PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=618>.



Documentos relacionados
Boletim Epidemiológico UHE Santo Antônio do Jari

PREVALÊNCIA DE LEISHMANIOSE EM CÃES ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DE ANDRADINA SP

EXPANSÃO DA LEISHMANIOSE E PERDA DE BIODIVERSIDADE

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

Jornal de Piracicaba, Piracicaba/SP, em 4 de Junho de 1993, página 22. Animais de companhia: O verme do coração do cão

Prováveis causas para agressividade canina e os ataques de cães nas Cidades Brasileiras

LEISHMANIOSES. Afonso Heusser Jr.*

Aula IV Protozoários Zoopatogênicos

Eutanásia para cães com leishmaniose é polêmica 4

A importância hematofágica e parasitológica da saliva dos insetos hematófagos. Francinaldo S.Silva.

COMENTÁRIO DA PROVA DE BIOLOGIA

A experiência do município de Paraty (Rio de Janeiro, Brasil) na prevenção e controle da leishmaniose tegumentar americana

INDICAÇÕES BIOEASY. Segue em anexo algumas indicações e dicas quanto à utilização dos Kits de Diagnóstico Rápido Bioeasy Linha Veterinária

Perguntas e respostas sobre imunodeficiências primárias

[PARVOVIROSE CANINA]

[VERMINOSES]

USO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRAFICA NA SAÚDE: ANÁLISE ESPACIAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA EM PRESIDENTE PRUDENTE SP, BRASIL

JAIRO RAMOS DE JESUS*, FLÁVIO ANTÔNIO PACHECO DE ARAUJO*, SILVIA SPALDING***, e FÁTIMA TIECHER****

Gráfico 01: Número de EAS que notificaram mensalmente dados de IRAS no SONIH em 2013:

DÚVIDAS FREQUENTES SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC)

Informe Epidemiológico CHIKUNGUNYA N O 03 Atualizado em , às 11h.

de Aguiar 2 1-FUNASA / 2- FIOCRUZ / 3-MNRJ RESUMO

Nomes: Melissa nº 12 Naraiane nº 13 Priscila nº 16 Vanessa nº 20 Turma 202

INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE CÂMPUS ARAQUARI CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Atividade de Guarda Responsável ( Cirurgia do Cachorro ) (Projeto Mini-hospital Veterinário UFPR)

DIAGNÓSTICO DE DERMATOPATIAS EM EQUINOS ATRAVÉS DO MÉTODO DE TRICOGRAMA

EDITAL DE SELEÇÃO DE ESTÁGIO VOLUNTÁRIO N.º

LEVANTAMENTO DOS DADOS DOS ATENDIMENTOS ULTRASSONOGRÁFICOS DO SERVIÇO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DO HV/EVZ/UFG

PLANO DE AÇÃO Prevenção da Disseminação de Enterobactérias Resistentes a Carbapenens (ERC) no HIAE. Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

PERCEPÇÃO DO CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA E ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES VOLTADAS À SAÚDE DO COLETIVO

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E BEM ESTAR ANIMAL: ATUAÇÃO DE PROFESSORES DA VILA FLORESTAL EM LAGOA SECA/PB

PROJETO DE LEI Nº, DE 2011

OBSERVAÇÕES SOBRE A TRANSMISSÃO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

APRESENTAÇÃO. Foto 1: Imagem aérea da Ilha de Santa Catarina

1. Programa Sanitário

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA NA CIDADE DE GUANAMBI-BA

PROVA FORMAÇÃO DE AGENTE DE COMBATE A ENDEMIAS Prefeitura Municipal de Ouro Preto 1- Assinale a alternativa que define o que é epidemiologia.

OMS: ACTUALIZAÇÃO DO ROTEIRO DE RESPOSTA AO ÉBOLA 22 de Setembro de 2014

INTERAÇÃO HOMEM x ANIMAL SOB A PERSPECTIVA DO PRODUTOR RURAL ESTUDO PRELIMINAR. ¹ Discente de Medicina Veterinária UNICENTRO

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

A LINGUAGEM DAS CÉLULAS DO SANGUE LEUCÓCITOS

LARGO DA ACADEMIA NACIONAL DE BELAS ARTES, LISBOA TELEF FAX.

Aspectos epidemiológicos da leishmaniose tegumentar americana em Varzelândia, Minas Gerais, Brasil

Doença de Chagas. 4) Número de Aulas: as atividades serão desenvolvidas em três etapas, divididas em aulas a critério do professor.

