Comunicação da Comissão. de PERGUNTAS FREQUENTEMENTE COLOCADAS À COMISSÃO SOBRE AS MEDIDAS RESTRITIVAS DA UE RELATIVAMENTE À SÍRIA

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Transcrição:

COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 24.7.2017 C(2017) 5192 final Comunicação da Comissão de 24.7.2017 PERGUNTAS FREQUENTEMENTE COLOCADAS À COMISSÃO SOBRE AS MEDIDAS RESTRITIVAS DA UE RELATIVAMENTE À SÍRIA PT PT

PERGUNTAS FREQUENTEMENTE COLOCADAS À COMISSÃO SOBRE AS MEDIDAS RESTRITIVAS DA UE RELATIVAMENTE À SÍRIA Em 18 de janeiro de 2012, o Conselho adotou o Regulamento (UE) n.º 36/2012, 1 tal como alterado (a seguir designado «Regulamento») que, juntamente com a Decisão 2013/255/PESC do Conselho, tal como alterada (a seguir designada «Decisão») faz parte de um pacote de medidas de resposta à continuação da repressão brutal e da violação dos direitos humanos pelo Governo da Síria 2. As medidas consistem numa proibição relativa ao equipamento de repressão interna e outras restrições em matéria de exportação e importação, restrições de viagem, congelamentos de ativos, proibição de participação em determinados projetos de infraestruturas e de investimento nesses projetos, restrições à prestação de serviços financeiros e outras restrições. Tal como referido nos Princípios Básicos da UE sobre a imposição de medidas restritivas, as «sanções devem ser focalizadas de forma a terem o máximo impacto junto dos responsáveis cujo comportamento queremos influenciar. A focalização deverá reduzir, na medida do possível, os eventuais efeitos negativos no plano humanitário ou consequências indesejadas para pessoas não visadas ou para os países vizinhos.». A fim de minimizar os efeitos adversos das sanções, foram introduzidas em certos regimes de sanções, como por exemplo o Regulamento (UE) n.º 36/2012 do Conselho, isenções e derrogações específicas, incluindo a derrogação para satisfazer as necessidades essenciais das populações civis e para a ajuda humanitária. Estas perguntas mais frequentes (a seguir designadas «FAQ») têm por objetivo esclarecer determinadas disposições do Regulamento e facilitar a sua aplicação, especialmente pelos operadores económicos e pelas organizações não governamentais (ONG). As FAQ não são exaustivas e apenas dizem respeito a certas disposições do Regulamento. Caso surjam outras perguntas, a Comissão poderá rever ou completar essas perguntas e respostas. 1 Que revoga e substitui o Regulamento (UE) n.º 442/2011. 2 Note-se que podem também ser aplicáveis outras medidas restritivas da UE, tais como o Regulamento (CE) n.º 881/2002 do Conselho que institui certas medidas restritivas específicas contra determinadas pessoas e entidades associadas às organizações EIIL (Daexe) e Alcaida. 2

CONTEÚDO As perguntas frequentes estão divididas nos seguintes capítulos: I. ÂMBITO DE APLICAÇÃO (JURISDIÇÃO)... 4 II. CONGELAMENTO DE FUNDOS E DE RECURSOS ECONÓMICOS... 4 III. RESTRIÇÕES EM MATÉRIA DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO... 12 IV. RESTRIÇÕES À PARTICIPAÇÃO EM PROJETOS DE INFRAESTRUTURAS... 16 V. RESTRIÇÕES EM MATÉRIA DE FINANCIAMENTO DE CERTAS EMPRESAS... 16 VI. RESTRIÇÕES FINANCEIRAS... 17 Para as perguntas gerais mais frequentes sobre as medidas restritivas da UE, consultar: http://eeas.europa.eu/archives/docs/cfsp/sanctions/docs/frequently_asked_questions_en.pdf Para Melhores Práticas da UE para a implementação eficaz de medidas restritivas, consultar: http://data.consilium.europa.eu/doc/document/st-15530-2016-init/en/pdf Autoridades competentes de todos os Estados-Membros junto das quais pode requerer autorizações e solicitar informações complementares, enumeradas no anexo III do Regulamento (UE) n.º 36/2012, consultar: http://eur-lex.europa.eu/legalcontent/en/txt/?qid=1498835337026&uri=celex:02012r0036-20170321 3

