CERATOSE ACTÍNICA: Atuação do enfermeiro na prevenção RESUMO



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Transcrição:

CERATOSE ACTÍNICA: Atuação do enfermeiro na prevenção RESUMO Com a falta de assistência e conhecimento do enfermeiro, muitos sinais na pele do paciente passam despercebidos e com isso prorroga o tratamento precoce. O exame físico é de extrema importância para identificar possíveis alterações na saúde do paciente, é através dele que o enfermeiro pode promover a saúde e prevenir possíveis patologias. A Ceratose Actínica é uma lesão epitelial pré-cancerosa muito comum em pessoas de pele clara, essas lesões pré-malignas acontecem através da proliferação de queratinócitos aberrantes que se desenvolvem através de uma exposição contínua a RUV e são encontradas em 65% nos membros superiores e em áreas fotoexpostas como: cabeça, pescoço, dorso das mãos e antebraços. Os enfermeiros devem fazer o exame físico da pele constantemente, pois o RUV acumula na pele e pode se manifestar de forma lenta. Devem se atentar caso a lesão sangrar, pois isso significa magnitude da lesão e também se atentar quanto á mudança das lesões como tamanho, formato e cor. Portanto tem de ficar claro tanto para o profissional da saúde quanto para o paciente que a proteção com filtro solar é importante desde a infância. Palavras-Chave: Ceratose Actínica. Enfermagem. Prevenção primária. ABSTRACT With the lack of assistance and knowledge of nurses, many signals in the patient's skin pass by unnoticed and thereby extending early treatment. The physical examination is of outmost importance to identify possible changes in the health of the patient, it is through it that the nurse can promote health and prevent possible pathologies. The Keratosis Actinic is a very common precancerous epithelial lesion in clear-skinned people, these pre-malignant lesions occur through the proliferation of appalling keratinocytes that are developed through continuous exposure to UVR and are found in 65% of the upper limbs and on sun-exposed areas such as: head, neck, back of hands and forearms. Nurses must make a frequent physical examination of the skin, because the UVR accumulates in the skin and it can slowly manifest. Be very aware if the injury bleed, because it means magnitude of the injury, and also pay attention to injuries changing, such as size, shape and color. Therefore it has to be clear to both, the health-care professional and the patient, that sunscreen protection is important since childhood. Keywords: Actinic Keratosis. Nursing. Primary prevention. Publicação: xx de xxx de xxxx 1

2 Ceratose Actínica: Atuação do enfermeiro na prevenção 1. INTRODUÇÃO O câncer de pele tem um crescimento expressivo nos últimos anos no Brasil e sua incidência é maior em pessoas acima de 40 anos, pele clara ou com grande exposição solar. Em 2010 foram 1.521 mortes e a estimativa para 2012 seriam 134.170 novos casos 1. A Ceratose Actínica é uma lesão pré-cancerosa induzida pelos raios ultravioleta (UV-A e UV-B) em partes do corpo mais expostas ao sol como face, pescoço e membros. Essa lesão é confinada na epiderme, camada mais superficial da pele, e por isso é passiva de tratamento rápido e eficaz desde que o tratamento seja feito o quanto antes. Em casos mais tardios, pode evoluir para carcinoma espinocelular (CEC), porém a estimativa de CEC é de 0,075-0,096% por lesão por ano 2. O exame físico é de extrema importância para identificar possíveis alterações na saúde do paciente, é através dele que o enfermeiro pode promover a saúde e prevenir possíveis patologias. Mas para isso o profissional de enfermagem tem de estar atento as alterações da pele e os tipos de pele em que as lesões pré - cancerosas acometem. O enfermeiro deve prestar toda a assistência necessária, pois o cuidado tem de ser interativo, complementar e multiprofissional e o enfermeiro tem de estar comprometido em melhorar cada vez mais o cuidado prestado para que o paciente entenda a real necessidade de se cuidar e se prevenir. 2. REVISÃO DA LITERATURA Somando todos os tipos de câncer, o de pele é superado, pois atinge indivíduos homens e mulheres de qualquer idade, de pele branca e com exposição solar excessiva e é caracterizado pelo aumento irregular das células. Não se sabe ao certo a incidência exata, pois muitos casos não são diagnosticados, porém pode ser considerado o tipo de câncer que mais acomete as pessoas. A Ceratose Actínica é a lesão pré-cancerosa que acontece com maior frequência e estima-se que surgirão cerca de um milhão de casos por ano devido ao aumento da radiação ultravioleta, principalmente UV-B 3. Os TCNM (tumores cutâneos não melanoma) tem baixa mortalidade e alta prevalência dentre as lesões desse tipo e as sequelas cirúrgicas são muito grandes e há um custo para os sistemas de saúde e é por isso que o tratamento precoce é tão visado, pois cada individuo com até 4 (quatro) Ceratoses Actínicas na face tem um risco considerável para 4. Para a CA progredir para CEC é necessária uma exposição solar muito grande, entre 20-30 anos, e o individuo não tomar nenhuma medida de prevenção. Estima-se que ao longo da vida, 10% da CA se tornem maligna e que em torno de 80% do CEC se inicia com CA, mais com CA do que com outros fatores como genética e idade, por exemplo 5. As pessoas podem se proteger utilizando a vestimenta correta (óculos de sol, chapéus, roupas que cobrem os braços e pescoço), não ficar exposto nos horários de pico do UV-B procurando