S/SUBVISA/SVFSZ/UJV Unidade de Diagnóstico, Vigilância, Fiscalização Sanitária e Medicina Veterinária Jorge Vaitsman

EPIDEMIOLOGIA. CONCEITOS EPIDÊMICOS Professor Esp. André Luís Souza Stella

NOVO CONCEITO. Nova proposta para a prevenção da Leishmaniose Visceral Canina UMA DUPLA PROTEÇÃO PARA OS CÃES. CONTRA O VETOR E O PATÓGENO!

Resumo. Abstract. Palavras-chave: cães, Leishmaniose, Amazonas, cutânea

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE INFECCÕES PELO VÍRUS DA LEUCEMIA E IMUNODEFICIÊNCIA FELINA, EM GATOS DOMÉSTICOS DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ

Investigação sorológica em cães de área endêmica de leishmaniose tegumentar, no Estado do Paraná, Sul do Brasil 1

Displasia coxofemoral (DCF): o que é, quais os sinais clínicos e como tratar

MANUAL MASTITE BOVINA INFORMATIVO BPA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Residência em Patologia Veterinária

ENCICLOPÉDIA DE PRAGAS

CÂMARA MUNICIPAL DE TAVIRA LEISHMANIOSE

Senhoras e Senhores Deputados, Acho de suma importância, Senhor Presidente, fazer um

Leishmaniose visceral: estudo de flebotomíneos e infecção canina em Montes Claros, Minas Gerais

Serviço de Diagnóstico por Imagem serviço de ultrassonografia e radiologia

ANEXO II. 1 HEPATITE B VÍRUS DA HEPATITE B (Hepatitis B Vírus HBV)

Padronização de imunoblot para diagnóstico sorológico da esquistossomose utilizando antígeno de vermes adultos

ÍNDICE - 31/10/2005 O Estado de S.Paulo... 2 Capa/Vida&...2 Correio Braziliense... 4 Brasil/SAÚDE...4 Jornal do Brasil... 5 Rio...

Vigilância Epidemiológica de Agravos Transmissíveis de Notificação Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN

PROGRAMAÇÃO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE /2009

CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA E CONTROLE DAS LEISHMANIOSES

PROGRAMA DE CONTROLE POPULACIONAL DE CÃES E GATOS

ALERTA SARAMPO Atualização da Situação Epidemiológica, Setembro 2014:

GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA VIGILÂNCIA DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC)

HIV. O vírus da imunodeficiência humana HIV-1 e HIV-2 são membros da família Retroviridae, na subfamília Lentividae.

Profª. Valéria de Sá Jayme Disciplina: Cuidados básicos com cães e gatos GOIÂNIA 2012

Doenças Vetoriais, Viróticas e Reconhecimento Geográfico

12/2/2009. São doenças e infecções naturalmente transmitidas entre animais vertebrados e os humanos. ZOONOSES *

Parecer sobre PL nº 563, de 2014

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA EXPERIMENTAL - PGBIOEXP. [Autor] [Título]

Comparação do ganho de peso e desempenho de bezerras alimentadas com leite de descarte e leite normal durante a fase de aleitamento

COLÉGIO JOÃO PAULO I LABORATÓRIO DE BIOLOGIA - 2º ANO PROF. ANDRÉ FRANCO FRANCESCHINI MALÁRIA

Aula 21 Protozoários parasitas

LEISHMANIOSE VISCERAL

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Informação pode ser o melhor remédio. Hepatite

Saiba o que é a Leishmaniose

TÍTULO I DAS DISPOSIÇOES INICIAIS. Art. 3º O projeto mencionado nos artigos 1º e 2º desta Lei é destinado, prioritariamente, nesta ordem:

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

Alelos múltiplos na determinação de um caráter

Porto Alegre, 19 de agosto de 2015

DESCRIÇÃO DO PRODUTO ASSISTÊNCIA A ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO - PET

FLEBOTOMÍNEOS - VETORES DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA - NO ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA BOM JARDIM, NO MUNICÍPIO DE ARAGUARI MG

Ano VI Número 11 Julho de 2008 Periódicos Semestral ANCILOSTOMÍASE. OLIVEIRA, Fábio FAGUNDES, Eduardo BIAZOTTO, Gabriel

Projeto de Controle Populacional de Cães e Gatos no município de Jaraguá do Sul-SC -- Minuta do Projeto --

FARMACOVIGILÂNCIA MEDQUÍMICA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA MANUAL PARA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO DE NOTIFICAÇÃO DE SUSPEITAS DE REAÇÕES ADVERSAS

Ecologia da Febre Maculosa

Atividade de Ligue da Fauna Silvestre. (Projeto Mini-hospital Veterinário UFPR) Graduandos em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Paraná.

Aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Tegumentar Americana no município de Juína, Mato Grosso, Brasil

BIOLOGIA - 3 o ANO MÓDULO 28 REINO PROTISTA

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Transcrição:

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=618>. Leishmaniose tegumentar americana em cão da raça Cocker Spainel proveniente da área urbana de Cachoeiro de Itapemirim atendido no HOVET-UFES Relato de caso Kelvinson Fernandes Viana 1, Lívia Ramos Teixeira 1, Natália Soares Teixeira 1, Patrícia Coleto de Freitas 2, Marcos Santos Zanini 2 ¹Acadêmicos de Medicina Veterinária UFES ²Departamento de Medicina Veterinária - UFES RESUMO As leishmanioses do Velho e do Novo Mundo compreendem variadas manifestações clínicas, acometendo em sua diversidade uma significativa parte da população mundial, incluindo adultos e crianças, além de várias espécies de animais silvestres e domésticos. Essa enfermidade tem apresentado perfis epidemiológicos periurbanos e urbanos bem caracterizados pela positividade de casos humanos em áreas de colonizações antigas, sugerindo uma antropozoonose entre os animais domésticos, como o cão, ou mesmo uma antroponose. Este trabalho relata um caso clínico de um cão proveniente da área urbana de Cachoeiro de Itapemirim, atendido no Hospital Veterinário da UFES, localizado em Alegre-ES, com Leishmaniose Tegumentar Americana e diagnosticado pela técnica de Western Blotting. Palavras - chave: Leishmaniose Tegumentar Americana, cão, Western Blotting

Leishmaniasis in the dog Cocker Spainel from the urban area of Cachoeiro of Itapemirim served in HOVET-UFES Case report ABSTRACT The leishmaniases in the Old and New World include varied clinical manifestations, affecting in their diversity a significant part of the world's population, including adults and children, and several species of wild and domestic animals. This disease has made epidemiological profiles and peri urban and characterized by the positive human cases in areas of ancient colonizations, suggesting an antropozoonose among domestic animals such as dogs, or even a antroponose. We report a case of a dog from the urban area of Cachoeiro of Itapemirim, served in the Veterinary Hospital of UFES located in Alegre-ES, with American leishmaniasis and diagnosed by the technique of Western Blotting. Keywords: leishmaniasis American, dog, Western Blotting INTRODUÇÃO As leishmanioses do Velho e do Novo Mundo compreendem variadas manifestações clínicas, acometendo em sua diversidade uma significativa parte da população mundial, incluindo adultos e crianças, além de várias espécies de animais silvestres e domésticos (WHO, 1990). As leishmanioses são basicamente resultantes da transmissão das formas infectantes promastigotas metacíclicas para hospedeiros mamíferos, quando o inseto vetor fêmea infectado vai exercer seu hematofagismo. Os hospedeiros invertebrados das espécies de Leishmania são dípteros flebotomíneos (subfamília Phlebotominae) do gênero Phlebotomus (distribuído no Velho Mundo) e do gênero Lutzomyia (distribuído no Novo Mundo). Duas espécies bastante estudadas e que podem ser encontradas no Brasil transmitindo os parasitas são: Lutzomyi intermedius e L. whitmani, as quais possuem a

denominação popular de mosquito palha (AZEVEDO et al., 1996; BRANDÃO- FILHO et al., 1994; MUTEBI et al., 1999; URIBE, 1999). A intensificação das investigações sobre a leishmaniose tegumentar americana (LTA) atualmente, principalmente no que se refere à Leishmania (Vianna) braziliensis na Região Sudeste, vem identificando um padrão epidemiológico diferente do já conhecido. Essa enfermidade tem apresentado perfis epidemiológicos periurbanos e urbanos bem caracterizados pela positividade de casos humanos em áreas de colonizações antigas, sugerindo uma antropozoonose entre os animais domésticos, como o cão, ou mesmo uma antroponose (MARZOCHI & MARZOCHI, 1994). A leishmaniose cutânea (LC) é definida pela presença de lesões exclusivamente na pele, que se iniciam no ponto de inoculação das promastigotas infectantes, através da picada do vetor, para qualquer das espécies de Leishmania causadoras da doença. A lesão primária é geralmente única, embora eventualmente múltiplas picadas do flebotomíneo ou a disseminação local possam gerar um número elevado de lesões (MARZOCHI, 1992). Segundo FALQUETO et al. (1986), a ocorrência de LTA no Espírito Santo mostrou nítida relação entre a presença de cães infectados e o surgimento de novos casos humanos da doença. O presente trabalho tem por finalidade, relatar um caso de leishmaniose tegumentar americana em um cão da raça Cocker Spainel proveniente da área urbana de Cachoeiro de Itapemirim, atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Espírito Santo. RELATO DE CASO Um cão da raça Cocker Spainel foi encaminhado ao Hospital Veterinário da UFES pelo Centro de Controle de Zoonoses de Cachoeiro de Itapemirim no mês de abril de 2009 para aula prática de anestesiologia veterinária. O animal apresentava-se senil, com aparência apática e imunodeprimido. Na altura da

