PREENCHIMENTO DO DOCUMENTO ÚNICO GUIA DO REQUERENTE

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Transcrição:

PREENCHIMENTO DO DOCUMENTO ÚNICO GUIA DO REQUERENTE Ter em atenção especial os «PONTOS ESSENCIAIS» Observação: O Guia foi elaborado a pensar nos requerentes, para os ajudar a preparar os pedidos de registo de indicações geográficas protegidas (IGP) e denominações de origem protegidas (DOP) nos termos do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo aos regimes de qualidade dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios. Não possui valor jurídico. São vinculativas unicamente as disposições do Regulamento e outras regras aplicáveis da UE. GENERALIDADES O Documento Único vale por si. Não remeter para anexos, legislação e regulamentação nacional, legislação da UE, Caderno de Especificações ou outros documentos. Não fornecer bibliografia exaustiva. O Documento Único não tem de ser muito extenso (3 a 5 páginas, no máximo, e não mais de 2500 palavras, exceto em casos devidamente justificados), mas tem de ser muito preciso e sucinto. Evitar descrições subjetivas e imprecisas, como «delicioso», «perfeito», «saboroso», «bonito», «preferido das donas de casa», etc., e exageros e superlativos de apreciação pessoal: «o melhor», «o mais procurado», etc. O Documento Único deve ser preenchido nos modelos (disponíveis em todas as línguas da UE) fornecidos no sítio Web da Comissão. Os modelos possuem o formato adequado para publicação no Jornal Oficial da UE, se o pedido for deferido. Estão acessíveis no seguinte endereço: https://ec.europa.eu/info/food-farming-fisheries/food-safety-and-quality/certification/qualitylabels/regulations-templates-reports_pt No que respeita ao conteúdo, sugere-se o espírito dos documentos únicos já aprovados pela Comissão e publicados no JOUE (disponíveis em DOOR). Aceitam-se pedidos de alterações de agrupamentos de produtores, inclusive distintos do que introduziu o pedido original. Todavia, estes produtores devem trabalhar com o produto que ostenta a denominação visada pelas alterações. 1. NOME PONTO ESSENCIAL: O nome tem de ser utilizado para designar o produto específico. Não se aceitam nomes fantasiosos ou inventados. Não se aceitam nomes que descrevem o produto em geral e não se referem diretamente ao produto específico. Prova de utilização: O nome já tem de ser utilizado no comércio ou na linguagem comum para designar o produto específico antes da apresentação do pedido. Convém ilustrar descritivamente a utilização comercial ou linguística.

São de evitar os termos de significado descritivo determinado, como «original», «tradicional», «artesanal», «natural», etc., exceto quando constituam parte integrante do nome utilizado para descrever o produto. Língua e alfabeto: - O nome tem de ser inscrito na língua utilizada na região de origem, quer seja a nacional ou uma língua de menor difusão, um dialeto ou uma língua usada historicamente na região para descrever o produto. - Se o alfabeto utilizado não for o latino, fornecer a transcrição latina do nome. Salienta-se que por «transcrição» não se entende nem tradução nem transliteração: a transcrição em alfabeto latino fornece (aproximadamente) o som das palavras pronunciadas na redação original. Se o mesmo produto for designado por mais de um nome (por exemplo, nos casos em que se utilize a língua nacional e uma regional): - O requerente pode optar pelo registo de um ou de todos os nomes; - Estes nomes devem ser separados por barra oblíqua («/»); (não utilizar «ou»): «Lorem-Ipsum» / «Lorus-Ipsus». - Se os nomes designarem produtos diferentes, enviar pedidos separados para cada produto de nome diferente. Sempre que evocado, este nome duplo tem de ser repetido na íntegra. O texto pode ser aligeirado utilizando termos como «o queijo» ou «a maçã» sempre que o significado seja claro. - Se um nome abranger mais do que um produto distinto (por exemplo, um produto em bruto ou transformado), salienta-se que o mesmo nome tem de designar todas as formas do produto. Há que descrever ambos os produtos, os quais têm de preencher todas as condições de registo (por exemplo, peixe cru e transformado). Se estiverem preenchidas todas as condições de registo, basta um único pedido. Exige-se precisão: o nome tem de ser exatamente o mesmo (mesmos termos, mesmos carateres) em todas as circunstâncias ao longo do texto do Documento Único. Requere-se justificação quando uma denominação de origem protegida se refere ao nome de um país ou inclui o nome de um país. Se a denominação contiver ou constituir um nome de uma variedade vegetal ou de uma raça animal, fornecer uma descrição que demonstre estarem reunidas as condições exigidas no artigo 42.º do Regulamento (UE) n.º 1151/2012. 2. ESTADO-MEMBRO OU PAÍS TERCEIRO Nome do país de produção. Tratando-se de mais de um país (por exemplo, quando a área geográfica trespassar a fronteira), indicá-los todos.

