PROJETO DE LEI Nº 1129/XIII/4ª AUTORIZA O LABORATÓRIO MILITAR A PRODUZIR MEDICAMENTOS EM FALTA NAS FARMÁCIAS POR RAZÕES IMPUTÁVEIS À INDÚSTRIA

Documentos relacionados
PROJETO DE LEI N.º 1037/XIII/4.ª

PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 2082/XIII/4ª INVESTIMENTO NAS FARMÁCIAS HOSPITALARES DOS HOSPITAIS DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

PROJECTO DE LEI N.º /X PRESCRIÇÃO POR DENOMINAÇÃO COMUM INTERNACIONAL E DISPENSA DO MEDICAMENTO GENÉRICO DE PREÇO MAIS BAIXO. Exposição de motivos

PROJETO DE LEI N.º 1221/XIII/4.ª

PROJECTO DE LEI N.º 346/XI ESTABELECE O REGIME DE PREÇOS DE MEDICAMENTOS PARA EFEITO DA SUA AQUISIÇÃO PELOS HOSPITAIS DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

PROJETO DE LEI Nº 1103/XIII/4ª DISPENSA DE MEDICAMENTOS AO PÚBLICO PELAS FARMÁCIAS HOSPITALARES DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

PROJETO DE LEI N.º 1011/XII/4.ª CRIAR UM ORÇAMENTO QUE NÃO IMPONHA MAIS AUSTERIDADE AO PAÍS

Esclarecer os conceitos relacionados com os diferentes tipos de indisponibilidade;

PROJETO DE LEI N.º 68/XIII/1.ª

PROJETO DE LEI N.º 255/XII/1.ª OBRIGA À DIVULGAÇÃO DE TODA A CADEIA DE PROPRIEDADE DOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Dossier de Acompanhamento de Votação em Comissão. Artigo 172.º. Alteração à Lei n.º 28/2012, de 31 de julho

PROJETO DE LEI N.º 343/XII/2.ª

PROJETO DE LEI N.º 390/XIII/2.ª ALTERA A LEI DA NACIONALIDADE, E O REGULAMENTO EMOLUMENTAR DOS REGISTOS E NOTARIADO,

DECRETO N.º 218/XIII. Regula a utilização de medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da canábis, para fins medicinais

PROJETO DE LEI N.º 651/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 461/XIII/2.ª ALARGA A PROTEÇÃO NA PARENTALIDADE AOS PROGENITORES COM FILHOS COM DEFICIÊNCIA OU DOENÇA RARA

PROJETO DE LEI N.º 1186/XIII/4.ª

PROJETO DE LEI Nº 1197/XIII/4ª

Relatório. Falta de Medicamentos nas farmácias: Medidas e Resultados dos últimos seis meses Data: 17/03/2014

PROJETO DE LEI N.º 152/XIII/1.ª

PROJETO DE LEI N.º 319/XIII/2.ª

PROJETO DE LEI N.º 731/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 1009/XIII/4.ª REGULA O DIREITO DE ASSOCIAÇÃO DO PESSOAL DA POLÍCIA MARÍTIMA

PROJETO DE LEI N.º 1078/XIII/4.ª ALTERA O DECRETO LEI N.º 123/2009, DE 21 DE MAIO, INTRODUZINDO O MODELO ENTIDADES CERTIFICADORAS

PROJETO DE LEI Nº 867/XIII/3ª. Estabelece as 35 horas como limite máximo do horário semanal de trabalho para todos os trabalhadores.

