Elevação vocálica no dileto do interior paulista: contribuições para os estudos de variação fonológica do Português do Brasil.

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Transcrição:

Elevação vocálica no dileto do interior paulista: contribuições para os estudos de variação fonológica do Português do Brasil. Ana Amélia Menegasso da Silveira 1, Luciani Ester Tenani 2 Resumo. O objetivo central desta investigação é caracterizar o alçamento vocálico, cuja ocorrência mostra-se bastante significativa na região de São José do Rio Preto, dialeto do interior paulista. Por meio deste fenômeno fonológico, as vogais médias pretônicas /e/ e /o/ tendem a se realizar como /i/ e /u/, respectivamente, o que resulta em ocorrências como fut[i]bol e m[u]tivo. Neste artigo, o alçamento será analisado com base, sobretudo, na influência das variáveis lingüísticas como: contexto vocálico, consaontes adjacentes, nasalidade, tipo de sílaba e atonicidade da sílaba pretônica. Palavras-chave: vogais pretônicas mediais, alçamento, fonologia, variação. Abstract. The main objective of this investigation is to characterize the vowel raising process, a phonological process that is very significant in the São José do Rio Preto s region, a dialect of paulista countryside. By this phenomenon, the medial pretonic vowels /e/ and /o/ tend to occur as /i/ and /u/, respectively,what result in occurences as fut[i]bol e m[u]tivo. In this article, it will be analysed the influence of linguistic variables: vowel context, adjacents consonants, nasalization, type of syllabe and tonicity of the pretonic syllabe. Keywords: medial pretonics vowels, raising process, phonology, variation. 1. Introdução A variação do traço de altura das vogais médias é um fenômeno antigo no português, sendo Fernão de Oliveira (1975 [1536]) o primeiro estudioso a registrar o fato de que [e] e [o] átonos alternam como [i] e [u]. Para ele: Das vogais, entre u e o pequeno há tanta vizinhança, que quase nos confundimos, dizendo uns sorrir o outros surrir e dormir ou durmir e bolir ou bulir e outras partes semelhantes. E outro tanto entre i e e pequeno, como memória ou memórea, glória ou glórea. (Oliveira, F. de (1975 [1536]:64)). No Brasil, os trabalhos que abordam o comportamento dessas vogais surgiram em 1953, quando Antenor Nascentes publica O linguajar carioca, em que estabelece uma divisão entre os dialetos do Norte e do Sul. Segundo ele, as vogais pretônicas abertas [Ε, ] ocorrem nos falares do Norte como, por exemplo, no dialeto de Salvador, descrito por Silva (1989) mas não nos falares do Sul/Sudeste, entre os quais se encontra a fala do interior de São Paulo. Bisol (1983), ao realizar uma pesquisa diacrônica (séculos IV, VIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII) da variação da pretônica no Português, atribui a origem desse fato ao século IV. Baseada na obra Fontes do Latim Vulgar, de Serafim Silva Neto (1956), a autora argumenta que no referido século já era possível encontrar representações como como furmica (f[o]rmiga f[u]rmiga) e furmusura (f[o]musura f[u]rm[u]sura), Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, 2007. p. 18 / 26

