensaiado, registados para a carga total máxima ( ). Tendo em consideração os valores obtidos nos ensaios de caracterização do betão e utilizando as recomendações do Eurocode [9], foi obtido um valor estimado da resistência à compressão do betão para uma idade de 56 dias de idade ( ( ) =18.18 ) e resistência ao corte do betão igual a τ ( ) =.15 ( ) = 1.53 MPa, o que resulta numa capacidade de carga de =τ = 64.9 kn, significativamente inferior aos valores obtidos experimentalmente para os provetes sem reforço. Tendo por base os resultados obtidos nos provetes da série SR (sem reforço), constata-se que o reforço com varões de fibras de vidro e de aço de φ 8mm, o que corresponde a uma taxa de reforço ( ã ã ) igual a.1%, permitiu um aumento da força de 1% e 6%, respectivamente, enquanto o reforço com varões de fibra de vidro de φ1 mm, com taxa de reforço igual a.7%, permitiu um aumento de entre 5% e 8%. 6

Encontro Nacional de Betão Estrutural 8 G. Dalfré, J. Barros e E. Trombini Força total 16 1 1 1 8 6 16 1 8 SR_1 SR_..5.5..5.1.15..5.3 Abertura de fissura - 16 1 1 1 16 1 1 1 8 16 1 6 w 1_GFRP_E_8 _GFRP_E_8 3_GFRP_E_8 1_GFRP_8_PC _GFRP_8_PC 1 3 4 5 6 7 8 9 1 11 1 13 14 Abertura de fissura - 8 6 16 1 1 1 8 8 w..5.1 6 1 8 O limite do campo de leitura do foi atingido..5.1 1 3 4 5 6 7 8 9 1 11 1 13 14 Abertura de fissura - 16 1 8 O limite do campo de leitura do foi atingido 16 w 1_GFRP_E_1 _GFRP_E_1 3_GFRP_E_1 1_GFRP_1_PC _GFRP_1_PC..5.1 w 1_Steel_E_8 _Steel_E_8 (a) (b) (c) 1 3 4 5 6 7 8 9 1 11 1 13 14-6 -4-4 6 8 1 1 14 Abertura de fissura - (d) Figura 5. Curvas força versus abertura e deslizamento de fissura para provetes (a) sem reforço, reforçados com varões de fibra de vidro de (b) φ 8mm, e (c) φ1mm e (d) varões de aço. 7 Força total 16 1 1 1 8 6 16 1 8 SR_1 SR_. -.5 -.5. -.5 -.1 -.15 -. -.5 -.3 16 1 1 1 8 16 1-1.5. 1.5 6 s 1_GFRP_E_8 _GFRP_E_8 3_GFRP_E_8 1_GFRP_8_PC _GFRP_8_PC -6-4 - 4 6 8 1 1 14 16 1 1 1 16 1 1 1 8 6 16 1-6 -5-4 -3 - -1 1-6 -4-4 6 8 1 1 14 8 6 16 1 8 8 8 s s 1_GFRP_E_1 _GFRP_E_1 3_GFRP_E_1 1_GFRP_1_PC _GFRP_1_PC -.5..5 1. 1.5 s 1_Steel_E_8 _Steel_E_8

Análise do desempenho de uma nova técnica de reforço ao corte para elementos estruturais de betão armado Apesar deste aumento poder ser considerado não muito elevado, a manutenção de elevada capacidade de carga até abertura de fissura superior a 1 vezes a abertura de fissura correspondente à rotura dos provetes SR é, de facto, a grande vantagem da técnica de reforço que se propõe, dado permitir aumentar, muito significativamente, a ductilidade do comportamento de estruturas reforçadas segundo esta técnica. Relativamente aos provetes submetidos a pré-carregamento e pré-fissuração, anterior à aplicação do reforço, verifica-se que a capacidade de carga dos provetes não foi afectada pela execução da préfissuração. Deste modo, conclui-se que a existência de uma pré-fissuração de.5mm não afecta, de maneira significativa, a resistência final da peça reabilitada. Quadro 3. Principais resultados registados para a carga total máxima aplicada ( ). [kn] [kn], / ç ε, ε, Provete, [mm] [mm] [µm/m] [µm/m] SR_1 115.7 111.11.14 a -.4 a -------- -------- -------- SR_ 16.49 (6.5%).1 a -.5 a -------- -------- 1_GFRP_E_8 1.8.4 b -.1 b 78. 39. 14.89 _GFRP_E_8 19.77 1.1 3.1 b/c -.11 b 711. 718. (4.84%) 3_GFRP_E_8 14.8.19 b -.1 b 9.9 193.7 1_GFRP_E_8_PC 117.14 14.83 4.53 b/c.64 b 348. 3314.3 1.1 _GFRP_E_8_PC 13.5 (1.87%). b/d -.31 b 475.5 75.8 1_GFRP_E_1 146.65.63 a.11 a 1348. 1841. 138.41 _GFRP_E_1 136.73 1.5.34 a/c -1.95 a 643. 