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Transcrição:

10 º Congresso Nacional de Mecânica Experim ent al INFLUÊNCIA DA VELOCIDADE DE AVANÇO NA CORROSÃO DA LIGA DE ALUMINIO AA6082-T6 SOLDADA POR FRICÇÃO LINEAR TN Toniato Instituto Federal do Espírito Santo JE Ribeiro LAETA, INEGI, Instituto Politécnico de Bragança ACF Silva INEGI, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto PMGP Moreira INEGI, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto RESUMO O presente trabalho apresenta o estudo do comportamento do fenómeno de corrosão em amostras soldadas pelo processo Fricção Linear, onde a velocidade de rotação foi mantida constante, tendo-se variado a velocidade de avanço. Um dos principais objetivos deste trabalho foi o estudo da corrosão neste tipo de ligações soldadas, para isso realizaram-se dois ensaios de corrosão em meios diferentes: água do mar e solução de ácido sulfúrico. A taxa de corrosão foi medida a partir da perda de massa de provetes soldados que foram mergulhados nas duas soluções. A perda de massa foi mais significativa nos provetes que estavam mergulhados na solução de ácido sulfúrico do que na água do mar. Os resultados obtidos permitiram verificar que com o aumento da velocidade de avanço ocorreu um aumento da taxa de corrosão e de dureza no cordão de soldadura. Palavras-chave: Corrosão / Ligas de alumínio / Soldadura / Fricção Linear 1. INTRODUÇÃO Os métodos mais comuns de soldadura utilizam uma fonte de calor para promover a ligação entre os materiais, porém esse calor gera mudanças na microestrutura do metal base, alterando assim suas propriedades mecânicas. Uma das principais vantagens das ligas de Alumínio é a sua resistência à corrosão, porém essa resistência depende do meio envolvente (Vereecken, 1994) e de possíveis alterações microestruturais decorrentes do processo de soldadura (Rao, 2004). No entanto, tratamentos térmicos pós-soldadura com exposições de tempo e temperatura similares aos submetidos durante a soldadura podem representar métodos eficazes para homogeneizar a microestrutura sensibilizada e aumentar a resistência à corrosão. 1

Perda de massa [%] 10 º Congresso Nacional de Mecânica Exper im ent al 2. DESCRIÇÃO O ensaio experimental realizado do âmbito deste trabalho foi efetuado em duas fases distintas. A primeira fase correspondeu à preparação dos provetes soldados utilizando a técnica de soldadura Friction Stir Welding (FSW) e na segunda implementou-se o ensaio de corrosão em dois meios diferentes: água do mar e solução de ácido sulfúrico. Neste trabalho foram realizados três provetes onde se variou somente a velocidade de avanço da soldadura. Foram colocadas um conjunto de amostras em diferentes ambientes corrosivos de acordo com o grau de severidade corrosiva, assim, optou-se por ambientes marítimos, submergindo três amostras em água do mar e ambientes industriais mergulhando três outras amostras numa solução de ácido sulfúrico. Os ensaios decorreram durante cerca de tês meses (94 dias para a água do mar e 70 dias para o meio ácido) a uma temperatura ambiente média de 20ºC. Os resultados obtidos nos diferentes ensaios realizados no âmbito deste trabalho focaram-se na taxa de corrosão. Foram realizadas pesagens semanais numa balança de precisão para avaliar a perda de massa provocada pela corrosão das amostras. Na Fig. 1 pode-se observar a perda de massa ocorrida no ensaio na água do mar. 100 99.99 99.98 99.97 99.96 99.95 99.94 99.93 FSW S FSW M FSW F 99.92 99.91 99.9 0 7 18 31 54 67 83 94 Tempo [dias] Fig.1 Perda de massa no ensaio de corrosão numa solução na água do mar. 3. CONCLUSÕES A corrosão na solução de ácido sulfúrico foi muito mais intensa, já que é um meio mais agressivo, menor ph do que a provocada pela água do mar. No primeiro caso a perda de massa rondou os 10% enquanto no segundo caso foi inferior a 0.5%. Na amostra soldada com maior velocidade de avanço ocorreu uma maior taxa de corrosão e maior valor de microdureza no cordão de soldadura. 4. REFERÊNCIAS Rao, K., "Pitting Corrosion of Heat-Treatable Aluminium Alloys and Welds: A Review", Trans. Indian Inst. Met. 57: 593-610, 2004.. Vereecken, J., Corrosion Control of Aluminium - Forms of Corrosion and Prevention, TALAT Lectures 5103, European Aluminium Association, 1994.. 2