Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof.ª. Adriana Galvão. Aula dia 15/08/2018. Retificação de registro civil.

Documentos relacionados
Provimento nº 73 do CNJ regulamenta a alteração de nome e sexo no Registro Civil

ALTERAÇÃO DO REGISTRO CIVIL DE PESSOAS TRANSEXUAIS E TRAVESTIS

PROVIMENTO 73 CNJ de 28/06/2018

O CORREGEDOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO, no uso de

A ATUAÇÃO DOS REGISTRADORES CIVIS NO ÂMBITO DE MEDIDAS DESBUROCRATIZANTES E DESJUDICIALIZANTES:

PROVIMENTO Nº 21/2018 CGJ

N^roàssoÇJSêftt: 28ÍJo^MOSW"SEÇÂ0' Disponibilizado: terça-feira, 22/05/2018 Publicação: quarta-feira, 23/05/2018

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE CORREGEDORIA GERAL DE JUSTIÇA

I O PROCEDIMENTO. Art. 58.

CNJ - Prov. n. 72/18 - Dispõe sobre medidas de incentivo à quitação ou à renegociação de dívidas protestadas PROVIMENTO N. 72, DE 27 DE JUNHO DE 2018.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL PODER JUDICIÁRIO MALOTE DIGITAL

INSTRUÇÃO NORMATIVA 001/2014-UNEMAT

Belo Horizonte, 16 de abril de Of. Pres. nº 02/2018 PP

DIÁRIO DA JUSTIÇA CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE PERNAMBUCO CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA PROVIMENTO Nº 22/2008

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Corregedoria-Geral da Justiça

Escrito por Rosana Torrano Dom, 26 de Novembro de :52 - Última atualização Dom, 26 de Novembro de :54

PROVIMENTO Nº 041/2018-CGJ

Edição nº 174/2015 Brasília - DF, terça-feira, 29 de setembro de Corregedoria PORTARIA Nº 19, DE 28 DE SETEMBRO DE 2015.

PROVIMENTO Nº 12/2015

PROVIMENTO 63/17 CNJ BREVES CONSIDERAÇÕES

Atualização e Prática RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL TEORIA E PRÁTICA. Adriana Galvão Moura Abílio

Diário Oficial da União, nº 164, Seção I, p. 63,

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ SECRETARIA ADJUNTA DE EDUCAÇÃO

Superior Tribunal de Justiça

PORTARIA CAT N 093, DE 26 DE SETEMBRO DE (DOE de )

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE PERNAMBUCO CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA PROVIMENTO Nº 03/2009

PROUNI DOCUMENTOS DO CANDIDATO E DO GRUPO FAMILIAR

CASO CONCRETO: GRATUIDADE, A LEI ESTADUAL DE EMOLUMENTOS E O NOVO CPC

ATO NORMATIVO Nº. 001/ FECOM

PROUNI DOCUMENTOS DO CANDIDATO E DO GRUPO FAMILIAR

RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA. PROVIMENTO Nº 63 de 14/11/2017 CNJ SEÇÃO II - Arts. 10 a 15

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SERGIPE CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGO DE JUIZ SUBSTITUTO

ATO NORMATIVO Nº. 001/ FECOM

11/10/ Provimento da CGJ-RJ normatiza a Resolução n 155 no Estado do Rio de Janeiro Qui, 11 de Outubro de :47

PROVIMENTO N.º 03/2019

CONSELHO FEDERAL DE ESTATÍSTICA. RESOLUÇÃO CONFE N. º 308 de 28 de abril de 2014.

LEI COMPLEMENTAR N. 257, DE 29 DE JANEIRO DE 2013 O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE

PROVIMENTO Nº 22, DE 28 DE SETEMBRO DE 2015.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE REGISTRO PÚBLICO DE SÃO PAULO

SERVIÇOS DE REGISTROS PÚBLICOS COMARCA DE SAPUCAIA DO SUL

Dispõe sobre a divulgação de dados processuais eletrônicos na rede mundial de computadores, expedição de certidões judiciais e dá outras providências.

RESOLUÇÃO Nº 1.240/2016 Publicada no D.O.E , p. 25

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

Srs. Usuários dos Serviços Notariais e de Registro de Minas Gerais REF: CONVENÇÃO DA APOSTILA E RESOLUÇÃO Nº 228/CNJ

LOTEAMENTO. O requerimento foi firmado pelos proprietários, com firma reconhecida por autenticidade?