I. ÂMBITO DE APLICAÇÃO (JURISDIÇÃO) 1. Quem tem de respeitar o disposto no Regulamento? (artigo 35.º do Regulamento) As medidas restritivas da UE aplicam-se em situações em que existam laços com a União Europeia («UE»). A aplicação do Regulamento é definida no seu artigo 35.º. O Regulamento é aplicável: a) No território da União, incluindo o seu espaço aéreo; b) A bordo de qualquer aeronave ou de qualquer embarcação sob jurisdição de um Estado- Membro; c) A qualquer pessoa dentro ou fora do território da União que é nacional de um Estado- Membro; d) A todas as pessoas coletivas, entidades ou organismos registados ou constituídos nos termos do direito de um Estado-Membro; e) A todas as pessoas coletivas, entidades ou organismos relativamente a qualquer atividade económica exercida, total ou parcialmente, na União. Por conseguinte, o Regulamento é aplicável no território da União. Além disso, os cidadãos da UE em países terceiros, bem como as entidades constituídas num Estado-Membro (por exemplo, uma organização constituída ao abrigo do direito do Estado-Membro, a sua filial constituída na UE, ou a sua sucursal), têm de respeitar as medidas restritivas da UE. O Regulamento é igualmente aplicável a entidades ou organismos que estão incumbidos de dar execução, direta ou indiretamente, ao orçamento da UE. 2. Uma pessoa coletiva, entidade ou organismo constituído nos termos da legislação local (direito sírio, por exemplo), mas que tenha beneficiado de uma subvenção da UE ou execute um projeto financiado pela UE têm de respeitar as medidas restritivas da UE? Sim. As pessoas e entidades às quais tenha sido confiada a gestão direta ou indireta de fundos da UE devem cooperar plenamente na proteção dos interesses financeiros da União, o que significa que têm a obrigação de desembolsar os fundos em conformidade com a legislação da União, incluindo as medidas restritivas da UE. II. CONGELAMENTO DE FUNDOS E DE RECURSOS ECONÓMICOS 3. Quem são as pessoas ou entidades designadas? (artigo 14.º e 15.º do Regulamento) «Pessoas designadas» são pessoas cujos bens são congelados 3 e à disposição das quais não podem ser colocados, direta ou indiretamente, nem disponibilizados em seu benefício, fundos ou recursos económicos. Essas pessoas singulares ou coletivas, entidades e organismos são enumerados nos anexos II e II-A do Regulamento, e incluem: i. pessoas singulares ou coletivas, entidades ou organismos responsáveis pela repressão violenta contra a população civil na Síria; 3 Além do congelamento de fundos e de recursos económicos, também se aplicam restrições à admissão de pessoas designadas (ver os artigos 27.º e 28.º da Decisão 2013/255/PESC do Conselho). 4

ii. pessoas singulares ou coletivas, entidades e organismos que beneficiam ou apoiam o regime; iii. destacados empresários que operam na Síria; iv. membros das famílias Assad ou Makhlouf; v. os ministros do Governo sírio; vi. membros das forças armadas sírias; vii. membros dos serviços de segurança e informações sírios; viii. membros das milícias ligadas ao regime; ix. pessoas, entidades ou instituições que operam no setor da proliferação de armas químicas; e x. pessoas singulares ou coletivas e entidades associadas às enumeradas de (i) a (ix). É proibido colocar fundos ou recursos económicos à disposição das pessoas ou entidades designadas pela UE ao abrigo de tais medidas restritivas, ou utilizá-los em seu benefício. Dados pormenorizados de todas as pessoas e entidades designadas constantes da lista consolidada da UE de pessoas, grupos e entidades, disponíveis em: http://eeas.europa.eu/topics/sanctionspolicy/8442/consolidated-list-of-sanctions_en 4. Quem são as «pessoas ou entidades associadas»? (artigos 14.º e 15.º do Regulamento) Para efeitos do Regulamento, «todas as pessoas singulares ou coletivas, entidades ou organismos associados» ao abrigo do artigo 14.º 15.º do Regulamento são enumerados nos anexos II e II-A. 5. Em que consiste o congelamento de fundos e recursos económicos? (artigos 1.º e 14.º do Regulamento) Em conformidade com o artigo 14.º, n.º 1, do Regulamento, «são congelados todos os fundos e recursos económicos pertencentes às pessoas singulares ou coletivas, entidades e organismos enumerados nos anexos II e II-A do Regulamento, na sua posse ou por eles detidos ou controlados». As definições relevantes encontram-se no artigo 1.º do Regulamento. «Fundos», ativos financeiros e benefícios de qualquer tipo, nomeadamente, mas não exclusivamente: (i), numerário, cheques, créditos em numerário, livranças, ordens de pagamento e outros instrumentos de pagamento, (ii) depósitos em instituições financeiras ou outras entidades, saldos de contas, créditos e títulos de crédito, (iii) valores mobiliários e instrumentos de dívida de negociação aberta ao público ou restrita, incluindo ações e outros títulos de participação, certificados representativos de valores mobiliários, obrigações, promissórias, warrants, títulos de dívida a longo prazo e contratos sobre instrumentos derivados, 5

