RENATO CAMPANARUT BARNABE Professor Adjunto Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP

Documentos relacionados
COMPARATIVE STUDY BETWEEN PHASE CONTRAST AND DIFFERENTIAL INTERFERENCE CONTRAST MICROSCO PIES FOR EVALUATION OF FROZEN BULL SEMEN

COLESTANOL CARREGADO POR CICLODEXTRINA NO SÊMEN DE CARNEIROS SOBRE A MOTILIDADE TOTAL E INTEGRIDADE DA MEMBRANA PLASMÁTICA APÓS CRIOPRESERVAÇÃO¹

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

Colheita e Avaliação Seminal

Processamento de Sêmen Bovino Refrigerado

ALTEAÇÕES DA INTEGRIDADE DO DNA DO ESPERMA DURANTE O PROCESSO DE CRIOPRESERVAÇÃO E INCUBAÇÃO IN VITRO DE SEMÊM DE TOUROS

Métodos de congelamento One Step e Two Steps do sêmen de cães, diluído em solução de água de coco e etilenoglicol

Tolerância ao congelamento e composição de ácidos graxos da membrana espermática de suínos de diferentes raças

CONGELABILIDADE DO SÊMEN SUÍNO DE ACORDO COM O PERÍODO DE EQUILÍBRIO PRÉ-CONGELAMENTO E DA SENSIBILIDADE AO RESFRIAMENTO

CARACTERÍSTICAS SEMINAIS E PERÍMETRO ESCROTAL DE TOUROS NELORE E TABAPUÃ CRIADOS NA REGIÃO NORTE DO PARANÁ

INFLUÊNCIA DOS MESES DO ANO SOBRE A MOTILIDADE DO SÊMEN BOVINO FRESCO NO CERRADO MINEIRO

Palavras-chave: antioxidante, criopreservação, teste de termoresistência

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Motilidade espermática de sêmen bovino incubado em banho-maria e garrafa térmica

Criopreservação do Sêmen de Tambaqui em Criotubos: Influência da Velocidade de Descongelamento

EFEITO DO COLESTANOL CARREGADO POR CICLODEXTRINA NO SÊMEN DE CARNEIROS SOBRE APÓS A CRIOPRESERVAÇÃO

Eficiência in vivo e in vitro, de Três Diluidores de Sémen de Coelho Refrigerado

Fertilize. Descongelador Eletrônico de Sêmen. Há 15 anos inovando em solução para o sucesso da Inseminação

CORRELAÇÃO DA MORFOLOGIA ESPERMÁTICA EM PROGRAMAS DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL CONVENCIONAL EM NOVILHAS E VACAS DA RAÇA NELORE

Avaliação de diferentes osmolaridades de soluções hiposmóticas e tempos de incubação no teste hiposmótico do sêmen de touros Nelore

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

Criopreservação de sêmen bovino utilizando diluente à base de PBS com três diferentes percentuais de gema de ovo

VIABILIDADE DO SÊMEN OVINO REFRIGERADO EM DIFERENTES DILUENTES (Viability of ovine semen cooled in different extenders)

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL PÓS-CERVICAL DE LEITOAS COM SÊMEN SUÍNO CRIOPRESERVADO UTILIZANDO DIMETILACETAMIDA E GLICEROL

ESTUDO PRELIMINAR DE ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO SÊMEN CANINO CONGELADO (Preliminary study on some properties of canine frozen semen)

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

Pág Lista de Tabelas... 9 Lista de Figuras Prefácio à 3ª Edição... 12

EFEITO DA DILUIÇÃO ESPERMÁTICA NA CONGELAÇÃO DE SÊMEN CANINO UTILIZANDO-SE A ÁGUA DE COCO EM PÓ (ACP 106) COMO DILUIDOR

PRODUÇÃO DE SÊMEN DE TOUROS MESTIÇOS Bos taurus/bos indicus 4. REPETIBILIDADE E CORRELAÇÕES FENOTÍPICAS ENTRE AS CARACTERÍSTICAS SEMINAIS 1

FERRAMENTA PARA A AVALIAÇÃO DA MOTILIDADE E DETECÇÃO DA TRAJETÓRIA DE ESPERMATOZÓIDES BOVINOS

Morfologia Espermática do Sêmen de Tambaqui Criopreservado em Criotubos e Submetido a Diferentes Velocidades de Descongelamento

Efeitos do volume de Percoll, duração e força de centrifugação na produção in vitro e proporção de sexos de embriões bovinos.

EFEITO DA ADIÇÃO DOS ANTIOXIDANTES TROLOX C E ÁCIDO ASCÓRBICO SOBRE A INTEGRIDADE DA MEMBRANA PLASMÁTICA DE ESPERMATOZOIDES DE OVINOS 1

Correlação entre métodos de avaliação da integridade da membrana plasmática do espermatozóide bovino criopreservado

MATURIDADE SEXUAL E CLASSIFICAÇÃO ANDROLÓGICA POR PONTOS (CAP) EM TOUROS JOVENS DA RAÇA NELORE PUROS DE ORIGEM (PO)

Estudo da estabilidade do sistema Paratest usado para diagnóstico das parasitoses intestinais Rev.00 10/01/2011

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA TESTICULAR SOBRE OS PARÂMETROS DE QUALIDADE SEMINAL EM TOUROS

Utilização do Corante Rosa Bengala no Método de Preparação Úmida para Avaliação Morfológica de Sêmen Ovino

Comparação entre a água de coco em pó (ACP ) e o Tris como diluidores na criopreservação do sêmen de cães