que até hoje se manifestam com vogais altas. Neste estudo, Bisol verifica ainda a gradação do processo no decorrer dos séculos, relatando que à medida que o tempo vai passando, o alçamento da vogal torna-se mais recorrente, estabilizando-se no século XVI, quando as ocorrências assemelham-se em 100% às manifestações que existem atualmente na fala do Rio Grande do Sul, dialeto estudado por ela. Além deste estudo, observam-se vários outros acerca das oscilações das pretônicas, cada qual abordado sob o ponto de vista das impressões de fala de seus realizadores ou baseados em dados do que ocorrem em seus dialetos. Um fato a ser destacado, no entanto, é que a herança da variação pretônica tomou, no Brasil, rumos diversos daqueles tomados por estas vogais em Portugal. Dado que o objetivo deste artigo é explicitar, em um estudo preliminar, a manifestação dessas vogais em um dialeto particular do Português do Brasil, não serão abordadas questões relativas ao alçamento do Português de Portugal. 2. Os processos envolvidos De acordo com Bisol (1981), a aplicação da regra do alçamento é abordada com base na ocorrência de um outro processo fonológico, denominado harmonização vocálica. Para a ocorrência desse processo, as vogais médias pretônicas /e/ e /o/ desencandeiam um mecanismo de assimilação do traço de altura das vogais altas /i/ e /u/, respectivamente, a fim de que se estabeleça uma harmonia entre os traços das vogais. Sendo a harmonização um processo que não faz saltos, a autora fortalece a hipótese de que a vogal assimiladora é a vogal alta da sílaba imediatamente seguinte, independente de ser acentuada ou não. Assim, a continuidade, para ela, é uma condição obrigatória para a aplicação da regra. Cabe destacar, porém, que muitas das ocorrências observadas no dialeto em análise, como por exemplo a pronúncia do vocábulo pequeno ~ p[i]queno, não podem ser explicadas pelo processo proposto por Bisol (1981), dado que não se nota a presença de vogal alta /i, u/ na sílaba seguinte à vogal alçada. Por esse motivo, a análise proposta fará referência a pesquisas como a de Abaurre-Gnerre (1981), para quem o alçamento de alguns itens relaciona-se a um processo de Redução Vocálica. Baseado na redução da diferença articulatória entre a vogal alçada e a consoante adjacente, esse processo de redução dá conta de esclarecer a aplicação da regra em palavras como p[i]queno, cujo alçamento pode resultar do fato de a consoante velar [k] seguinte possuir um ponto de articulação alto, levando à elevação da vogal [e]. Portanto, para essa autora, o processo de alçamento das vogais não se circunscreve a uma relação entre vogais. 3. Variáveis selecionadas Neste trabalho de pesquisa, as variáveis escolhidas subdividem-se em lingüísticas e extralingüísticas. As primeiras, por sua vez, são classificadas em dependentes e independentes. 3.1 Variáveis lingüísticas dependentes Uma primeira restrição na definição da variável dependente refere-se à classe de palavras selecionada para investigação do fenômeno, visto que este estudo aborda o comportamento das vogais médias pretônicas somente de palavras pertencentes à classe dos nomes, ou mais especificamente a substantivos e adjetivos. Tal escolha explica-se Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, 2007. p. 19 / 26

pela diferença de estrutura entre as variadas classes gramaticais, fato que pode influenciar no comportamento das vogais de modo distinto 3. Feita essa escolha, define-se como variável dependente a aplicação da regra variável, isto é, a ocorrência ou a não-ocorrência do alçamento, o que significa investigar como as pretônicas [e,o] se realizam: como [i,u], caso de ocorrência da regra; ou como [e,o], caso de não ocorrência da regra. Desse modo, são identificados vocábulos que possuem contexto fonológico para a regra, mas nunca alçam, como r[e]fúgio e b[e]liche; vocábulos que sempre alçam, independentemente do contexto fonológico como p[i]queno e, por fim, os vocábulos que podem ou não alçar, como cozinha ~ c[u]zinha. 3.2 Variáveis lingüísticas independentes A seleção deste tipo de variável foi feita com base na literatura existente sobre o assunto, uma vez que um dos objetivos da pesquisa aqui apresentada é a futura comparação de seus resultados com os de outros trabalhos e, portanto, com outros dialetos. Assim, definiu-se como variável independente: a) contexto vocálico relativo ao tipo de vogal imediatamente seguinte à vogal média pretônica, sabendo-se que essa vogal seguinte pode estar localizada tanto na sílaba tônica quanto em outra pretônica; b) consoantes adjacentes agrupadas de acordo com seus respectivos pontos de articulação, em: bilabial [p, b, m], labiodental [f, v]), alveolar [t, d, s, z, n, l, r], palatal [, ] e velar [k, g, x]; c) nasalidade ocupando a posição de onset da sílaba seguinte à vogal pretônica co[m]ida -; ocupando a posição de onset na mesma sílaba - [m]ochila - e ocupando a posição de coda da mesma sílaba em que ocorre a vogal pretônica - se[n]tido; d) tipo de sílaba sílaba aberta (CV) ou fechada (travada por consoante - CVC); e) atonicidade da sílaba pretônica leva em conta o fato de a propriedade da vogal média, candidata ao alçamento, permanecer átona ou de se tornar tônica, quando a palavra sofrer um processo derivacional ( bonita/bonitinha versus alegre/alegria ). 3.3 Variáveis extralingüísticas a) sexo/gênero uma série de trabalhos (BISOL 1981, BORTONI et al. 1991 e YACOVENCO 1993) a respeito dessa variável mostraram que ela não traz resultados relevantes no que se refere à diferença de manifestação do processo na fala de homens e mulheres (apud CÉLIA, 2004). Por esse motivo, nesta pesquisa selecionamos somente gravações de informantes de mesmo gênero, e elegemos informantes do sexo feminino, em razão dos parâmetros acústicos que caracterizam a voz feminina. b) faixa etária selecionada pelo fato de haver um série de pesquisas que apontam a faixa etária do falante como um fato importante na preservação ou na mudança de um fenômeno lingüístico. Assim, tal variável mostra-se significativa para verificação de possíveis mudanças em tempo aparente, ou ainda para observar se a variação é apenas uma questão de gradação etária (LABOV, 1994). As faixas etárias utilizadas neste trabalho são quatro: de 16 a 25 anos; de 25 a 36 anos; de 36 a 55 anos e mais de 55 anos 4. Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, 2007. p. 20 / 26