Patrícia Barbosa Lucas 3 sombras para se proteger. As Ceratoses Actínicas são facilmente percebidas á palpação do que á inspeção, pois se fizer uma pressão suave em cima das lesões com a unha irá provocar a dor, e esse é um diagnóstico útil 6. Antes de fazer toda a inspeção da pele, é necessário o enfermeiro saber que a pele é dividida em três camadas e que a CA acomete a epiderme e serve para proteger o meio interno do meio externo (nesse caso proteger do RUV). A pele é essencial para a vida e transmite os sinais de anormalidade de todo o corpo, mas a maioria dos profissionais não valorizam nem tampouco descrevem esses sinais 7. 3. A CERATOSE ACTÍNICA É uma lesão epitelial pré-cancerosa muito comum em pessoas de pele clara, muito conhecida como ceratose solar ou vulgarmente ceratose senil (conhecida de uma forma errônea, pois esse tipo de lesão não é causada pela idade e sim pela exposição solar). Essas lesões pré-malignas acontecem através da proliferação de queratinócitos aberrantes que se desenvolvem através de uma exposição contínua a RUV e são caracterizados com cerca de 2-6mm por pequenas placas hiperceratóricas descamativas em base eritematosa, e são encontradas em 65% nos membros superiores e em áreas fotoexpostas como: cabeça, pescoço, dorso das mãos ( mãos de transplante com verrugas planas) e antebraços 8. Pessoas portadoras de albinismo, xeroderma pigmentoso, transplantes renais ou imunocomprometidos podem ter maior propensão á Ceratose Actínica 9. A Ceratose Actínica também pode ocorrer em pessoas com calvice e pele clara e as lesões são máculo-papulosas com superfície áspera, crostas duras e aderentes, coloração amarela ou castanha 10. Figura 1 Ceratose Actínica imagem ampliada Na Ceratose Actínica, existe uma presença de atipia discreta decorrente de dano solar crônico sendo assim marcador de risco para desenvolvimento de câncer de pele. Os doentes com essa dermatose devem ser tratados e acompanhados cuidadosamente. Etiologicamente, o fator principal é a RUV do tipo B, mas podem ocorrer com UV-A e raio-x. A RUV causa mutação na telomerase (altera precocemente e com isso aumenta sua atividade retardando a apoptose e o ciclo celu-