3. DESCRIÇĀO DO PRODUTO AGRÍCOLA OU GÉNERO ALIMENTÍCIO 3.1. Tipo de produto Utilizar a classificação dos produtos do anexo XI do Regulamento (CE) n.º 668/2014. 3.2. Descrição do produto correspondente à denominação indicada no ponto 1 PONTO ESSENCIAL: O produto tem de ser específico: tem de possuir características próprias que o distingam de outros produtos. Pensar: O que torna este produto especial? Como é que este produto é diferente de qualquer outro da mesma categoria? Não se faz questão que os produtos sejam únicos, mas se não houver nada que os distinga dos produtos básicos, não serão aceites como DOP ou IGP. Começar a descrição com a pormenorização do tipo de produto, mesmo que pareça repetitivo no original. Exemplo de um bom começo: «"Lorem-Ipsum apple" designa maçã da variedade...». Na publicação no Jornal Oficial, não se traduz a denominação «Lorem-Ipsum apple». O leitor pode assim ver imediatamente em que consiste o produto, na sua língua: «"Lorem-Ipsum apple" designa maçã da variedade» PONTO ESSENCIAL: A descrição do produto específico tem de apresentar dados técnicos e científicos. Incluir os dados físicos, microbiológicos, químicos e organolépticos que constituem as especificidades do produto. Os dados físicos, microbiológicos, químicos e organolépticos intrínsecos ao tipo, variedade ou raça a que o produto pertence não devem ser mencionados. A descrição deve primar pela precisão, recorrendo ao tipo de linguagem que utilizaria um agrónomo ou técnico alimentar. Recorrer a definições e normas habitualmente utilizadas para o produto. Utilizar unidades de medida e elementos de comparação ou técnicas habituais. PONTO ESSENCIAL: Esta secção tem de ser coerente com a secção 5 no que respeita às especificidades do produto, Os dados sobre produtos de origem animal obtidos de animais alimentados em pastagens devem fazer referência ao período mínimo de pastagem (em meses ou à totalidade do período anual). 3.3. Alimentos para animais (unicamente para os produtos de origem animal) e matérias-primas (unicamente para os produtos transformados) Tratando-se de produtos não transformados, deixar esta secção em branco. Para as DOP Todos os alimentos para animais devem provir da área geográfica (artigo 5.º, n.º 1, alínea c), do Regulamento (UE) n.º 1151/2012). Assim sendo, há que confirmar que todos os alimentos para animais têm origem na área geográfica.

Todavia, admite-se uma derrogação, caso não seja tecnicamente possível produzir todos os alimentos para os animais na área geográfica (artigo 1.º do Regulamento Delegado (UE) n.º 664/2014 da Comissão). À luz do que precede, podem adicionar-se alimentos que não provenham da área geográfica, mas apenas na medida em que os nela produzidos não bastem e que a relação entre o meio geográfico e o produto não se alterem. Além disso, os alimentos adicionados não poderão nunca ultrapassar 50 % (de matéria seca numa base anual) do total da alimentação dos animais. Na eventualidade de se adicionarem alimentos que não provenham da área geográfica ao regime alimentar dos animais, descrever em pormenor as exceções em questão e apresentar os justificativos de acordo com o artigo 1.º do Regulamento Delegado (UE) n.º 664/2014 da Comissão. Indicar a percentagem de alimentos (de matéria seca numa base anual) provenientes do exterior da área geográfica, explicar por que motivo não é tecnicamente possível obter a totalidade dos alimentos na área e demonstrar que a qualidade ou as características do produto devidas essencialmente ao meio geográfico não se adulteram. Todas as matérias-primas devem ser obtidas na área geográfica (artigo 5.º, n.º 1, alínea c), do Regulamento (UE) n.º 1151/2012). Assim sendo, confirmar que todas as matérias-primas têm origem na área geográfica. Todavia, em determinadas circunstâncias devidamente justificadas e no que respeita a denominações reconhecidas no país de origem antes de 1 de maio de 2004, as matérias-primas podem provir de uma área geográfica mais vasta ou diferente (artigo 5.º, n.º 3, do Regulamento (UE) n.º 1151/2012). Consultar as entidades nacionais para esclarecimentos sobre a aplicação da exceção. Na eventualidade de se autorizarem matérias-primas que não provenham da área geográfica, descrever em pormenor as exceções em causa e apresentar os justificativos de acordo com o artigo 5.º, no 3, do Regulamento (UE) n.º 1151/2012. Preconiza-se a menção dos alimentos para animais e as matérias-primas utilizados, bem como todas as condições aplicáveis, tais como qualidade, classe de carcaça, variedade ou raça, teor de matéria gorda, etc. Para as IGP Descrever e justificar todas as restrições sobre o abastecimento em matérias-primas. Este tipo de restrições pode constituir entrave ao mercado único. É imperioso justificá-las com base na relação (por exemplo, recorrendo a critérios qualificativos ligados à especificidade do produto). Em princípio, exclui-se a possibilidade de limitar o fornecimento de matériasprimas à oferta nacional. Podem justificar-se restrições ao fornecimento de matérias-primas a uma área geográfica. Indicar as matérias-primas utilizadas e todas as especificações sobre qualidade, como categoria, classe de carcaça, variedade ou raça, teor de matéria gorda, etc. 3.4. Fases específicas da produção que devem ter lugar na área geográfica identificada Para as DOP