c) grau de escolaridade em vista de se pretender caracterizar, a exemplo de outros trabalhos, a manifestação do fenômeno em análise na fala culta 5 do interior paulista, reunindo assim subsídios para comparações interdialetais, optou-se somente por informantes que estejam cursando ou já tenham concluído o nível superior. 4. Procedência do corpus Neste estudo, a análise incide sobre inquéritos retirados do Banco de Dados IBORUNA, que, de detenção do Projeto ALIP (Amostra Lingüística do Interior Paulista), contém amostras de fala do português falado na região de São José do Rio Preto. Além de São José do Rio Preto, as seis cidades (Bady Bassit, Cedral, Guapiaçu, Ipiguá, Mirassol e Onda Verde) incluídas no censo lingüístico realizado pertencem ao noroeste paulista (interior do estado) e são todas circunvizinhas da cidade-sede São José do Rio Preto 6. 5. Análise quantitativa dos dados Como trata-se de uma investigação ainda em andamento, para este artigo a análise dos dados será realizada com base no levantamento dos seguintes inquéritos: - AC-054: mulher, 19 anos, Ensino Superior em andamento; - AC-056: mulher, 21 anos, Ensino Superior em andamento; - AC-088: mulher, 28 anos, Ensino Superior completo; - AC-146: mulher, 68 anos, Ensino Superior completo. Nestes quatro inquéritos, 994 (novecentos e noventa e quatro) vocábulos apresentaram o contexto de vogais pretônicas medias. Desse total de palavras, o processo de alçamento pôde ser observado em 363 (trezentas e sessenta e seis), ou seja, em aproximadamente 36,5% dos vocábulos. Vocábulos com contexto propício para a aplicação da regra Quadro 1. Ocorrências gerais A porcentagem de aplicação do alçamento em cada um dos inquéritos pode ser observada no quadro que segue: Quadro 2. Ocorrências do fenômeno por inquérito AC- 54 AC - 56 AC- 88 AC- 146 41% 32% 38% 26% Tais resultados apontam para uma média de 34% de vocábulos alçados em cada inquérito, sendo que a informante que mais aplicou a regra foi a pertencente à menor faixa etária (19 anos) e a que menos utilizou o alçamento pertence a a maior faixa etária (68 anos). 5.1 Vocábulos variáveis à aplicação da regra Vocábulos alçados Vocábulos nãoalçados 994 (100%) 363 (36,5%) 631 (63,5%) Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, 2007. p. 21 / 26