4 Ceratose Actínica: Atuação do enfermeiro na prevenção lar é prolongado) e no gene supressor de tumores P 53 (permite a multiplicação de células anormais e estabelece a neoplasia pois é incapaz de induzir apoptose em células mutantes). CEC também é alterado no gene P 53, porém altera também o gene P 16 e é justamente por isso que a progressão da Ceratose Actínica para CEC envolva a inativação desse gene 11. 4. AÇÕES DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO Para a CA progredir para CEC é necessária uma exposição solar muito grande, entre 20-30 anos, e o individuo não tomar nenhuma medida de prevenção. Estima-se que ao longo da vida, 10% da CA se tornem maligna e que em torno de 80% do CEC se inicia com CA, mais com CA do que como outros fatores com genética e idade por exemplo 5. A equipe de enfermagem tem de estar atenta quando o paciente tiver feito transplante de órgãos sólidos, pois o CEC é mais comum nessas pessoas, pois o risco de desenvolver CEC aumenta de acordo com a imunossupressão, e é independente da idade 12,13,14. Os indivíduos que ficam expostos ao sol ou que tem pele clara têm de estar muito bem orientados quanto à fotoproteção: a prevenção mais eficaz para o não desenvolvimento da Ceratose Actínica e consequentemente CEC e CBC. Em longo prazo, a fotoproteção com filtro solar tópico é o meio preconizado para reduzir os riscos da fotoexposição, fotoenvelhecimento e o câncer de pele (desde que seja aplicado a quantidade certa, e feita a reaplicação), porém não é o único meio; há também a proteção oral: vitaminas C e E, chá-verde e antiinflamatórios não-esteróides 5. As pessoas podem se proteger utilizando a vestimenta correta (óculos de sol, chapéus, roupas que cobrem os braços e pescoço), não ficar exposto nos horários de pico do UV-B procurando sombras para se proteger e as Ceratoses Actínicas são mais facilmente percebidas á palpação do que á inspeção, pois se fizer uma pressão suave em cima das lesões com a unha irá provocar a dor, e esse é um diagnóstico útil 6. Antes de fazer toda a inspeção da pele, é necessário o enfermeiro saber que a pele é dividida em três camadas e que a CA acomete a epiderme (camada mais superficial da pele) e serve para proteger o meio interno do meio externo (que nesse caso, protege do RUV). A pele é essencial para a vida e transmite os sinais de anormalidade de todo o corpo, mas a maioria dos profissionais não valorizam nem tampouco descrevem esses sinais. Muitas definições farão o enfermeiro a identificar os possíveis diagnósticos de CA (confirmando ou descartando) utilizando as propedêuticas palpação e a inspeção 7. Os enfermeiros devem fazer o exame físico da pele constantemente, pois o RUV acumula na pele e pode se manifestar de forma lenta. Ficar muito atento se a lesão sangrar, pois isso significa magnitude da lesão e também se atentar quanto á mudança das lesões como tamanho, formato e cor 6. A prevenção de enfermagem deve começar pela intervenção primária que é a manutenção da saúde e a integridade da qualidade de vida do paciente visando sua conscientização sobre os

Patrícia Barbosa Lucas 5 possíveis danos á pele e consequentemente afetando seu relacionamento com a sociedade. O profissional de enfermagem deverá estar sempre atento para identificar as possíveis lesões prémalignas como a Ceratose Actínica, pois o enfermeiro é que está sempre com o paciente, faz a triagem, exame físico e é quem deve apoiar e orientar quanto à importância de prevenção. É importante salientar que a CA não leva o paciente à morte (pois é um câncer não-melanoma, portando o paciente não deverá se assustar, porém medidas de prevenção deverão ser aliadas á rotina do paciente para evitar futuras complicações 15. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nada A Ceratose Actínica é uma lesão pré-maligna ocasionada pela exposição ao sol (sem proteção) nos horários em que a RUV está mais presente. Apresenta-se, na maioria dos casos com múltiplas lesões escamativas e dolorosas á palpação nos locais fotoexpostos. Essas lesões acontecem com maior frequência em pessoas com pele, olhos e cabelos claros, regiões do couro cabeludo (em pessoas calvas), face, orelhas, pescoço, colo e membros superiores. A prevenção é feita principalmente com a utilização do filtro solar, porém a maioria das pessoas não fazem a aplicação da quantidade correta e nem a reaplicação. Muitos profissionais da saúde não se atentam aos sinais da pele e deixam passar sem orientação os indivíduos pré-dispostos a esse tipo de patologia. A CA, uma vez instalada, é necessário o tratamento para não progredir para um CEC ou CBC. O enfermeiro que notar essas lesões deve encaminhar o paciente para uma consulta com um médico dermatologista para fechar o diagnóstico. Na literatura foram encontrados diversos métodos de tratamento, porém o mais rápido (com resultado positivo) e o mais procurado são os de fotodinâmica. A prevenção de enfermagem deve começar pela intervenção primária que é a manutenção da saúde e a integridade da qualidade de vida do paciente visando sua conscientização sobre os possíveis danos á pele e consequentemente afetando seu relacionamento com a sociedade. Os enfermeiros devem fazer o exame físico da pele constantemente, pois o RUV acumula na pele e pode se manifestar de forma lenta. Ficar muito atento se a lesão sangrar, pois isso significa magnitude da lesão e também se atentar quanto á mudança das lesões como tamanho, formato e cor. Portanto tem de ficar claro tanto para o profissional da saúde, quanto para o paciente que a proteção com filtro solar é importante desde a infância. REFERÊNCIAS 1. PORTAL DO INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER INCA. Intervenções de enfermagem no controle do câncer. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/enfermagem/docs/cap6.pdf> p. 249-261. Acesso em: 21 mai. 2014. 2. DEONIZIO, Janyana Marcela Doro; MULINARI-BRENNER, Fabiane Andrade. Criopeeling para tratamento de fotodano e ceratoses actínicas: comparação entre nitrogênio líquido e sistema portátil. An. Bras. Dermatol. Rio de Janeiro, v. 86, n. 3, jun. 2011. Disponível

