Homilia de Dom Dario - Solenidade da Epifania do Senhor

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Transcrição:

Homilia de Dom Dario - Solenidade da Epifania do Senhor Caros irmãos e irmãs! Paz e Bem! Saúdo a todos aqui presentes que vieram participar dessa Celebração Eucarística da Solenidade da Epifania do Senhor. Nesta Solenidade tão bonita, rendemos graças a Deus pelos vinte e cinco anos da Comunidade Epifania, que produziu muitos frutos, com uma presença fecunda em nossa Arquidiocese, por seu carisma, missão e serviço. Louvamos ao Senhor, também, pelos trinta anos do SECRI, que é fruto do trabalho comprometido de muitos homens e mulheres, que percorreram até aqui, ao longo de três décadas, um caminho de muitos desafios e de grandes conquistas. As raízes do SECRI estão nas ações sociais e de evangelização dos religiosos, dos vicentinos, dos leigos e leigas e da Pastoral do Menor da paróquia Santa Rita. Uma iniciativa que nasceu no desejo de criar espaços de atuação pastoral e diálogo com as realidades desafiadoras do bairro São Benedito, de maneira especial, na promoção das famílias, crianças e jovens. Ao longo desses trinta anos, muitos avanços aconteceram, desafios foram vencidos e conquistas significativas foram alcançadas, indo sempre na direção de uma presença fecunda de formação integral de cidadania. Na alegria de celebramos juntos a Solenidade da Epifania, os nossos olhos se elevaram para o alto deste morro tão bonito e os nossos passos nos trouxeram até aqui, para nos unirmos à caminhada de todos vocês que com coragem, generosidade e fidelidade a Deus, trabalham há tantos anos nesta Comunidade, de modo que este trabalho tão relevante na vida de tantas pessoas, crianças, jovens e adultos, que já passaram por esta instituição, e de tantas outras que estão sendo assistidas, seja ainda mais conhecido, ajudando no fortalecimento e criação de novas parcerias para os projetos desenvolvidos por vocês no SECRI. O SECRI tem sido uma verdadeira manifestação de Deus, brilhando intensamente como a estrela de Belém nessa região tão sofrimento, marcada pelo preconceito, criminalização e descaso do poder público. A Celebração de hoje proclama a manifestação do Senhor ao mundo inteiro, quando todos os olhares se voltam para o menino Deus nascido em Belém, o Salvador da humanidade, Luz do Mundo. Somos convidados, à exemplo dos magos, a elevarmos os olhares, deixarmo-nos iluminar e guiar pela Luz da Estrela de Belém. Com coragem, somos chamados a fazer o mesmo caminho dos magos, saindo de nosso fechamento e egoísmo, colocando-nos à caminho, na busca do Senhor. Sim! É seguindo a estrela guia indo às periferias, iluminados pela luz da fé, que nos

encontraremos com o Senhor. Ele está nas periferias, humilde, pobre, excluído, esperando pelo nosso encontro, para iluminar a nossa vida com a luz do seu amor, afastando as trevas do egoísmo, da ganância e da vaidade, para que encontremos a verdadeira felicidade. No diálogo entre o céu e a terra, quando o Filho de Deus é revelado à humanidade, ninguém é excluído de sua presença. Todos têm um lugar garantido na pequenina gruta de Belém, que quer dizer casa do pão partilhado, onde o Senhor se revela ao mundo, a todos os povos de todos os tempos, e todos são convidados por Ele a se reconhecerem como irmãos e irmãs. Nesse lugar sagrado de comunhão e encontro, como os magos, devemos, com humilde reverencia, nos apresentar ao Senhor e colocar ao seu dispor aquilo de mais precioso que trazemos ao longo da vida. Ouvindo o apelo que a sua humilde manifestação nos faz a uma autêntica e profunda revisão de vida, escolhendo novas posturas, nova forma de viver, percorrendo um caminho diferente de volta à casa. Um caminho que nos afaste da senda da violência, contrapondo-nos a todos os que não respeitam a vida, a liberdade e o sonho das pessoas. A Luz do Senhor que nos passado iluminou o caminho do povo de Israel, descrito na Primeira Leitura, foi a mesma que guiou os magos em seu caminho até a gruta de Belém. O profeta Isaias exorta o povo a se deixar envolver e caminhar iluminado pela luz brilhante da presença de Deus. O Povo de Deus precisava de forças para reconstruir a cidade de Jerusalém, assim como os magos precisavam de coragem, em seu árduo caminho até o encontro com o Senhor, atravessando o deserto ao longo de dias escaldantes e noites e frias. O Povo de Deus precisava de forças para reconstruir a cidade de Jerusalém, assim como os magos também precisavam de coragem, em seu árduo caminho até o encontro com o Senhor. Tanto os filhos de Israel, quanto os magos procuravam algo maior do que eles mesmos, um sentido para as suas vidas, uma luz para os seus caminhos. A alegria dos exilados era a de contemplar o face do Messias, o portador da Luz divina e iria reunir os filhos dispersos de Israel. Já os magos, a sua busca ganhava sentido e vigor, mesmo em meio às dificuldades e dúvidas do caminho percorrido, pois queriam adorar o Rei de Israel, o recém-nascido mostrado pela estrela. Hoje, à exemplo do que fizeram os filhos de Israel em seu retorno e reconstrução de sua terra e do caminho e da alegre busca dos magos, todos fomos convidados a virmos ao encontro de Cristo, para depositarmos diante Dele as nossas mais profundas e verdadeiras esperanças. Essas que têm a sua origem no desejo de Deus de um mundo mais justo, fraterno e solidário, onde todos se reconhecem como irmãos e irmãs, em dignidade e igualdade.