Resolução nº2/2018 Pró-Reitoria Acadêmica. A Pró-Reitoria Acadêmica do Centro Universitário Campo Real, no uso de suas atribuições legais, e

D E C R E T O Nº DE 21 DE JANEIRO DE 2015.

INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 34, DE

PORTARIA Nº 1.095, DE 25 DE OUTUBRO DE 2018

PORTARIA N.º 329/2016

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula 27 de sucessão ministrada dia 30/05/2018. Inventário extrajudicial.

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA TRENTO. DECRETO nº 058/2017

PREFEITURA MUNICIPAL DE CALDAS NOVAS

ESTADO DO MARANHÃO PODER JUDICIÁRIO CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA

Portaria Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo - SRTE/SP nº 56 de

LEGISLAÇÃO FEDERAL DECRETO N , DE 14 DE MARÇO DE 2016

DA DESIGNAÇÃO DE SUBSTITUTO PARA OS CARGOS DE GERENTE DE SECRETARIA E DE CONTADORIA

RELAÇÃO DE DOCUMENTOS

TRANSFERÊNCIA EXTERNA EDITAL Nº 17

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA TRENTO. DECRETO nº 226/2017

o DESEMBARGADOR GILBERTO PASSOS DE FREITAS, Corregedor Geral da Justiça do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais;

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL PENSÃO - CONCESSÃO

REGISTRO DE IMÓVEIS COMARCA DE XAXIM - SC

INSTRUÇÃO NORMATIVA N o 7 DE 22 DE NOVEMBRO DE 2007 Dispõe sobre o registro de empresas de trabalho temporário. O Secretário de Relações do Trabalho

EDITAL Nº 15/2016, DE 01 DE NOVEMBRO DE 2016.

LEI N , DE 26 DE SETEMBRO DE Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: "Art

SÚMULA VINCULANTE. Sessão da tarde Professora Bruna Vieira

Direito Processual Civil

PROVIMENTO 303/CGJ/2015: O QUE MUDOU NO PROCEDIMENTO DE EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE INTEIRO TEOR

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 452, DE 2015

DESPACHO SEJUR Nº 092/2014

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 12, DE 6 DE AGOSTO DE 2014

EDITAL - DPU/GABDPGF DPGU - Nº 15 DE 06 DE FEVEREIRO DE 2018.

ESOLUÇÃO CFC Nº 1.390, DE 30 DE MARÇO DE 2012 DOU Dispõe sobre o Registro Cadastral das Organizações Contábeis.

Adjudicação A) ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA

ERRATA. Revisão Final TJ-MG Oficial de Apoio Judicial - Oficial Judiciário 1ª edição. Constituição do Estado de Minas Gerais de 1989

PORTARIA Nº 2.087/CGJ/2012 (Alterada pelas Portarias nº 2.124/CGJ/2012 e nº 2.222/CGJ/2012)

2009, que criou o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR GABINETE DO PREFEITO DECRETO Nº1176, DE 1º DE JANEIRO DE 2017

*Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Sul em 06/10/2015.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº B DE 1997 EMENDA DE REDAÇÃO Nº 1

DA expedição da guia de recolhimento

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO Diretoria de Gestão de Pessoas

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CONSELHO SUPERIOR

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO ANEXO ÚNICO

II docentes e pesquisadores na área específica, que utilizam animais no ensino ou pesquisa científica.

O CORREGEDOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO, no uso de

RELATÓRIO SOBRE AS AÇÕES DE REQUALIFICAÇÃO CIVIL

INSTRUÇÃO NORMATIVA SRM Nº 001/ de julho de 2017

RESOLUÇÃO DO CONSELHO SUPERIOR Nº 40/2012, DE 11 DE JUNHO DE 2012

ESTADO DE SANTA CATARINA MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO RINCÃO

Estado de Mato Grosso do Sul Procuradoria-Geral da Defensoria Pública

ESTADO DO CEARÁ PREFEITURA MUNICIPAL DE IBIAPINA GABINETE DA PREFEITA

EDITAL DE CONVOCAÇÃO Nº 013/2010

Transcrição:

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof.ª. Adriana Galvão. Aula dia 15/08/2018. Retificação de registro civil. Antes quando fazia a retificação de registro documento de identidade de pessoa que solicitava a mudança de nome devida a condição sexual era inserida a terminologia T de transexual, o que feria a dignidade da pessoa humana. Hoje já não é mais permitido distinguir a pessoa e nem mesmo é necessário fazer a cirurgia de mudança de sexo para alterar o nome. Fundamento jurídico: Artigos 11 a 21 do código civil. A possibilidade de alteração do nome é baseada na jurisprudência usando por fundamento os artigos 56, 57 e 58 da lei 6.015/73 (lei de registros públicos). ADI 4275/09 que teve seu julgamento em 01/03/2018, reconheceu o direito de transexuais alterarem seu nome e sexo no registro civil mesmo para os que não fizeram a cirurgia para mudança nas características da genitália, além da possibilidade de se fazer a alteração via extrajudicial. Provimento 73 de 28 de junho de 2018 do CNJ que dispõe sobre a averbação da alteração do prenome e do gênero nos assentos de nascimento e casamento de pessoa transgênero no Registro Civil das Pessoas Naturais. Integra do provimento Nº 73 de 28/06/2018. 1 1 Disponível em: http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?documento=3503. Acesso em 20 ago. 2018. 1

Ementa: Dispõe sobre a averbação da alteração do prenome e do gênero nos assentos de nascimento e casamento de pessoa transgênero no Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN). Origem: Corregedoria PROVIMENTO N.73, DE 28 DE JUNHO DE 2018. Dispõe sobre a averbação da alteração do prenome e do gênero nos assentos de nascimento e casamento de pessoa transgênero no Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN). O CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA, usando de suas atribuições constitucionais, legais e regimentais e CONSIDERANDO o poder de fiscalização e de normatização do Poder Judiciário dos atos praticados por seus órgãos [art. 103-B, 4º, I, II e III, da Constituição Federal de 1988 (CF/88)]; CONSIDERANDO a competência do Poder Judiciário de fiscalizar os serviços dos RCPNs (arts. 103-B, 4º, I e III, e 236, 1º, da CF/88); CONSIDERANDO a competência do Corregedor Nacional de Justiça de expedir provimentos e outros atos normativos destinados ao aperfeiçoamento das atividades dos ofícios do RCPN (art. 8º, X, do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça); CONSIDERANDO a obrigação dos registradores do RCPN de cumprir as normas técnicas estabelecidas pelo Poder Judiciário (arts. 37 e 38 da Lei n. 8.935, de 18 de novembro de 1994); CONSIDERANDO a legislação internacional de direitos humanos, em especial, o Pacto de San Jose da Costa Rica, que impõe o respeito ao direito ao nome (art. 18), ao reconhecimento da personalidade jurídica (art. 3º), à liberdade pessoal (art. 7º.1) e à honra e à dignidade (art. 11.2); 2

CONSIDERANDO a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, da qual a República Federativa do Brasil é signatária e cujos dispositivos devem ser observados sob pena de responsabilidade internacional; CONSIDERANDO a Opinião Consultiva n. 24/17 da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que trata da identidade de gênero, igualdade e não discriminação e define as obrigações dos Estados-Parte no que se refere à alteração do nome e à identidade de gênero; CONSIDERANDO o direito constitucional à dignidade (art. 1º, III, da CF/88), à intimidade, à vida privada, à honra, à imagem (art. 5º, X, da CF/88), à igualdade (art. 5º, caput, da CF/88), à identidade ou expressão de gênero sem discriminações; CONSIDERANDO a decisão da Organização Mundial da Saúde de excluir a transexualidade do capítulo de doenças mentais da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID); CONSIDERANDO a possibilidade de o Brasil, como Estado-Membro das Nações Unidas, adotar a nova CID a partir de maio de 2019, quando da apresentação do documento na Assembleia Mundial da Saúde, sendo permitidos, desde já, o planejamento e a adoção de políticas e providências, inclusive normativas, adequadas à nova classificação; CONSIDERANDO a decisão do Supremo Tribunal Federal que conferiu ao art. 58 da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973, interpretação conforme à Constituição Federal, reconhecendo o direito da pessoa transgênero que desejar, independentemente de cirurgia de redesignação ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, à substituição de prenome e gênero diretamente no ofício do RCPN (ADI n. 4.275/DF); CONSIDERANDO a decisão proferida nos autos do Pedido de Providências n. 0005184-05.2016.2.00.0000, em trâmite no Conselho Nacional de Justiça, RESOLVE: 3

