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Transcrição:

Primeiras Jornadas de Enfermagem da Escola Superior de Saúde do IPB LIVRO DE ATAS (EBOOK) COORDENADORA: Mariaa Helena Pimentel Colaboradores: André Novo Angela Prior Carlos Magalhães Celeste Antão Eugénia Anes Leonel Preto Lúcia Pinto Manuel Brás Maria Augusta Mata Maria Gorete Baptista Maria José Gomes Norberto Silva I

FICHA TÉCNICA Título Primeiras Jornadas de Enfermagem da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança Data junho de 2013 ISBN: 978-972-745-159-3 Editora: Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança Avenida D. Afonso V - 5300-121, Bragança, Portugal Tel: (+351) 273 303 200 / (+351) 273 330 950 Fax: (+351) 273 327 915 Este livro contém informações obtidas de fontes autênticas. A responsabilidade pelo conteúdo dos artigos é única e exclusivamente dos autores. Os artigos publicados neste livro são propriedade da ESSa-IPB. Este livro ou qualquer parte do mesmo, não poderá ser reproduzido ou transmitido em qualquer formato ou por qualquer meio, eletrónico ou físico ou por qualquer sistema de armazenamento de informação ou de recuperação, sem autorização prévia por escrito da ESSa-IPB. Todos os direitos reservados. II

Nota Introdutória As primeiras jornadas de Enfermagem da Escola Superior de Saúde do Instituto Politénico de Bragança pretendem constituir-se num momento de encontro de todos os que se interessam pela prestação de cuidados em Saúde: professores, investigadores, profissionais da saúde e estudantes. Pretendem, ainda, aprofundar o conhecimento nas diversas áreas de intervenção e formação de Enfermagem em particular e de Saúde em geral. A parceria da ULS do Nordeste na organização do evento permitirá alargar e fomentar a interação entre o contexto de trabalho, a investigação e os contextos educativos, numa abordagem multidisciplinar e de compromisso. As temáticas abordadas nestes dois dias de trabalhos acompanham o ciclo vital desde a saúde materno infantil, passando pelos cuidados à família e comunidade, a assistência da pessoa em situação crítica, a assistência na doença terminal e morte digna. Os cursos temáticos aprofundam o conhecimento em áreas específicas. Em suma serão abordados os diferentes modos de melhorar a qualidade dos cuidados prestados aos utentes tendo em conta o papel privilegiado que os enfermeiros desempenham junto de quem recorre aos serviços de saúde. Ou, dito de outra forma, reforçar o compromisso que assumimos todos os dias com o cidadão. Para assinalar a realização deste evento e congregar sinergias, elaborou-se o presente livro de atas. Este documento pretende assumir o compromisso da partilha e da divulgação do conhecimento. Para além da atualidade e relevância científica, constituem pontos de contato de estudiosos destas matérias, que respondendo ao nosso apelo submeteram comunicações sob a forma de comunicações orais e posters, que teremos oportunidade de acompanhar ao longo destes dois dias. Se a produção de qualquer evento, direta ou indirectamente, nunca é um ato isolado o que aqui apresentamos contou com a colaboração e a conjugação de esforços de muitas pessoas. É de justiça, por isso, que se felicitem as comissões científica e organizadora que, por sua vez, contaram com o envolvimento ativo dos Dirigentes da Escola Superior de Saúde do IPB e da Unidade de local de Saúde do Nordeste Transmonstano. Saudamos e agradecemos a presença de todos(as) os que quiseram juntar-se a nós, pela participação viva e empenhada. Helena Pimentel III