861. (7.54%) 3_GFRP_E_1 131.85 1.3 b.4 b 1944.3 34.1 1_GFRP_E_1_PC 151.6 14.4 1.54 b.9 b 15.3 1115.8 1.8 _GFRP_E_1_PC 13.46 (13.55%) 3.44 b -.3 b 1889.1 1911. 1_Steel_E_8 138.1 139.98.39 a -. a 14363. 615. 1.6 _Steel_E_8 141.74 (.5%).99 b -.5 b 343. 5816. a Deslocamentos registados numa única face do provete b Valores médios das leituras registadas pelos s em ambas as faces do provete c Abertura de fissura paralela à monitorizada Na Figura 6 apresenta-se a relação entre a abertura de fissura e o deslizamento entre as faces da fenda de rotura. Da análise desta figura verifica-se que na fase inicial do carregamento dos provetes não reforçados (SR) o deslizamento é superior à abertura de fissura. No entanto, devido ao embricamento proporcionado pelos inertes da superfície de fractura, esta tendência inverte-se após ter sido alcançado um deslizamento de aproximadamente.15 mm, sendo na rotura a abertura de fissura 4 a 5 vezes superior o valor do deslizamento. No caso dos provetes reforçados, devido à resistência oferecida pelos varões ao deslizamento da fenda, este é sempre inferior à abertura de fenda, principalmente nos provetes reforçados com varões de aço. No entanto, nestes últimos provetes, a partir de determinada abertura de fissura ocorre um acréscimo brusco de deslizamento, que corresponde ao momento de entrada em cedência da armadura, tal como pode ser visualizado na Figura 7, onde estão representadas a relação entre a força aplicada e a extensão no extensómentro SG3 (ver também Figura 3b). Os valores máximos da extensão neste extensómetro, ε,,e os correspondentes à carga máxima, ε, encontram-se no Quadro 3. Constata-se que as extensões nos varões de GFRP são bastantes inferiores às registadas nos varões de aço (não ultrapassaram os % a extensão última do GFRP), indicando ter ocorrido rotura precoce pela interface varão-adesivo, o que se veio a observar em inspecção dos provetes após o seu ensaio. Em consequência deste facto, a abertura máxima nos provetes reforçados com varões de GFRP foi superior à registada nos provetes reforçados com varões de aço. 8

-.3 -.5 -. -.15 -.1 -.5 -.6 -.4 -....1.4...5.1.15..5.3 Abertura de fissura - 1 1 8 6 4 - -4 - -4-6 4 6 8 1 1 Encontro Nacional de Betão Estrutural 8 G. Dalfré, J. Barros e E. Trombini SR_1 SR_ 1_GFRP_E_1 _GFRP_E_1 3_GFRP_E_1 1_GFRP_1_PC _GFRP_1_PC -6 4 6 8 1 1 Abertura de fissura - 1 1.5 1_Steel_E_8 1 1. _Steel_E_8 8.5-6 -6 4 6 8 1 1 4 6 8 Abertura de fissura - Abertura de fissura - 1 1 Figura 6. Abertura de fissura versus deslizamento. 1 1 8 6 4 - -4 6 4 - -4 1-1 4 6 8. -.5 1 3 4 5 6 1_GFRP_E_8 _GFRP_E_8 3_GFRP_E_8 1_GFRP_8_PC _GFRP_8_PC Força total 16 1 1 1 8 6 1_GFRP_E_8 _GFRP_E_8 3_GFRP_E_8 1_GFRP_8_PC _GFRP_8_PC -3 - -1 1 3 Extensões - SG3 (µm/m) 16 Força total 16 1 1 1 8 6 1_GFRP_E_1 _GFRP_E_1 3_GFRP_E_1 1_GFRP_1_PC _GFRP_1_PC SG3-3 - -1 1 3 Extensões - SG3 (µm/m) 5 Força total 1 1 1 8 6 5 1 15 5 3 Extensões - SG3 (µm/m) Figura 7. Curvas força versus extensão no SG3 (central). 9 1_Steel_E_8 _Steel_E_8

4. CONCLUSÃO Análise do desempenho de uma nova técnica de reforço ao corte para elementos estruturais de betão armado No presente trabalho uma nova técnica de reforço foi utilizada para aumentar a capacidade de carga de elementos com rotura por corte. Esta técnica baseia-se na inserção de varões em furos efectuados nas peças de betão armado a reforçar. Os varões são fixos ao betão por intermédio de adesivo epoxi. Tendo por base os resultados obtidos no programa experimental, conclui-se que: (i) A monitorização de ambas as faces do provete é indispensável dada