Despacho n.º B/2001, de 31 de Maio 1 (DR, 2.ª série n.º 148, de 28 de Junho de 2001)

PROJETO DE LEI N.º 183/XIII/1.ª

PROJETO DE LEI N.º 205/XII/1.ª DEFENDE O CONCEITO DE JUSTA CAUSA, DE VALOR CONSTITUCIONAL, CONTRA DESPEDIMENTOS ABUSIVOS

PROJETO DE LEI N.º 849/XIII/3.ª ASSEGURA AOS MUNICÍPIOS MECANISMOS DE FINANCIAMENTO ADEQUADOS À PROMOÇÃO DE POLÍTICAS DE HABITAÇÃO

PROJETO DE LEI N.º 683/XIII/3.ª

Projecto de Lei n.º /X. Regime de dispensa de medicamentos ao público pelas farmácias hospitalares do SNS

PROJETO DE LEI N.º 882/XIII/3.ª

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 368/XIII/1.ª POUPAR NO FINANCIAMENTO A PRIVADOS PARA INVESTIR NO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

PROJETO DE LEI N.º 1150/XIII/4.ª

PROJETO DE LEI Nº 702/XII/4.ª INSTITUI A IMPENHORABILIDADE DO IMÓVEL PRÓPRIO DE HABITAÇÃO PERMANENTE

PROJETO DE LEI N.º 652/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 615/XIII/3 ª

PROJETO DE LEI N.º 299/XII/2.ª

PROJETO DE LEI N.º 32/XIII/1.ª REFORÇA A PROTEÇÃO DOS CLIENTES DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÕES ELETRÓNICAS NOS CONTRATOS DE FIDELIZAÇÃO

PROJETO DE LEI N.º 395/XIII/2.ª

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES Subcomissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho. Capítulo I INTRODUÇÃO

PROJETO DE LEI N.º 813/XII/4.ª REFORÇA A PROTEÇÃO DAS MULHERES GRÁVIDAS, PUÉRPERAS OU LACTANTES NO CÓDIGO DE TRABALHO

PROJETO DE LEI N.º 534/XIII/2.ª

PROJETO DE LEI N.º 903/XIII/3.ª

Despacho n.º /2000, de 10 de Agosto (DR, 2.ª Série, n.º 198, de 28 de Agosto de 2000) (Revogado pelo Despacho n.º B/2001, de 31 de Maio)

1 infarmed Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

PROJETO DE LEI N.º 906/XIII/3.ª

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 1497/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 883/XIII/3.ª REFORÇA A AUTONOMIA FINANCEIRA DOS MUNICIPIOS E INTRODUZ MEDIDAS DE JUSTIÇA NOS IMPOSTOS MUNICIPAIS

PROJETO DE LEI N.º 729/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 862/XIII/3.ª

Diploma DRE. Secção I. Regras gerais. Artigo 1.º. Objeto

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 1507/XIII/3.ª RECOMENDA AO GOVERNO MEDIDAS DE APOIO ÀS PESSOAS COM DOENÇAS RARAS

PROJETO DE LEI N.º 822/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 160/XIII/1.ª COMBATE O ENRIQUECIMENTO INJUSTIFICADO

PROJETO DE LEI N.º 329/XII/2.ª ALTERA O ESTATUTO DOS DEPUTADOS, ADITANDO NOVOS IMPEDIMENTOS

PROJETO DE LEI N.º 167/XIII/1.ª ALTERA A LEI N.º 17/2003, DE 4 DE JUNHO, QUE REGULA A INICIATIVA LEGISLATIVA DE CIDADÃOS

RECONSTITUIÇÃO, DOSAGEM E ADMINISTRAÇÃO

PROJETO DE LEI N.º 745/XII/4.ª

PROJETO DE LEI N.º 870/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 1021/XII/4ª

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES Subcomissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho. Capítulo I INTRODUÇÃO

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diário da República, 1.ª série N.º de julho de

Circular Informativa. humano. Divulgação geral

PROJETO DE LEI N.º 75/XIII/1.ª

Diário da República, 2.ª série N.º de agosto de Hospital Dr. Francisco Zagalo

PROJETO DE LEI N.º 976/XIII/3.ª ALTERA O CÓDIGO PENAL, REFORÇANDO O COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E SOBRE MENORES

