Campos do Lis Criação e Selecção do Cão de Castro Laboreiro

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Transcrição:

NEWSLETTER Nº 73 / 06 de Março 2015 Esta newsletter destina-se a ser um espaço de informação e divulgação dos Cães de Castro Laboreiro, detentores do afixo de criador "", bem como um espaço de informação e intervenção técnica relativo a esta raça canina portuguesa. Todos ao artigos publicados são da inteira e exclusiva responsabilidade dos seus autores. SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE O CÃO DE CASTRO LABOREIRO E O CÃO DA SERRA DA ESTRELA DE PÊLO CURTO O cão de castro laboreiro e o cão da serra da estrela de pêlo curto são raças com afinidade pois são ambos molossóides tipo montanha e supõe-se que descendentes de mastins trazidos para a península ibérica há bastante tempo. São ambos cães grandes e fortes e a sua funcionalidade principal é de protecção e guarda de gado. Andam normalmente à frente dos rebanhos e percorrem regularmente toda a área onde se encontram os animais, protegendo-os contra os seus predadores naturais, em particular, contra o lobo. No que respeita ao trabalho que executam e da sua relação com os donos, o cão de castro laboreiro normalmente deslocava-se todos os dias de casa para a serra e planalto da região de Castro Laboreiro. Ao fim do dia regressava a casa com os animais e o dono, pernoitando junto à casa ou nas cortes dos animais. Havia um maior e mais frequente contacto com as pessoas da família, o que reforçava também a sua ligação como cão de família. No que se refere ao cão da serra da estrela, a variedade de pêlo curto, era, há várias décadas, a variedade dominante no cão de trabalho desta raça. 1

A variedade de pêlo comprido, geneticamente recessiva, só há algumas décadas, e mercê da sua valorização nos concursos caninos de beleza, é que se tornou a variedade com maior número de exemplares. Os pastores preferiam a variedade de pêlo curto, pois eram normalmente mais funcionais e não tinham as desvantagens inerentes a uma raça canina de pêlo comprido. O cão da serra da estrela normalmente ficava nos montes com os animais, podendo aí ficar durante dias sozinho com o gado. Também acompanhava o gado quando se dava a sua transumância. No quadro da classificação da FCI o cão de castro laboreiro e o cão da serra da estrela pertencem ambos ao Grupo 2, Secção 2.2 (molossóides tipo montanha). Aspecto Geral Cão de castro laboreiro (Brisa dos ) 2

Cão da serra da estrela de pêlo curto As fotos dos cães da serra da estrela de pêlo curto apresentadas nesta newslewtter foram cedidas gentilmente pelo Sr. Rogério Pereira, e representam exemplares seus. A este criador agradeço, desde já, a sua colaboração e ajuda. Ambas as raças apresentam dimorfismo sexual, sendo os machos normalmente maiores e mais corpulentos que as fêmeas. O cão da serra da estrela de pêlo curto é um mastim de grande corpulência, moderadamente longo (sublongilíneo), enquanto que o cão de castro laboreiro é um mastim mais ligeiro. Mas não muito mais ligeiro, pois os machos do cão de castro laboreiro aproximam-se muito das dimensões e corpulência das fêmeas do cão da serra da estrela. 3

O cão de castro laboreiro apresenta-se com uma relação comprimento do corpo/ altura ao garrote de 7:6, podendo o cão da serra da estrela apresentar alguma tendência para o mediolíneo. A altura do peito é, em ambas as raças, ligeiramente inferior a metade da altura ao garrote. Cabeça Cabeças de cão de castro Laboreiro LIS Pandora dos MARTI 4

Cabeças de cão da serra da estrela de pêlo curto A cabeça do cão da serra da estrela de pêlo curto é forte, volumosa, comprida, sendo o perfil do crânio ligeiramente convexo. A cabeça do castro laboreiro é ligeiramente mais ligeira do que a cabeça do serra da estrela de pêlo curto, sendo as dimensões do crânio (comprimento e largura do crânio) do macho do castro laboreiro muito semelhantes às dimensões do crânio da fêmea do serra da estrela (ver newsletters nºs 64 e 65). O perfil do crânio do castro laboreiro tende para o rectilínio, podendo o crânio apresentar-se ligeiramente saliente. 5