CARACTERIZAÇÃO DOS UTENTES COM AVC E RESPOSTAS SOCIAIS APÓS A ALTA.167 Maria Isabel Barreiro Ribeiro, Adelaide da Conceição Arrepia Arina, Diana Azevedo Prudêncio, Elsa de Fátima Vila Velha Madureira Fernandes, Mariana Isabel Pires Borges, Sílvia Souteiro Remondes CASUÍSTICA DA VIA VERDE SÉPSIS NA ULSNE: UNIDADE HOSPITALAR DE BRAGANÇA..177 Cristina Maria Pires, Maria Fernanda Garcia, Paula Maria Alves, Pedro António Fernandes, Sandra Maria Fernandes Novo COLOCAÇÃO DE CATETER VENOSO PERIFÉRICO EM AMBIENTE DE PRÁTICAS LABORATORIAIS E SUCESSO DA PRIMEIRA PUNÇÃO VENOSA EM CONTEXTO REAL (ENSINO CLÍNICO/ ESTÁGIO). ESTUDO REALIZADO EM ESTUDANTES DE ENFERMAGEM...189 Leonel São Romão Preto, Matilde Delmina Martins COMPORTAMENTO DE JOVENS FACE AO ÁLCOOL 196 Celeste da Cruz meirinho Antão, Carlos Pires Magalhães, Adília Maria Pires da Silva Fernandes, Eugénia Maria Garcia Jorge Anes DAS DIFICULDADES DO CUIDAR EM AMBIENTE DOMICILIÁRIO ÀS NECESSIDADES DE INTERVENÇÃO...205 Maria Augusta Pereira da Mata, Adília Maria Pires Fernandes, Maria Helena Pimentel, Eugénia Garcia Anes, Manuel Alberto Brás, Carlos Pires Magalhães, Celeste da Cruz Meirinho Antão, Maria Filomena G. Sousa DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM CONTEXTO DE ENSINO CLÍNICO 218 Flávia Patrícia Vaz Lage, Danielle Cordeiro Vaz, Filipa Andreia Louzinha Afonso, Maria Augusta Pereira da Mata DIA MUNDIAL DA DIABETES: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM CONTEXTO DE ENSINO CLÍNICO 230 Maria Augusta Pereira da Mata, Flávia Patrícia Vaz Lage, Danielle Cordeiro Vaz, Filipa Andreia Louzinha Afonso ENFERMEIRO DE FAMÍLIA, UM ESPECIALISTA DE E COM FUTURO? SIM (...)! PORQUE (...)!...240 Manuel Alberto Brás; Brás, M.F; Sandra, M.M FATORES ASSOCIADOS À SOBRECARGA DO CUIDADOR INFORMAL DE IDOSOS DEPENDENTES..246 Flávia Patrícia Vaz Lage, Maria Augusta Pereira da Mata FATORES DE RISCO PARA INFEÇÃO ASSOCIADA A CATETER VENOSO CENTRAL: REVISÃO SISTEMÁTICA...261 Sílvia Cristina Ruano Raposo, Ana Cristina Augusto Veiga, Ana Soraia Geraldes Calado, Filipa Sofia Martins Pereira, Teresa Isaltina Gomes Correia, Matilde Delmina da Silva Martins FATORES DE RISCO PARA O SUICÍDIO 270 Babo, C. I.M., Bento, O.R.P.; Dias, R.M.V., Fernandes, R.S.C., Almeida, E.C. GESTÃO DA SUPERVISÃO DO ENSINO CLÍNICO EM ENFERMAGEM:PERSPETIVAS DOS ENFERMEIROS ORIENTADORES 279 Sandra Maria Fernandes Novo, Sandra de Fátima Gomes Barreira Rodrigues GRAU DE SATISFAÇÃO COM OS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS PRESTADOS AOS UTENTES PORTADORES DE OSTOMIAS DE ELIMINAÇÃO....293 Maria Isabel Barreiro Ribeiro, Anabela Escudeiro Clérigo Vicente, Júlia Maria Rodrigues Gonçalves, Maria de Deus Esteves Raposo, Sara Margarida Santos V