Deliberação n.º 873/2013, de 6 de março (DR, 2.ª série, n.º 67, de 5 de abril de 2013)

PROJETO DE LEI N.º 866/XII ALTERA A LEI GERAL DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS, CONSAGRANDO UMA NOVA MODALIDADE DE HORÁRIO DE TRABALHO A MEIA JORNADA

Lei n.º 14/2000, de 8 de Agosto Medidas para a racionalização da política do medicamento no âmbito do Serviço Nacional de Saúde

PROJETO DE LEI N.º 1138/XIII/4

Alteração de Regimes Sancionatórios. 24 de Junho de 2014

RELATÓRIO DE DISCUSSÃO E VOTAÇÃO NA ESPECIALIDADE

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 651/XIII/2.ª

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 1304/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 366/XII/2.ª GARANTE O DIREITO DE ACESSO AOS BENS DE PRIMEIRA NECESSIDADE ÁGUA E ENERGIA

PROJETO DE LEI N.º 176/XII/1.ª ALTERA O COMPLEMENTO SOLIDÁRIO PARA IDOSOS A FIM DE GARANTIR QUE É JUSTO E ACESSÍVEL AOS QUE NECESSITAM DE APOIO

PROJETO DE LEI N.º 848/XIII/3.ª

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES Subcomissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho

PROJETO DE LEI N.º 170/XII/1.ª ALTERA O REGIME DE ARRENDAMENTO URBANO E CRIA UM REGIME ESPECIAL DE MOBILIZAÇÃO DE FOGOS DEVOLUTOS

PROJETO DE LEI N.º 726/XIII/3.ª REGULA A UTILIZAÇÃO DA PLANTA, SUBSTÂNCIAS E PREPARAÇÕES DE CANÁBIS PARA FINS MEDICINAIS

PROJETO DE LEI N.º 229/XII/1.ª

PROJETO DE LEI Nº 342/XII/2ª REDUÇÃO DE RESÍDUOS DE EMBALAGENS

APRECIAÇÃO PARLAMENTAR N.º 58/XIII/3.ª (PCP) APRECIAÇÃO PARLAMENTAR N.º 60/XIII/3.ª (BE) APRECIAÇÃO PARLAMENTAR N.º 57/XIII/3.

PROJETO DE LEI N.º 280/XII/2.ª DESIGNAÇÃO E DESTITUIÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA RTP PELA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Propostas na área da Saúde

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 690/XII-4ª

Deliberação n.º 80/CD/2017

PROJETO DE LEI N.º 842/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 747/XIII/3.ª

PROJETO DE LEI N.º 301/XIII/2.ª

Despacho n.º 9114/2002, de 15 de Março (DR, 2.ª série, n.º 102, de 3 de Maio de 2002)

PROJETO DE LEI N.º 207/XIII/1.ª

Grupo Parlamentar. Eliminação do aumento do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP). Exposição de motivos

PROJETO DE LEI N.º 145/XIII/1.ª

Para o ano de 2019, os países de referência são Espanha, França, Itália e Eslovénia.

Decreto-Lei n.º 134/2005, de 16 de Agosto Estabelece o regime da venda de medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias

RECONSTITUIÇÃO, DOSAGEM E ADMINISTRAÇÃO

Transcrição:

Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI Nº 1129/XIII/4ª AUTORIZA O LABORATÓRIO MILITAR A PRODUZIR MEDICAMENTOS EM FALTA NAS FARMÁCIAS POR RAZÕES IMPUTÁVEIS À INDÚSTRIA (DÉCIMA SEGUNDA ALTERAÇÃO AO DECRETO-LEI N.º 176/2006, DE 30 DE AGOSTO) Exposição de Motivos Em 2018, terão faltado nas farmácias portuguesas mais de 64 milhões de embalagens de medicamentos, mais 15 milhões do que foi verificado em 2017. A lista dos medicamentos em que ocorreu a rutura de stock em 2018 é liderada pelo Sinemet, medicamento utilizado para o tratamento da doença de Parkinson, seguindo-se o Trajenta, indicado para o tratamento da diabetes mellitus tipo 2, a Aspirina GR, indicada para a prevenção de tromboses e enfartes, o Spiriva, indicado para o alívio dos sintomas em doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica e o Adalat, destinado ao tratamento da hipertensão. Alguns dos medicamentos em falta são considerados essenciais pela Organização Mundial de Saúde, como é o caso do Lantus caneta de 5ml, uma insulina injetável para o Email: bloco.esquerda@be.parlamento.pt - http://www.beparlamento.net/ 1