Art. 1º Dispor sobre a averbação da alteração do prenome e do gênero nos assentos de nascimento e casamento de pessoa transgênero no Registro Civil das Pessoas Naturais. Art. 2º Toda pessoa maior de 18 anos completos habilitada à prática de todos os atos da vida civil poderá requerer ao ofício do RCPN a alteração e a averbação do prenome e do gênero, a fim de adequá-los à identidade autopercebida. 1º A alteração referida no caput deste artigo poderá abranger a inclusão ou a exclusão de agnomes indicativos de gênero ou de descendência. 2º A alteração referida no caput não compreende a alteração dos nomes de família e não pode ensejar a identidade de prenome com outro membro da família. 3º A alteração referida no caput poderá ser desconstituída na via administrativa, mediante autorização do juiz corregedor permanente, ou na via judicial. Art. 3º A averbação do prenome, do gênero ou de ambos poderá ser realizada diretamente no ofício do RCPN onde o assento foi lavrado. Parágrafo único. O pedido poderá ser formulado em ofício do RCPN diverso do que lavrou o assento; nesse caso, deverá o registrador encaminhar o procedimento ao oficial competente, às expensas da pessoa requerente, para a averbação pela Central de Informações do Registro Civil (CRC). Art. 4º O procedimento será realizado com base na autonomia da pessoa requerente, que deverá declarar, perante o registrador do RCPN, a vontade de proceder à adequação da identidade mediante a averbação do prenome, do gênero ou de ambos. 1º O atendimento do pedido apresentado ao registrador independe de prévia autorização judicial ou da comprovação de realização de cirurgia de 4

redesignação sexual e/ou de tratamento hormonal ou patologizante, assim como de apresentação de laudo médico ou psicológico. 2º O registrador deverá identificar a pessoa requerente mediante coleta, em termo próprio, conforme modelo constante do anexo deste provimento, de sua qualificação e assinatura, além de conferir os documentos pessoais originais. 3º O requerimento será assinado pela pessoa requerente na presença do registrador do RCPN, indicando a alteração pretendida. 4º A pessoa requerente deverá declarar a inexistência de processo judicial que tenha por objeto a alteração pretendida. 5º A opção pela via administrativa na hipótese de tramitação anterior de processo judicial cujo objeto tenha sido a alteração pretendida será condicionada à comprovação de arquivamento do feito judicial. 6º A pessoa requerente deverá apresentar ao ofício do RCPN, no ato do requerimento, os seguintes documentos: I certidão de nascimento atualizada; II certidão de casamento atualizada, se for o caso; III cópia do registro geral de identidade (RG); IV cópia da identificação civil nacional (ICN), se for o caso; V cópia do passaporte brasileiro, se for o caso; VI cópia do cadastro de pessoa física (CPF) no Ministério da Fazenda; VII cópia do título de eleitor; IX cópia de carteira de identidade social, se for o caso; X comprovante de endereço; 5

XI certidão do distribuidor cível do local de residência dos últimos cinco anos (estadual/federal); XII certidão do distribuidor criminal do local de residência dos últimos cinco anos (estadual/federal); XIII certidão de execução criminal do local de residência dos últimos cinco anos (estadual/federal); XIV certidão dos tabelionatos de protestos do local de residência dos últimos cinco anos; XV certidão da Justiça Eleitoral do local de residência dos últimos cinco anos; XVI certidão da Justiça do Trabalho do local de residência dos últimos cinco anos; XVII certidão da Justiça Militar, se for o caso. (Grifo nosso). 7º Além dos documentos listados no parágrafo anterior, é facultado à pessoa requerente juntar ao requerimento, para instrução do procedimento previsto no presente provimento, os seguintes documentos: I laudo médico que ateste a transexualidade/travestilidade; II parecer psicológico que ateste a transexualidade/travestilidade; III laudo médico que ateste a realização de cirurgia de redesignação de sexo. 8º A falta de documento listado no 6º impede a alteração indicada no requerimento apresentado ao ofício do RCPN. 9º Ações em andamento ou débitos pendentes, nas hipóteses dos incisos XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI e XVII do 6º, não impedem a averbação da alteração pretendida, que deverá ser comunicada aos juízos e órgãos competentes pelo ofício do RCPN onde o requerimento foi formalizado. 6