MANEJO E CONTROLE DA FERTILIDADE PROGRAMADOS EM UM REBANHO DA RAÇA NELORE II. Período de 2/9/1976 a 1/9/1977

RICARDO REUTER RUAS EFEITO DO MÉTODO DE DESCONGELAMENTO SOBRE A TAXA DE CONCEPÇÃO DE FÊMEAS BOVINAS DE CORTE INSEMINADAS ARTIFICIALMENTE

Criopreservação do Sêmen Ovino com Adição de Gelatina ao Meio Diluidor

Uso de dimetil-formamida associada ou não ao glicerol na criopreservação de sêmen caprino

ASPECTO MORFOLÓGICO DO SÊMEN DE TOUROS JOVENS DA RAÇA NELORE DESCARTADOS DA REPRODUÇÃO EM PROGRAMA DE MELHORAMENTO

O efeito do tempo de equilíbrio sobre a qualidade do sêmen caprino criopreservado

Efeito de dois tipos de diluidores e dois métodos de congelação na qualidade do sêmen criopreservado de caprinos

Efeito do laser diodo sobre as características de. motilidade, de integridade das membranas plasmática e

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal

CARACTERÍSTICAS MORFOFUNCIONAIS DO SÊMEN CANINO REFRIGERADO E CONGELADO, USANDO DOIS DIFERENTES MEIOS DILUENTES

MEDICINA VETERINÁRIA

AVALIAÇÃO DE SÊMEN CONGELADO DE BOVINOS. PROVAS LENTA E RÁPIDA DE TERMO- RESISTÊNCIA: EFEITOS SOBRE A FERTILIDADE

EXPERIMENTAÇÃO ZOOTÉCNICA. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

Influência da cobertura morta sôbre a umidade de um solo cultivado com Cafeeiro (*)

Efeito de diferentes tempos de equilíbrio na criopreservação de sêmen de garanhões

EFEITO DA INCUBAÇÃO E TEMPERATURA DE DILUIÇÃO SOBRE O SÊMEN SUÍNO IN NATURA

Efeito de um quelante de cálcio, um detergente e da lecitina de soja sobre a qualidade do sêmen caprino congelado-descongelado

AVALIAÇÃO DE PROVAS DE GANHO DE PESO E CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS E REPRODUTIVAS DE BOVINOS DAS RAÇAS NELORE E TABAPUÃ

REVISTA CIENTÍFICA DE MEDICINA VETERINÁRIA - ISSN Ano XIV - Número 29 Julho de 2017 Periódico Semestral

EFEITO DO PROCESSO DE DESCONGELAÇÃO SOBRE A VIABILIDADE DO SÊMEN CANINO IN VITRO

ESPERMOGRAMA E ESPERMOCULTURA NA BOVINOCULTURA

Teste hiposmótico para avaliação da viabilidade do sêmen eqüino resfriado com diferentes diluidores

COMPARAÇÃO DO EFEITO CRIOPROTETOR DA LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE E DA GEMA DE OVO NO CONGELAMENTO DE SÊMEN CANINO.

UTILIZAÇÃO DE GLICEROL E ETILENOGLICOL COMO CRIOPROTETORES NA CONGELAÇÃO DO SÊMEN CAPRINO

Tatiane Guedes Bueno*, Laiza Sartori de Camargo, Karym Christine de Freitas Cardoso, Anelise Ribeiro Peres, Fabiana Ferreira de Souza

EXPERIMENTAÇÃO ZOOTÉCNICA. Profa. Dra. Amanda Liz Pacífico Manfrim Perticarrari

UTILIZAÇÃO DA GEMA DE OVO DE CODORNA EM DILUIDOR DO SÊMEN CAPRINO¹

PORTARIA nr. 26, de O5 de setembro de 1996

Doutorando em Reprodução Animal UNESP Jaboticabal, SP, 2

10ºCongresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC a 04 de agosto de 2016 Campinas, São Paulo ISBN

Instrução normativa 62/2003: Contagem de coliformes pela técnica do NMP e em placas

É a célula reprodutiva masculina de todos os animais que se reproduzem a partir de reprodução sexuada.

Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.60, n.3, p , 2008

Criopreservação de espermatozóides eqüinos comparando duas curvas de congelamento combinadas com diluentes comerciais: uma análise laboratorial

[The effect of the type of package, FlatPacks or straws, on cryopreservation of the jackass sperm-rich fraction]

VIABILIDADE IN VITRO DE ESPERMATOZOIDES OVINOS CRIOPRESERVADOS EM MEIOS CONTENDO LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE NAS FORMAS NATURAL E LIOFILIZADA

Influência da adição de vitamina E em meios diluentes na qualidade do sêmen fresco diluído, refrigerado e congelado em cães da raça Bulldog Francês

SÊMEN DE PACU Piaractus mesopotamicus CONGELADO COM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE GELÉIA REAL

Effect of pigpel extender on the boar semen quality stored at different temperatures

DISTRIBUIÇÃO DE CARACTERÍSTICAS DE MANEJO DOS TOUROS LEITEIROS TESTADOS DAS RAÇAS HOLANDÊS E JERSEY DISPONIBILIZADOS NO BRASIL

Using image analysis and processing for morphological characterization of bovine spermatozoa

ANDROVISION - MAIS QUE UM CASA

CINÉTICA ESPERMÁTICA PÓS-DESCONGELAÇÃO DE SÊMEN BOVINO CRIOPRESERVADO EM DILUIDOR CONTENDO LECITINA DE SOJA

Viabilidade de sêmen suíno armazenado a 5ºC de acordo com a taxa de resfriamento e incubação prévia