(iv) juros, dividendos ou outros rendimentos sobre ativos ou mais-valias provenientes de ativos ou por eles gerados, (v) créditos, direitos de compensação, garantias, garantias de boa execução ou outros compromissos financeiros, (vi) cartas de crédito, conhecimentos de embarque, comprovativos de venda, (vii) documentos que atestem a detenção de fundos ou recursos financeiros (artigo 1.º, alínea j), do Regulamento) «Congelamento de fundos», a ação destinada a impedir qualquer movimento, transferência, alteração, utilização ou operação de fundos, ou acesso a estes, que seja suscetível de provocar uma alteração do respetivo volume, montante, localização, propriedade, posse, natureza, destino ou qualquer outra alteração que possa permitir a utilização dos fundos, incluindo a gestão de carteiras de valores mobiliários (artigo 1.º, alínea i), do Regulamento) «Recursos económicos», ativos de qualquer tipo, corpóreos ou incorpóreos, móveis ou imóveis, que não sejam fundos, mas que possam ser utilizados na obtenção de fundos, bens ou serviços (artigo 1.º, alínea f), do Regulamento) «Congelamento de recursos económicos», qualquer ação destinada a impedir a respetiva utilização para a obtenção de fundos, bens ou serviços por qualquer meio, nomeadamente, mas não exclusivamente, mediante a respetiva venda, locação ou hipoteca (artigo 1.º, alínea h), do Regulamento) 6. Posso colocar bens destinados ao consumo pessoal à disposição de uma pessoa designada? Os bens que apenas se prestem à utilização ou consumo pessoal (tais como produtos alimentares, produtos de higiene pessoal, fornecimento para uso doméstico de serviços públicos de gás, eletricidade, água e telefone), não podendo, por isso, ser utilizados pela pessoa designada para obter fundos, bens ou serviços, não são abrangidos pela definição de «recursos económicos». Por conseguinte, não se encontram abrangidos pelo Regulamento e não é necessária autorização prévia para que sejam postos à disposição da pessoa designada. As medidas restritivas da UE não têm por objetivo impedir a utilização de bens destinados a uso ou consumo pessoal, não sendo tal, aliás, considerado desejável. 4 7. O que significa «colocar fundos ou recursos económicos à disposição de uma pessoa designada»? A expressão «disponibilizar fundos ou recursos económicos» tem um sentido muito lato. 5 Inclui a doação, alienação, troca ou restituição de fundos ou recursos económicos detidos ou controlados por um terceiro a um proprietário designado, que são proibidas na ausência de uma autorização concedida pela autoridade competente nos termos do regulamento aplicável. 6 4 Melhores Práticas da UE para a implementação eficaz de medidas restritivas, pontos 53-54, 58 e 61. 5 Ver, por exemplo, Acórdão no Processo Möllendorf, EU:C:2006:596, pontos 51, 56, 58 e 59. 6 Melhores Práticas da UE para a implementação eficaz de medidas restritivas, ponto 57. 6

A pessoa ou entidade que deseje colocar fundos ou recursos económicos à disposição de uma pessoa ou entidade designada deve pedir autorização para o fazer, salvo nos casos específicos em que a disponibilização de fundos ou recursos económicos seja abrangida por uma isenção prevista no Regulamento. Ao analisar tais pedidos, as autoridades competentes devem, nomeadamente, ter em conta quaisquer provas apresentadas em justificação do pedido, e ponderar se os laços do requerente com a pessoa ou entidade designada sugerem que ambos possam estar conluiados para contornar 7 as medidas de congelamento 8. Certas atividades podem ser isentas da proibição, ver por exemplo os artigos 6.º-A, n.º 1, e 16.º-A, n.º1, do Regulamento, que preveem a compra e o pagamento de combustível para organizações financiadas pela UE ou por um Estado-Membro a fim de prestar ajuda humanitária na Síria. Além disso, a disponibilização de bens que apenas se prestem a uso ou consumo pessoal (tais como produtos alimentares, produtos de higiene pessoal, fornecimento para uso doméstico de serviços públicos de gás, eletricidade, água e telefone) não constitui «disponibilização de recursos económicos» na aceção do Regulamento e, por conseguinte, não exige uma autorização. 9 8. Posso colocar fundos ou recursos económicos à disposição de uma pessoa não designada, sabendo que o destinatário final será uma pessoa designada? (artigo 14.º, n.º 3, e artigo 28.º do Regulamento) Não. O Regulamento proíbe a participação, com conhecimento de causa e intencionalmente, em atividades cujo objeto ou efeito seja o de contornar as medidas de congelamento de bens ou a proibição de disponibilizar fundos ou recursos económicos a uma pessoa designada. Por outro lado, as proibições enunciadas no referido Regulamento em nada responsabilizam as pessoas singulares ou coletivas, entidades ou organismos em causa, caso não tivessem conhecimento, nem motivos razoáveis para suspeitar, que as suas ações constituiriam uma infração à proibição em causa. 9. O que significa colocar fundos ou recursos económicos indiretamente à disposição pessoas designadas ou disponibilizá-los em seu benefício? Ver também a resposta à Pergunta 8. O conceito de colocar fundos ou recursos económicos indiretamente à disposição de uma pessoa designada ou disponibilizá-los em seu benefício refere-se a uma situação em que os fundos são colocados à disposição de uma pessoa ou entidade que é direta ou indiretamente propriedade ou controlada por uma entidade incluída na lista 10. A avaliação depende, por conseguinte, dos critérios de propriedade e controlo. 7 Ver também o acórdão no Processo Mohsen Afrasiabi e outros, EU:C:2011:874, pontos 60 62 e 68. Relativamente à interpretação da expressão «com conhecimento de causa e intencionalmente» utilizada com referência a atividades destinadas a contornar medidas restritivas, veja-se o mesmo Acórdão, ponto 68. 8 Melhores Práticas da UE para a implementação eficaz de medidas restritivas, ponto 83. 9 Melhores Práticas da UE para a implementação eficaz de medidas restritivas, pontos 53-54, 58 e 61. 10 Melli Bank/Conselho, C 380/09 P, Colet., EU:C:2012:137. 7