O Senhor se deixa encontrar, por quem O busca com sinceridade de coração. Ouçamos o Seu suave convite, aproximemo-nos Dele com confiança e deixemos que a Sua voz nos fale ao coração, convidando-nos a seguir sua luz assumindo posturas, escolhas e opções que são claras no Evangelho, como verdadeiros discípulos missionários. Homens e mulheres tocados pelo Amor de Cristo e atentos aos desafios e necessidades do tempo presente, comprometidos com a defesa da vida e com a promoção dos direitos humanos da cidadania, da paz e da justiça. Na Segunda Leitura, na Carta aos Efésios, o autor afirma que Deus desejou revelar o seu projeto de amor diante de todas as nações, não somente ao povo eleito, mas, também para os pagãos, isto é, a todos os que estavam fora da Aliança, acolhendo a todos com amor. Tal postura esteve sempre presente na vida pública de Jesus, em suas palavras, atitudes e gestos, ensinando que ninguém é estrangeiro na casa de Deus. Mas, ao contrário, todos são filhos e filhas amados e que a salvação é oferecida gratuitamente a todos sem exceção, pois, em Cristo, todos somos salvos e resgatados para o Pai. O Evangelho de hoje aponta para a mesma direção, pois, na imagem dos magos do Oriente, estão representados todos os povos da terra, vindos de todos os lugares para encontrar o Rei de Israel, que os acolhe sob o mesmo teto, em igual dignidade. Em Cristo, todos somos irmãos, por isso, a nossa Fé não pode compactuar com as desigualdades sociais, a exclusão, o preconceito, a intolerância, a miséria, a fome e a violência que mata os jovens, os negros, os pobres e as mulheres, como tantas que foram violentamente assassinadas nas periferias da Grande Vitória. O caminho trilhado pelos magos é apresentado como um caminho para todos que desejam encontrar-se com o Senhor, que procuram a sua face e desejam ser iluminados por Sua Luz. Nas noites escuras pelas quais os magos passaram, foram iluminados pela Luz da estrela que os guiava, conduzindo os seus passos até à presença do Salvador da Humanidade. Foram ao encontro do Senhor, seguindo a estrela até Belém e O encontraram, na estrebaria de Belém, embalado nos braços de sua mãe. Ao chegarem diante do Salvador, os seus olhos se iluminaram, seus corações se refizeram e as suas forças foram recuperadas. Eles o adoraram, depositando diante dele os seus maiores dons e toda sua a vida, retornando depois para a sua terra, por um caminho diferente. A indicação do retorno por um outro caminho, não diz respeito somente à estrada que fizeram, mas, retrata, sobretudo, o modo como retornaram. Eles não eram mais os mesmos, tinham sido iluminados pela Luz que tranforma os homens e as mulheres, tornando-os capazes de novas posturas, escolhas de vida e caminhos diferentes. Irmãos e imãs, quem encontra Cristo segue por outro caminho! Repitamos juntos: Quem encontra Cristo segue por outro caminho!