Efeito da congelação vertical e horizontal na qualidade do sêmen caprino

CARACTERÍSTICAS DO SÊMEN CAPRINO DESCONGELADO APÓS A ADIÇÃO DE RINGER LACTATO, CITRATO DE SÓDIO E SOLUÇÃO TRIS

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES VOLUMES DE SÊMEN NA REALIZAÇÃO DO TESTE HIPOSMÓTICO EM TOUROS ADULTOS DA RAÇA NELORE

UM EXPERIMENTO RELATIVAMENTE SIMPLES E RÁPIDO DE CINÉTICA DA DESTRUIÇÃO DE LEVEDURAS PELO CALOR 1

EFEITO DA ADIÇÃO DOS ANTIOXIDANTES TROLOX C E ÁCIDO ASCÓRBICO SOBRE A INTEGRIDADE ACROSSOMAL DE ESPERMATOZOIDES DE OVINOS 1

RESFRIADO A 15 o C *

DIFERENÇA ENTRE MACHOS SUÍNOS NA MANUTENÇÃO DA VIABILIDADE ESPERMÁTICA A 17ºC

FUVEST ª Fase (Questões 8 a 13)

Adição da Gelatina no Meio Diluidor para Congelação de Sêmen Ovino

9º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC a 12 de agosto de 2015 Campinas, São Paulo

Efeito da centrifugação e do líquido prostático homólogo na criopreservação de espermatozoides epididimários caninos

Solubilidade de Fosfatos Naturais em Solução de Ácido Cítrico a 2%: Modificação nas condições de agitação (*)

SAÚDE REPRODUTIVA DE REBANHO:

CLASSIFICAÇÃO ANDROLÓGICA POR PONTOS (CAP) DE TOUROS NELORE (Bos taurus indicus) DE DOIS E TRÊS ANOS DE IDADE, CRIADOS SOB PASTEJO

Universidade Federal de Alfenas, Faculdade de Nutrição-MG -

EFICIÊNCIA DOS DILUIDORES TRIS E BOTU-CRIO SOBRE OS PARÂMETROS SEMINAIS DE GARANHÕES DAS RAÇAS QUARTO DE MILHA E MANGALARGA MARCHADOR

Transcrição:

61 CORRELAÇOES ENTRE MOTILIDADE PROGRESSIVA E RETENÇÃO DO ACROSSOMO EM SÊMEN CONGELADO DE BOVINOS APÓS O DESCONGELAMENTO E APÓS PROVAS DE TERMO RESISTÊNCIA RENATO CAMPANARUT BARNABE Professor Adjunto Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP VALQUIRIA HYPPÓLITO BARNABE Professor Livre Docente Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP WILSON GONÇALVES VIANA Professor Assistente Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP JOSÉ ANTONIO VISINTIN Auxiliar de Ensino Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP JOÃO FLORIANO CASAGRANDE Médico Veterinário SEMBRA - Técnicas e Produtos de Reprodução Ltda. - Barre tos CARLOS ALBERTO DE ALMEIDA Médico Veterinário SEMBRA - Técnicas e Produtos de Reprodução Ltda. - Barretos BARNABE, R.C.; BARNABE, V.H.; VIA N A, W.G.; VISINTIN, J. A.; CASAGRANDE, J.F.; ALM EIDA, C.A. Correlações entre motilidade progressiva e retenção do acrossomo em semen congelado de bovinos após o descongelam ento e após provas de termo resistência. Rev.Fac.M ed.vet.zootec.univ.s. Paulo, 18(1): 61-68, 1981. RESUMO: Duzentas ampolas de sêmen de bovinos foram analisadas visando o estudo de correlações entre a m otilidade progressiva dos espermatozóides após o descongelam ento e após as provas rápida (1 hora a 4 5 C) e lenta (5 horas a 3 8 C) de term o resistência e a prova de retenção do acrossom o. Os exam es da m otilidade progressiva foram realizados em m icroscópio óptico, com aum ento de 200X e a prova de retenção do acrossomo em m icroscopia de contraste de fase com aumento de 1000X e em m icroscopia de contraste de interferência diferencial, com aum ento de 1250X, ambas com objetiva de imersão. As análises estatísticas revelaram as seguintes correlações significantes (P < 0,01) entre m otilidade progressiva dos espermatozóides e a prova de retenção do acrossomo: a) negativa para ambas as características após o descongelamento; b) positiva para m otilidade progressiva após a prova rápida de termo resistência e retenção do acrossomo após o descongelamento; c) negativa para ambas as características apos as provas rapida e lenta de termo resistência. UNITERMOS: Acrossom o, retenção* ; Motilidade progressiva* ; Sêmen congelado, avaliação*; Correlações*. INTRODUÇÃO Diversas provas de laboratório têm sido comunicadas para predizer o desempenho de partidas de sêmen, visando sua utilização em inseminação artificial. Dentre elas, surgiram recomendações de exames envolvendo a capacidade de resistência espermática ao calor, durante períodos variáveis, com imediata verificação dos efeitos sobre a motilidade progressiva dos espermatozóides. Posteriormente, considerando a importante função do acrossomo no processo de fecundação do óvulo, procurou-se determinar o índice de integridade desse órgão nas amostras analisadas, verificando os efeitos do tratam ento térmico e procurando estabelecer relações entre os fatores motilidade espermática e patologia do acrossomo. A destruição do acrossomo, bem como suas lesões podem ser causadas por senescência, passando por uma distinta sequência de alterações1! > 21, por choque térmico2?»32, por manipulação indevida do sêmen durante seu processamento 13 ou ainda por prolongada abstinência do reprodutor4. A extrema fragilidade do acrossomo, sendo considerado um reservatório de enzimas comparável ao lisossomo na composição química, função fisiológica e origem, impõe que métodos adequados de exame sejam elaborados a fim de evitar artefatos técnicos que originariam interpretações errôneas por fixação de esfregaços de sêmen observados à luz da microscopia comum. Assim, o estudo da morfologia do acrossomo é melhor realizado em preparações úmidas fixadas pelo formol salino em microscopia de contraste de fase, ou em solução salina fosfatada com 0,2 g de glutaraldeído em microscopia de contraste de interferência diferencial19. O efeito de diferentes diluidores, como o leite desnatado, o gema citrato, o citrato de sódio a 2,9%!1 e outros à base de glicina12, sobre a retenção do acrossomo durante incubação a 37 C, demonstrou que a motilidade não indica, necessariamente, a habilidade celular de manter suas membranas. Além disso, foi sugerida a existência de amplas variações diárias na incidência de anormalidades do acrossomo, indicando que certas condições ambientais podem afetar sua integridade2 0. A correlação relativamente baixa (r = 0,56) entre m otilidade e manutenção do acrossomo19 sugere que os reprodutores, as ejaculações e a tecnologia do sêmen devem ser reexaminados ao se utilizar o acrossomo como critério22. A maior correlação entre porcentagem de acrossomos inalterados e fertilidade de sêmen bovino congelado foi observada após 2 e 4 horas de incubação a 37 C (r = 0,60 e 0,58)24, enquanto que, relativamente à motilidade espermática, a maior correlação (r = 0,46) foi obtida às zero horas, com base no índice de não retorno aos 90 dias23. Por outro lado, correlação negativa altamente significante (r = 0,267) foi encontrada entre anomalias do acrossomo e a congelabilidade do sêmen5. Ritmos de descongelamento rápido em temperaturas mais elevadas favoreceram a porcentagem de manutenção do acrossomo e da motilidade espermática6-8- 14> 16, 26^ acrescentando-se que à medida que o nível de glicerol é aumentado acima de 4%, há necessidade de acelerar o ritmo de descongelamentol7. Estabeleceu-se, ainda, que as condi-