O stop ou chanfradura nasal é pouco acentuado em ambas as raças, podendo no serra da estrela ser um pouco mais acentuado do que no castro laboreiro. O comprimento do chanfro do serra da estrela é sensivelmente do mesmo comprimento que o comprimento do crânio, enquanto que no castro laboreiro o comprimento do chanfro é menor que o comprimento do crânio. Nesta última raça, a relação entre o comprimento do crânio/comprimento do chanfro deve ser de 6:5 (se o comprimento do crânio for de 13cm, o comprimento do chanfro deverá ser aproximadamente de 10,84cm). O chanfro do castro laboreiro tende para o rectilíneo em toda a sua extensão, o mesmo acontecendo com o chanfro do serra da estrela, sendo neste último ligeiramente convexo na extremidade. Em ambas as raças os eixos crânio-faciais são ligeiramente divergentes. O serra da estrela de pêlo curto apresenta como característico a cabeça com máscara negra. Esta característica não é típica do castro laboreiro. Os olhos do serra da estrela são horizontais e de forma oval, enquanto que os do castro laboreiro são oblíquos e amendoados. As orelhas do serra da estrela, têm inserção média; caídas, inclinadas para trás, caindo lateralmente, encostadas à cabeça, com o bordo interno visível (em rosa ). 6

As orelhas do castro laboreiro têm inserção acima da média, caindo naturalmente e, paralelamente, de um lado e outro da cabeça, como que placadas. Quando está atento a orelha volta-se para diante. Em ambas as raças, a trufa, o céu da boca, os bordos dos lábios e das pálpebras são fortemente pigmentados de preto. Em ambas as raças a articulação ou fecho dos dentes deve ser preferencialmente em tesoura, podendo admitir-se em pinça. Derivando ambas as raças de um tronco canino comum, podem ocorrer exemplares nas duas raças com alguns aspectos morfológicos mais característicos da outra raça. Por exemplo, castro laboreiros com orelhas mal placadas com o bordo interno visível, com o stop mais acentuado, crânio com o perfil mais convexo, olhos mais ovais, etc. Ou serra da estrela de pêlo curto com orelhas placadas, com chanfros mais curtos, etc. Naturalmente que esses detalhes serão considerados defeitos nesses exemplares. Pescoço O serra da estrela apresenta barbela pouco desenvolvida, sem exageros. O cão de castro laboreiro, de acordo com o estalão oficial, não apresenta barbela, todavia, é evidente que, pelo menos vestígios de barbela são visíveis, na generalidade dos exemplares existentes. 7

Tronco Serra da estrela de pêlo curto Cão de castro laboreiro 8

Ambas as raças têm um tronco mais comprido que alto. A linha superior é, em ambas as raças, direita, quase horizontal, e a altura da garupa pode ser ligeiramente mais alta que a altura ao garrote. A garupa é, em ambas as raças, ligeiramente descaída, com suave inclinação posterior. O peito do castro laboreiro tem uma forma em ogiva, enquanto que o serra da estrela é mais arqueado, sem ser cilíndrico. No serra da estrela o peito é bem descido, junto ao cotovelo ou ligeiramente abaixo. A linha inferior no castro laboreiro apresenta uma apreciável inclinação do esterno às virilhas; ventre nada volumoso e até ligeiramente retraído, mostrando sensível diferença entre as regiões xifóideia e púbica. No serra da estrela a linha inferir apresenta uma inclinação gradual e suave do esterno às virilhas, e um ventre um tanto descido. Cauda Cauda do cão de castro laboreiro 9