Esse é o grande convite da liturgia desse Domingo da Epifania do Senhor, dirigido a todos nós que viemos ao encontro do Senhor e aqui O encontramos. Nós o encontramos no rosto das crianças, no olhar atentos das mulheres e homens, no rosto maduro e provado dos idosos, nas esperança e vigor de vida dos jovens. Sim! Ele está aqui, em cada um de vocês que habitam esta periferia geográfica e existencial. Ao nos encontrarmos com vocês, nós nos encontramos com Jesus, o Homem de Nazaré, que habita em nosso meio. Ao subir a ladeira da Comunidade São Benedito, ao nos reunirmos aqui no SECRI, também nós, a exemplo dos magos, deixamos nossas casas e nos colocamos a caminho, dispostos a atravessar o deserto que nos separa. Todos buscamos o Senhor, no desejo de que Ele fortaleça nossos passos, como foram fortalecidos os passos dos filhos de Israel e nos mostre um caminho novo a ser seguido, como fez com os magos do Oriente. Ao chegarmos aqui, fomos acolhidos por irmãos e irmãs nossos, famílias, idosos, jovens e crianças, todos com os seus olhos brilhantes, cheios de esperança e sonhos, que ainda persistem em se manter vivos, mesmo diante do preconceito, da discriminação e da violência que rouba a vida. Fomos tocados pela Palavra de Deus, pela Vida desse povo e pelo testemunho desses irmãos que, com tanta ternura e afeto, nos receberam. Deixemos de lado o medo que nos separa, divide e impede de irmos ao encontro do Senhor que nos espera em cada irmão e irmã nossos, principalmente os pobres e excluídos. O Filho de Deus não nasceu nos palácios, nem mesmo dentro dos muros da cidade de Jerusalém, ele encontrou acolhida e lugar entre os pobre e excluídos. Fomos atraídos pela Luz de Sua Palavra, pois, para nós, aqui também é Belém, a casa do pão partido e repartido! Todos somos filhos e filhas de Deus amados, reunidos ao redor da mesma Mesa da Palavra e da Eucaristia, da qual recebemos e partilhamos o Pão Vivo descido do céu. É urgente que nos unamos e sintamo-nos parte dessa grande família de Deus, a fim que as dores dos mais pobres e excluídos sejam as dores de todos nós. A aflições das mães que perdem seus filhos por causa da violência mova nossos corações, de modo que, tocados pela Palavra, iluminados pela Luz de Cristo, alimentados pelo Seu Corpo e Sangue e imapctados pela realidade ao nosso redor, sigamos, como os magos, por um caminho diferente, que nos levará ao compromisso Evangélico com os mais Pobres, reconhecendo neles a presseça de Cristo, pobre desde o seu nascimento até à solidão de sua Cruz. Os magos são a expressão clara da Igreja em Saída, que vai ao encontro do Senhor, dirigindo-se às periferias geográficas e existenciais, indo ao encontro dos pobres. O caminho percorrido pelos magos é o mesmo caminho que nós da Arquidiocese de Vitória devemos fazer cheios

de esperança e alegria, indo ao encontro das realidades desafiadoras, à procura daqueles que estão perdidos e caídos por causa da violência e da miséria. Não podemos nos fechar na falsa segurança de nossas sacristias, mas, com Alegria e coragem, devemos sair para anunciar o Evangelho de Jesus Cristo aos que o Senhor nos confiou. Caminhemos cheios de confiança e esperança, sem medos, pois, o Senhor nos prometeu que estará sempre conosco e que jamais caminharemos sozinhos. O Arcebispo conta com todos vocês na missão de continuar a fazer de nossa Arquidiocese uma Igreja em Saída, iluminada pela de Cristo e enviada a ser sinal de seu Amor, com a histórica e clara opção preferencial pelos pobres. Convido, mais uma vez, a todos os cristãos de diferentes denominações, aos que foram contituídos em autoridade e governo, aos meios de Comunicação Social e aos homens e mulheres de boa vontade para que nos unamos na multiplicação dos espaços de solidariedade e formação de cidadania, como este no qual estamos, o SECRI. É missão de todos nós fazer brilhar, em nosso Estado, a Luz de Cristo e o faremos quando sairmos ao seu encontro e de mãos dadas, com nossos corações comprometidos, e assumindo como algo urgente a defesa e a promoção da vida, onde e quando ela estiver ameaçada. Que o Senhor faça brilhar sobre todos nós a Sua Luz e nos torne capazes de refazer sempre o caminho da vida! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!