62 BARNABE, R.C.; BARNABE, V.H.; VIANA, W.G.; VISINTIN, J.A.; CASAGRANDE, J.F.; ALMEIDA, C.A. ções ótimas condizentes com danos celulares mínimos seriam 8,5% de glicerol em conjunção com descongelamento a 65 C e tempo de exposição de 7,5 segundos18. Submetendo sêmen congelado à incubação de 37 C, verificou-se que o ritmo de descongelamento tem maior influência sobre a manutenção do acrossomo do que o tempo de equilíbrio2, 30, 31 m contraposição, já se afirmou que, para obtenção de melhores resultados, o sêmen deverá ser submetido a longo tempo de equilíbrio de 18 horas29. Além disso, o descongelamento a 5o C ou 35 C, seguido de manutenção do sêmen a 20 C e a 37 C durante 1 ou 3 minutos, antes da incubação (4 e 8 horas25 ou 3 e 6 horas1), provou que o material descongelado a 35 C apresenta qualidades superiores no que se refere à motilidade espermática e à porcentagem de acrossomos intatos. No entanto, altas temperaturas de descongelamento não podem ser recomendadas para uso rotineiro no campo, devido ao perigo de super-aquecimento dos espermatozóides, se o tempo não for rigidamente controlado9. Por sua vez, o próprio processo de congelamento pode resultar em significante aumento da espessura do acrossomo28. Alegando economia de tempo, sugeriu-se restringir a avaliação da integridade do acrossomo a amostras de sêmen com índice inferior a 35% de motilidade após incubação a 37 C por 4 horas10. Considerando a subjetividade das estimativas de motilidade, o método fotográfico tem sido aconselhado7, por possibilitar a repetição das contagens com a mesma fidelidade com que se procede à avaliação porcentual do acrossomo, sendo que esta técnica não virá substituir outros métodos de avaliação, porém, suplementá-los com grande eficiência. No presente trabalho, procurou-se estudar em material normalmente comercializado por Central de Inseminação Artificial, meios de avaliação espermática, examinando particularmente possíveis correlações entre a motilidade progressiva após o descongelamento e após as provas rápida e lenta de termo resistência em relação à prova de retenção do acrossomo. MATERIAL E MÉTODOS Para o estudo das correlações propostas no presente trabalho, foram utilizadas 200 ampolas de sêmen proveniente de 10 touros, sendo 4 da raça Holandesa, variedade branca e preta, 2 da raça Holandesa, variedade branca e vermelha, 2 Chianina e 2 Nelore, doadores em Central de Inseminação Artificial, localizada em Barretos, Estado de São Paulo. As ampolas de sêmen eram originárias de partidas em estoque na Central, previamente selecionadas quanto à qualidade espermática e correspondiam a 4 grupos de 50, referentes a congelamentos efetuados, respectivamente, nos anos de 1975, 1976, 1977 e 1978. A tecnologia empregada para o congelamento consistiu na adição de 11 g de lactose p.a. a 100 ml de água destilada, juntando-se, após dissolução em banho-maria, 7% de glicerol p.a. e 20% de gema de ovo. O sêmen em sua diluição final foi submetido a um tempo de equilíbrio variável de 4 a 6 horas, seguido de congelamento em vapores de nitrogênio à uma distância de 3 cm da superfície do nitrogênio líquido, durante 15 minutos. Decorrido este tempo, as ampolas foram imersas no nitrogênio líquido e, posteriormente, estocadas. Para o descongelamento do sêmen, as ampolas foram colocadas em cubas de isopor contendo água e gelo, durante 3 a 5 minutos. Os exames relativos à motilidade progressiva dos espermatozóides e à prova de retenção do acrossomo foram realizados com amostras logo após o descongelamento, após manutenção em banho-maria a 45 C por 1 hora (prova rápida de termo resistência)3 e ainda após 5 horas a 38 C (prova lenta de termo resistência). As avaliações da motilidade progressiva, estimada subjetivamente em porcentagem, foram feitas entre lâmina e lamínula sobre placa de platina aquecida a 37 C e examinadas em microscópio óptico com aumento de 200X. O exame microscópico em contraste de fase (* ) foi realizado com aumento de 1000X e objetiva de imersão, entre lâmina e lamínula lutadas com esmalte para unhas, retirando-se uma gota do material seminal diluído em solução tampão de formol salino, preparada da seguinte maneira: 1. Solução tampão estoque Na2 HPO4 2 H20... 21,682 g 200 ml H2O destilada p a r a... 500 ml + KH2PO4... 22,254 g H2O destilada p a r a... 500 ml 2. Solução estoque de cloreto de sódio 80 ml NaCl... 9,01 g H2O destilada p a r a... 500,0 ml 3. Solução tampão de formol salino a) Solução tampão esto q u e...looml b) Solução estoque de cloreto de sódio 150ml c) Formalina comercial...62,5ml d) H2O destilada para...500,0ml (*) Reichert 00.62.42 Zetopan, Áustria. Rev.Fac.Med.vet.Zootec.Univ.S. Paulo, 18(1): 61-68, 19 81