Todas as etapas de produção devem ocorrer na área geográfica (artigo 5.º, n.º 1, alínea c), do Regulamento (UE) n.º 1151/2012). Assim sendo, confirmar que todas as etapas de produção ocorrem na área geográfica. A única exceção possível diz respeito à origem das matérias-primas (ver ponto 3.3). Em determinadas circunstâncias devidamente justificadas e no que respeita a denominações reconhecidas no país de origem antes de 1 de maio de 2004, as matérias-primas podem provir de uma área geográfica mais vasta ou diferente (artigo 5.º, n.º 3, do Regulamento (UE) n.º 1151/2012). Neste caso, algumas etapas de produção ocorreriam legalmente fora da área geográfica identificada. Considerando que a descrição e justificação desta derrogação já devem figurar no ponto 3.3, basta inserir aqui uma simples referência ao mesmo. Para as IGP Pelo menos uma etapa de produção ocorre na área geográfica (artigo 5.º, n.º 2, alínea c), do Regulamento (UE) n.º 1151/2012). Referir, sem pormenorizar, todas as etapas que devem ocorrer na área geográfica, desde o abastecimento em matérias-primas até ao produto final. Por exemplo, tratando-se de carne, as fases de abate e desmancha fazem parte do processo de produção. Por seu turno, a fatiagem, ralagem e acondicionamento não fazem parte do processo de produção, pelo que devem ser descritas no ponto 3.6. Caso se apliquem derrogações e restrições, descrevê-las e justificá-las. Se as restrições incidirem em casos já abrangidos no ponto 3.3, inserir uma simples referência ao mesmo. 3.5. Regras específicas relativas à fatiagem, ralagem, acondicionamento, etc., do produto a que a denominação se refere Esta secção é facultativa. Descrever normas e restrições a estas atividades, ou seja, as fases que ocorrem após obtenção do produto final, justificando-as. PONTO ESSENCIAL: As restrições de ordem geográfica requerem uma justificação rigorosa intrínseca do produto. A proibição de acondicionamento fora da área deve constituir exceção, pois constitui uma limitação das liberdades garantidas pelo mercado único. Esclarecer se a restrição impede o comprador do produto (por exemplo, um supermercado de outro Estado-Membro) de o reacondicionar, fatiar, etc., justificando tais limitações. 3.6 Regras específicas relativas à rotulagem do produto a que a denominação se refere Ponto facultativo. Podem especificar-se disposições especiais de rotulagem, tais como a inclusão de um logótipo específico no rótulo do produto. O logótipo pode ser reproduzido a preto e branco no Documento Único. Esta indicação pode ser útil para os inspetores de outros Estados-Membros fazerem valer direitos. Os pedidos de reprodução de logótipos no rótulo implicam que todos os produtores a eles tenham acesso.