tratamento da diabetes mellitus em adultos, adolescentes e crianças com idade superior a 2 anos. A falta de medicamentos traz grandes e graves consequências para os doentes. A ansiedade de não encontrar na farmácia o medicamento prescrito ou, nos casos mais graves, a interrupção do tratamento por rutura de stock do abastecimento, são apenas algumas das consequências. A falha de medicamentos não é um caso inédito. Todos nos lembramos de medicamentos que a indústria descontinuou (ou tentou descontinuar) por considerar que já não eram rentáveis o suficiente ou de medicamentos que a indústria deixou de vender em Portugal, reorientando o seu stock para outros países onde o preço praticado é mais elevado. A título de exemplo: Em maio de 2018, a farmacêutica Roche decidiu retirar do mercado um medicamento que na sua fórmula em xarope era utilizado nos tratamentos de crianças imunodeprimidas, nomeadamente, situações oncológicas ou de crianças com HIV, decisão que apanhou de surpresa médicos e pais de crianças que necessitavam deste medicamento. Esta retirada do mercado não estaria relacionada com nenhuma questão de eficácia, qualidade ou segurança deste medicamento, mas sim com uma razão economicista: o medicamento teria deixado de ser atrativo do ponto de vista económico para a farmacêutica e ela deixou de ter interesse em mantê-lo no mercado. Algo semelhante aconteceu em fevereiro de 2017 quando foi também noticiada a descontinuação ou a dificuldade de acesso a fármacos usados em tratamentos oncológicos exatamente pelas mesmas razões: as farmacêuticas consideraram que estes fármacos se tornaram muito baratos e, por isso, deixaram de ter interesse comercial. Nessa altura, a responsável da Unidade da Mama e do Programa de Investigação do Cancro da Mama da Fundação Champalimaud, disse que estávamos a falar de fármacos básicos, necessários para cerca de 80% dos doentes oncológicos. O Sinemet, para a doença de Parkinson, registou inúmeras falhas no final de 2018 relacionadas com problemas no local de fabrico desse medicamento, o que levou o Infarmed a procurar alternativas e levou o Governo à publicação da Portaria n.º 277- Email: bloco.esquerda@be.parlamento.pt - http://www.beparlamento.net/ 2