Art. 5º A alteração de que trata o presente provimento tem natureza sigilosa, razão pela qual a informação a seu respeito não pode constar das certidões dos assentos, salvo por solicitação da pessoa requerente ou por determinação judicial, hipóteses em que a certidão deverá dispor sobre todo o conteúdo registral. Art. 6º Suspeitando de fraude, falsidade, má-fé, vício de vontade ou simulação quanto ao desejo real da pessoa requerente, o registrador do RCPN fundamentará a recusa e encaminhará o pedido ao juiz corregedor permanente. Art. 7º Todos os documentos referidos no art. 4º deste provimento deverão permanecer arquivados indefinidamente, de forma física ou eletrônica, tanto no ofício do RCPN em que foi lavrado originalmente o registro civil quanto naquele em que foi lavrada a alteração, se diverso do ofício do assento original. Parágrafo único. O ofício do RCPN deverá manter índice em papel e/ou eletrônico de forma que permita a localização do registro tanto pelo nome original quanto pelo nome alterado. Art. 8º Finalizado o procedimento de alteração no assento, o ofício do RCPN no qual se processou a alteração, às expensas da pessoa requerente, comunicará o ato oficialmente aos órgãos expedidores do RG, ICN, CPF e passaporte, bem como ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). 1º A pessoa requerente deverá providenciar a alteração nos demais registros que digam respeito, direta ou indiretamente, a sua identificação e nos documentos pessoais. 2º A subsequente averbação da alteração do prenome e do gênero no registro de nascimento dos descendentes da pessoa requerente dependerá da anuência deles quando relativamente capazes ou maiores, bem como da de ambos os pais. 3º A subsequente averbação da alteração do prenome e do gênero no registro de casamento dependerá da anuência do cônjuge. 7

4º Havendo discordância dos pais ou do cônjuge quanto à averbação mencionada nos parágrafos anteriores, o consentimento deverá ser suprido judicialmente. Art. 9º Enquanto não editadas, no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, normas específicas relativas aos emolumentos, observadas as diretrizes previstas pela Lei n. 10.169, de 29 de dezembro de 2000, aplicar-se-á às averbações a tabela referente ao valor cobrado na averbação de atos do registro civil. Parágrafo único. O registrador do RCPN, para os fins do presente provimento, deverá observar as normas legais referentes à gratuidade de atos. Art. 10. Este provimento entra em vigor na data de sua publicação. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Modelo da declaração para alteração. OFICIAL DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DO MUNICÍPIO DE... I - REQUERENTE: Nome civil completo, nacionalidade, naturalidade, data e local do nascimento, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço completo, telefone, endereço eletrônico. II - REQUERIMENTO: Visto que o gênero que consta em meu registro de nascimento não coincide com minha identidade autopercebida e vivida, solicito que seja averbada a alteração do sexo para (masculino ou feminino), bem como seja alterado o prenome para... III - DECLARAÇÕES SOB AS PENAS DA LEI 8

Declaro que não possuo passaporte, identificação civil nacional (ICN) ou registro geral de identidade (RG) emitido em outra unidade da Federação. OU Declaro que possuo o Passaporte n...., ICN n.... e RG n.... Estou ciente de que não será admitida outra alteração de sexo e prenome por este procedimento diretamente no registro civil, resguardada a via administrativa perante o juiz corregedor permanente. Estou ciente de que deverei providenciar a alteração nos demais registros que digam respeito, direta ou indiretamente, a minha pessoa e nos documentos pessoais. Declaro que não sou parte em ação judicial em trâmite sobre identidade de gênero (ou Declaro que o pedido que estava em trâmite na via judicial foi arquivado, conforme certidão anexa.) IV - FUNDAMENTO JURÍDICO O presente requerimento está fundamentado no princípio da dignidade da pessoa humana, no art. 58 da Lei n. 6.015/1973, interpretado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI n. 4.275, e no Provimento CN-CNJ n. 73/2018. Por ser verdade, firmo o presente termo. Local e data. Assinatura do requerente. Mesmo com a possibilidade da alteração do nome via cartório é possível fazer via judicial e no caso de ações já em andamento pode pedir o julgamento antecipado com fundamento no artigo 355, I do CPC, in verbis: Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: 9

I - não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. A competência para julgar ações referente a alteração de nome ligada a identidade do indivíduo é das varas de família. Lei estadual de são Paulo n.º 10.948/01 2, que combate fobia LGBT. Nome social pelo qual a pessoas é conhecida pela sociedade que pode ou não corresponder com o seu nome de registro. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 2 Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2001/lei-10948-05.11.2001.html. Acesso em 20 ago. 2018. 10