COMPORTAMENTO DE JOVENS FACE AO ÁLCOOL Celeste da Cruz meirinho Antão 1, Carlos Pires Magalhães 1,2, Adília Maria Pires da Silva Fernandes 1,2, Eugénia Maria Garcia Jorge Anes 1 1 Professor Adjunto, PhD., Núcleo de Investigação e Intervenção do Idoso (NIII); 2 UNIFAI RESUMO Introdução: Não estando definida a fronteira entre o consumo normal e excessivo de álcool, é indiscutível a sua associação com casos de morbimortalidade. O consumo de álcool está associado à violência interpessoal e a comportamentos de risco, constituindo um determinante para o comportamento sexual de risco, infeções sexualmente transmissíveis e infeção pelo HIV (WHO, 2010). A vida académica é mesclada de acontecimentos e desafios, por isso, momentos de lazer, alegria, euforia e liberdade, atingem com frequência a borderline do risco (Rebelo, Bonito, Ferro, Cota & Jesus, 2012). Objetivos: Realizar uma avaliação diagnóstica das atitudes, comportamentos e perceções dos estudantes sobre o consumo de álcool e seu efeito previamente à lecionação de conteúdos relacionados com ação de diferentes substâncias químicas no organismo. Método: Estudo quantitativo, descritivo e transversal. Foi aplicado um questionário a 47 estudantes do ensino superior em sala de aula, previamente à lecionação dos efeitos de substâncias químicas no organismo e os seus efeitos sobre a saúde individual e coletiva. O questionário é constituído por questões sociodemográficas e questões relacionadas com o consumo de álcool e seus efeitos. A colheita de dados ocorreu no ano letivo 2011/2012. Os estudantes inquiridos tinham idades compreendidas entre os 18 e 28 anos. Encontrámos um predomínio do sexo feminino, com 37 respondentes. Resultados: Quando questionados se alguma vez se tinham embriagado 83% respondeu afirmativamente e 17% disseram nunca ter acontecido. Dos 47 estudantes, 7 (15%) admitiram já ter conduzido sob o efeito do álcool. O consumo do álcool foi considerado prejudicial por 81% (n=38). Destes, 6% referem que causa dependência, os restantes, mencionam constituir um agravo à saúde em geral. Questionados se alguma vez tiveram relações sexuais desprotegidas sob o efeito do álcool, 2 estudantes assumiram já ter acontecido. Da amostra estudada 15% é fumadora e já pensou em deixar de fumar. Discussão/conclusão: A embriaguez está fortemente associada com complicações agudas tais como violência, em particular doméstica, acidentes de viação e outros, podendo igualmente provocar graves problemas crónicos de saúde e sociais (Breda, 2010). O facto de 7 estudantes já terem conduzido sob o efeito do álcool também é preocupante pois, como afirmam Mello, Barrias e Breda (2001) o álcool é uma importante causa de morte em acidentes de estrada, sendo a causa direta e principal, em 40 a 50% dos acidentes mortais. Considerando que outros comportamentos de risco estão associados ao consumo desta substância, é necessário cada vez mais reiterar mensagens corretas e adequadas de forma a capacitar os jovens para a tomada de decisões responsáveis em prol da sua saúde e da saúde coletiva. Página 196 de 555

Palavras chave: Álcool, comportamento de risco, estudantes INTRODUÇÃO As consequências do consumo do álcool atingem não só quem bebe, mas também a família e a comunidade em geral. As perturbações causadas podem ser físicas, mentais ou sociais e resultam de episódios agudos, de um consumo excessivo ou inoportuno, ou de um consumo prolongado (Mello, Barrias & Breda, 2001). Não estando definida a fronteira entre o consumo normal e o excessivo de álcool, é indiscutível a sua associação com casos de morbimortalidade. O consumo de álcool está associado à violência interpessoal e a comportamentos de risco, constituindo um determinante para o comportamento sexual de risco, infeções sexualmente transmissíveis e infeção pelo HIV (WHO, 2010). A vida académica é mesclada de acontecimentos e desafios, por isso, momentos de lazer, alegria, euforia e liberdade, atingem com frequência a borderline do risco (Rebelo, Bonito, Ferro, Cota & Jesus, 2012). Breda (2010) reforça as consequências negativas do consumo de álcool nos jovens, relacionadas com os problemas familiares, companheiros e professores, rendimento escolar, agressões, violência, alterações da ordem pública comportamentos de alto risco como conduzir sob o efeito do álcool e comportamentos sexuais de risco MATERIAL E MÉTODOS Estudo quantitativo, descritivo e transversal. Foi aplicado um questionário a 47 estudantes do ensino superior em sala de aula, previamente à abordagem dos efeitos de substâncias químicas no organismo e os seus efeitos sobre a saúde individual e coletiva. O questionário é constituído por questões sociodemográficas e questões específicas relacionadas com o consumo de álcool e seus efeitos. O instrumento integra questões abertas e fechadas. Os estudantes foram previamente informados e obtido o seu consentimento. A colheita de dados ocorreu no ano letivo 2011/2012. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS Os 47 estudantes inquiridos tinham idades compreendidas entre os 18 e 28 anos. (Tabela1) com uma média de idades 19,87 anos e um desvio padrão de 1,94. Página 197 de 555

Tabela 1 Distribuição da amostra segundo a idade N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Idade 47 18 28 19,87 1,94 Encontrámos um predomínio do sexo feminino, com 37 (79%) dos respondentes, como se pode verificar no gráfico 1. Gráfico 1 Distribuição da amostra segundo o sexo feminino masculino 21% 79% Maioritariamente os inquiridos assumem consumir álcool (85%), como se pode constatar no gráfico 2. Nestes, o consumo ocorre sobretudo em festas e saídas noturnas. Um estudante (2%) referiu consumi-lo diariamente. Gráfico 2 Distribuição da amostra segundo o consumo de álcool. 15% 85% Página 198 de 555