Cauda do cão da estrela de pêlo curto A cauda do castro laboreiro é inteira, de inserção mais alta que média, grossa na base, descendo até ao curvilhão, quando o animal está sossegado. Se está atento ou excitado, a cauda ultrapassa a linha do dorso em forma de alfange ou cimitarra, inclina-se para cima, para diante ou eventualmente para o lado, mas não fazendo gancho ou trompa na extremidade. A cauda do serra da estrela é de inserção média, inteira e grossa. Cauda comprida, podendo ir além do curvilhão, formando gancho na extremidade. Membros Serra da estrela de pêlo curto 10

Cão de castro laboreiro Membros anteriores Em ambas as raças são os membros anteriores bem aprumados, bem musculados, de andamentos fáceis, com angulação escapulo-umeral medianamente aberta. Antebraços de forma quase cilíndrica no serra da estrela e um tanto cilindroide no castro laboreiro. As mãos no cão da serra da estrela com forma entre as mãos de felino e as mãos de lebre. No castro laboreiro a forma tende para o felino. Unhas em ambas as raças pretas ou escuras. Mãos com almofadas duras e espessas. Membros posteriores Os membros posteriores em ambas as raças são fortes, bem musculados e aprumados. 11

Ossos quase cilíndricos no serra da estrela e um pouco cilindroides no castro laboreiro. Os jarretes no serra da estrela são pouco descidos e com angulação medianamente aberta. Os jarretes no castro laboreiro são altos, a linha do curvilhão inclina-se um pouco para diante da vertical (ligeiramente acurvilhados), e angulação tibio-társica medianamente obtusa. Os pés, em ambas as raças, são semelhantes às mãos. Os pés podem apresentar presunhos simples ou duplos. Andamentos, em ambas as raças, fáceis e ritmados Pelagem Pêlo Em ambas as raças o pêlo é forte, abundante, e um pouco rude ao tacto De acordo com os actuais estalões oficiais, ambas as raças têm o pêlo curto. Todavia, de acordo com o estalão inicial da raça do cão de castro laboreiro (1935) o pêlo deveria ser considerado meio-curto de comprimento, pois apresenta um comprimento médio de cerca de 5 cm. Sub-pêlo O cão da serra da estrela de pêlo curto apresenta sub-pêlo, enquanto que o actual estalão da raça do cão de castro laboreiro indica que esta raça não tem sub-pêlo. Todavia, de centenas de exemplares que já observei há vários anos nunca vi nenhum que não apresentasse sub-pêlo. 12

Presença de branco na pelagem Em ambas as raças não são admitidos os exemplares malhados de branco ou brancos. No serra da estrela, a presença de branco é apenas admitida nas extremidades das mãos e dos pés, bem como numa zona muito limitada na base do pescoço e peitoral. No castro laboreiro, de acordo com o actual estalão, apenas é admitida uma pequena malha branca no peito. Todavia, são frequentes os princípios de calça nas extremidades das mãos e pés. Cores No serra da estrela de pêlo curto existe uma maior variedade de cores de pelagem, sendo admitidas as pelagens unicolores (amarelo, fulvo e cinza em todas as tonalidades), as pelagens lobeiras, nas tonalidades de fulvo, amarelo e cinza (em tons pálidos ou escuros) e as pelagens tigradas ou raiadas, nas cores de fulvo, amarelo e cinza. No serra da estrela é típica na região crânio-facial a máscara de cor negra. No castro laboreiro existe uma menor variabilidade de cores admitidas. No castro laboreiro são admitidas as pelagens mescladas e mescladas raiadas. São comuns as pelagens lobeiras, nas suas várias tonalidades, sendo o lobeiro escuro o mais comum. No castro laboreiro é considerado como característica étnica a chamada cor do monte, que é muito similar à pelagem fulvo raiada, bastante vulgar na variedade de serra da estrela de pêlo curto. Todavia, e já referenciadas no estalão inicial da raça do cão de castro laboreiro (1935), observam-se nesta raça exemplares de cores unicolores, em particular, fulvo, amarelo e negro. 13