A/2018 que autoriza o Infarmed a título excecional e devidamente justificado, conceder ao titular de autorização de introdução no mercado (AIM), fabricante ou distribuidor por grosso, devidamente autorizado como representante legal do titular de AIM, autorização excecional para colocação no mercado dos lotes de medicamentos estritamente necessários a colmatar ruturas de fornecimento quando, comprovadamente, não houver alternativa terapêutica, ainda que rotulados em língua diferente da aprovada em sede de AIM. Certo é que as falhas de medicamentos e dispositivos acontecem demasiadas vezes, e, na maior parte delas, as responsabilidades são imputáveis à indústria que ora quer descontinuar medicamentos mais baratos para os substituir por outros mais caros, ora orienta o seu stock para outros países onde os medicamentos são comercializados a um valor superior. O Bloco de Esquerda tem defendido que o país não pode ficar refém dos apetites da indústria e que, por isso, deve desenvolver a sua produção própria de medicamentos numa política pública que ponha os utentes acima do negócio. Foi nesse sentido que ainda recentemente apresentámos um projeto de lei que transformava o Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos num Laboratório Nacional com dupla tutela e com estatuto próprio e definido, alicerçado na sua autonomia administrativa e financeira. Esse projeto foi rejeitado pelo PS, PSD e CDS que assim quiseram que o país continuasse sem aproveitar a competência e o conhecimento instalado que poderia e deveria ser utilizado em prol do interesse público. A verdade é que as recentes estatísticas sobre a falha de medicamentos nas farmácias durante o ano de 2018 voltam a mostrar a necessidade de termos uma política de produção de medicamento que proteja o país e os doentes da especulação da indústria. Assim, nesta nova iniciativa legislativa o Bloco de Esquerda propõe uma alteração ao Estatuto do Medicamento, deixando claro que o atual Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticas fica autorizado a produzir os medicamentos que registem falhas nas farmácias, sempre que essas falhas sejam imputáveis à indústria, seja porque descontinuaram ou reduziram a produção, seja porque reorientaram o seu stock para Email: bloco.esquerda@be.parlamento.pt - http://www.beparlamento.net/ 3

mercados onde os medicamentos são vendidos a um preço superior, seja porque não corresponderam a encomendas feitas. Desta forma estamos a proteger aqueles que necessitam de medicamentos e que têm todo o direito de ter um acesso imediato e expedito aos mesmos. Assim, nos termos constitucionais e regimentais aplicáveis, as Deputadas e os Deputados do Bloco de Esquerda, apresentam o seguinte Projeto de Lei: Artigo 1º Objeto A presente lei altera o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, que estabelece o regime jurídico dos medicamentos de uso humano, autorizando o Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos ou outra entidade que lhe suceda a produzir medicamentos que se encontrem em falta nas farmácias. Artigo 2º Alteração ao Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto São alterados os artigos 92.º e 93.º do Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, alterado pelos Decretos-Leis nºs 182/2009, de 7 de agosto, 64/2010, de 9 de junho, 106- A/2010, de 1 de outubro, Leis nºs 25/2011, de 16 de junho, 62/2011, de 12 de dezembro, 11/2012, de 8 de março, Decretos-Lei nºs 20/2013, de 14 de fevereiro, 128/2013, de 5 de setembro, Lei nº 51/2014, de 25 de agosto, Decretos-Leis nº 5/2017, de 6 de janeiro e 26/2018 de 24 de abril, que passam a ter a seguinte redação: «Artigo 92.º ( ) 1. ( ). 2. ( ). 3. ( ). Email: bloco.esquerda@be.parlamento.pt - http://www.beparlamento.net/ 4

4. O INFARMED, I.P., pode ainda autorizar o Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos, ou outra entidade que lhe suceda, a produzir medicamentos para distribuição a serviços farmacêuticos ou farmácias de oficina, quando se verifique uma das seguintes situações: a) rutura de stock nas farmácias por razões imputáveis ao titular de autorização de introdução no mercado; b) descontinuação ou redução significativa da produção que coloque em causa o abastecimento das farmácias e o acesso ao medicamento. Artigo 93.º ( ) 1. ( ). 2. ( ). 3. A autorização prevista no número um do presente artigo, aplica-se ao Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos, ou outra entidade que lhe suceda, sempre que se registam as situações previstas no número 4 do artigo 92.º. 4. (anterior n.º 3). 5. (anterior n.º 4). 6. (anterior n.º 5). 7. (anterior n.º 6). 8. (anterior n.º 7). 9. (anterior n.º 8).» Artigo 3.º Entrada em vigor A presente lei entra em vigor no dia a seguir à sua publicação. Email: bloco.esquerda@be.parlamento.pt - http://www.beparlamento.net/ 5

Assembleia da República, 20 de fevereiro de 2019. As Deputadas e os Deputados do Bloco de Esquerda, Email: bloco.esquerda@be.parlamento.pt - http://www.beparlamento.net/ 6