Dentre os dados selecionados para a análise, percebeu-se a existência de itens que ora sofrem o processo de alçamento, ora não. Tais dados podem ser observados no seguinte quadro: Quadro 3. Itens variáveis Item % alçamento Item % alçamento Item % alçamento político(os,) 87,5% alegria 50% melhor(e) 42% exame (s) 66% cozinha 50% conversa 20% entrevista 75% domingo(s) 50% começo 20% doente(s) 75% doença 50% português 60% seguinte 50% Considerando-se os fatores lingüísticos, ou mais especificamente as variáveis independentes, selecionadas nesta pesquisa, tecemos as seguintes considerações: a) contexto vocálico: vocábulos como domingo, português, político, seguinte, alegria e cozinha, podem ter apresentado a aplicação da regra por influência da vogal alta da sílaba seguinte. Assim, por um processo de harmonização vocálica a vogal média pretônica /e, o/ tende a assimilar o traço de altura da vogal alta /i, u/ da sílaba seguinte. Tal variável mostrou-se bastante relevante para a variação da vogal pretônica, dado que pôde ser observada em 46% dos casos. b) consoantes adjacentes: nos dados do quadro 3, quanto ao tipo de consoante precedente à vogal pretônica, nota-se que a maior ocorrência (38%) pode ser atribuída às consoantes alveolares domingo, doente, doença, seguinte e alegria. No que se refere ao tipo de consoante seguinte exame, doente, doença, português, entrevista, político, conversa e cozinha, também foram as consoantes alveolares as que apresentaram um maior número de itens alçados (61%). A consoante bilabial foi a segunda mais recorrente, tanto para as precedentes melhor, português e político quanto para as seguintes domingo e começo. Devido ao traço de labialidade desse tipo de consoante, tal fato incide, preponderantemente, no alçamento da vogal média posterior /o/, uma vez que as bilabiais trabalhariam a favor da realização de /u/, que numa escala crescente seria mais arredondada que /o/ (Bisol, 1981). c) nasalidade: nos dados do quadro 3, verifica-se que somente em um vocábulo a consoante nasal ocupou a posição de onset da sílaba seguinte à pretônica começo. Na posição de coda da mesma sílaba em que ocorre a vogal pretônica, encontramos as palavras conversa e entrevista. Já a posição de coda da sílaba tônica foi a que apresentou o maior número de itens em variação domingo, doente, doença e seguinte. Dessa forma, é possível concluirmos que esta última posição tende a ser a mais favorável 30% para a variação da regra do alçamento, sendo a posição de onset da sílaba seguinte à pretônica a menos propícia 7,5 %. d) tipo de sílaba (pretônica variável): as palavras que apresentaram a sílaba pretônica aberta (CV) foram domingo, doente, doença, melhor, político, seguinte, começo e cozinha. Além desses, observaram-se ainda itens que tiveram somente uma vogal na sílaba pretônica exame. Já vocábulos como português, entrevista e conversa apresentaram uma sílaba pretônica variável travada por consoante (CVC). Nesse sentido, acredita-se que a sílaba aberta seja predominante nos casos de variação das vogais pretônicas, pois foi a que apresentou maior porcentagem dos dados analisados (61%). Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, 2007. p. 22 / 26

e) atonicidade da pretônica: nos dados variáveis, notou-se somente um caso de derivação, nos vocábulos doença doente. No entanto, tal variável independente não pode ser considerada relevante, visto que em ambas palavras a vogal pretônica (do-) e a vogal tônica (-en-) coincidiram. Portanto, não encontramos dados relevantes para análise dessa variável. 5. 2 Vocábulos invariáveis à aplicação da regra Além dos itens em variação, foi possível observarmos vários vocábulos, nos quais o processo de alçamento se aplicou em todas as ocorrências. Quadro 4. Itens invariáveis menino (a) pessoal pequeno (a) colher (es) senhora prateleirinha engraçado(a) toalha bonito (a) espelho estado espelhinho escolinha (s) padroeiro (s) estranho espera vestido (s) pequenininho ensino endereço almofada agonia botina (s) vestidinho (s) motivo extenso futebol segurança escola (s) espaço avenida esquerda empolgada mochila Nesses itens, em que o alçamento sempre ocorre, pode-se vislumbrar a possível influência das variáveis independentes, conforme apresentamos no quadro 5 a seguir. Quadro 5. Variáveis independentes Variáveis Independentes % Alçamento contexto vocálico 32% bilabiais (consoantes precedentes) 23, 5% alveolares (consoantes seguintes) 70,5% onset/ coda na mesma sílaba 36% sílaba aberta (CV) 53% atonicidade ------- Os dados do quadro apontam que a variável mais recorrente nas palavras em que a regra do alçamento sempre se aplica é a consoante seguinte alveolar, como nas ocorrências endereço e escola. Na seqüência, nota-se a influência das sílabas abertas (CV), como em toalha. Em relação à nasalidade, destacam-se itens do tipo menino (onset na mesma sílaba) e engraçado (coda na mesma sílaba), enquanto que para o contexto vocálico ressaltamos palavras como motivo e segurança. Por fim, com a menor porcentagem, observa-se o papel das consoantes precedentes bilabiais, em itens como pequeno. 5. 3 Vocábulos variáveis versus vocábulos invariáveis Ao se contrastar os resultados quantitativos desses dois tipos de ocorrências (variáveis ou não), é possível perceber uma série de semelhanças, no que se refere à recorrência das variáveis independentes. Em ambos os casos, a consoante seguinte que apresentou maior porcentagem foi a alveolar (61% itens variáveis e 70,5% itens invariáveis), assim como a atonicidade pôde ser considerada uma variável irrelevante nos dois casos. Exatamente com a mesma recorrência da consoante seguinte alveolar (61%), foi possível observar, nas palavras em variação, a relevante presença de sílaba aberta (CV), que nas invariáveis ocupou o segundo lugar, somando 53%. Com relação ao fator nasalidade, notamos divergências de resultados, dado que nos itens variáveis predominou a posição de coda na sílaba tônica (30%), enquanto que Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, 2007. p. 23 / 26