Quando questionados se consideravam o álcool prejudicial, 81% responderam afirmativamente (Gráfico 3). As respostas apontadas, foram: criar dependência e ser prejudicial à saúde. Gráfico 3 Distribuição das respostas à questão Considera o álcool prejudicial? Considera o álcool prejudicial 19% sim não 81% À questão Já alguma vez conduziu sob o efeito do álcool? verificou-se que 40 estudantes responderam não o fazer (85%) e (15%), responderam afirmativamente, como se pode confirmar no gráfico 4. Gráfico 4 Distribuição das respostas à questão Já alguma vez conduziu sob o efeito do álcool? sim não 15% 85% Página 199 de 555

Confrontados se já alguma vez andaram de automóvel/ou veículo motorizado, mas sem serem eles a conduzir, 49% respondeu negativamente. Os restantes, 51%, assumem ter aceitado boleia de alguém após ter bebido. Gráfico 5 - Distribuição das respostas à questão Já alguma vez andou de automóvel/mota com amigos sob o efeito do álcool? Sim Não 51% 49% Embora 95,7% dos estudantes, afirme que a ocorrência de relações sob o efeito do álcool acontece com proteção, 2 estudantes (4,2%) referem já terem tido relações sexuais desprotegidas (Gráfico 6). Gráfico 6 - Distribuição das respostas à questão: Já alguma vez teve relações sexuais desprotegidas sob o efeito do álcool? 2 sim não 45 Página 200 de 555

No quadro 2, pode constatar-se que, dos 47 inquiridos, 44 respondem que o álcool não causa dependência e 9 afirmam ser verdade que o álcool mata a sede. Um deles considera o álcool como alimento. Trinta e um estudantes responderam ser verdadeiro que o álcool aquece. Quadro 2- Opiniões dos estudantes sobre os mitos associados ao álcool. Mitos Verdadeiro Falso O álcool aquece 31 16 O álcool dá força 4 43 O álcool é um alimento 1 46 O álcool não causa dependência 44 3 O álcool mata a sede 9 38 Quisemos saber se os inquiridos também consumiam tabaco, pois é consensual a sua associação à lesão celular, tecidual e órgãos. Quanto ao consumo desta substância verificou-se que 15% são fumadores, como se constata no gráfico 7. Dos que fumam, 6 deles, já o fazem há mais de quatro anos e 14 dos inquiridos já pensaram em deixar de fumar. As razões apontadas foram questões de saúde (n=7) e saúde e dinheiro associadas (n=7). Quarenta e quatro estudantes são a favor das medidas legislativas em vigor. Gráfico 7 Distribuição da amostra segundo o consumo de tabaco. Título do Gráfico sim não 15% 85% Página 201 de 555

Dos que fumam, foram questionados se sabiam da existência da consulta de cessação tabágica a nível dos Centros de Saúde. O desconhecimento desta consulta foi assumido por 36,2% dos estudantes (Gráfico 8). Gráfico 8 Distribuição da amostra segundo o conhecimento sobre a consulta de cessão tabágica. 29,80% 36,20% sim não DISCUSSÃO/CONCLUSÕES O consumo exagerado de álcool está fortemente associada com complicações agudas tais como violência, em particular doméstica, acidentes de viação e outros, podendoo igualmente provocar graves problemas crónicos de saúde e sociais (Breda, 2010). Nesta investigação a média de idades situa-se nos 19,87 anos e é maioritariamente feminina. Da amostra, 85% referiu consumir álcool ao fim de semana e em saídas noturnas. Esta realidade vai de encontro a estudos de Andradell (2006) com estudantes universitários em que o consumo de álcool encontrado era comum (83%). A perceção da não dependência foi uma realidade encontrada, na medida em que dos 47 estudantes, 44 considera como verdade que o álcool não causa dependência. Do total dos inquiridos, 7 estudantes (15%), afirmaram já ter conduzido sob o efeito do álcool, o que é preocupante pois, comoo afirmam Mello et al (2001), o álcool é uma importante causa de morte em acidentes de estrada, sendo a causa direta e principal, em 40 a 50% dos acidentes mortais. Leyton, Ponce, e Andreuccetti, (s/d) referem estudos que apontam que o risco de um condutor com alcoolemia entre 0,2 e 0,5 g/l- valores inferiores ao limite máximo do permitido Página 202 de 555