Correlações entre motilidade progressiva e retenção do acrossomo em sêmen congelado de bovinos. 63 O exame em microscopia de contraste de interferência diferencial* foi executado com aumento de 1250X, segundo a técnica já descrita, porém com o material seminal diluído em solução de glutaraldeído a 0,2%, cujo preparo é o seguinte: 1. Solução tampão de fostato salino NaCl... 8,1714g NaH2 P 04 H2O... 0,3943g N a2h P04 7H20...l,9810g Thimerosal (M erthiolate)... 0,0952g H2O destilada p a r a... 1.OOOml 2. Solução estoque de glutaraldeído Glutaraldeído... 8,0g H2O destilada p a r a...100,0ml 3. Solução de glutaraldeído a 0,2% a) Solução tampão de fosfato salino.. 39,0ml b) Solução estoque de glutaraldeído... 1,0ml Em cada preparação foi observado um total de 200 espermatozóides, incluindo normais e anormais, expressandose os resultados em porcentagem. Para os cálculos estatísticos16 foram utilizadas médias aritméticas, erro padrão da média, desvio padrão e coeficiente de correlação de Pearson com teste t de Student, fixando em 0,01 o nível de rejeição. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os processos patológicos do acrossomo e suas causas têm merecido a atenção dos pesquisadores com crescente interesse4-1 3,21,27,32, Assim, grande número de trabalhos tem sido efetuado, focalizando a integridade do acrossomo para avaliação de sêmen congelado submetido á incubação, bem como tentativas de correlações com a motilidade progressiva e outros parâmetros ligados à fertilidade, tecnologia do sêmen, qualidade dos reprodutores e meio ambientel 0,11,20,22. Tratando-se de sêmen congelado, vários fatores ligados à tecnologia têm sido estudados e apontados como responsáveis por melhor manutenção do acrossomo e da motilidade progressiva. Entre eles, 0 ritmo rápido de descongelamento em altas temperaturas1-2-16»25-26-31, o tempo de equilíbrio30) o nível de glicerol17-18, o índice de congelabüidade5. No entanto, o descongelamento em altas temperaturas para uso de rotina não é aconselhável9-29 devido ao perigo de superaquecimento dos espermatozóides, assim como já foi indicado o efeito deletério da glicina sobre o acrossomo, ao mesmo tempo que aumenta a motilidade progressiva12. (*) Leitz Dialux 20 - Welzlar, Alemanha Ocidental. As ampolas de sêmen utilizadas no presente trabalho foram descongeladas em água com gelo, de acordo com o recomendado8-14 para esse método de envazamento. Após serem submetidas às provas de termo resistência, as amostras de sêmen revelaram significativo aumento nas porcentagens de acrossomos anormais (Tabela 1), partindo de 2,78%, em média para os 4 anos, após o descongelamento, para 5,16% depois do teste rápido e 6,78% após o lento, quando examinadas em microscopia de contraste de fase. Em microscopia de contraste de interferência diferencial, esses dados foram, respectivamente, 4,70%, 7,81% e 10,55%, resultados que concordam com os apresentados na literatura6, embora outros28 tenham atribuído pouco efeito da incubação a 37 C no encontrado aumento da espessura do acrossomo. Para analisar a relação entre o fator motilidade progressiva e anormalidades do acrossomo, os dados foram submetidos ao coeficiente de correlação de Pearson e teste t de Student, cujos resultados encontram-se na Tabela 2. A motilidade progressiva após o descongelamento das amostras apenas mostrou correlação negativa significante (P < 0,01) todavia de baixa intensidade (r = 0,18), com a porcentagem de acrossomos anormais, também após o descongelamento, quando os exames foram feitos em microscopia de contraste de interferência diferencial. Isto significa que quanto melhor a motilidade progressiva inicial, menor é a porcentagem de acrossomos anormais presente na amostra. Na coluna central da Tabela 2, verifica-se que apenas não atingiu um nível de significância a correlação entre m o tilidade progressiva após o teste rápido de termo resistência e patologia do acrossomo examinada em microscopia de contraste de fase, depois do teste lento. Por outro lado, dos dois primeiros parâmetros estudados (r = 0,27 e r = 0,30) deduz-se que os baixos valores para patologia do acrossomo, encontrados após o descongelamento (médias 2,78% e 4,70% - Tabela 1), passaram a apresentar correlação positiva com a motilidade progressiva, uma vez que esta também diminuiu (média 19,77% - Tabela 1), devido aos efeitos da prova rápida de termo resistência. As três correlações seguintes (r = 0,36, r = 0,33 e r = 0,29), no entanto, revelaram-se negativas, já que à motilidade progressiva diminuída corresponderam significantes aumentos das porcentagens de acrossomos anormais (médias 5,16%, 7,81% e 10,55%-Tabela 1). A motilidade progressiva após o teste lento de termo resistência, embora sensivelmente diminuída (média 6,12% - Tabela 1), não foi suficiente para mostrar correlação com a baixa porcentagem de patologia do acrossomo após o descongelamento em nenhum dos dois métodos microscópicos. Não obstante, correlações negativas (r = 0,24, r = - 0,24, r = - 0,35 e r = - 0,21 - Tabela 2) e altamente significantes (P < 0,01) foram obtidas com os outros quatro parâmetros estudados, inferindo-se que às motilidades progressivas menores corresponderam maiores porcentagens de acrossomos anormais (médias 5,16%, 6,78%, 7,81% e 10,55%), tanto após as provas rápida e lenta de termo resistência, como em microscopia de contraste de fase e de interferência diferencial. Esta verificação praticamente coinci-