Propriedade Ao avaliar se uma pessoa coletiva ou entidade é propriedade de outra pessoa ou entidade, o critério pertinente é a posse, direta ou indireta, da totalidade ou da quase totalidade do capital social. Nos casos em que o capital social é integralmente detido pela entidade constante da lista, tal será suficiente para estabelecer a propriedade e aplica-se mesmo que existam empresas intermediárias 11. Nos casos em que a participação for menor, será necessário analisar a situação factual para determinar se existe controlo. Controlo Ao avaliar se uma pessoa coletiva ou entidade é controlada por outra pessoa ou entidade, por si só ou com base num acordo com outro acionista ou um terceiro, é necessário proceder a uma apreciação factual de todos os vínculos organizacionais, estruturais e económicos entre as duas empresas/entidades. O fator determinante consiste em saber se a entidade em causa é capaz e exerce, efetivamente, uma influência determinante sobre o comportamento da outra entidade em causa. Embora uma participação significativa seja um fator que pode sugerir controlo, não existe um limiar mínimo. Mesmo uma participação minoritária pode ser suficiente se for acompanhada de direitos que excedam os que são normalmente concedidos aos acionistas minoritários e que, apreciados segundo o método do conjunto de indícios convergentes, de natureza jurídica ou económica, são de molde a demonstrar que a entidade incluída na lista está, de facto, a influenciar a outra entidade. Os indícios de influência determinante incluem: a) o direito de nomear ou exonerar a maioria dos membros dos órgãos de administração, de gestão ou de fiscalização dessa pessoa coletiva ou entidade; b) a utilização da totalidade ou de parte dos ativos de uma pessoa coletiva ou entidade; c) a partilha conjunta e solidária das responsabilidades financeiras de uma pessoa coletiva ou entidade ou a garantia de tais responsabilidades; d) a influência no que diz respeito à estratégia empresarial, política operacional, planos de atividades, investimentos, capacidades, financiamentos, recursos humanos e assuntos jurídicos; e) a criação ou a manutenção de mecanismos para monitorizar o comportamento comercial da pessoa coletiva ou entidade; f) outros indícios, como seja a partilha de um endereço profissional ou a utilização do mesmo nome, que possa levar terceiros a ficar com a impressão de que as duas entidades são, de facto, parte da mesma empresa. Se for determinada a propriedade ou o controlo observando a diligência devida, a disponibilização de fundos ou de recursos económicos a pessoas coletivas ou entidades não designadas, que são propriedade ou controladas por uma pessoa ou entidade constante da lista será, em princípio, considerada disponibilização indireta a esta última, a não ser que se possa razoavelmente determinar, caso a caso, utilizando uma abordagem baseada no risco, tendo em conta todas as circunstâncias pertinentes, que os fundos ou recursos económicos em causa não serão utilizados pela pessoa ou entidade designada ou em seu benefício. Não se considera que um recurso económico tenha sido utilizado em benefício de uma pessoa ou entidade constante da lista pelo simples facto de ser utilizado por uma pessoa ou entidade 11 Petropars Iran Co, EU:T:2015:255. 8

não constante da lista para gerar lucros que podem em parte ser distribuídos a um acionista constante da lista. Note-se que a disponibilização indireta de fundos ou recursos económicos a pessoas ou entidades constantes da lista pode incluir igualmente a disponibilização desses fundos ou recursos económicos a pessoas ou entidades que não são propriedade nem são controladas pelas entidades constantes da lista. 10. Quais são as exceções ao congelamento de bens e à proibição de colocar fundos ou recursos económicos à disposição de uma pessoa designada? (artigos 16.º, 16.º-A (2-3), 17.º, 19.º, 20.º e 20.º-A do Regulamento) As autoridades competentes podem conceder autorizações caso estejam convencidas de que os fundos ou recursos económicos, entre outros: são necessários para cobrir as necessidades básicas das pessoas designadas ou dos seus familiares dependentes, incluindo comida, rendas e cuidados médicos, se destinam exclusivamente ao pagamento de honorários profissionais razoáveis e ao reembolso de despesas associadas à prestação de serviços jurídicos, se destinam exclusivamente ao pagamento de taxas correspondentes à manutenção dos fundos ou recursos económicos congelados, são necessários para cobrir despesas extraordinárias, são necessários para garantir a segurança humana ou a proteção do ambiente, se destinam a evacuações da Síria, se destinam exclusivamente a pagamentos por parte de entidades públicas sírias ou pelo Banco Central da Síria, em nome da República Árabe Síria para as atividades da OPAQ/OPCW, são necessários exclusivamente para fins de prestação de ajuda humanitária na Síria ou assistência à população civil síria, e os fundos ou recursos económicos são desbloqueados a favor das Nações Unidas para a prestação ou a facilitação da prestação de assistência na Síria, em conformidade com o Plano de Resposta Humanitária na Síria (autorização apenas para liberar os fundos ou recursos económicos), são necessários «unicamente com o objetivo de prestar ajuda humanitária na Síria ou assistência à população civil síria» (autorização apenas para disponibilizar fundos ou recursos económicos), são necessários para satisfazer necessidades essenciais da população civil na Síria em matéria de energia e saneamento. Aquando da emissão de uma autorização, as autoridades competentes podem decidir impor condições a fim de assegurar que as exceções não comprometam ou iludam o objetivo das medidas restritivas. Determinadas atividades estão também isentas da proibição: por exemplo, os artigos 6.º-A, n.º 1, e 16.º-A, n.º 1, do Regulamento permitem a compra e o 9