nos invariáveis houve um empate entre onset na mesma sílaba e coda na mesma sílaba (36%). O contexto vocálico também manifestou-se de maneira diferenciada nos resultados, uma vez que foi mais recorrente nos vocábulos variáveis (46%), do que nos invariáveis (32%). Por fim, os dados relativos às consoantes precedentes também divergiram, dado que nos itens em que o alçamento sempre ocorre foram as bilabiais as mais recorrentes (23, 5%), em detrimento das alveolares, presentes na maioria (38%) dos itens que variaram a aplicação da regra. 6. Conclusão Neste artigo, fizemos uma descrição preliminar do alçamento na variedade paulista do Português ao apresentarmos os primeiros resultados no que diz respeito às variáveis lingüísticas relevantes para a aplicação do processo. Uma análise dos pesos relativos dos fatores analisados aqui carece ser feito para uma descrição mais apurada dos fatos lingüísticos característicos do dialeto em análise. Ao se desenvolver este tipo de pesquisa, pretende-se, sobretudo, contribuir com novas informações para estudo da implementação da regra variável do alçamento, além de corroborar para uma maior compreensão da Língua Portuguesa. Nesse sentido, a presente investigação almeja realizar, ao fim do levantamento de todos os dados, uma análise mais apurada dos resultados quantitativos e uma análise dos dados segundo o modelo da Fonologia Autossegmental, a fim de formalizar os fatos fonológicos característicos dessa variedade do Português. 7. Notas 1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Lingüísticos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de São José do Rio Preto. 2 Professora Doutora da Universidade Estadual Paulista, campus de São José do Rio Preto, e co-autora deste artigo. 3 A respeito desse assunto, Lee (1995) comenta sobre existência de duas estruturas no português: o verbo e o não-verbo (no qual se incluem os nomes), explicitando suas diferenças quanto à estrutura. Enquanto a estrutura do não-verbo constitui-se de Radical + (Vogal Temática), no verbo observamos uma estrutura mais complexa, formada por Tema (Radical + Vogal Temática) + Sufixo Flexional (Sufixo Tempo-Modo + Sufixo Número-Pessoal). 4 De acordo com Naro (2003), (in MOLLICA & BRAGA 2003), o processo de aquisição da linguagem se encerra mais ou menos no começo da puberdade, a partir da qual a língua do indivíduo fica essencialmente estável. Dessa forma, o estado atual da língua de um falante adulto reflete o estado da língua adquirida quando o falante tinha aproximadamente 15 anos de idade. Daí a escolha por informantes adultos. 5 Conforme Preti (2004), a fala culta é aquela que goza de maior prestígio social e que seria praticada por falantes denominados cultos, ou seja, que possuem maior grau de escolaridade. No entanto, o autor ressalta que um falante culto, apesar de seus conhecimentos lingüísticos, oriundos de sua escolaridade, de seu grupo social, não se torna, em qualquer situação de interação, um falante formal, preocupado com o rigor imposto pelas regras da gramática normativa. 6 Este projeto é sediado no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas Ibilce/Unesp de São José do Rio Preto, sob a coordenação do Profº. Drº. Sebastião Carlos Leite Gonçalves. Estudos Lingüísticos XXXVI(1), janeiro-abril, 2007. p. 24 / 26

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