64 BARNABE, R.C.; BARNABE, V.H. ; VI AN A, W.G. ; VISINTIN, J.A.; CASAGRANDE, J.F.; ALMEIDA, C.A. de com o que já foi comentado em relação aos resultados após a prova rápida de termo resistência e é coerente com o encontrado após o descongelamento, onde maiores valores para motilidade progressiva inicial correlacionaram-se com menores porcentagens de acrossomos anormais. No confronto desses coeficientes de correlação com os citados na literatura consultada, verifica-se que apresentam valores inferiores. Assim é que já foi comunicada correlação de 0,56 entre motilidade espermática e retenção do acrossom o19 e de 0,42 e 0,60, relacionando a fertilidade baseada no índice de não retomo aos 90 dias e a motilidade e porcentagem de acrossomos anormais, respectivamente, após 10 horas de incubação das amostras a 37 C24. Referiu-se, ainda, coeficiente de correlação de 0,46 entre fertilidade e motilidade espermática avaliada antes da incubação23, enquanto outros8 concluíram que a retenção do acrossomo apresenta correlação mais alta com a fertilidade do que com a motilidade. Diante do exposto e dos resultados obtidos, verifica-se que avaliando somente a motilidade progressiva, não existem indicações suficientes do desempenho do sêmen, já que muitas amostras com altas porcentagens de espermatozóides anormais podem apresentar boa motilidade. Neste sentido, o ideal seria estabelecer uma fórmula única ou índice de seleção abrangendo múltiplas características7, principalmente motilidade progressiva, integridade do acrossomo e contagem de anormalidades espermáticas. Por enquanto, porém, em condições de laboratório, apesar dos crescentes progressos, a avaliação precisa da qualidade do sêmen congelado deverá continuar envolvendo várias provas, a melhor das quais resta ainda por ser definida. CONCLUSÕES A determinação de correlações entre motilidade progressiva dos espermatozóides e prova de retenção do acrossomo, para avaliação da qualidade de sêmen congelado de bovinos, rotineiramente utilizado em nosso meio criatório, permitiu concluir: 1. quanto melhor a motilidade progressiva inicial da amostra, menor é a incidência de acrossomos anormais, logo após o descongelamento do sêmen. 2. baixos valores para patologia do acrossomo encontrados após o descongelamento correlacionam-se positiva e significantemente com a motilidade progressiva diminuída após a prova rápida de termo resistência. 3. após as provas rápida e lenta de termo resistência, os aumentos das porcentagens de acrossomos anormais correlacionam-se negativa e significantemente com a diminuição da motilidade progressiva, isto é, quanto menores os valores para motilidade progressiva, maiores são as porcentagens de acrossomos anormais. B A R N ABE, R.C.; B A R N A B E, V.H.; V IA N A, W.G.; V IS IN T IN, J. A.; C A S A G R A N D E, J.F.; A L M E ID A, C.A. Correlations between progressive m otility and acrosomal retention after thawing and after incubation at 3 8 C or 4 5 C of frozen bull semen. Rev.Fac.M ed.vet.zootec.u niv5. Paulo, 18(1): 61-8, 1981. S U M M A R Y : Correlation determinations for the relationship between progressive m otility of sperm cells and acrosomal retention were calculated on 200 ampules of frozen bull semen after thawing and after incubation at 4 5 C fo r 1 hour or at 3 8 C for 5 hours (Quick and Slow Thermoresistance Tests). Evaluations of progressive m otility were estimated at 200 magnifications in optics microscope and those of acrosomal retention under 10 00X magnifications phase-contrast or 1 2 50X magnifications differential interference contrast microscopies, both in oil immersion. Highly significant correlations (P <.01) were so observed for progressive m otility and acrosomal retention: a) negative correlation between both characteristics after thawing; b) positive correlation between progressive motility after Quick Thermoresistance Test and acrosomal retention after thawing; c) negative correlation between both characteristics after Quick and Slow Thermoresistance Tests. U N IT E R M S : Acrosomal re te n tio n *; Progressive m o tility *; Frozen semen evaluation*; Correlations*. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- ALMQUIST, J.O. Effect of cold shock after thawing on acrosomal maintenance and motility of bovine spermatozoa frozen in plastic straws. J. Dairy Sci., 59: 1825-9, 1976. 2- ALMQUIST, J.O. Sperm survival not affected when straws thawed at very high temperatures. A J. Dig., 24(10): 6, 1976. 3- BARNABE, V.H. Avaliação de sêmen congelado de bovinos, com especial referência à integridade do acrossomo. São Paulo, 1979. [Tese de Livre Docência - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP] 4- BLOM, E. Imterpretation o f spermatic cytology in bulls. Fertil. and Steril., 1:223-38,1950. 5- CASAGRANDE, J.F. Relações entre algumas características físicas e morfológicas do sêmen de zebuínos e sua congelabilidade. Jaboticabal, 1973. [Tese de doutoramento - Faculdade de Medicina Veterinária e Agronomia] 6- COULTER, G.H. & FOOTE, R.H. The motility, acrosomal morphology and oxygen uptake of bull spermatozoa during processing and after freezing in straws. A.I.Dig., 22(12): 12-5, 1974. 7- ELLIOT, F.I. Techniques for evaluation of bovine semen. In: TECHNICAL CONFERENCE ON ARTIFICIAL INSEMINATION AND REPRO DUCTION, 6., Milwaukee, 1976. Proceedings. p.94-5.