pagamento, sem necessidade de autorização, de combustível para organizações financiadas pela UE ou por um Estado-Membro que prestem assistência humanitária na Síria. Se pretender colocar fundos ou recursos económicos à disposição de uma pessoa designada com base num dos motivos enumerados nos artigos 16.º, 16.º-A, n os 2 e 3, 17.º, 20.º ou 20.º-A, é necessário apresentar um pedido de autorização à autoridade competente do seu Estado-Membro, ao abrigo das condições gerais ou específicas enunciadas no Regulamento. As autoridades competentes estão enumeradas no anexo III do Regulamento. 11. É possível colocar fundos e recursos económicos à disposição de uma pessoa designada, quando esses fundos ou recursos económicos são necessários exclusivamente para fins de prestação de ajuda humanitária na Síria ou assistência à população civil síria? (artigo 16.º-A, n.º 2, do Regulamento) Sim. Os fundos e recursos económicos, incluindo serviços de assistência financeira, podem ser colocados à disposição de uma pessoa designada, caso esses fundos ou recursos económicos sejam necessários exclusivamente para fins de prestação de ajuda humanitária na Síria ou assistência à população civil na Síria, após obtenção de uma autorização da autoridade competente «nos termos e condições gerais e específicos que considere adequados». A autoridade competente tem poderes para emitir previamente uma autorização para um projeto específico ou para atividades específicas a realizar dentro de um determinado período de tempo. Aquando da emissão de uma autorização, as autoridades competentes podem decidir impor condições a fim de assegurar que as exceções não comprometam ou iludam o objetivo das medidas restritivas. Podem ser solicitadas mais informações sobre o processo de autorização às autoridades competentes dos Estados-Membros enumeradas no anexo III do Regulamento. 10

III. RESTRIÇÕES EM MATÉRIA DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO Em termos simples, o processo para verificar se está em causa uma restrição à importação ou à exportação é o seguinte: NÃO 1. As mercadorias são abrangidas pelo âmbito de aplicação do Regulamento? Verificar anexos A exportação/import ação dessas mercadorias não é proibida ao abrigo do Regulamento SIM O Regulamento prevê uma derrogação à proibição de que poderá beneficiar? NÃO A exportação/import ação é proibida ao abrigo do Regulamento SIM Pode pedir uma autorização ao abrigo do artigo pertinente do Regulamento à autoridade competente indicada no anexo III 12. Posso exportar armas e material conexo para a Síria? A exportação de armas e de material conexo para a Síria, na medida em que não seja abrangida por outras proibições previstas no Regulamento, é regida por decisões nacionais de controlo das exportações. A Posição Comum 2008/944/PESC da UE 12 sobre o controlo das exportações de armas estabelece oito critérios de avaliação de risco que todas as autoridades dos Estados-Membros da UE aplicam às suas decisões relativas às exportações de armas e estabelece um mecanismo de notificação e de consulta para as recusas de licenças de exportação 13. 12 Posição Comum 2008/944/PESC do Conselho, de 8 de dezembro de 2008, que define regras comuns aplicáveis ao controlo das exportações de tecnologia e equipamento militares (JO L 335/99). 13 As regras sobre a política comercial comum também se aplicam as armas são mercadorias cuja importação para a UE é abrangida pela pauta aduaneira comum. A sua importação e exportação são da competência da União. 11

Ver igualmente perguntas 13-16 para outras restrições à exportação de bens ao abrigo do Capítulo II do Regulamento. Além disso, existe uma proibição de importação de artigos incluídos na Lista Militar Comum, provenientes ou originários da Síria. A prestação, direta ou indireta, de financiamento ou de assistência financeira relacionada com esses artigos, incluindo derivados financeiros, bem como seguros e resseguros e serviços de corretagem relacionados com seguros e resseguros para efeitos da aquisição, importação ou transporte desses artigos, se forem originários da Síria ou forem exportados da Síria para outro país, também é proibida (artigo 3.º do Regulamento e artigo 3.º-A da Decisão). 13. É possível exportar mercadorias para a Síria que possam ser utilizadas para fins de repressão interna ou bens de dupla utilização? (artigos 2.º, 2.º-A, 2.º-B, 3.º, 4.º, anexos I A e IX do Regulamento) Salvo se for aplicável uma das exceções (ver pergunta 14), é proibido exportar, vender, fornecer ou transferir, direta ou indiretamente, equipamento, bens ou tecnologias suscetíveis de serem utilizados para fins de repressão interna ou para o fabrico ou manutenção de produtos suscetíveis de serem utilizados para fins de repressão interna, enumerados no anexo IA, originários ou não da União, para qualquer pessoa, entidade ou organismo da Síria ou para utilização nesse país. O mesmo se aplica à prestação de assistência técnica, financiamento e assistência financeira e serviços de corretagem. Os Estados-Membros podem proibir ou impor a necessidade de uma autorização relativamente a qualquer outro artigo que «possa ser utilizado para fins de repressão interna», independentemente de ser ou não originário da UE. É necessária autorização prévia para a exportação dos artigos enumerados no anexo IX e para a assistência técnica ou serviços de corretagem, financiamento ou assistência financeira relacionados com esses artigos, para qualquer pessoa, entidade ou organismo na Síria ou para utilização nesse país, que não será concedida se uma autoridade competente tiver «motivos razoáveis para determinar» que os artigos são «suscetíveis de ser utilizados para fins de repressão interna». Os Estados-Membros podem também proibir ou impor a necessidade de uma autorização para a exportação de bens de dupla utilização (artigo 4.º, n.º 2, do Regulamento (CE) n.º 428/2009). 14. Existem exceções à proibição de exportação de bens que possam ser utilizados para fins de repressão interna enumerados no anexo IA? (artigos 2.º-A e 3.º do Regulamento) Sim. É possível solicitar uma autorização da autoridade competente para uma transação relacionada com a exportação de bens enumerados no anexo IA e assistência técnica ou serviços de corretagem, financiamento ou assistência financeira, desde que os bens se destinem a fins alimentares, agrícolas, médicos, ou a outros fins humanitários, ou a utilização pelo pessoal da UE, dos Estados-Membros da UE ou das Nações Unidas. 12