ser impossível garantir um comportamento perfeitamente simétrico do provete. (ii) Com o uso de varões de aço e de fibra de vidro de φ8mm (para uma taxa de reforço ( ã ã ) da ordem de.1%), verificou-se um aumento da força de 6% e 1%, respectivamente, enquanto o reforço com varões de GFRP de φ1 mm, (com taxa de reforço igual a.7%), permitiu um aumento da força entre 5% e 8%. (iii) A abertura de fissuras registada para os provetes reforçados com varões de aço é expressivamente inferior à obtida com varões de fibra de vidro. Para além disso, deve ser registado o aumento da força de 6% para o diâmetro de 8mm. (iv) O pré-carregamento e a pré-fissuração, anterior à aplicação do reforço, não afectaram a capacidade resistente dos provetes. (v) De acordo com os resultados obtidos, verificou-se a viabilidade de utilização da técnica proposta no reforço ao corte, dado que a rotura frágil dos provetes submetidos a esforços de corte é evitada, obtendo um comportamento dúctil após o pico do carregamento e aumentos significativos na capacidade de carga dos elementos reforçados. AGRADECIMENTOS Os autores manifestam os seus agradecimentos ao apoio prestado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) no projecto CUTINEMO - Laminados de fibras de carbono inseridos no betão de recobrimento para o reforço aos momentos negativos de estruturas contínuas de betão armado (PTDC/ECM/7399/6). O primeiro autor agradece o apoio financeiro concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/Brasil), ao abrigo da Bolsa de Doutoramento GDE nº 953/7-9. Às empresas S&P Reinforcement e Schöck ComBAR os autores agradecem os materiais gentilmente oferecidos. Agradece-se, em especial, a colaboração da empresa Casais na confecção dos provetes, bem como o apoio prestado pelos técnicos do Laboratório de Estruturas da Universidade do Minho. REFERÊNCIAS [1] BARROS, J.A.O.; FORTES, A.S. - Flexural strengthening of concrete beams with CFRP laminates bonded into slits. Journal Cement and Concrete Composites, 7(4), 471-48, (5). [] EL-HACHA, R.; RIZKALLA, S.H. - Near-surface-mounted fiber-reinforced polymer reinforcements for flexural strengthening of concrete structures. ACI Structural Journal, 11(5), 717-76, (4). [3] BONALDO, E. - NSM technique for the flexural strengthening of RC slab structures (Provisory Title). Guimarães: Universidade do Minho (Em preparo). Tese de Doutoramento. [4] BARROS, J.A.O., [et al.] - Exploring the possibilities of a new technique for the shear strengthening of RC elements. Proceedings of the International Conference Challenges for Civil Construction. [5] Especificação do LNEC E397-1993, BETOES Determinação do Módulo de Elasticidade em Compressão, LNEC, Portugal; Maio 1993. [6] S&P REINFORCEMENT. S&P Resin Epoxy 55/S&P Resin Epoxy 5. [Consult. 15 Julho 8]. Available on the WWW:<URL:http:// www.reinforcement.ch/pdf_daten/en_produkt/resin-55-5_en.pdf > [7] ISO 57-5. Plastics - Determination of tensile properties - Part 1: Test conditions for unidirectional fibre-reinforced plastic composites, International Organization for Standardization, Genèva, Switzerland, 9 pp., (1993). [8] Schöck Combar - Technical information Schöck Combar. [On line]. Schöck, 7. [Consult. 5 Julho 8]. Available on the WWW:<URL: http://www.schoeck-combar.com> [9] EUROCODE : Design of concrete structures - part 1: General rules and rules for buildings EN 199-1- 1:4:E. Brussels: European Committee for Standardization, December (4). [1] EL-ARISS, B. - Behavior of beams with dowel action. Engineering Structures, 9, 899 93 (7). 1