Correlações entre motilidade progressiva e retenção do acrossomo em sêmen congelado de bovinos. 65 8- FLEMING, W.N.; OLAR, T.R.; MITCHELL, J.R. Techniques for evaluation of frozen bovine semen at Curtiss Breeding Service. In: TECHNI CAL CONFERENCE ON ARTIFICIAL INSE MINATION AND REPRODUCTION, 6., Milwaukee, 1976. Proceedings, p.88-90. 9- GILBERT, G.R. & ALMQUIST, J.O. Effects of processing procedures on post-thaw acrosomal retention and motility of bovine spermatozoa packaged in.3-ml straws at room temperature. J.Anim.Sci., 46:225-31,1978. 10- MARSHALL, C. & FREY, L. Semen evaluation at selected sires. In: TECHNICAL CONFEREN CE ON ARTIFICIAL INSEMINATION AND REPRODUCTION, 6., Chicago, 1976. Proceedings. p.91-3. 11- MARSHALL, C. & SAACKE, R.G. Acrosomal cap of living bovine spermatozoa. J.Anim.Sci., 26: 947, 1967. (res. 261). 12- MARSHALL, C.; SAACKE, R.G.; WHITE, J.M. Effect of glycine diluters on the acrosomal cap of bovine spermatozoa. J.Anim.Sci., 51:950, 1968. (res. P 13). 13- MIES FILHO, A. Reprodução dos animais e inseminação artificial. 4.ed. Livraria Sulina Ed., Porto Alegre, 1978. v.2. 14- OLAR, T.R.; BECKER, W.C.; SENGER, P.L. Effect of thawing rate and cold post-thaw temperatures on bovine semen packaged in glass ampules. J.Anim.Sci., 44:95-101,1977. 15- PIMENTEL GOMES, F. Curso de estatística experimental. 6.ed. Piracicaba, 1976. 16- ROBBINS, R.K.; GERBER, L.E.; SAACKE, R.G. Influence of thaw rate on maintenance of the acrosomal cap. J.Anim.Sci., 35: 253, 1972. (res. 340). 17- ROBBINS, R.K.; O CONNOR, M.L.; CHANDLER, P.T.; SAACKE, R.G. Freezing of bovine semen in french straws. J.Anim.Sci., 37: 327, 1973. (res. 389). 18- ROBBINS, R.K.; SAACKE, R.G.; CHANDLER, P. T. Influence o f freeze rate, thaw rate and glycerol level on acrosome: retention and survival of bovine spermatozoa frozen in french straws. J.Anim.Sci., 42: 145-54, 1976. 19- SAACKE, R.G. Morphology of the sperm and its relationship to fertility. In: TECHNICAL CONFERENCE ON ARTIFICIAL INSEMINA TION AND REPRODUCTION, 3., Chicago, 1970. Proceedings, p.17-29. 20- SAACKE, R.G.; AM ANN, R.P.; MARSHALL, C.E. Acrosomal cap abnormalities of sperm from subfertile bulls. J.Anim.Sci., 27: 1391400, 1968. 21- SAACKE, R.G. & MARSHALL, C.E. Observations on the acrosomal cap of fixed and unfixed bovine spermatozoa. J.Reprod.Fertil., 16:511-4, 1968. 22- SAACKE, R.G. & WHITE, J.M. Acrosomal alteration of freeze-thawed bovine sperm. J.Anim. Sci., 31:229, 1970. (res. 291). 23- SAACKE, R.G. & WHITE, J.M. Acrosomal cap maintenance and fertility of frozen bovine semen. J.Anim.Sci., 3 5:2 53,19 72. (res. 341). 24- SAACKE, R.G. & WHITE, J.M. Semen quality tests and their relationship to fertility. In: TECH NICAL CONFERENCE ON ARTIFICIAL INSEMINATION AND REPRODUCTION, 4., Chicago, 1972. Proceedings, p.22-7. 25- SENGER, P.L.; BECKER, W.C.; GERBER, L.E.; HILLERS, J.K. Effect of post-thaw temperatures on frozen semen. J.Anim.Sci., 41: 379, 1975. 26- SENGER, P.L.; BECKER, W.C.; HILLERS, J.K. Effect of thawing rate and post-thaw temperature on motility and acrosomal maintenance in bovine semen frozen in plastic straws. J.Anim.Sci., 42:932-6, 1976. 27- SOMADE, B.; MACPHERSON, J.W.; KING, G.J. Physical damage to the head of bovine spermatozoa induced by processing and freezing. J. Dairy Sci., 57:625, 1974. 28- WELLS, M.E.; BRIGHT, T.L.; HEFLEY, P.J. The effect on freezing and thawing on sperm cell dimensions. Res.Rep.agric.Exp.Stn.Okla.Sta. Univ., (MP-92): 272-7, 1974. 29- WELLS, M.E. & HEFLEY, P.J. The effect o f lenght of equilibration time on sperm cells stored in straws. Res.Rep.agric.Exp.Stn.Okla.Sta. Univ., (MP-92): 267-72, 1974. 30- WIGGIN, H.B. & ALMQUIST, J.O. Effect of glycerol equilibration time and thaw rate on acrosomal maintenance of bull sperm frozen in plastic straws. J. Dairy Sci., 57:625,1 974. 31- WIGGIN, H.B. & ALMQUIST, J.O. Effect of glycerol equilibration time and thawing rate upon acrosomal maintenance and motility of bull