Altura e Peso Altura ao garrote Serra da estrela De acordo com o actual estalão, o serra da estrela tem fixadas as seguintes alturas ao garrote: Machos: 63-73cm (tolerância de + 2cm) Fêmeas: 62-69cm (tolerância de + 2cm) Castro Laboreiro De acordo com o actual estalão, o castro laboreiro tem fixadas as seguintes alturas ao garrote: Machos: 58-64 cm (tolerância de + 2cm) Fêmeas: 55-61cm (tolerância de + 2cm) Em 1935, com os primeiros estalões das duas raças estabelecidos pelo Prof. Manuel Marques, a diferença entre alturas máximas admissíveis dos machos das duas raças era de 5cm (70cm-65cm). Actualmente essa diferença é de 9cm (75cm 66cm), mas já foi até há pouco tempo de 15cm (anterior estalão oficial). Este assunto já foi abordado em várias newsletters minhas, nomeadamente na minha proposta de alteração do estalão, pelo que não se justifica nova abordagem. Peso Serra da estrela De acordo com o actual estalão, o serra da estrela tem fixados os seguintes pesos: Machos: 45-60 Kgs Fêmeas: 35-45 Kgs 14

Castro Laboreiro De acordo com o actual estalão, o castro laboreiro tem fixados os seguintes pesos: Machos: 30-40 Kgs Fêmeas: 25-35 Kgs Em 1935, com os primeiros estalões das duas raças estabelecidos pelo Prof. Manuel Marques, a diferença entre o peso máximo admissível dos machos das duas raças era de 10kgs (50 40 Kgs). Actualmente essa diferença é de 20 Kgs (60 40 Kgs). Também sem comentários adicionais, para além daquilo que já foi escrito em documentos anteriores meus. Em sintese Sendo o cão de castro laboreiro e o cão da serra da estrela de pêlo curto, ambos molossóides tipo montanha, existem algumas semelhanças significativas entre ambos. Contudo, são também evidentes algumas diferenças, não só do ponto de vista morfológico, como também de comportamento, as quais espero ter salientado na presente newsletter. Rui Alberto da Costa Viveiros Aposta contínua na preservação dos recursos genéticos da raça do cão de castro Laboreiro Sempre que nos é possível, continuamos a procurar e a apostar nos recursos genéticos ainda disponíveis desta raça em vias de extinção, de modo a garantir a variabilidade genética que assegure a viabilidade e rusticidade da raça do cão de castro laboreiro. 15

Fazêmo-lo há vários anos, através da aquisição de exemplares e de cruzamentos com alguns machos de origens genéticas quase extintas. Oriundos de exemplares exteriores ao nosso núcleo de criação (pelo menos de um dos seus progenitores), temos alguns novos cachorros já com alguns meses de idade, em que depositamos naturais expectativas. Continuamos também a apostar nos descendentes dos nossos reprodutores. Sendo todos eles importantes, assumem particular importância, os descendentes (nomeadamente fêmeas) do nosso macho MARTI. MARTI é um exemplar importante para o nosso núcleo de criação e selecção da raça, e também para a própria raça, não só por ser um excelente exemplar (campeão nacional da raça), mas também por ser um exemplar isento de algumas patologias relevantes, designadamente, da displasia da anca (Grau A, certificado pela APMVEAC), e displasia do cotovelo (Grau 0). Rui Alberto da Costa Viveiros 16

Novos cachorros É previsto o nascimento de novos cachorros da nossa criação, em meados do corrente mês de Março. Daremos oportunamente informação sobre os mesmos Rui Alberto da Costa Viveiros Termos de uso: Os conteúdos e informação disponibilizados nesta Newsletter são propriedade de Rui Viveiros. O seu download, reprodução ou reenvio, é estritamente proibido e a sua modificação não é permitida. Para remover o seu nome da nossa lista de correio, por favor comunique para: 17