Não repetir as disposições sobre rotulagem impostas pela regulamentação nacional ou pela legislação da UE: estas disposições aplicam-se independentemente do registo de DOP ou IGP; em caso de alteração, os produtores de DOP/IGP podem ter de apresentar pedido de alteração. Não é necessário incluir a rotulagem facultativa. 4. DELIMITAÇÃO CONCISA DA ÁREA GEOGRÁFICA Exige-se precisão. O Caderno de Especificações tem de incluir a descrição da área geográfica, na medida do possível com referência a limites físicos (por exemplo, rios, estradas) ou fronteiras administrativas. Os agricultores e inspetores têm de saber claramente se uma parcela individual está dentro ou fora da área. Evitar termos de caráter geral. Primar pela concisão no Documento Único: se a zona abranger 50 autarquias de uma província com 55, não indicar as 50, mas sim: «Província de Lorem-Ipsum, exceto as autarquias de Dolor, Sit, Amet, Magna e Adipisicing.» PONTO ESSENCIAL: A área geográfica tem de ser delimitada no que respeita à relação entre a localidade e o produto. Indicar se a área se limita a zonas (por exemplo, lagos-viveiros) ou tipos de solo a ela específicos. É preferível que a área seja contínua e homogénea, incluindo no que respeita a características ambientais peculiares, determinantes para comprovar a relação. Aconselha-se a inclusão de um mapa da área geográfica. 5. RELAÇÃO COM A ÁREA GEOGRÁFICA PONTO ESSENCIAL: A relação com a área geográfica constitui a parte essencial do Documento Único. É necessário demonstrar de que forma as características do produto se devem à área geográfica e quais são os elementos naturais, humanos ou outros que conferem especificidade ao produto. Devem descrever-se aqui as especificidades do produto, as da área geográfica que estão na origem ou influenciam as especificidades do produto e a forma como estas acabam por gerar e influenciar as primeiras. É isto que constitui a «relação» entre o meio geográfico e a qualidade do produto. A descrição deve igualmente salientar de que forma os métodos de produção são superiores a outros e contribuem para o caráter específico e distintivo do produto. Requerimento de IGP: Indicar claramente se a relação de causalidade se baseia numa determinada qualidade, na reputação ou em outras características do produto atribuíveis à sua origem geográfica. Especificidade do produto A descrição das especificidades do produto deve ser coerente com o ponto 3.2; na medida do possível, evitar repetições.

Identificar e descrever aquilo que torna o produto especial relativamente a produtos semelhantes. Mencionar apenas as características peculiares do produto que se devem (ou são atribuíveis) às especificidades da área geográfica. PONTO ESSENCIAL: Não incluir características do produto que não estejam relacionadas com a área geográfica ou o saber, nem sejam pertinentes (no que respeita à reputação) para a reputação do produto. Apresentar elementos precisos e sucintos que justifiquem este saber. Apresentar exemplos concretos da utilização efetiva do nome, no passado e no presente, de preferência associados à comercialização real do produto. Especificidades da área geográfica PONTO ESSENCIAL: Identificar e descrever as características da área geográfica pertinentes para a relação. Podem ser características edafoclimáticas, da topografia, do clima, do solo, das precipitações, da exposição, da altitude, etc. Não incluir as características da área geográfica que não influenciam a especificidade do produto. Evitar terminologia generalista (por exemplo «paisagem magnífica»). O saber dos produtores locais pode igualmente ser descrito aqui. As competências têm de ser especiais e peculiares: a produção normal não basta. Influência das especificidades da área geográfica nas especificidades do produto (Relação) PONTO ESSENCIAL: Demonstrar de que forma as características do produto derivam dos fatores presentes na área. Indicar um raciocínio objetivo que demonstre a correlação entre as especificidades da área geográfica e as do produto. Nos pedidos de IGP fundamentados na reputação têm de se mencionar aqui os motivos específicos que ligam o produto à área geográfica. Indicar a especificidade do produto que lhe dá a reputação e fornecer informações e elementos precisos que a justifiquem. A relação pode ser demonstrada por recortes de imprensa. Demonstrar que a reputação do produto está ligada ao nome e é atribuível à área geográfica. A reputação pode ser comprovada com elementos como prémios, referências a livros técnicos ou à imprensa, a menções especiais em publicações culinárias, etc. Referência à publicação do caderno de especificações (Artigo 8.º, n.º 2, do Regulamento (UE) n.º 1151/2012) Por último, anexar o Caderno de Especificações do produto. As entidades nacionais responsáveis devem colocá-lo na Internet e incluir aqui o apontador, a seguir ao Documento Único.