66 BARNABE, R.C. ; BARNABE, V.H.; VIANA, W.G.; VISINTIN, J.A.; CASAGRANDE, J.F.; ALMEIDA, C.A. spermatozoa frozen in plastic straws. J.Anim. Sd., 40:302-5,1975. 32- ZIBRIN, M. Ultrastructural changes of acrosomes and mitochondria of bull spermatozoa incubated in vitro. Vet.Med., Praha, 21: 415-26, 1976 apud Anim.Breed.Abstr., 45: 5324, 1977. Recebido para publicação em: 29-09-80. Aprovado para publicação em: 14-04-81.

TABELA 1 Avaliação em porcentagem (%) da patologia do acrossomo, segundo o método e tratamento utilizados e da motilidade progressiva de sêmen congelado de bovinos. São Paulo, 1979. 7,14 0,24 1,70 10,29 0,24 1,70 4,50 0,84 5,99 6,30 0,18 1,32 9,76 0,22 1,59 10,50 1,08 7,64 6,11 0,23 1,67 9,34 0,43 3,04 5,40 0,91 6,44 7,59 0,37 2,61 12,83 0,65 4,63 4,10 0,75 5,31 T.T.R. = teste de termorresistência S (m) = erro padrão da média s = desvio padrão AVA LIAÇÃO MÉTO DO MEDIDAS ESTATÍSTI CAS DETER MINADAS TRATAMENTO DESCONGELAMENTO T.T.R. RAPIDO T.T.R. LENTO 1975 1976 1977 1978 1975 1976 1977 1978 1975 1976 1977 1978 PATOLO GIA DO ACROS SOMO C I X S(m ) s X S(m ) s 3,54 0,12 0,86 6,12 0,17 1,21 3,19 0,14 1,04 5,17 0,20 1,40 2,92 0,15 1,07 4,62 0,17 1,25 1,48 0,19 1,35 2,92 0,20 1,44 5,65 0,24 1,74 7,82 0,29 2,04 4,63 0,13 0,96 7,20 0,20 1,43 4,76 0,17 1,20 7,00 0,24 1,68 5,63 0,26 1,86 9,24 0,46 3,30 MOTILI DADE X S(fh) s 46,40 1,55 11,02 50,80 1,71 12,09 42,40 1,67 11,87 45,00 1,57 11,11 25,70 1,34 9,47 26,00 1,51 10,69 16,80 1,57 11,10 10,60 1,30 9,18 C = microscopia de contraste de fase I = microscopia de contraste de interferência diferencial X = média aritmética

68 B ARNABE, R.C.; BARNABE, V.H.; VIANA, W.G.; VISINTIN, J.A.; CASAGRANDE, J.F.; ALMEIDA, C.A. TABELA 2 Coeficiente de correlação de Pearson e teste t de Student, calculados em função da motilidade progressiva após o descongelamento e após as provas rápidas e lenta de termorresistência com relação à patologia do acrossomo em sêmen congelado de bovino. São Paulo, 1979. CONTRA ^ M O T IL ID A D E PATOLOGIA DO ^ ~ ~ '''\ A P Ó S ACROSSOMO APÓS DESCONGELAMENTO T.T.R. RÁPIDO T.T.R. LENTO r t Sig. r t Sig. r t Sig. Descongelamento em I -0,18 2,66 ** 0,27 4,04 ** -0,04 0,57 n.s. Descongelamento em C -0,08 1,14 n.s. 0,30 4,47 ** 0,00 0,01 n.s. T.T.R. Rápido em I 0,03 0,46 n.s. -0,36 5,53 ** -0,24 3,54 ** T.T.R. Rápido em C -0,03 0,47 n.s. -0,33 4,98 ** -0,24 3,49 ** T.T.R. Lento em I -0,05 0,77 n.s. -0,29 3,29 ** -0,35 5,39 ** T.T.R. Lento em C -0,09 1,37 n.s. -0,10 M? n.s. -0,21 3,03 ** * * = (P < 0,01) r = coeficiente de correlação de Pearson t = teste t de Student Sig. = significãncia n.s. = não significante T.T.R. = teste de termorresisiencia C = microscopia de contraste de fase I = microscopia de contraste de interferência diferencial