6 Ceratose Actínica: Atuação do enfermeiro na prevenção em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0365-05962011000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 02 jun. 2014. 3. DERGHAM, Ana Paula et al. Distribuição dos diagnósticos de lesões pré-neoplásicas e neoplásicas de pele no Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. An. Bras. Dermatol. Rio de Janeiro, v. 79, n. 5, out. 2004. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0365-05962004000500005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 03 jun. 2014. 4. ROCHA, Fernando Passos da et al. Marcadores e fatores de risco para queratoses actínicas e carcinomas basocelulares: um estudo de caso-controle. An. Bras. Dermatol. [online]. 2004, vol.79, n.4, pp. 441-454. ISSN 1806-4841. Disponivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0365-05962004000400006>. Acesso em: 21 mai. 2014. 5. CASTRO, Inês Alencar de et al. Ceratoses Actínicas. Revista HCPA. Porto Alegre, v.26, n.2, p. 66-70, ago. 2006. Disponível em: <https://www.hcpa.ufrgs.br/downloads/revistacientifica/2006/2006_26_2.pdf#page=66>. Acesso em 21 mai. 2014. 6. PORTAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA SBD. QUERATOSE ACTÍNICA. Disponível em: <http://www.sbd.org.br/doencas/queratose-actinica/>. Acesso em: 07 set. 2014. 7. GUIMARAES, Heloisa C. Q. C. Passos, et al. Exame da pele e de seus anexos. In: BARROS, Alba Lucia B. Leite de. Anamnese & exame físico. Avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. Porto Alegre: ArtMed, 2010. P. 419-429. 8. ENGEL, Cassio (Ed.). Dermato: Medgrupo. São Paulo: Medyklin, 2012. Cap. 4, p. 92. 9. CUCÉ, Luiz Carlos. Tratamento de lesões pré-malignas e malignas. Tratamento das Queratoses actínicas e do corno cutâneo. In: GADELHA, Alcidarta dos Reis; COSTA, Izelda Maria Carvalho. Cirurgia Dermatológica em Consultório. São Paulo: Atheneu, 2009. P. 317-321. 10. FILHO, Lauro Lourival Lopes; ROSA, Ival Peres. Principais Cirurgias do Couro Cabeludo. In: GADELHA, Alcidarta dos Reis; COSTA, Izelda Maria Carvalho. Cirurgia Dermatológica em Consultório. São Paulo: Atheneu, 2009. P. 755. 11. ALMEIDA, Fernando Algusto de; HIRATA, Sérgio Henrique. Lesões pré-cancerosas. In: ROTTA, Osmar. Dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica. São Paulo: Manole, 2008 (Nestor Schor). P. 361 e 362. 12. WOLFF, Klaus; JOHNSON, Richard Allen. Dermatologia de Fitzpatrick: Atlas e texto. 6. ed. São Paulo: Amgh, 2011. Tradução: Carlos Henrique de Araújo Cosendey e Denise Costa Rodrigues. Cap. 10, p. 268. 13. WOLFF, Klaus; JOHNSON, Richard Allen. Dermatologia de Fitzpatrick: Atlas e texto. 6. ed. São Paulo: Amgh, 2011. Tradução: Carlos Henrique de Araújo Cosendey e Denise Costa Rodrigues. Cap. 11, p. 274 e 275. 14. WOLFF, Klaus; JOHNSON, Richard Allen. Dermatologia de Fitzpatrick: Atlas e texto. 6. ed. São Paulo: Amgh, 2011. Tradução: Carlos Henrique de Araújo Cosendey e Denise Costa Rodrigues. Cap. 21, p. 545. 15. PORTAL DO INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER INCA. Tipos de câncer pele não melanoma. Disponível em: <http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/pele_nao_melanoma>. Acesso em: 24 mai. 2014.