articulação úmero-radial havia uma lesão em formato circular de aproximadamente 5 centímetros de diâmetro com borda alta, extremamente contaminada e com presença de miíases ao seu redor. Havia sido relatado que os proprietários do animal o doaram ao CCZ de Cachoeiro de Itapemirim em decorrência da ferida que há muito tempo não cicatrizava. O animal recebeu tratamento local com curativos à base de ungüento, açúcar e antibióticos, porém, a ferida não retrocedeu. Diante da suspeita clínica, uma amostra de sangue foi colhida da veia cefálica e encaminhada ao Laboratório de Microbiologia Veterinária da UFES para teste de leishmaniose tegumentar americana pela técnica de Western Blotting. Os dois primeiros testes realizados mostraram-se inconclusivos perante a técnica, com a marcação muito fraca das bandas de proteínas de Leishmania (Viannia) braziliensis da ordem de 27, 30 e 32 KDa (kilodaltons). Após o período de uma semana, outra amostra de sangue foi colhida e avaliada novamente, obtendo-se uma reação positiva satisfatória frente aos antígenos de Leishmania (leishmania) amazonensis (27, 30, 32, 45, 66 e 68 KDa). O cão foi então encaminhado ao setor de patologia do HOVET e eutanasiado. Resultados de testes de Western Blotting com soro canino para Leishmaniose Tegumentar Americana. Da esquerda para a direita: marcador de peso molecular, soro 1 (controle positivo) e soro 2 (soro do cão atendido no Hovet)

97,4 KDa 66,2 KDa 45 KDa 31 KDa 21,5 KDa 14,4 KDa DISCUSSÃO A lesão que o animal apresentava era sugestiva de leishmaniose por se tratar de uma lesão com bordos altos, em moldura e fundo granulomatoso, porém, o fato do cão estar constantemente mordendo a região, poderia sugerir também, que se tratava de uma ulcera traumática ou por contato do membro com o chão, não descartando a possibilidade de infecção por Staphylococcus aureus resistente, já que havia sido relatado que o animal apresentava a lesão há muito tempo; podendo os proprietários ter utilizado diversos antimicrobianos sem o devido sucesso. Um fato curioso neste caso, baseia-se na reação dos anticorpos IgG-2 frente aos antígenos testados na técnica de immunoblot, pois, nos dois primeiros testes a marcação das proteínas foi quase imperceptível, ao passo que no terceiro teste a reação se deu semelhante a uma alta titulação humoral. Vale ressaltar que o Cocker apresentou-se durante todo o período que passou no HOVET em estado de imunodeficiência, o que responderia a fraca resposta ao teste, que possui segundo BRITO et al. (2000), 91% de sensibilidade e 100% de especificidade, mas não responde a forte reação ao teste uma semana depois, visto que o cão encontrava-se nas mesmas condições.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, A. C. et al. The sand fly fauna (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) of a focus of cutaneous Leishmaniasis in Ilheus, state of Bahia, Brazil. Memórias do instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 91, n. 1, p. 75 79, 1996. BRANDÃO FILHO, S. P. et al. American cutaneous leishmaniasis in Pernambuco, Brazil: Ecoepidemiological aspects in Zona da Mata region. Memórias do instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 89, n. 3, p. 445 449, 1994. BRITO, M. E. F et al. Identification of Potentially Diagnostic Leishmania braziliensis Antigens in Human Cutaneous Leishmaniasis by Immunoblot Analysis. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, v.7, n.2, p. 318 321, 2000 FALQUETO, A et al. Participação do cão no ciclo de transmissão de leishmaniose tegumentar no município de Vianna, Estado do Espírito Santo, Brasil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.31, p.155-163, 1986. MARZOCHI, M. C. A Leishmanioses no Brasil: as leishmanioses tegumentares. Journal Brasileiro de Medicina v.63: p.82-104, 1992. MARZOCHI, M. C. A. & MARZOCHI, K. B. F. Tegumentary and visceral leishmaniasis in Brazil Emerging antropozoonosis and possibilities for their control. Cadernos de Saúde Pública, v10, p.359-375, 1994. MUTEBI, J. P. et al. Breeding structure of the sand fly Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva) in Brazil. The American journal of medicine and tropical hygiene, Baltimore, v.61, n.1, p.149 157, 1999. URIBE, S. The status of the Lutzomyia longipalpis species complex and possible implications for Leishmania transmission. Memórias do instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 94, n. 6, p. 729 734, 1999. WHO (World Health Organization). Control of the Leishmaniasis. WHO Technical Report Series.Geneva: WHO, 1990