É igualmente possível obter uma autorização da autoridade competente para a exportação de bens enumerados no anexo IA e assistência técnica ou serviços de corretagem, financiamento ou assistência financeira conexos, se tal estiver em conformidade com o ponto 10 da Resolução 2118 (2013) do Conselho de Segurança das Nações Unidas e com as decisões pertinentes do Conselho Executivo da OPAQ, em consonância com o objetivo da Convenção sobre Armas Químicas e após consulta da OPAQ/OPCW. 15. Que restrições existem em relação aos bens enumerados no anexo V, isto é, o equipamento, a tecnologia ou o software suscetíveis de serem utilizados para o controlo ou a interceção de comunicações Internet ou telefónicas? (artigos 4.º e 5.º do Regulamento) É proibido exportar, vender, fornecer ou transferir, direta ou indiretamente, equipamento, bens ou tecnologias, originários ou não da União, para qualquer pessoa, entidade ou organismo na Síria ou para utilização nesse país, de equipamento, tecnologia ou software enumerados no anexo V, salvo se a autoridade competente tiver dado a sua autorização prévia. As autoridades competentes não devem conceder qualquer autorização, se tiverem motivos razoáveis para determinar que o equipamento, a tecnologia ou o software em questão seriam utilizados para efeitos de controlo ou interceção, por parte do regime sírio ou em seu nome, de comunicações Internet ou telefónicas na Síria. É igualmente proibido (a menos que a autoridade competente tenha dado previamente a sua autorização): prestar, direta ou indiretamente, assistência técnica ou serviços de corretagem relacionados com o equipamento, a tecnologia e o software identificados no anexo V, ou com o fornecimento, o fabrico, a manutenção e a utilização do equipamento e tecnologia identificados no anexo V, ou com o fornecimento, a instalação, o funcionamento ou a atualização do software identificado no anexo V, a qualquer pessoa, entidade ou organismo na Síria ou para utilização nesse país; prestar, direta ou indiretamente, financiamento ou assistência financeira relacionados com o equipamento, a tecnologia e o software identificados no anexo V, a qualquer pessoa, entidade ou organismo na Síria ou para utilização nesse país; prestar qualquer tipo de serviços de controlo ou interceção de telecomunicações ou da Internet, ao Estado sírio, ao seu Governo, às suas agências, empresas e organismos públicos ou a qualquer pessoa ou entidade que atue em seu nome ou sob a sua direção, ou em seu benefício direto ou indireto. Entende-se por «serviços de controlo ou interceção de telecomunicações ou da internet» os serviços que, designadamente utilizando o equipamento, a tecnologia ou o software identificados no anexo V, permitem o acesso e a disponibilização de telecomunicações, em entrada e em saída, da pessoa sujeita ao controlo ou interceção, e de dados associados à chamada, para efeitos de extração, descodificação, gravação, tratamento, análise e armazenagem, ou para qualquer outra atividade afim (artigo 5.º, n.º 2, do Regulamento). 13