por lei, morrer em um acidente de trânsito envolvendo apenas um veículo é de 2,5 a 4,6 vezes maior que o de um condutor abstêmio. Acrescentam ainda que os jovens correm maiores riscos. Um dado extremamente importante a valorizar prende-se com o facto de o álcool ser considerado prejudicial pela maioria, mas só uma minoria considera causar dependência. Tendo em conta que motoristas alcoolizados costumam repetir a infração (Brewer, Morris, Cole, Watkins, Patetta & Popkin, 1994) é desejável que estes comportamentos de risco sejam cada vez menores. Da amostra estudada, 4,2% dos estudantes, assumirem terem tido relações sexuais desprotegidas sob efeito do álcool. Também Agante (2009) num estudo com estudantes do ensino superior encontrou esta prática de risco em 12,7%. Associado ao álcool o consumo de tabaco na amostra estudada foi de 15%, valores mais baixos dos encontrados por Andradell (2006) que encontraram (22,8%) de consumidores. Considerando por um lado que o consumo de tabaco está também associado a inúmeros agravos à saúde e situações de dependência, e por outro, as vantagens em deixar de fumar, são inquestionáveis como refere a DGS (2007) parar de fumar é benéfico em qualquer idade, sendo que os benefícios são tanto maiores quanto mais cedo isso se verificar pois a cessação do consumo produz sempre uma melhoria do estado de saúde individual e promove benefícios imediatos em ambos os sexos, em todas as idades. Neste sentido é importante que os estudantes saibam que recursos têm disponíveis para os poderem utilizar. Dos inquiridos do nosso estudo, 29,8% estão informados da existência da consulta de cessação tabágica. Tendo presente o defendido por Balsa, Vital e Pascueiro (2011), existe uma enorme diversidade de formas sociais de ingestão de bebidas alcoólicas, associada, designadamente, a quem bebe, ao que se bebe, com quem se bebe, a frequência com que se bebe, como e quando se bebe, é necessário cada vez mais reiterar mensagens corretas e adequadas de forma a capacitar os jovens para a tomada de decisões responsáveis em prol da sua saúde e da saúde coletiva. Como afirma (Breda, 2010) álcool é parte integrante da nossa história e continua a fazer parte integrante da nossa cultura, então o mais importante é efetivamente educar os adolescentes sobre um relacionamento de baixo risco com as bebidas alcoólicas (p.200). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Agante, D. M. C.(2009). Comportamentos relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas durante as festas académicas nos estudantes do ensino superior,, Tese de Mestrado Página 203 de 555

apresentada na Faculdade de Medicina de Coimbra, disponível em https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/13507/1/tese_mestrado_diana%20agante.pdf Andradell, A. G. (2006). Fatores associados ao consumo de álcool e drogas entre estudantes universitários. Rev Saúde Pública, 40(2), 280-8. Balsa, C. Vital, C.Pascueiro, L.(2011), o consumo de bebidas alcoólicas em Portugal. prevalências e padrões de consumo, 2001-2007. Lisboa: Universidade Nova Brewer R.D.; Morris, P.D. ; Cole,T.B; Watkins, S, Patetta M. J, Popkin, C. (1994). Theriskof dying in alcohol-related automobile crashes among habitual drunk drivers. N Engl J Med, 331:513-7. Breda, J.J.R.S. (2010). Problemas Ligados ao Álcool em Portugal :Contributos para uma estratégia compreensiva, Tese de Doutoramento em Nutrição clínica apresentada à Faculdade de Ciências da Nutrição do Porto DGS (2007). Cessação Tabágica: Programa-tipo de actuação, Lisboa: Gradiva Leyton, V., I.; Ponce, J. C.; Andreuccetti, G.(s/d) Problemas específicos: álcool e trânsito consultado a 13 de maio de 2013 em: http://www.cisa.org.br/userfiles/file/alcoolesuasconsequencias-pt-cap8.pdf Mello,L.M.; Barrias, J.C.; Breda, J.J.(2001). Álcool e Problemas Ligados ao Álcool em Portugal, Lisboa: DGS Rebelo, H.; Bonito, J.; Ferro, S. Cota, B. & Jesus, P. (2012). A intervenção de respostas integradas de Évora no âmbito da redução de riscos nas festividades académicas in: Carlos Manuel de Sousa Albuquerque. Comportamentos de Saúde Infanto-juvenis: Realidades e Perspetivas, Viseu: Escola Superior de Saúde- Instituto Politécnico de Viseu WHO(2010). European Status Report on AlcoholandHealth, consultado a 13 /5/2013 em:www.euro.who.int/ data/asse Página 204 de 555