16. É possível adquirir produtos petrolíferos na Síria? (artigos 6.º, 8.º e 9.º do Regulamento) Não. A menos que tenha obtido autorização de uma autoridade competente ou beneficie de uma derrogação (ver pergunta 18), é proibido importar, comprar ou transportar produtos petrolíferos para a União se tais produtos forem originários da Síria ou tiverem sido exportados da Síria, bem como financiar ou prestar assistência financeira, de modo direto ou indireto, nomeadamente derivados financeiros, bem como seguros e resseguros, conexos. Além disso, é igualmente proibido exportar o equipamento ou tecnologia constantes da lista do anexo VI, direta ou indiretamente, para qualquer pessoa, entidade ou organismo sírio, ou para utilização na Síria. O anexo VI inclui o equipamento e tecnologias essenciais para os setores da indústria do petróleo e do gás na Síria (como a exploração de petróleo bruto e de gás natural ou a respetiva produção). Além disso, é proibido prestar, direta ou indiretamente, assistência técnica, serviços de corretagem, financiamento ou assistência financeira conexos a qualquer pessoa síria, ou para utilização nesse país. 17. Existem exceções à proibição de exportação de equipamento ou tecnologia para os setores da indústria do petróleo e do gás na Síria? (artigo 9.º-A do Regulamento) Sim. Relativamente ao equipamento ou tecnologias constantes da lista do anexo VI, é possível solicitar à autoridade competente uma autorização para a exportação desses artigos, ou para a prestação de assistência técnica, serviços de corretagem, financiamento ou assistência financeira conexos, se as atividades em causa tiverem por objetivo prestar assistência à população civil síria, nomeadamente em resposta às preocupações de caráter humanitário, apoiar a prestação de serviços básicos, proceder à reconstrução ou restabelecer a atividade económica ou outros fins civis, e as atividades não implicarem a colocação, direta ou indireta, de fundos ou recursos económicos à disposição de uma pessoa designada. Quando aplicar as condições, a autoridade competente deve exigir informações adequadas sobre a utilização da autorização concedida, incluindo informações sobre o utilizador final e o destino final da entrega. 18. Em caso de compra e transporte de produtos petrolíferos na Síria, é necessário pedir uma autorização? (artigos 6.º-A, n.º 1 e 16.º-A, n.º 1, do Regulamento) Depende da situação. Se se tratar de um organismo público, pessoa coletiva, entidade ou organismo que recebe financiamento da União ou de um Estado-Membro para fornecer ajuda humanitária ou assistência à população civil na Síria, está isento da obrigação de pedir uma autorização. A título de exemplo, tal inclui uma agência ou organismo da UE/de um Estado- Membro, ou uma ONG que receberam uma subvenção da UE ou de uma autoridade de um Estado-Membro para realizar um projeto na Síria. Neste caso, é possível adquirir produtos petrolíferos para prestar ajuda humanitária na Síria ou assistência à população civil síria e pagá-los sem qualquer autorização (artigo 6.º-A, n.º 1, e artigo 16.º-A, n.º 1 do Regulamento). Se não se insere nesta categoria (por exemplo, se receber financiamentos não governamentais, ou receber financiamento para projetos num país vizinho e não na Síria), 14

mas na prestação de ajuda humanitária ou de assistência à população civil síria, pode solicitar uma autorização da autoridade competente para a compra e o transporte de produtos petrolíferos (artigo 6.º-A, n.º 2, do Regulamento). Caso tenha de pagar a uma pessoa designada por esse tipo de produtos petrolíferos, é necessário solicitar uma nova autorização distinta para o efeito (artigo 16.º-A, n.º 2, do Regulamento). As proibições também não se aplicam às missões diplomáticas ou consulares, quando os produtos petrolíferos são adquiridos ou transportados para fins oficiais da missão (artigo 6.º- B do Regulamento). IV. RESTRIÇÕES À PARTICIPAÇÃO EM PROJETOS DE INFRAESTRUTURAS 19. É possível exportar equipamento a utilizar para a instalação na Síria de novas centrais de produção de eletricidade? (artigo 12.º do Regulamento) Não. É proibido vender, fornecer, transferir ou exportar equipamento ou tecnologia que conste da lista do anexo VII para utilizar em qualquer projeto tendo em vista a construção ou a instalação na Síria de novas centrais de produção de eletricidade; ou prestar, direta ou indiretamente, assistência técnica, financiamento ou assistência financeira, incluindo derivados financeiros, bem como seguros ou resseguros, relacionados com qualquer desses projetos. Esta proibição não obsta ao cumprimento de uma obrigação decorrente de um contrato ou acordo celebrado antes de 19 de janeiro de 2012, desde que a pessoa ou entidade que queira invocar as disposições do presente artigo tenha notificado, com pelo menos 21 dias de antecedência, a autoridade competente do Estado-Membro em que está estabelecida. V. RESTRIÇÕES EM MATÉRIA DE FINANCIAMENTO DE CERTAS EMPRESAS 20. É possível conceder um empréstimo a uma pessoa síria envolvida na construção ou instalação de novas centrais de produção de eletricidade? (artigos 13.º e 13.º-A do Regulamento) Não. De acordo com o artigo 13.º, n.º 1, do Regulamento, é proibido: (a) conceder empréstimos ou disponibilizar créditos às pessoas, entidades ou organismos sírios a que se refere o artigo 13.º, n.º 2; (b) adquirir ou aumentar participações nas pessoas, entidades ou organismos sírios a que se refere o artigo 13.º, n.º 2; (c) criar empresas comuns com as pessoas, entidades ou organismos sírios a que se refere o artigo 13.º, n.º 2; (d) participar, com conhecimento de causa e intencionalmente, em atividades cujo objeto ou efeito seja o de contornar as proibições referidas nas alíneas a), b) ou c). Nos termos do artigo 13.º, n.º 2, do Regulamento, as proibições enunciadas no artigo 13.º, n.º 1, do Regulamento aplicam-se a pessoas, entidades ou organismos sírios que se dediquem: a) à exploração, produção ou refinação de petróleo bruto; ou b) à construção ou instalação de novas centrais de produção de eletricidade. 15

O artigo 13.º, n.º 4, contém algumas exceções em relação a contratos previamente celebrados. 21. É possível conceder um empréstimo a uma pessoa síria que se dedique à exploração, produção ou refinação de petróleo bruto, se for para efeitos de prestação de assistência à população civil síria? (artigo 13.º-A do Regulamento) Sim. As autoridades competentes dos Estados-Membros podem autorizar, nos termos e condições que considerem adequados, a concessão de empréstimos ou a disponibilização de créditos, a aquisição ou o aumento de uma participação, ou a criação de qualquer associação temporária com as pessoas, entidades ou organismos sírios que se dediquem à exploração, produção ou refinação de petróleo bruto, desde que, com base nas informações à sua disposição, incluindo informações fornecidas pela pessoa, entidade ou organismo que solicita a autorização, a autoridade competente tenha determinado que é razoável concluir que: as atividades em causa têm por objetivo prestar assistência à população civil síria, nomeadamente em resposta às preocupações de caráter humanitário, apoiar a prestação de serviços básicos, proceder à reconstrução ou restabelecer a atividade económica ou outros fins civis, e as atividades em causa não implicam a colocação, direta ou indireta, de fundos ou recursos económicos à disposição de uma pessoa designada ou a disponibilização em seu benefício; as atividades em questão não violam nenhuma das proibições estabelecidas no Regulamento. A autoridade competente deve exigir informações adequadas sobre a utilização da autorização concedida, incluindo informações relativas ao objetivo e às partes envolvidas na transação. VI. RESTRIÇÕES FINANCEIRAS 22. É proibido vender ou comprar obrigações públicas sírias ou garantidas pelo Estado sírio? (artigo 24.º do Regulamento) Sim. É proibido vender ou comprar obrigações públicas sírias ou garantidas pelo Estado sírio emitidas após 19 de janeiro de 2012, direta ou indiretamente: i. ao Estado sírio ou ao seu Governo e às suas agências, empresas e organismos públicos; ii. a instituições de crédito ou financeiras sírias; iii. a qualquer pessoa singular ou coletiva, entidade ou organismo que atue em nome ou sob a direção de uma pessoa coletiva, entidade ou organismo referido nas subalíneas i) ou ii), iv. a qualquer pessoa coletiva, entidade ou organismo detido ou controlado por uma pessoa, entidade ou organismo referido nas subalíneas i), ii) ou iii). É igualmente proibido prestar serviços de corretagem relativamente a obrigações públicas sírias ou garantidas pelo Estado sírio emitidas após 19 de janeiro de 2012 a uma pessoa, entidade ou organismo referido nos pontos i-iv, e assistir uma pessoa, entidade ou organismo 16

referido nos pontos i-iv na emissão de obrigações públicas sírias ou garantidas pelo Estado sírio, através da prestação de serviços de corretagem, publicidade ou quaisquer outros serviços relativos a tais obrigações. 23. Uma instituição financeira ou de crédito da UE pode abrir uma nova conta bancária junto de uma instituição de crédito ou financeira síria? (artigo 25.º do Regulamento) Não, a menos que tal seja autorizado pela autoridade competente. É proibido às instituições de crédito e financeiras abrangidas pelo âmbito de aplicação do artigo 35.º: a) abrir uma nova conta bancária junto de uma instituição de crédito ou financeira síria; b) estabelecer uma nova relação de correspondência bancária com uma instituição de crédito ou financeira síria; c) abrir um novo escritório de representação ou estabelecer uma nova sucursal ou filial na Síria; d) criar uma nova empresa comum com uma instituição de crédito ou financeira síria. Não é proibido manter contas bancárias ou correspondentes relações bancárias com instituições de crédito ou financeiras sírias que não sejam detidas ou controladas por uma pessoa designada, desde que estas relações tenham sido iniciadas antes de 19 de janeiro de 2012. É igualmente proibido: a) autorizar a abertura de um escritório de representação ou o estabelecimento de uma sucursal ou filial na União de uma instituição de crédito ou financeira síria; b) celebrar acordos relativos à abertura de um escritório de representação ou ao estabelecimento de uma sucursal ou filial na União em nome ou por conta de uma instituição de crédito ou financeira síria; c) conceder uma autorização de acesso e exercício da atividade de instituição de crédito ou financeira ou de qualquer outra atividade que exija autorização prévia, a um escritório de representação, sucursal ou filial de uma instituição de crédito ou financeira síria, se o escritório de representação, a sucursal ou a filial não estiver em funcionamento antes de 19 de janeiro de 2012; d) a qualquer instituição de crédito ou financeira síria, adquirir ou aumentar uma participação ou adquirir qualquer outro interesse ou direito de propriedade numa instituição de crédito ou financeira abrangida pelo âmbito de aplicação do artigo 35.º. 24. Uma instituição financeira ou de crédito da UE pode abrir uma nova conta bancária ou um novo escritório de representação na Síria para efeitos de prestação de assistência à população civil síria? (artigo 25.º-A do Regulamento) Sim. A abertura de uma nova conta bancária ou de um novo escritório de representação na Síria podem ser autorizados se a autoridade competente tiver determinado que é razoável concluir que: as atividades em causa têm por objetivo ajudar a população civil síria, nomeadamente dar resposta às preocupações de caráter humanitário, apoiar a prestação de serviços 17

básicos, proceder à reconstrução ou restabelecer a atividade económica, ou outros fins civis; as atividades em causa não implicam a colocação, direta ou indireta, de fundos ou recursos económicos à disposição de pessoas ou entidades designadas ou a disponibilização em seu benefício; as atividades em causa não infringem nenhuma das proibições estabelecidas no Regulamento. 18